Mandetta é demitido do Ministério da Saúde após um mêsunibet bwinconflito com Bolsonaro: relembre os principais choques:unibet bwin
"Deixo esse Ministério da Saúde com muita gratidão do presidente por ter me nomeado e por ter me permitido nomear cada umunibet bwinvocês", disse, dianteunibet bwinfuncionários do ministério e jornalistas.
"A conversa que tive com ele (o presidente da República) foi extremamente amistosa, agradável, embora (considerando) o que eu posso entregar, realmente é melhor que ele organize uma equipe que possa construir outro olhar."
"Sei da dificuldade, do peso da dificuldade dele, o pesounibet bwindecidirunibet bwinque momento a economia deve retormarunibet bwinnormalidade", afirmou. "O presidente é extremamente humanista, ele pensa no momento todo o pós-corona."
Apesarunibet bwinfalarunibet bwinum "pós-corona", Mandetta afirmou na coletiva que o país está "só no começo, no meio da batalha" contra o vírus. Entretanto, disse considerar uma vitória na "primeira etapa"unibet bwincombate à doença que "aquela curva íngreme" não tenha sido atingida no país.
Mas, segundo o agora ex-ministro, "o sistemaunibet bwinsaúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada".
Ao anunciar a demissão, Bolsonaro agradeceu o trabalhounibet bwinMandetta e disse que deseja que ocorra a transição "mais tranquila possível", com a "maior riquezaunibet bwindetalhes".
"Não podemos tomar decisõesunibet bwinforma que o trabalho feito até o momento fosse perdido", afirmou.
O presidente disse que a demissãounibet bwinMandetta foi "em comum acordo". "Mas o termo técnico não é esse. Eu o exonero do ministério nas próximas horas. Foi um divórcio consensual."
Bolsonaro disse que Mandetta tem o "direitounibet bwindefender seu pontounibet bwinvista como médico", mas deixou claro seu descontentamento com a forma como o ministro conduziu as ações da pasta sem dar a atenção que o presidente gostaria à economia e os impactos das medidasunibet bwindistanciamento social sobre atividade econômica.
A trocaunibet bwincomando do ministério servirá para "redirecionar a posição não só do presidente, mas dos 22 ministros que integram o governo", afirmou Bolsonaro. "Estamos juntos na defesa da vida do povo brasileiro e dos empregos."
Esvaziamento e tensão
Apesarunibet bwinambos terem amenizado as tensõesunibet bwinpronunciamentos nesta quinta, no último mês Mandetta foi nos bastidores alvo da "fritura" do presidente da República.
No jargãounibet bwinBrasília, o termo se refere a um conjuntounibet bwingestos (neste caso, do chefe do Executivo) que têm por objetivo sinalizar o desapreço ou desconfiançaunibet bwinum subordinado.
A relação entre o presidente e o agora ex-ministro já estava ruim, mas, segundo interlocutoresunibet bwinambos, se tornou insustentável no domingo (12).
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Mandetta disse que esperava que ele e o presidente da República pudessem ter "uma fala única, unificada".
Depois da entrevista, Mandetta deixouunibet bwincontar com o apoio da ala militar do Palácio do Planalto, que até então vinha sendo a fiadora daunibet bwinpermanência no cargo.
"Isso (a divergência entre ele e Bolsonaro) leva para o brasileiro uma dubiedade: ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente (da República), quem é que ele escuta", disse Mandetta na entrevista à TV Globo, referindo-se às falas do presidente contra as medidasunibet bwinisolamento social, defendidas pelo Ministério e por ele.
Além da questão do isolamento social, Bolsonaro e Mandetta também divergiamunibet bwinoutro assunto: o uso da cloroquina para o tratamento da doença provocada pelo novo coronavírus.
O presidente da República vem defendendo, inclusiveunibet bwinpronunciamentosunibet bwinrede nacional, que a droga seja usada desde os primeiros sintomas da covid-19. Já o protocolo atual do Ministério da Saúde éunibet bwinque a droga só seja usadaunibet bwincasos graves eunibet bwinpacientes internados.
