O sul-coreano que dá abrigo e aulaestrela bet affiliatescasa para 10 meninos que fugiram da Coreia do Norte:estrela bet affiliates
No primeiro dia da educação à distância, Kim, conversando com a BBC por chamadaestrela bet affiliatesvídeo, conduz os meninos a uma mesa grande no segundo andarestrela bet affiliatessua casa, onde o sinalestrela bet affiliateswi-fi é mais forte.
"Acho melhor você colocar os fonesestrela bet affiliatesouvido porque provavelmente nossa conversa vai ficar inaudível — é muita gente falando ao mesmo tempo", diz ele.
Como seriaestrela bet affiliatesse esperar, são muitos os desafios. Lidar com sistemas online desconhecidos por meioestrela bet affiliatesdispositivos tecnológicos alugados do escritório localestrela bet affiliateseducação é um deles.
Os loginsestrela bet affiliatesdois dos meninos da mesma série se misturaram, e Geum-seong,estrela bet affiliates15 anos, que desertou da Coreia do Norte há um ano, precisaestrela bet affiliatesmais ajuda do que os outros. Ele não está acostumado a enviar deveresestrela bet affiliatescasa pela internet.
Enquanto isso, Junseong, o caçula da família, é repreendido por assistir ao YouTubeestrela bet affiliatesseu tablet.
Dois dias depois, Kim diz que os meninos se estabeleceram emestrela bet affiliatesnova rotina sob seu olhar atento.
Oito dos filhosestrela bet affiliatesKim desertaram sozinhos ou com irmãos e não têm outros laços familiares no sul. Existem várias razões para apenas crianças deixarem a Coreia do Norte. Muitas delas vivem apenas com seus avós, idosos demais para acompanhá-las. Outras têm pais que são separados e não podem se organizar para que toda a família conclua a difícil jornada.
"Eles mandam o filho para a Coreia do Sul para tentar uma vida melhor. Mesmo filhos pequenos — eses escapam levados nas costas do atravessador", explica Kim.
Segundo o Ministério da Unificação, havia 33.658 desertores norte-coreanos no sulestrela bet affiliatesmarço deste ano, dos quais cercaestrela bet affiliates15% tinham 19 anos ou menos.
E a partirestrela bet affiliates2017, o governo informou que 96 crianças chegaram ao sul sem os pais, segundo notícias veiculadas pela imprensa.
O Ministério da Unificação é um órgão do governo sul-coreano encarregadoestrela bet affiliatespreparar uma futura reunificação entre as duas Coreias, separadas desde a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953. Entre suas atribuições, estão cuidar dos processosestrela bet affiliatesadmissãoestrela bet affiliatesdesertores norte-coreanos e assentá-los no país.
Kim nunca imaginou que se tornaria o 'pai adotivo' dos meninos.
Babá permanente
Quinze anos atrás, Kim trabalhava no setor editorial. Nas horas vagas, atuava como voluntário na Hanawon , uma instalaçãoestrela bet affiliatesreassentamento administrada pelo governoestrela bet affiliatesSeul, onde todos os desertores norte-coreanos vivem por três meses e fazem um curso para prepará-los à integração na sociedade sul-coreana.
Ali, Kim conheceu um menino chamado Ha-Ryong, que havia acabadoestrela bet affiliatesdeixar o centro comestrela bet affiliatesmãe. Ela conseguiu um emprego, mas trabalhava longeestrela bet affiliatescasa e tinha que deixar o filho sozinho.
Ha-Ryong tinha dez anos na época e perguntou a Kim se ele poderia ser seu cuidador (babá), um papel que acabou assumindo permanentemente.
Quem não gostou disso foram os paisestrela bet affiliatesKim, que desaprovaram essa interação e cortaram todos os laços com ele por vários anos.
Ele passou, então, a acolher mais crianças norte-coreanas, uma após a outra. O menino que viveu com Kim por mais tempo dos que viveram com ele é Cheol-gwang.
Cheol-gwang chegou ao sul na véspera do Natalestrela bet affiliates2012, com apenas 11 anos. Cheol-gwang e a irmã tentaram inicialmente fugir com a mãe, mas foram pegos pelos guardas e detidos. Ele foi libertado sozinho eestrela bet affiliatesirmã, três meses depois. Masestrela bet affiliatesmãe nunca reapareceu.
Eventualmente, Cheol-gwang eestrela bet affiliatesirmã conseguiram escapar para o sul.
À medida queestrela bet affiliatesfamília crescia, Kim se registrou no Ministério da Saúde e Bem-Estar da Coreia do Sul para formar o que é conhecido como "casa do grupo" — a menor formaestrela bet affiliatesinstituição no país que pode oferecer a crianças sem pais ou responsáveis um ambiente familiar alternativo.
"Mas meus filhos veem (isso) aqui como uma casa verdadeira, não um abrigo", diz Kim.
Com relação aos paisestrela bet affiliatesKim, eles finalmente aceitaramestrela bet affiliatesdecisão e agora são seus mais fervorosos defensores, tratando os meninos como netos adotivos.
