Coronavírus: como o avanço da doença já impacta economia do Brasil e do mundo:realsbet double

Gigantes como Toyota, Starbucks, McDonald's, Foxconn e Volkswagen reduziram ou paralisaram suas atividades na China.

Mas os efeitos são sentidos muito além do continente asiático. "Nossas exportações, no momento, pode ser que afetarão 3%. Isso pesa para nós. Afinalrealsbet doublecontas, a China é o nosso maior mercado exportador (importador)", declarou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Queda nos gastos

Todas as Províncias da China registraram ao menos um casorealsbet doublecoronavírus, o que desencadeou medidas excepcionais, como quarentenasrealsbet doubledez cidades, incluindo Wuhan, epicentro do surto onde vivem 11 milhõesrealsbet doublepessoas.

Autoridades chinesas pediram a maisrealsbet double40 milhõesrealsbet doublehabitantes dessas localidades que não deixem suas casas ao longorealsbet doubleduas semanas.

Desde 31realsbet doubledezembro, quando o alerta sobre o vírus foi emitido, grande parte das famílias nas cidades afetadas destacou somente umrealsbet doubleseus membros para sair às ruasrealsbet doublebuscarealsbet doublemantimentos, e apenas quando for estritamente necessário.

Os "eleitos" saem então equipados com todas as medidasrealsbet doublesegurança disponíveis, como máscaras e luvas, até o mercado ou a farmácia mais próximo. E voltam o mais rápido possível.

Pode acontecer também que o estabelecimento esteja fechado ou desabastecido.

Em plena celebração do Ano Novo Lunar, uma das datas mais importantes do calendário chinês,realsbet doublediversas cidades quase ninguém compra presentes, gasta dinheiro ou come forarealsbet doublecasa.

O impacto será sentidorealsbet doublemuitas maneiras, afirmam especialistas.

Parte da "fábrica global", como é apelidada a China pela potência exportadora, está virtualmente parada, e a atividade econômica, desacelerandorealsbet doublediversas regiões do país.

Como consequência, afirmam os analistas, a conta vai ser grave ou muito grave, a depender da capacidaderealsbet doubleas autoridades conterem o avanço do surto.

De todo modo, há um outro grande obstáculorealsbet doublerelação aos números disponíveis para serem analisados. "Neste ano, os economistas estãorealsbet double'voo cego' também porque os dados que vêm da China são escassos, irregulares e pouco confiáveis", afirmou Karishma Vaswani, repórter da BBC que cobre o segmentorealsbet doublenegócios na Ásia.

Ventos contrários

"Os danos econômicos do surto já estão começando a aparecer", afirma David Lafferty, estrategista-chefe da Natixis IM, empresa francesa que gerencia maisrealsbet doubleR$ 1 trilhãorealsbet doubleativos.

Ele aponta impactosrealsbet doubleindicadoresrealsbet doubleconsumo e atividade econômica, e eles "provavelmente vão se agravar nas próximas semanas".

O especialista aponta que o surto afeta a China num momento delicado pararealsbet doubleeconomia.

Números oficiais mostram que a segunda economia do mundo cresceu 6,1%realsbet double2019realsbet doublerelação ao ano anterior — o pior índicerealsbet double29 anos.

O país asiático passa por um períodorealsbet doubledesaceleração, e o avanço da doença deve "comer"realsbet double1 a 2 pontos percentuais do crescimento do PIB.

A disseminação do surtorealsbet doublecoronavírus e as rigorosas medidasrealsbet doublequarentena impostas para contê-lo, bem como o menor consumorealsbet doubleempresas e indivíduos, levantam dúvidas sobre a forçarealsbet doubleuma possível recuperação.

Os dados da atividade econômica mundial sinalizaram recentemente uma "recuperação moderada, graças ao fatorealsbet doubleque a primeira fase do acordo comercial entre a China e os EUA foi mais ampla do que o esperado".

"A epidemiarealsbet doubleWuhan pode paralisar essa fase que a economia global está se recuperando", diz Philipp Immenkötter, analista do institutorealsbet doublepesquisa Flossbach von Storch.

Produção parada

Wuhan é a sede dos principais produtores chinesesrealsbet doubleautomóveis e aço — maisrealsbet double300 das 500 maiores empresas do mundo estão presentes na região.

