Coronavírus: Brasileiro descreve vida sob quarentena e faz apelo a Bolsonaro:grilles zebet

O brasileiro Calebe Guerra

Crédito, Skype/Reprodução

Legenda da foto, Calebe Guerra moragrilles zebetWuhan há um ano e meio e faz partegrilles zebetgrupogrilles zebetbrasileiros que pede para governo brasileiro tirá-los da cidade

Diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Japão, Índia, entre outros, já resgataram ou iniciaram trâmites para resgatar seus cidadãosgrilles zebetWuhan. Os últimos países que anunciaram repatriar cidadãos foram o Egito e a Argélia, neste domingo, 2.

O presidente Jair Bolsonaro vem até agora descartando a possibilidadegrilles zebetrepatriação dos brasileiros. Nesta sexta, 31, ele afirmou que o governo estuda estratégias para buscar esses brasileiros que vivem na China e querem retornar ao Brasil. Mas, segundo ele, é preciso antes resolver entraves diplomáticos, jurídicos e orçamentários.

'Principalmente para brasileiros'

Guerra vive há nove anos na China. Em uma entrevista por Skpe com a BBC News Brasil, conta ter viajado para aprender mandarim, apaixonou-se "perdidamente" pelo país e pela língua e então ficou para fazer faculdadegrilles zebetLetras e Literatura. Morougrilles zebetduas cidades no noroeste da China e mudou-se há um ano e meio para Wuhan, no centro da China, onde faz um mestrado sobre literatura clássica.

Por considerar-se alguém "caseiro" e que normalmente fica dentro da biblioteca ougrilles zebetcafés estudando e por ter experiência morando na China, o confinamento para ele não está sendo tão estressante, explica Guerra, que diz não conhecer ninguém que foi infectado com o vírus.

Mas outros brasileiros não estão tendo a mesma experiência: os que não sabem mandarim, ligam a TV e não entendem a língua. Não estão acostumados a ficarem tanto tempo dentrogrilles zebetcasa. Há crianças que tampouco podem sair.

"De repente, você está num lugar que é completamente diferente do seu país, para muita gente que chegou aqui há pouco tempo. Você tem a pressão dagrilles zebetfamília do Brasil. Você acorda e todos eles ficam perguntando constantemente como que está a situação,grilles zebetvoltarem para o Brasil, do governo auxiliar, geradagrilles zebetuma preocupação sincera", diz ele à BBC News Brasil.

Brasileiros na China pedem que sejam retirados do país

Crédito, Reprodução/YouTube

Legenda da foto, Brasileiros na China fazem vídeo pedindo que governogrilles zebetJair Bolsonaro os retiremgrilles zebetpaís afetado pelo surto do coronavírus

Além disso, "a melhor prevenção, agrilles zebetmais sucesso, é ficargrilles zebetcasa". "É bastante informação na mentalidadegrilles zebetqualquer pessoa, mas principalmente na cultura brasileira, que é maisgrilles zebetsair,grilles zebetir para casa do amigo,grilles zebetestar com amigo,grilles zebetdormir fora,grilles zebetcomer junto,grilles zebetfazer churrasco. Gera uma ansiedade legal nos brasileiros que estão aqui."

Por causa disso, o grupogrilles zebet58 brasileiros criou uma espéciegrilles zebetredegrilles zebetapoio, conversando todos os dias entre si. Por meio do aplicativogrilles zebettrocagrilles zebetmensagens da China, o WeChat, podem fazer conversasgrilles zebetvídeo com até nove pessoas, e é nesse momento que falam sobre suas inseguranças, vida pessoal etc. É o confinamento que gera mais ansiedade, e não o medogrilles zebetcontrair o vírus, já que todos tomam os cuidados indicados pelo Estado: lavar bastante as mãos ao chegargrilles zebetcasa, quando saemgrilles zebetcasa, e usar máscaras.

Mas a rotinagrilles zebettodos mudou bastante.

Ele e outros brasileiros têm recebido apoio das instituições aos quais são ligados —universidades e empresas— que ligam para monitorargrilles zebetsituação, conta. Os estudantes que moramgrilles zebetdormitórios também estão recebendo comida e máscaras na portagrilles zebetseus quartos.

