Como medidascleo catra slotisolamento contra coronavírus aumentaram popularidade do presidente da Argentina:cleo catra slot

O presidente da Argentina, Alberto Fernández

Crédito, EPA

Legenda da foto, Para analistas, o presidente Alberto Fernández melhoroucleo catra slotimagem com o combate ao novo coronavírus

Na sexta-feira (10/04),cleo catra slotpé diante das câmerascleo catra slottelevisão e apontando para gráficoscleo catra slotum quadro, Fernández disse que a quarentena continuará até, pelo menos, o dia 26 deste mês.

'Um martírio'

Fernández afirmou, sinalizando os números, que o país teria 45 mil casos da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e não os cercacleo catra slot1.900 registrados naquela sexta-feira, com 82 mortes, se não tivesse implementado a quarentenacleo catra slotmarço.

"Não quero nem pensar sobrecleo catra slotquantos mortos estaríamos falando (sem quarentena)", disse, com a voz calma que já o caracteriza.

Neste ponto sobre o númerocleo catra slotcasos positivos para a doença existe um debate entre alguns infectologistas que dizem que para um dado mais exato seriam necessários testescleo catra slotmassa na população, algocleo catra slotque os principais especialistas ouvidos pelo presidente discordam.

Em suas falas, quase diárias, o presidente argentino se refere à pandemia como "um martírio", chama o coronavíruscleo catra slot"inimigo invisível" e diz que "é cedo" para dizer que o país venceu esta batalha.

"Essa é uma briga difícil contra um inimigo invisível que entra nos nossos corpos. E não sabemos quem tem ou não esse vírus e quem contagia os demais. Temoscleo catra slotnos proteger e a única maneira é ficarcleo catra slotcasa", disse. No domingocleo catra slotPáscoa, foi ainda mais explícito.

"Prefiro ter 10%cleo catra slotpobres, mas não 100 mil mortes na Argentina (pelo coronavírus)", disse. Fernández também tem repetido que uma economia que cai pode ser recuperada, mas uma vida perdida, não. Por isso, entende, "é falso" achar que existe "dilema" entre saúde e economia.

Alberto Fernández

Crédito, Agustin Marcarian/Reuters

Legenda da foto, O nome do presidente Alberto Fernández tem sido gritadocleo catra slotalguns bairroscleo catra slotBuenos Aires

Sua decisãocleo catra slotmanter o paíscleo catra slotquarentena e dar prioridade à saúde conta com apoiocleo catra slotgovernadores e prefeitos, inclusive da oposição, que também aplicam a medidacleo catra slotseus territórios.

O usocleo catra slotmáscaras e o distanciamento social vem sendo respeitandocleo catra slotgrande parte do país, com exceções para a realidade socialcleo catra slotalgumas favelas, como mostrou a imprensa local.

No fimcleo catra slotsemana, no bairro portenhocleo catra slotPalermo, era difícil achar quem não usasse algum tipocleo catra slotmáscara para se proteger contra. Nas filas dos supermercados, a distância entre um consumidor e outro eracleo catra slotcercacleo catra slotdois metros.

Os ônibus circulavam com poucos passageiros e o númerocleo catra slottáxis parecia muito menor do quecleo catra slotoutras épocas, mesmo depois da era do Uber.

O pavor entre autoridades e na população, dizem no governo central, é que se repita o que ocorreu na Itália e na Espanha, países com os quais historicamente os argentinos mantêm vínculos e registram altos índicescleo catra slotmortes pela covid-19.

Fernández, que costuma lembrar que é professorcleo catra slotdireito, enfatiza a importância da maior presença do Estadocleo catra slotáreas como a saúde e a distribuiçãocleo catra slotrecursos aos mais pobres, o que também tem sido bem visto, segundo analistas.

'Alberto, Alberto'

Em alguns bairroscleo catra slotclasse média, comocleo catra slotáreascleo catra slotPalermo, é comum ouvir jovens gritando seu nome todos os dias, logo após o já tradicional aplauso das 21h para os profissionais da saúde. Enquanto isso, o nome da ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner passou a ser pouco lembrado, neste momentocleo catra slotpandemia.