Bolsonaro e Mandetta se conhecem há anos - os dois foram contemporâneos na Câmara dos Deputados desde 2011, e seus gabinetes ficavam a poucos metros um do outro. Mas, desde o início da crise do novo coronavírus, Bolsonaro vem trabalhando para esvaziar politicamente o trabalho do ministro.
As altercações entre os dois remontam a meados do mêsunibet bwinmarço. No dia 15, um domingo, Bolsonaro decidiu interromper o isolamento no qual se encontrava após uma viagem aos Estados Unidos, para cumprimentar manifestantesunibet bwinfrente ao palácio da Alvorada - a própria realização do protesto já contrariava as orientações do Ministério da Saúde, que já desaconselhava aglomerações.
Naquele momento, Bolsonaro já confidenciava a auxiliares que estava incomodado com o protagonismounibet bwinMandetta diante da crise provocada pela chegada do novo coronavírus ao Brasil.
Naquela semana, o ministro concedeu uma entrevista a jornalistas ao lado do governadorunibet bwinSão Paulo, João Doria (PSDB), adversário políticounibet bwinBolsonaro - e o gesto irritou profundamente o ocupante do Planalto.
O chefe do Executivo também teria demandadounibet bwinMandetta que adotasse um discurso político e mais afinado com o Palácio do Planalto. A recusa do ministrounibet bwinfazê-lo contribuiu para aumentar o descontentamentounibet bwinBolsonaro.
A BBC News Brasil preparou uma retrospectiva dos principais momentos da "fritura"unibet bwinMandetta.
Abaixo, uma cronologia, a partir da demissão, dos principais lances na contenda entre o presidente e ministro.
Abril
unibet bwin Quinta-feira (16): Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o substitutounibet bwinBolsonaro, o médico oncologista Nelson Teich. Dentre os candidatos ao cargo, Teich foi o único a se encontrar com Bolsonaro, antes aindaunibet bwinconfirmada a demissãounibet bwinMandetta.
unibet bwin Quarta-feira (15): Mandetta admite pela primeira vez que deverá ser demitidounibet bwinbreve. A confissão foi feita durante uma reunião com deputados que integram uma comissão externa da Câmara, voltada para o acompanhamento da pandemiaunibet bwincovid-19.
No fim da tarde, Mandetta concedeu entrevista a jornalistasunibet bwintomunibet bwindespedida. "Ele (Bolsonaro) claramente externa que quer outro tipounibet bwinposição do Ministério da Saúde. Eu, baseadounibet bwinciência, tenho esse caminho para oferecer. Fora desse caminho, tem que achar alternativas", disse.
No mesmo dia, o então secretáriounibet bwinVigilânciaunibet bwinSaúde do Ministério, Wandersonunibet bwinOliveira, chegou a pedir demissão - mas o pedido foi recusado por Mandetta.
unibet bwin Domingo (12): Em entrevista ao programa dominical Fantástico, da TV Globo, Mandetta disse que as diferençasunibet bwinposicionamento entre ele e Bolsonaro estavam prejudicando o enfrentamento à pandemia.
A população estaria dianteunibet bwinuma "dubiedade" do governo, sem saber quais orientações seguir: as do Ministério da Saúde ou as do presidente da República.
"Ela (relação com Bolsonaro) preocupa porque a população olha e fala assim: 'olha, vem cá, será que o ministro da Saúde é contra o presidente, né?'. E não há ninguém contra ou a favorunibet bwinnada. É o que eu digo, nosso inimigo, nosso adversário, quem a gente tem que ter foco para falar 'esse aqui é o nosso problema', é o coronavírus", disse Mandetta ao Fantástico.
A entrevista ao programa da Globo foi concedida do Palácio das Esmeraldas, sede do governo do Estadounibet bwinGoiás - o governador do Estado, Ronaldo Caiado (DEM), rompeu publicamente com Bolsonaro por conta das posições do presidente diante da pandemia.
unibet bwin Sexta (10): Bolsonaro volta a dar um passeio por Brasília - provocando inclusive uma aglomeraçãounibet bwinseus apoiadores, o que contraria as diretrizes do Ministério da Saúde. Naquele dia, o presidente da República foi ao Hospital das Forças Armadas (HFA); depois a uma farmácia no bairro Sudoesteunibet bwinBrasília. Terminou o passeio com uma visita ao filho Jair Renan, que moraunibet bwinum prédio residencial no mesmo bairro.