Como observa Philippe Waechter, diretorrealsbet doubleanálise econômica da gestorarealsbet doubleativos Ostrum AM, é um centro industrial erealsbet doubletransportes "impulsionado pelo recente boom do mercado automotivo na China".

Até as bolsas reagiram ao coronavírus. Além da queda no índicerealsbet doubleXangai, as bolsasrealsbet doublevalores dos EUA também estão sob pressão.

Muitas fábricas permanecem fechadas. A Google, por exemplo, aderiu à decisãorealsbet doubleoutras grandesrealsbet doubletecnologia, como Amazon e Microsoft,realsbet doublefechar seus escritórios na China, Hong Kong e Taiwan.

Fabricantesrealsbet doubleautomóveis, como a General Motors e a Toyota, pediram a seus trabalhadores que estendessem suas folgas do Ano Novo Chinês, com fábricas fechadas até pelo menos 9realsbet doublefevereiro.

Como se isso não bastasse, o turismo interno e externo estárealsbet doubleseu patamar mínimo depois que as principais companhias aéreas do mundo decidiram suspender voos para o país.

Dados históricos

A experiênciarealsbet doublepandemias anteriores mostra que as doenças infecciosas nunca são boas para dados macroeconômicos.

"Ainda é muito cedo para quantificar o impacto econômico do novo coronavírus, mas para avaliar choques inesperados como esse, a abordagem mais razoável parece ser olhar para os precedentes", explica Gilles Moëc, economista da gestorarealsbet doubleativos AXA IM.

"Nesse sentido, a criserealsbet doubleSars (Síndrome Respiratória Aguda Grave, que matou maisrealsbet double700 pessoas)realsbet double2003 reduziu o PIB da Chinarealsbet double1,1% e orealsbet doubleHong Kongrealsbet double2,5%, enquanto o impacto no PIB dos Estados Unidos foirealsbet double0,1%."

Mas a presença da China nos mercados internacionais agora não é a mesmarealsbet double17 anos atrás.

Serealsbet double2003 a participação da China no total foirealsbet doubleUS$ 1,6 trilhão,realsbet double2019 foirealsbet doubleUS$ 14 trilhões.

"A universalizaçãorealsbet doubleum impacto na economia chinesa não deve ser subestimada. O país representa 18% do PIB mundial, uma parte equivalente das exportações mundiais e hoje está mais entranhado no turismo mundial do querealsbet double2003", afirmou Rick Muller, diretorrealsbet doubleestratégia da companhiarealsbet doubleinvestimentos Muzinich & Co.

Mark Haefele, do banco suíço UBS AG, no entanto, estima que "os relatórios iniciais mostram que podemos prever que as consequências econômicas serão menores que durante a epidemiarealsbet doubleSarsrealsbet double2003".

"A Sars durou oito meses, mas causou um declínio acentuado no crescimento econômico da Chinarealsbet doubleapenas um trimestre, seguido por uma rápida recuperação. A Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) na Coreia do Sulrealsbet double2015 seguiu um padrão semelhante", diz Haefele.

E o Brasil?

Bolsonaro afirmou na sexta-feira (31) que as exportações brasileiras podem cair 3% por causa do impacto econômico do novo coronavírus.

Em 2018, o primeiro ano da guerra comercial entre chineses e americanos (que gerou oportunidades para o Brasil), as exportações brasileiras para a China cresceram 35% na comparação com 2017, gerando uma balança comercial positiva para o Brasilrealsbet doubleUS$ 30 bilhões.

A soja foi a maior beneficiada, com uma exportação adicionalrealsbet doubleUS$ 7 bilhões para a China, na comparação com 2017.

Até agora, o setor não foi afetado, disse no mesmo dia o secretáriorealsbet doubleComércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo,realsbet doubleevento no Rio.

Naquela ocasião, Troyjo listou o coronavírus como um dos importantes fatoresrealsbet doubleincerteza para o crescimento econômico brasileiro, sem dar detalhes sobrerealsbet doubleanálise.

Até o momento, o Brasil tem maisrealsbet doubleuma dezenarealsbet doublecasos suspeitos do novo coronavírus, mas nenhum foi confirmado.

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