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Coronavírus: o mistérioas bet‘disseminadores silenciosos’ que espalham a covid-19:as bet
No dia 22as betjaneiro, a mulher contaminada começou a manifestar sintomas da doença, e dois dias depois foi a vez do seu marido. Nas três semanas seguintes, três pessoas na comunidade também adoeceram aparentemente sem nenhum contato com outras pessoas doentes, o que deixou os médicos confusos.
"Ficamos extremamente perplexos", disse Vernon Lee, diretor do Departamentoas betDoenças Transmissíveis do Ministério da Saúdeas betCingapura. "Pessoas que não se conheciam pareciam ter transmitido a doença entre si (sem apresentar sintomas da doença)."
Trabalhoas betdetetive
Um grupo formado por Lee, outros cientistas, policiais e especialistas iniciou uma investigação, com complexos diagramas e mapas que mostravam onde cada pessoa havia transitado naqueles dias.
Esse foi um dos primeiros usos do rastreamentoas betcontatos para conter o coronavírus, método que muitos governos passaram a adotar desde então.
O grupo entrevistou 191 pessoas e descobriu que 142 delas haviam estado na missa do dia 19as betjaneiro. Duas das três pessoas doentes também tinham passado pela missa.
A terceira pessoa infectada não havia participado da missa, mas tinha visitado a igreja no mesmo dia, algumas horas depois. Imagensas betcâmerasas betsegurança revelaram que essa pessoa havia se sentado nos mesmos assentos usados pelo casal chinês.
Mesmo sem apresentar nenhum sintoma naquele domingo, o casal chinês conseguiu espalhar o vírus pela comunidade.
As implicações desta descoberta são enormes. Se o vírus pode ser transmitidoas betforma silenciosa e invisível, mesmo por pessoas sem sintomas, como essa pandemia poderá ser detida?
Esse estudo – e outros feitos posteriormente – revelaram que existe um período críticoas bet24 a 48 horas antes do surgimentoas betsintomasas betque as pessoas podem contaminar outras com a doença. Inclusive há indíciosas betque este pode ser o momento mais perigoso do contágio.
Isso significa que algumas pessoas poderiam se isolar das demais antes mesmoas betapresentar qualquer sintoma da doença – assim que souberem que tiveram contato com alguém que adoeceu.
Mas o mistérioas betcomo o vírus se espalhou sem tosse ou projeçãoas betgotículas no ar continua. Uma hipótese éas betque basta a pessoa contaminada respirar para espalhar o vírus pelo ambiente. Outra possibilidade é o contágio por meioas betsuperfícies.
Assintomáticos
O mistério dos assintomáticos vem intrigando médicos há décadas. Um dos casos mais famosos é oas betuma cozinheira irlandesa que moravaas betNova York no início do século passado.
Em todos os lugares por onde Mary Mellon passava, as pessoas acabavam adoecendoas bettifo. Pelo menos três pessoas morreram. Mas Mary nunca apresentava nenhum sintoma.
Cientistas demoraram para estabelecer uma relação entre ela e os mortos. Mas acabaram descobrindo que ela havia disseminado a doença silenciosamente.
A imprensa chegou a apelidá-laas bet"Mary Tifóide", uma alcunha que se revelou uma maldição. As autoridades mantiveram Mary isolada por 23 anos, atéas betmorte,as bet1938.
Enfermeiros assintomáticos
No Reino Unido, a enfermeira Amelia Powell, que trabalhaas betum hospitalas betCambridge, ficou chocada ao descobrir que tinha coronavírus. Até então ela se sentia segura por estar usando sempre todos os equipamentosas betproteção hospitalar.
"Foi quase como descobrir que alguém da minha família havia morrido. Foi surreal. Eu pensei: 'Deve haver algo errado, eu me sinto totalmente bem'", disse a enfermeiraas bet23 anos.
Amelia foi obrigada a deixar o trabalho e se isolaras betcasa. Ao longo das semanas seguintes ela não apresentou nenhum sintoma. O seu caso só foi revelado porque o hospital testou todos os seus funcionários para o coronavírus. Cercaas bet3% dos maisas betmil funcionários estavam com o vírus, mas sem apresentar sintomas.
Uma proporção ainda maior foi encontrada no cruzeiro Diamond Princess, que atracou na costa do Japão no começo do ano. Naquela ocasião trêsas betcada quatro pessoas com covid-19 não apresentavam sintomas.
Diferentes pesquisas indicam que o percentualas betassintomáticos pode variaras bet5% a 80%as betdeterminados grupos analisados. Como a maioria das pessoas testadas para covid-19 apresentaram algum tipoas betsintoma, acredita-se que a populaçãoas betassintomáticos pode ser muito grande.
Um estudo feito na China indica que pode haver mais pessoas assintomáticas do que pessoas com os sintomas, o que torna ainda mais difícil o combate à pandemia.
Outra pesquisa conduzida com pacientes do cruzeiro Diamond Princess indica que pessoas assintomáticas são menos contagiosas que as demais, mas que ainda assim podem ser responsáveis por uma quantidade não desprezívelas betdisseminação da doença.
Na cidade britânicaas betNorwich, cientistas querem que toda a população seja testada para o covid-19.
"Casos assintomáticos podem ser a ‘matéria escura’ desta epidemia", diz o professor Neil Hall, diretor do instituto científico Earlham Institute, responsável pelo pedido às autoridades. A matéria escura é uma substância invisível que, acredita-se, forma a maior parte do Universo, mas que ainda não é totalmente compreendida pelos cientistas.
"Se as pessoas não sabem que estão doentes e continuam usando transporte público ou o sistemaas betsaúde, isso vai inevitavelmente aumentar o contágio. Qualquer intervenção baseada apenas nas pessoas que apresentam sintomas estará apenas lidando com metade do problema."
Uma abordagem assim está sendo adotada na cidadeas betWuhan, considerada o ponto original da pandemia. Em nove semanas, 6,5 milhõesas betpessoas foram testadas, incluindo quem não tem nenhum sintoma da doença.
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