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unibet bwin Quinta (09): O ex-ministro Osmar Terra "vazou" uma conversa telefônica sua, na qual ele conversa com o ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania) sobre a substituiçãounibet bwinMandetta.
A conversa foi divulgada porque Terra aceitou uma ligação do repórter Caio Junqueira, da CNN Brasil, e aparentemente esqueceu o telefone ligado enquanto conversava com Onyxunibet bwinoutra linha.
No diálogo, Terra parece oferecer ajuda a Onyx para remover Mandetta do posto. "Eu ajudo, Onyx. E não precisa ser eu, o ministro. Tem mais gente que pode ser", diz Terra num trecho da conversa.
Em outro momento, os dois comentam sobre uma reunião na qual Mandetta discutiu com Bolsonaro naquela semana. "O que aconteceu na reunião eu não teria segurado, eu teria cortado a cabeça dele (Mandetta)", diz Onyx.
unibet bwin Quarta (08): Bolsonaro usa um pronunciamentounibet bwinrede nacionalunibet bwinRádio e TV para voltar a defender o uso da cloroquina desde o começo do tratamento das pessoas infectadas. O presidente também voltou a criticar as medidasunibet bwindistanciamento social defendidas pelo Ministério da Saúde.
Na fala, Bolsonaro disse que as medidasunibet bwindistanciamento social eramunibet bwinresponsabilidade "exclusiva dos governadores", e que a União não foi consultada.
unibet bwin Segunda (06): A tensão entre o presidente da República e o ministro continuou a crescer. O jornal O Globo chegou a dizer que Bolsonaro demitiria o ministro naquele dia - o que todavia não se concretizou. Em pronunciamento à imprensa por volta das 20h30, Mandetta confidenciou que servidores do Ministério da Saúde já tinham "limpado as gavetas", inclusive as dele, para deixar o trabalho.
Naquela tarde, vários servidores do ministério deixaram o trabalho e foram para a frente do prédio onde a pasta funciona no centrounibet bwinBrasília, pedindo a permanência do ministro.
Mais cedo naquele dia, Bolsonaro realizou um almoço no Palácio do Planalto com o deputado federal e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS) - e sem a presençaunibet bwinMandetta. À época, Terra era mencionado como um possível substituto para Mandetta. Assim como o presidente, o deputado (que foi ministro da Cidadaniaunibet bwinBolsonaro até 13unibet bwinfevereiro deste ano) defende que medidasunibet bwindistanciamento social são inócuas.
unibet bwin Domingo (05): Bolsonaro diz que "algo subiu à cabeça"unibet bwinalgunsunibet bwinseus ministros, e faz ameaça velada a Mandetta.
"A hora deles vai chegar", disse Bolsonaro a apoiadoresunibet bwinfrente ao Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República. "A minha caneta funciona", disse Bolsonaro.
"Algumas pessoas no meu governo, algo subiu a cabeça deles. Estão se achando. Eram pessoas normais, masunibet bwinrepente viraram estrelas. Falam pelos cotovelos. Tem provocações. Mas a hora deles não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles. A minha caneta funciona. Não tenho medounibet bwinusar a caneta nem pavor. E ela vai ser usada para o bem do Brasil", disse o presidente.
Pouco depois, no começo da noite, Mandetta foi procurado pelo jornal O Estadounibet bwinS. Paulo. Ao repórter Mateus Vargas, o ministro disse que "estava dormindo" e não tinha visto as declaraçõesunibet bwinBolsonarounibet bwinfrente ao palácio. "Amanhã eu vejo, tá?", disse ele.
unibet bwin Sábado (04): pesquisa Datafolha mostra melhora na avaliação do trabalhounibet bwinMandetta, e queda nounibet bwinBolsonaro.
