A ameaça do coronavírus nos EUA, onde milhões não têm licença médica nem saúde pública:bet6 365
Ziebarth estuda a interação entre sistemasbet6 365seguridade social, mercadosbet6 365trabalho e saúde pública e é co-autorbet6 365estudos que analisam o efeitobet6 365leis municipais e estaduais exigindo que empregadores ofereçam licença médica remunerada.
Segundo seu estudo mais recente, publicado neste ano, as taxasbet6 365gripe e doenças semelhantes caírambet6 365média 11% nesses locais no primeiro ano após as leis entrarembet6 365vigor. Ziebarth acredita que a correlação entre acesso a licença médica e taxasbet6 365infecção também vale para o coronavírus.
Sem benefícios
Entre os países ricos, os Estados Unidos se destacam por serem um dos únicos que não oferecem a seus trabalhadores benefícios como licença médica, férias remuneradas ou licença maternidade. Como esses benefícios não estão previstosbet6 365lei federal, a decisão fica a cargo do empregador.
Um estudo do institutobet6 365pesquisa Center for Economic and Policy Research comparou as políticasbet6 36522 países com altos índicesbet6 365desenvolvimento econômico e humano, mostrando que os EUA são o único a não oferecer licença médica. As leis do país também não protegem trabalhadoresbet6 365serem demitidos caso faltem por motivobet6 365doença.
Nos últimos anos, algumas cidades e Estados aprovaram leis que obrigam determinados empregadores a oferecer licença médica remunerada mas, ainda assim, o Ministério do Trabalho dos Estados Unidos afirma que um quarto dos trabalhadores do setor privado não contam com o benefício. Alguns têm direito a licença não remunerada para tratarbet6 365problemas médicos, mas esse benefício também é restrito.
O percentualbet6 365trabalhadores sem licença médica variabet6 365acordo com a profissão e o salário, e é bem mais alto entre funcionários do comércio e do setorbet6 365alimentação e na economia informal - exatamente aqueles que costumam ter mais contato com o público. Cercabet6 36540% dos trabalhadores no setorbet6 365serviços e quase 60% dos que trabalhambet6 365meio período não têm licença médica.
Sem o benefício e diante da pressão financeirabet6 365ficar dias sem salário, esses americanos costumam trabalhar mesmo que estejam doentes ou que alguém da família esteja contaminado, colocandobet6 365risco colegas e o público.
"Muitas vezes não podem nem mesmo ter um diabet6 365folga não remunerada", salienta Ziebarth. "Caso tenham sintomas e queiram tomar precauções e não ir ao trabalho, mesmo sem remuneração, correm o riscobet6 365serem demitidos se seu empregador não for compreensivo."
De acordo com dados do CDCbet6 3652014, "umbet6 365cada cinco trabalhadores no setorbet6 365serviçosbet6 365alimentação relataram ter trabalhado pelo menos uma vez no ano anterior enquanto estavam doentes com vômito ou diarreia". O principal motivo citado era medobet6 365perder o emprego.
Trabalhadoresbet6 365baixa renda
A maioria dos americanos sem licença médica tem salários baixos, o que agrava o impacto da falta do benefício. Segundo estudo do think tank Economic Policy Institute, para trabalhadoresbet6 365baixa renda, três dias sem receber pagamento equivalem ao orçamento mensal para comprabet6 365comida.
"Têmbet6 365escolher entre trabalhar doentes (ou mandar seus filhos para a escola doentes) ou ficar sem o pagamentobet6 365que tanto necessitam", diz o estudo.
Alémbet6 365não terem acesso à licença médica remunerada, muitos funcionários americanos também não podem trabalhar remotamente,bet6 365casa - outra recomendação do governobet6 365casobet6 365epidemiabet6 365coronavírus.
Dados do Departamento do Trabalho indicam que somente 29% dos trabalhadores americanos contam com essa possibilidade, percentual que também variabet6 365acordo com a profissão, o salário e o nívelbet6 365educação.
Mas mesmo entre aqueles que têm acesso à licença médica remunerada, muitos relutambet6 365ficarbet6 365casa, mesmo que estejam doentes, resultadobet6 365uma cultura que vê com desconfiança quem não trabalha duro. Além disso, entre os que contam com o benefício, a média ébet6 365sete dias por ano, o que faz com que muitos busquem "economizar" esses dias para usarbet6 365casobet6 365doença grave.
