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Queda375betavião no Irã: Manifestantes cobram saída375betautoridades após país admitir ter atingido aeronave por engano:375bet
O texto foi atualizado às 11h30375bet12375betjaneiro375bet2020.
375bet Centenas375betmanifestantes saíram às ruas na capital iraniana, Teerã, para protestar neste sábado (11) contra autoridades do país que "mentiram", segundo eles, ao negarem inicialmente que derrubaram um avião com 176 pessoas a bordo na semana passada, nos arredores da cidade.
Os atos ocorreram perto375betduas universidades, e há relatos375betuso375betgás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes — parte cobrou a saída do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.
A reação violenta das forças375betsegurança aos protestos estudantis podem ter dado força a um segundo dia seguido375betprotestos nesta segunda-feira (horário local), registrados375betredes sociais também375betoutras cidades do país.
Após dias375betnegativas, o Irã admitiu neste sábado (11) que derrubou com um míssil por engano o avião da Ukraine International Airlines,375betmeio à escalada da tensão entre EUA e Irã, provocada pelo assassinato (pelos americanos) do general iraniano Qassam Suleimani.
O presidente americano, Donald Trump, publicou uma mensagem no Twitter375betapoio aos protestos375betinglês e375betfarsi: "Ao bravo e sofrido povo iraniano: Eu estou por vocês desde o início da minha Presidência, e meu governo vai continuar a apoiá-los. Estamos acompanhando os protestos375betperto. Sua coragem é inspiradora."
O mandatário americano cobrou que não haja "outro massacre375betmanifestantes pacíficos ou bloqueio da internet". "O mundo está375betolho", disse.
Trump provavelmente fazia referência à repressão violenta do governo contra uma onda375betprotestos não pacíficos375betnovembro contra a alta dos preços dos combustíveis, que deixou mais375bet100 mortos. O país375bet80 milhões375bethabitantes teve a internet bloqueada pelo governo "em prol do interesse público".
Neste sábado, o embaixador britânico375betTeerã, Rob Macaire, acabou preso após participar375betuma vígilia pelos mortos na tragédia na quarta-feira (8), sem ligação com os protestos liderados por estudantes universitários. Ele ficou detido por horas, apesar375beta Convenção375betViena proibir a detenção375betdiplomatas.
"O governo iraniano está num momento-chave. Pode continuar a seguir375betdireção ao status375betpária, com todo isolamento político-econômico que isso acarreta, ou tomar medidas para desescalar as tensões e seguir a via diplomática", afirmou o chanceler britânico, Dominic Raab.
O que aconteceu nos protestos?
Estudantes se reuniram do lado375betfora375betao menos duas universidades, Sharif e Amir Kabir, inicialmente375betum ato375betmemória das vítimas. À noite, os protestos acabaram375betviolência.
A agência375betnotícias semioficial Fars publicou um raro relato do ocorrido, afirmando que mais375betmil pessoas — parte gritou palavras375betordem contra líderes iranianos e destruiu imagens do general Soleimani, assassinado pelos EUA.
Os manifestantes cobraram a responsabilização dos envolvidos na derrubada do avião e daqueles que eles acusam375better tentado acobertar a ação.
Palavras375betordem incluíram o pedido375betrenúncia do "comandante-em-chefe", no caso o aiatolá Ali Khamenei, e "morte aos mentirosos".
Segundo a agência Fars, a polícia dispersou os manifestantes, que haviam bloqueado ruas na região. Há registros375betredes sociais do uso375betgás lacrimogêneo.
Os protestos do sábado foram, por ora, bem menores que os atos375betapoio a Qasem Soleimaini que reuniram multidões ao redor do Irã.
O líder supremo ocupa o teto da estrutura375betpoder político do Irã. Até agora, apenas duas pessoas ocuparam este posto: Ruhollah Khomeini e o aiatolá Ali Khamenei, que ocupa essa posição desde 1989.
Foi Khamenei que, após o assassinato375betSoleimani pelos Estados Unidos, prometeu uma "grande vingança". Na quarta (8), o Irã bombardeou bases que abrigam tropas americanas no Iraque, ação que o aiatolá classificou como "um tapa na cara" dos EUA.