A pesquisa foi publicada na ediçãounibet bwinsábado do jornal Folhaunibet bwinS.Paulo. Segundo o levantamento, que foi às ruas entre 1º e 3unibet bwinabril, o desempenhounibet bwinMandetta à frente do Ministério da Saúde é apoiado hoje por 76% dos brasileiros - um aumentounibet bwinmaisunibet bwin20 pontos percentuais ante os dias 18 a 20unibet bwinmarço. Naquele momento, o desempenhounibet bwinMandetta era apoiado por 55%.
Já o desempenhounibet bwinBolsonarounibet bwinrelação ao coronavírus era considerado ruim ou péssimo por 39% das pessoas - e ótimo ou bom por apenas 33%.
unibet bwin Sexta-feira (0 unibet bwin 3 unibet bwin ): Mandetta participaunibet bwinentrevista com jornalistas e aconselha brasileiros a seguir orientações dos governos dos Estados - no mesmo diaunibet bwinque Bolsonaro criticou as ações dos governadores no enfrentamento à crise.
"Nós recomendados que as pessoas, todas elas, atendam às recomendações dos governadores dos seus estados, que tem os melhores números, os melhores indicadores para propor as medidas. Que cada um faça aquilo que aunibet bwinconsciência sobre a situação que está aí", disse Mandetta, à tarde.
Nos últimos dias, os governadores se tornaram os principais antagonistasunibet bwinBolsonaro no debate sobre a epidemia nas redes sociais, conforme mostrou levantamento do Dapp-FGV.
unibet bwin Quinta-feira (0 unibet bwin 2 unibet bwin ) unibet bwin : Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro faz a primeira crítica direta a Mandetta. O presidente da República diz que "falta humildade" ao subordinado, e frisa que "existe uma hierarquia" entre ele e o ministro.
"O Mandetta já sabe que a gente está se bicando tem algum tempo. Eu não pretendo demiti-lo no meio da crise, não pretendo. Agora, ele é uma pessoa queunibet bwinalgum momento extrapolou. Ele sabe que tem uma hierarquia entre nós", disse o presidente.
Março
unibet bwin Segunda-feira (30): O governo determina que todas as entrevistas a jornalistas aconteçam no Palácio do Planalto - e não mais no Ministério da Saúde, como vinha sendo até então.
A medida foi percebida por muitos na Esplanada como uma formaunibet bwinrestringir a autonomia do ministro.
Um ofício sobre o assunto foi distribuído pelo ministro chefe da Casa Civil, Braga Netto, determinando que "todas as coletivasunibet bwinimprensa dos ministérios ou Agências Federais sobre o Covid-19 deverão ser realizadas no Salão Oeste do Palácio do Planalto".
"Toda nota à imprensa a ser divulgada pelas ascom (assessoriasunibet bwincomunicação) somente poderá ser publicada após coordenação com a Secom para que haja unificação da narrativa", diz ainda o ofício - divulgado pelo jornal O Globo.
unibet bwin Sábado (28): Em entrevista a jornalistas, Mandetta defendeu a necessidade do isolamento social, e enfatizou o assunto pelo menos três vezes. A fala representou uma mudança no discurso do ministro - dias antes, ele tinha dado declarações alinhadas ao Planalto, defendendo a políticaunibet bwinisolamento somente para idosos e pessoas vulneráveis.
Naquele sábado, a entrevista foi precedida por uma reunião tensa no Palácio do Planalto envolvendo Mandetta, Bolsonaro e outros ministros, segundo registraram a agênciaunibet bwinnotícias Reuters e a colunista do siteunibet bwinnotícias G1, Andreia Sadi.
No encontro, Mandetta disse a Bolsonaro que parasseunibet bwinminimizar a gravidade da epidemia, e reafirmou ao presidente que não defenderia mais o "isolamento vertical" - isto é, apenasunibet bwinidosos e pessoas vulneráveis.
unibet bwin Domingo (15): Contrariando todas as recomendações feitas até então pelo Ministério da Saúde para conter a epidemia, Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada e foi à rua cumprimentar manifestantes.
O gesto veio após uma semana já tensa, quando esperava-se que o presidente desestimulasse seus apoiadores a sair às ruas naquele domingo - mas ele não o fez.
O protesto, originalmente contra o Supremo Tribunal Federal e contra o Congresso, tornou-se o primeiro símbolo mais concreto da divergência entre Bolsonaro e Mandetta.
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