Coronavírus: Médicos podem terroleta verdefazer 'escolharoleta verdeSofia' por quem vai viver na Itália:roleta verde

De acordo com a entidade, 10% dos pacientes diagnosticados com covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, precisamroleta verdeequipamentosroleta verderespiração assistida. Apesar desta condição poder ser curada,roleta verdefase aguda pode durar "muitos dias".

Isso levará a um "grande desequilíbrio" entre os recursos disponíveis para tratar os pacientes que precisam ser internados nas UTIs e a demanda por esse tiporoleta verdeserviço.

Por isso, a entidade publicou recomendações que os médicos e enfermeiros devem seguirroleta verdeum cenárioroleta verde"medicinaroleta verdecatástrofe".

'Escolhas difíceis'

Isso significa fazer "escolhas difíceis"roleta verdeacordo com a chanceroleta verdesucessoroleta verdetratamento, considerando a idade do paciente, se esta pessoa tem outras doenças, a gravidade do seu estado e a possibilidaderoleta verdereverter esse quadro.

"A disponibilidaderoleta verderecursos não é levadaroleta verdeconsideração normalmente nesse processoroleta verdedecisão e nas escolhas feitas para cada paciente, até que os recursos se tornam tão escassos que isso não permite o tratamentoroleta verdetodos os pacientes que poderiam ser beneficiados", afirma a SIAARTI.

A entidade diz que pode ser necessário estabelecer um limiteroleta verdeidade para os pacientes atendidos nas UTIs, reservando os recursos disponíveis para aqueles que têm não apenas maior chanceroleta verdesobreviver, mas também viverão por mais tempo após serem salvos.

A SIAARTI destaca ainda que aplicar o critério mais comumroleta verdeatendimento nas UTIs,roleta verdeinternar quem chega primeiro, também seria fazer uma escolha —roleta verdenão tratar os pacientes que chegariam depois, diante da faltaroleta verdeleitos para atendê-los.

Quando houver um grande fluxoroleta verdepacientes e uma pessoa internada não responder a um tratamento, disse a entidade, a decisãoroleta verdecolocá-la sob cuidados paliativos "não deve ser adiada".

Decisão drástica, mas 'absolutamente racional'

Estas podem parecer decisões drásticas, mas,roleta verdeuma situação como esta, há uma completa saturação dos recursosroleta verdeUTI, que se cria um "gargalo" no atendimento à população, explica Jaques Sztajnbok, médico supervisor da unidaderoleta verdetratamento intensivo do Institutoroleta verdeInfectologia Emílio Ribas.

"Não há como ampliar a estrutura desse tiporoleta verdeserviço para atender 20 mil pessoasroleta verdeuma só vez. Então, você precisa analisar quem tem mais chanceroleta verdesobreviver. Isso assusta e pode parecer cruel, mas é absolutamente racional", afirma Sztajnbok.

"Se você escolher tratar o paciente 'errado', vai usar muito tempo e recursos com alguém que não chegará a ser salvo e deixarároleta verdeatender duas ou três outras pessoas, que vão morrer (pela faltaroleta verdeatendimento). Em uma situação assim, é melhor salvar um do que nenhum."

Até agora, o novo coronavírus já chegou a 114 países e a todos os continentes, exceto a Antártida, e infectou maisroleta verde118,3 mil pessoas, levando cercaroleta verde4,2 mil delas à morte.

Do totalroleta verdecasos, a maioria deles foi registrado na China, onde há 80,9 mil pacientes confirmados.

"Não foi à toa que a China construiu hospitais da noite para o dia, que eram basicamenteroleta verdeleitosroleta verdeUTI. Houve quem achasse aquilo exagero, mas eles aparentemente viram que estavam sendo bombardeados por pacientesroleta verdeestado crítico e correram atrás para dar conta disso", diz Sztajnbok.

O mesmo pode ocorrer no Brasil?

No Brasil, já são 77 casos confirmados, segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

No entanto, o ministro afirmouroleta verdereunião no Congresso com os presidentes das duas Casas e líderes partidários que a expectativa é que haja uma expansãoroleta verdeprogressão geométrica nas próximas semanas,roleta verdeacordo com a Rádio Senado.

Mandetta pediu que sejam liberados R$ 5 bilhõesroleta verderecursos para combater a pandemia e disse que o Sistema Únicoroleta verdeSaúde (SUS), do qual dependem exclusivamente os quase 70%roleta verdebrasileiros que não têm planoroleta verdesaúde, não suportará a demanda criada pelo novo coronavírus.

Em coletivaroleta verdeimprensa, o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, disse que 2 mil leitosroleta verdeUTI serão direcionados para pacientes com covid-19.

Gabbardo também informou que o SUS deve mudar os critérios para o uso dos leitos destas unidades e explicou que pacientes terminais, por exemplo, não serão levados para este setor nos hospitais.

Eduardo Sprinz, chefe do serviçoroleta verdeinfectologia do Hospitalroleta verdeClínicasroleta verdePorto Alegre, diz que a possível sobrecarga das UTIs já vem sendo discutida entre médicos e especialistas, por causa do que ocorreu durante a última pandemia,roleta verdegripe suína,roleta verde2009.

"Naquela época, quase tivemos que aplicar um critério semelhante a este da Itália. Houve filasroleta verdeespera por respiradoresroleta verdehospitais, foi uma coisa muito dramática", afirma Sprinz.

O infectologista explica que os estudos feitos até o momento apontam que esse novo vírus é até três vezes mais transmissível do que o vírus da gripe suína, o H1N1, o que pode fazer com que o númeroroleta verdebrasileiros infectados agora seja superior.

"Dependendoroleta verdecomo a epidemia se desenvolver por aqui, podemos ter um riscoroleta verdesaturação do sistemaroleta verdesaúde. Estamos trabalhando para que não chegue a esse ponto, mas, se isso ocorrer, talvez chegue o momentoroleta verdeque seja necessário fazer uma 'escolharoleta verdeSofia'."

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