O líder supremo é o chefe375betEstado e a máxima autoridade política e religiosa do país. E o cargo é vitalício.
No Irã, a Constituição descreve o presidente como a segunda maior autoridade do país. Na prática, porém, os poderes do chefe do Poder Executivo são limitados pelos clérigos e conservadores na estrutura375betpoder do Irã e pela autoridade do líder supremo.
Já as Forças Armadas iranianas se dividem375betduas: as regulares e a Guarda Revolucionária.
Essa segunda nasceu pouco depois da revolução375bet1979 para defender o sistema375betgoverno islâmico que o país acabara375betadotar. O seu papel, conforme a Constituição, é375betdefesa das fronteiras e manutenção da ordem interna para os outros militares. Subordinada ao líder supremo, possui cerca375bet150 mil membros ativos.
Como se deu a admissão375betculpa do Irã?
O Irã vinha negando acusações375betque teria sido responsável pela queda do avião, mas passou a ser alvo375betintensa pressão internacional por causa375betevidências divulgadas por autoridades375betinteligência ocidentais.
No sábado, a TV estatal divulgou um comunicado militar que afirmava que o avião voava muito perto375betum lugar sensível que pertence à Guarda Revolucionária do Irã e foi considerado, por engano, um míssil375betcruzeiro.
O general-brigadeiro, Amir Ali Hajizadeh, comandante aéreo da Guarda Revolucionária, assumiu total responsabilidade pelo caso. Segundo ele, um operador375betmíssil agiu sozinho375betmeio a rumores naquele momento375betque mísseis375betcruzeiro haviam sido disparados contra o Irã.
"Ele tinha 10 segundos para decidir. Ele poderia ter decidido atirar ou não, e sob aquelas circunstâncias ele tomou a decisão errada", afirmou Hajizadeh.
De acordo com o comandante, o militar que efetuou o disparo era "obrigado a fazer contato e obter a verificação (da suspeita), mas aparentemente seu sistema375betcomunicação teve problemas".
"Eu gostaria que eu estivesse morto", admitiu Hajizadeh.
Ele disse ter informado as autoridades sobre o que aconteceu na quarta-feira, o que deu força aos questionamentos e às críticas ao governo iraniano sobre por que negou acusações e demorou tanto para admitir responsabilidade.
No dia seguinte à queda do avião, o chefe da Organização375betAviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, chegou a dizer que era "cientificamente impossível que um míssil tenha atingido o avião ucraniano, e esses rumores não têm lógica".
O aiatolá Khamenei falou375betuma "prova375betfalha humana" no caso do disparo, e o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que o Irã estava "profundamente arrependido daquele erro desastroso".
O chanceler do país, Javad Zarif, pediu desculpas às famílias das vítimas, mas responsabilizou também os Estados Unidos. "Uma falha humana375bettempo375betcrise causada pela ação aventureira dos EUA levou ao desastre", afirmou.
Para Lyse Doucet, correspondente internacional chefe da BBC, a admissão375betculpa por parte do Irã representa uma desescalada das tensões com os Estados Unidos.
"O Irã decidiu que deveria assumir o desastre para evitar uma nova guerra verbal com o Ocidente ou despertar a fúria375betseu próprio povo, que pulam375betuma calamidade para outra", escreveu Doucet.
Como o Canadá e a Ucrânia reagiram até agora?
Dentre as 176 vítimas, havia cidadãos375betsete nacionalidades, entre eles 82 iranianos, 57 canadenses e 11 ucranianos.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disseram ter conversado neste sábado com o colega iraniano, Hassan Rouhani.
Trudeau afirmou que estava "indignado e furioso" e cobrou investigação ampla e transparente. "O Canadá não vai descansar enquanto nós não tivermos contas prestadas, justiça e conclusão que as famílias merecem. Eles estão feridos, irritados e375betluto, e querem respostas."
Ele classificou a queda do avião foi uma "tragédia nacional" — o país tem quase 210 mil descendentes375betiranianos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cobrou do Irã compensações e desculpas. Segundo o mandatário, Rouhani garantiu a ele que "todas as pessoas envolvidas nesse desastre aéreo serão levadas à Justiça".
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