Compras e lavar roupas
Geum-seong admite que teve medoestrela bet affiliatesKim no início.
"Quando o vi pela primeira vez, pensei que era um cara mau. Porque um homem com uma barriga grande na Coreia do Norte geralmente é um oficialestrela bet affiliatesalto escalão", diz ele timidamente, com seu ainda forte sotaque norte-coreano.
Kim diz que a logística é desafiadora, mas ele mesmo faz todas as tarefas.
"A parte mais difícil é fazer compras. Enquanto estão crescendo, comem como cavalos. Carrego meu carrinho com grandes quantidadesestrela bet affiliatescomida, mas é frustrante porque tudo acabaráestrela bet affiliatesapenas um dia", diz ele.
A comida é armazenadaestrela bet affiliatesseis geladeiras. Duas máquinasestrela bet affiliateslavar roupa funcionam sem parar todos os dias. Kim precisa aspirar a casa constantemente.
Mas ele diz que não pede ajuda aos meninos, argumentando que o mais importante é que eles estejam bem alimentados.
"Não peço a eles outra coisa senão ter um bom comportamento... Foi assim que fui criado por meus pais."
É tanto trabalho que Kim não consegue manter um emprego regular, mas recebe alguns benefícios governamentais e ajuda corporativa.
Ele diz que não se sente à vontade para receber doações e, recentemente, abriu um pequeno café na tentativaestrela bet affiliatesobter alguma independência econômica.
Mas não são apenas os desafios financeiros que Kim eestrela bet affiliatesfamília adotiva precisam superar.
Preconceito
Existe um forte preconceito contra os desertores norte-coreanos no sul.
No início, Kim teve que mudarestrela bet affiliatescasa com bastante regularidade como resultado do aumento do aluguel ou da necessidadeestrela bet affiliatesespaço extra, pois continuava a receber cada vez mais meninos. Ele diz que sempre que fazia isso, era recebido com olhares tortos por seus novos vizinhos.
"Sempre que nos mudávamos, os vizinhosestrela bet affiliatesalguma forma descobriam ... Alguns até me enviaram uma mensagem para me avisar que os desertores deveriam ser mais discretos."
'Espião norte-coreano'
Em uma ocasião, a casaestrela bet affiliatesKim foi visitada pela polícia. Um colegaestrela bet affiliatesescolaestrela bet affiliatesum dos filhos adotivosestrela bet affiliatesKim alegou que o menino era um espião da Coreia do Norte.
"Quando os sul-coreanos ouvem que alguém é da Coreia do Norte, tendem a menosprezá-los, e alguns até mostram hostilidade. É muito triste porque meus filhos ainda são adolescentes. Eles não devem ser vistos pelo prisma político", diz Kim.
De fato, como resultado disso, muitos jovens desertores norte-coreanos acabam abandonando a escola.
"Não estou dizendo que as escolas alternativas são ruins. Mas não precisamos disso, porque posso dar total suporte a meus filhosestrela bet affiliatescasa. Acredito que ter amigos (sul-coreanos) e criar memóriasestrela bet affiliatesescolas regulares será um grande trunfo para essas crianças", diz ele.
Há sete anos, um dos meninos, Jin-beom, decidiu concorrer à presidência do grêmio estudantil.
Seu professor ligou para Kim para dizer que estava preocupado. O docente acreditava que a experiência poderia ser traumática para o menino. Kim disse que Jin-beom ficaria ainda mais magoado se soubesse que seu professor havia feito o telefonema.
Mais tarde, Jin-beom foi o mais votado por seus colegasestrela bet affiliatesclasse.
Projetos familiares
Todos os anos, a família escolhe um projeto para fazer junta. Às vezes, é uma exposiçãoestrela bet affiliatesarte, às vezes um musical. Mais recentemente, foi um livroestrela bet affiliatesviagens mostrando fotos que os meninos haviam tirado da Coreia do Sul.
"Meus meninos disseram que estavam curiosos sobre duas coisas antesestrela bet affiliatesentrar na sociedade coreana", diz Kim.
"Uma era a aparência da Coreia do Sul... e a outra era 'e se os sul-coreanos não gostaremestrela bet affiliatesmim?'", conta Kim. "Então, decidimos documentar a paisagem sul-coreana enquanto viajávamos".
A ideia é doar cópias do livro para criançasestrela bet affiliatesHanawon para ajudá-las a perder o medo do desconhecido.
Os filhos adotivosestrela bet affiliatesKim estão animados com o futuro na Coreia do Sul.
Eles pretendem seguir carreiras diversas, como ilustraçãoestrela bet affiliatesquadrinhos, arquitetura e atletismo.
Ha-Ryong, a primeira das crianças que Kim adotou, já não mora mais com a família. Ele estáestrela bet affiliatesseu último anoestrela bet affiliatessociologia na universidade.
Não importa o que acontecer no futuro, Kim diz que as portasestrela bet affiliatessua casa sempre estarão abertas.
"Sempre seremos uma família", diz ele.
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