Já Guerra, que moragrilles zebetum apartamento com um amigo chinês, tem recebido alimentos frescos distribuídos pela administração do condomínio onde mora. Ele diz que pode fazer uma lista e que assim recebe as comidas que pede.

Diz sentir falta da academia, mas que dá um jeitogrilles zebetcasa, pulando corda, por exemplo. Nos últimos quatro dias, têm trabalhado com algo inusitado: ensinando seu cachorro a fazer xixi e cocô dentrogrilles zebetcasa, já que não pode levá-lo para passear.

Pedido ao governo brasileiro

Os brasileiros dizem ter três motivos principais para pedir que o governo brasileiro tome providências e os busquegrilles zebetWuhan:

1) Tempo indeterminado do isolamento da cidade: "Nós ainda não sabemos ao certo quando vai terminar o isolamento da cidade. Essa incerteza acaba influenciando a vida emocionalgrilles zebetalgumas pessoas que estão aqui", diz Guerra.

2) Segurança: "Nos sentimos seguros fisicamente, instituições estão nos auxiliando, têm nos acompanhadogrilles zebetperto. Mas as condições psicológicas desse pessoal brasileiro são mais complicadasgrilles zebetatender. Há pessoas que lidamgrilles zebetdiferentes formas com a situação. Esse confinamento traz uma ansiedade muito grande. Nossa preocupação são as condições psicológicas e emocionais desses brasileiros que estão aqui. A gente quer ter essa mesma segurança que sentimos do Estado chinês por parte do Estado brasileiro".

3) Valor do cidadão para seu país: "Esse é o momento para o Estado brasileiro provar que seus cidadãos também têm valor. Ninguém está aqui na China se desligando do Brasil. A gente veio para cá para estudar, para se educar, para academicamente nos tornarmos melhores para voltar para o Brasil e produzir para o Brasil. O mundo está assistindo como os outros países está lidando com a situação e é o momento do Brasil mostrar que vale a pena a gente vir para cá, se capacitar, estudar, porque o país valoriza a gente".

Quarentena

O grupogrilles zebetbrasileiros, que se reveza no vídeo lendo trechos da carta-aberta, lembra também da colaboração logística que o governo chinês tem oferecido a essas operações, já conduzidas por países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, entre outros. O períodogrilles zebetquarentena, uma vez fora do território chinês, tem sidogrilles zebet14 dias, tempo considerado máximo para que sintomas possam se manifestar.

Uma das razões pelas quais o governo brasileiro não estaria organizando a retiradagrilles zebetbrasileiros seria a faltagrilles zebetlegislação específica para determinar a quarentena dos brasileirosgrilles zebetterritório nacional após o desembarque. "Nós não temos uma leigrilles zebetquarentena. Ao trazer brasileiros para cá, nossa ideia obviamente era colocargrilles zebetlocal para quarentena, mas qualquer ação judicial tiragrilles zebetlá e aí seria uma irresponsabilidade", disse Bolsonaro.

No vídeo, no entanto, os brasileiros mencionam que estariam dispostos a cumprir o períodogrilles zebetum local seguro fora do Brasil.

O presidente brasileiro também mencionou os custos envolvidosgrilles zebetuma operaçãogrilles zebetrepatriamentogrilles zebetbrasileiros. A jornalistas, afirmou que um voo fretado pode custar até US$ 500 mil (R$ 2,1 milhões). "Pode ser pequeno para o tamanho do orçamento brasileiro, mas precisagrilles zebetaprovação do Congresso", disse.

Mortes

Até agora e desde a primeira identificação do vírus,grilles zebetdezembro, maisgrilles zebet300 pessoas morreram por causa da doença —a maioria das pessoas estavam na província onde fica Wuhan, Hubei. Maisgrilles zebet14 mil pessoas foram infectadas. Esse novo vírus, contudo, se espalha mais rápido, mas mata menos do que os da SARS, que causou um surto na Chinagrilles zebet2002 e 2003, e que o H1N1.

Neste domingo, 2, a primeira morte fora da China foi confirmada: um homemgrilles zebet44 anos morreu nas Filipinas após ser infectado. Segundo a OMS (Organização Mundialgrilles zebetSaúde), ele não foi infectado dentro do país. Ele havia viajadogrilles zebetWuhan às Filipinas via Hong Kong.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, existem 16 casos suspeitos. Nenhum foi confirmado.

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