Coberturabet6 365saúde
Outro obstáculo no combate ao coronavírus é o fatobet6 365que maisbet6 36527 milhõesbet6 365pessoas nos Estados Unidos não têm segurobet6 365saúde, segundo dados do Censo americano, e o país não tem um sistemabet6 365saúde universal gratuita.
Mesmo que os testes para diagnosticar a presença do novo coronavírus estejam disponíveis, especialistas temem que muitas pessoas evitem procurar ajuda médica para saber se estão infectadas, com medo dos custos associados.
Os testes são gratuitosbet6 365laboratórios públicos, mas o mesmo não ocorrebet6 365todos os laboratórios privados. Além do testebet6 365si, há os custos da visita ao médico ou ao pronto-socorro. Em casobet6 365necessidadebet6 365internação, a conta pode chegar a milharesbet6 365dólares por dia.
Segundo estudo da organização sem fins lucrativos Kaiser Family Foundation, umbet6 365cada cinco americanos sem segurobet6 365saúde evita buscar atendimento médico por causa dos custos. Em pesquisa Gallup divulgada no fim do ano passado, 25% dos americanos revelaram que os altos custos levaram eles ou alguém da família a evitar buscar tratamento para uma doença séria no ano anterior.
A maior parte dos americanos sem planobet6 365saúde ébet6 365baixa renda. "Pessoas que não têm segurobet6 365saúde muito frequentemente também não têm direito à licença médica", ressalta Ziebarth.
Mesmo quando têm licença médica, a própria faltabet6 365coberturabet6 365saúde dificulta a obtençãobet6 365atestado médico para comprovar a doença e obter licença.
Cobranças inesperadas
Entre os que têm planobet6 365saúde, muitas vezes a cobertura é limitada e exige alto percentualbet6 365co-pagamento. Além disso, é comum receber cobranças que não estavam previstas na horabet6 365negociar os detalhes do tratamento.
Recentemente, alguns americanos que foram obrigados a ficarbet6 365quarentena por causa do coronavírus relataram ter recebido cobrançasbet6 365milharesbet6 365dólares, apesarbet6 365o isolamento ter sido obrigatório por ordem do governo.
Em um dos casos, relatado pelo jornal The New York Times, um americano contou que ele ebet6 365filha haviam sido evacuadosbet6 365Wuhan, epicentro do coronavírus na China, pelo governo americano e colocadosbet6 365quarentena, o que incluiu alguns diasbet6 365isolamentobet6 365um hospital.
Apesarbet6 365a hospitalização ter sido ordenada pelo governo - ebet6 365não terem sido diagnosticados com o vírus -, ele recebeu uma contabet6 365quase US$ 4 mil (maisbet6 365R$ 18 mil) por serviçosbet6 365ambulância, médicos e radiologista.
Segundo especialistas, todos esses obstáculos devem ameaçar o controle da epidemia, que dependebet6 365medidas como ampliar o acesso aos testes e a tratamentos e fazer com que aqueles com sintomas ou que tenham alguém afetado na família fiquembet6 365casa, evitando contaminar outras pessoas.
Acredita-se que o novo coronavírus se espalhe por meio da proximidade com pessoas doentes. Também há a possibilidadebet6 365que se espalhe pelo contato com superfícies e objetos contaminados.
Um motoristabet6 365aplicativo doente que é obrigado a trabalhar pode contaminar seus passageiros. Um funcionáriobet6 365restaurante doente pode ajudar a espalhar o vírus enquanto prepara a comida, toca no cartãobet6 365crédito do cliente oubet6 365superfícies usadas pelos outros empregados. Em escritórios e outros locaisbet6 365trabalho, o contato próximo com colegas pode resultarbet6 365contágio.
Os sintomas da doença podem levar até duas semanas para se manifestar. "Algumas pessoas apresentam sintomas muito leves, ou não tem nenhum sintoma, mas têm o vírus", observa Ziebarth.
"Talvez nem saibam que têm o vírus. E, nesse caso, especialmente sem licença médica e sem planobet6 365saúde, irão espalhar a doença."
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