Para analistas ouvidos pela BBC News Brasil, Alberto Fernández transmite aos argentinos que está "preocupado" e "voltado" para proteger suas vidas. A determinação e segurança que transmite, disseram, fortaleceramcleo catra slotimagem como líder do país e aumentaramcleo catra slotpopularidade.

"Quando Cristina o escolheu como candidato, ele não era conhecido pela maioria no país. Quando foi eleito, ele já contava com cercacleo catra slot50%cleo catra slotvotos ecleo catra slotapoio popular. Mas com a pandemia, ele virou uma espéciecleo catra slot'comandante' da campanha contra a doença e colocou seu foco na comunicação desta luta", disse Ricardo Rouvier, da empresacleo catra slotpesquisas que leva seu nome.

Para ele, Fernández levou a população a respondercleo catra slotforma disciplinada ao pedido para que fiquemcleo catra slotcasa ecleo catra slotimagem positiva, disse, subiu para cercacleo catra slot85%.

A especialistacleo catra slotpesquisas Analía del Franco disse que a maioria dos argentinos apoioucleo catra slotdecisãocleo catra slotimplementar a quarentena nacional.

"A pandemia e a economia são as duas preocupações dos argentinos hoje. Os autônomos e as pequenas empresas estão preocupados com a crise econômica, mas isso hoje não afetacleo catra slotpopularidade. A conjuntura da pandemia superou tudo", disse Del Franco.

Uma pessoa andando sozinhacleo catra slotBuenos Aires com o Obelisco ao fundo

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A Argentina anunciou o isolamento social obrigatóriocleo catra slotnível nacional devido à crise do coronavíruscleo catra slot20cleo catra slotmarço

'Age melhor'

Para a analista política Mariel Fornoni, da consultoria política Management&Fit, os levantamentos mostram que os argentinos percebem que o governo está se ocupando "o tempo todo" contra o novo coronavírus e esta atitude conta com o respaldo popular.

Na pesquisa que a consultoria realizou na última semanacleo catra slotmarço, quando perguntados sobre como atua o governo argentinocleo catra slotrelação aos outros países afetados pelo vírus, quase 70% responderam que a Argentina "age melhor".

Na visão do professorcleo catra slotciência política da Universidadecleo catra slotBuenos Aires (UBA), Marcos Novaro, o aumento da popularidadecleo catra slotFernández,cleo catra slotcercacleo catra slot50% para acimacleo catra slot70%, disse, reflete a percepção dos argentinoscleo catra slotque o governo está "cuidando" da população.

Porém, para Novaro e para Fornoni, o apoio popular do presidente pode ser "volátil" porque dependerá do tempo que esta situação durará e como ficará a economia do país, que já estavacleo catra slotrecessão (quedacleo catra slotcercacleo catra slot2%), com inflação alta (54%cleo catra slot2019) e desemprego (10%).

A economia argentina caminha para uma recessão ainda mais profunda, segundo dados do Banco Mundial, que prevê quedacleo catra slot5,2% do PIB do país neste ano.

'Em poucas mãos'

Café fechadocleo catra slotPalermo,cleo catra slotBuenos Aires,cleo catra slotrespeiro à quarentena decretada pelo governo

Crédito, Marcia Carmo

Legenda da foto, Café fechadocleo catra slotPalermo,cleo catra slotBuenos Aires,cleo catra slotrespeiro à quarentena decretada pelo governo

Ao destacar a delicada situação da economia argentina, um colunista do jornal La Nación, Joaquín Morales Solá, escreveu,cleo catra slottom crítico, que hoje na Argentina "todo o poder estácleo catra slotpoucas mãos", já que o presidente tem governado com Medidas Provisórias (chamadascleo catra slotDNU, Decretocleo catra slotNecessidade e Urgência).

O Congresso Nacional não está funcionando e o Judiciário está com suas ações limitadas, já que seus integrantes também estãocleo catra slotquarentena.

Além disso, nos últimos dias, algumas das iniciativas durascleo catra slotconfinamento, como o rastreamentocleo catra slotcelulares para saber se motoristas desrespeitam a quarentena ecleo catra slotredes sociais para saber se saques estão sendo organizados, geraram fortes críticas entre parlamentares opositores.

O medo do coronavírus também tem provocado a ausênciacleo catra slotmanifestações na Argentina, país onde os protestos costumam ser frequentes. O temor tem falado mais alto e também resultou no adiamento das aglomerações sociais.

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