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O que realmente mudou no mercadomelhores cassinos confiáveisdrogas no Uruguai após a legalização da maconha?:melhores cassinos confiáveis
Boa parte da erva prensada e importada ilegalmente do Paraguai, que costumava ser a única opçãomelhores cassinos confiáveisconsumo para os uruguaios, foi substituída por floresmelhores cassinos confiáveiscannabis ou plantas domésticasmelhores cassinos confiáveismelhor qualidade, que agora estão perfumando as ruasmelhores cassinos confiáveisMontevidéu.
Ao mesmo tempo, existem estudos que mostram um aumento no númeromelhores cassinos confiáveisusuáriosmelhores cassinos confiáveismaconha no Uruguai, onde ainda existe um lucrativo mercado ilegal da droga.
Além disso, a violência ligada ao narcotráfico atingiu níveis alarmantes no paísmelhores cassinos confiáveisapenas 3,4 milhõesmelhores cassinos confiáveishabitantes, que este ano registrou diferentes casosmelhores cassinos confiáveisenviomelhores cassinos confiáveisgrandes quantidadesmelhores cassinos confiáveiscocaína para a Europa.
"Custa muito mudar. Não será mágico", disse Mujicamelhores cassinos confiáveisconversa recente com a BBC Mundo sobre os resultados da lei.
Mas quanto mudou o mercadomelhores cassinos confiáveisdrogas no Uruguai após a lei que legalizou o comérciomelhores cassinos confiáveismaconha?
Um mercadomelhores cassinos confiáveis"produtores locais"
A legislação uruguaia permitiu tanto o cultivo privadomelhores cassinos confiáveiscannabis para uso recreativo quanto um sistema controlado pelo Estado para a produção e vendamelhores cassinos confiáveismaconhamelhores cassinos confiáveisfarmácias.
Há 38.771 pessoas registradas para comprar a ervamelhores cassinos confiáveisfarmácias,melhores cassinos confiáveisacordo com dados do Institutomelhores cassinos confiáveisRegulação e Controle da Cannabis (IRCAA) do governo atualizados neste mês.
As empresas autorizadas a cultivar maconha passarammelhores cassinos confiáveisduas para cincomelhores cassinos confiáveisoutubro, algo que o IRCAA definiu como "um aumento sustentado pelas pessoas registradas para acessar legalmente maconha para uso não medicinal" na redemelhores cassinos confiáveis17 farmácias autorizadas.
Além disso, 7.922 pessoas se registraram como cultivadoras domésticas (que podem ter até seis plantasmelhores cassinos confiáveismaconhamelhores cassinos confiáveiscasa) e há 145 clubesmelhores cassinos confiáveisassociados (que podem ter até 45 membros e 99 plantas cada).
No entanto, apenas ummelhores cassinos confiáveiscada três consumidores no Uruguai obteve maconha no mercado regulamentado no ano passado,melhores cassinos confiáveisacordo com um estudo oficial apresentado na quarta-feira (18).
Uma mudança importante ocorreu na origem da droga.
"Hoje, o principal fornecedor do mercadomelhores cassinos confiáveismaconha são os produtores locais, e não os traficantes", disse o sociólogo Marcos Baudean, professor da Universidade ORTmelhores cassinos confiáveisMontevidéu e membro do Monitor Cannabis, um projeto que avalia a regulamentação no âmbito da Universidade da República.
Mas ele alertou que a maioria desses produtores não possui um registro como o exigido por lei, o que significa que existe um fluxo ocultomelhores cassinos confiáveismaconha doméstica, além daquelamelhores cassinos confiáveismenor qualidade ilegalmente importada, consumida principalmente por pessoasmelhores cassinos confiáveisbaixa renda.
"Os cultivadoresmelhores cassinos confiáveisgeral plantam para si mesmos, podem crescer um pouco mais para vender, e grande parte deles compartilha seu produto com os outros. Foi isso que popularizou o consumomelhores cassinos confiáveisbuds (floresmelhores cassinos confiáveismaconha)", disse Baudean à BBC Mundo.
No centromelhores cassinos confiáveisMontevidéu,melhores cassinos confiáveisuma das lojas que surgiram na cidade para fornecer todos os tiposmelhores cassinos confiáveisprodutos para o cultivomelhores cassinos confiáveismaconha, o proprietário disse que muitos consumidores fogem do registro oficial por desconfiar do governo.
"O mercado ilegal tem mais acessibilidade, variedade" e existem "profissionais que preferem não se registrar", afirmou a mulher, que não quis ser identificada.
Os dados apresentados pelo governo mostram um aumento na prevalênciamelhores cassinos confiáveisuruguaios que consumiram maconha pelo menos uma vez no ano passado:melhores cassinos confiáveis9,3%melhores cassinos confiáveis2014 para 14,6%melhores cassinos confiáveis2018.
No entanto, Baudean afirmou que o volumemelhores cassinos confiáveiserva consumida cresce a uma taxa menor que o númeromelhores cassinos confiáveisconsumidores -melhores cassinos confiáveisum mercado totalmelhores cassinos confiáveiscercamelhores cassinos confiáveis40 toneladas ou US$ 45,5 milhões (R$ 185 milhões) por ano -, o que considerou positivo.
Ondasmelhores cassinos confiáveiscocaína e violência
A lei da maconha foi uma resposta do Uruguai aos crescentes desafios enfrentados pelo país com o narcotráfico, incluindo a violência associada ao consumomelhores cassinos confiáveisdrogas pesadas, como a pasta basemelhores cassinos confiáveiscocaína.
E os dados oficiais apresentados na quarta-feira (18) mostram uma queda nos delitos relacionados às drogas. Mas os problemas estão longemelhores cassinos confiáveisdesaparecer.
No mês passado, o país elegeu como seu futuro presidente o opositor Luis Lacalle, que descartou a revogação da lei da maconha.
Alguns analistas apontam que o atual presidente, Tabaré Vázquez, sucessormelhores cassinos confiáveisMujica, não teve determinação para reforçar a leimelhores cassinos confiáveisseus pontos fracos, criar programasmelhores cassinos confiáveisprevenção e fortalecer a segurança pública.
Embora o Uruguai se mantenha longe das taxasmelhores cassinos confiáveiscriminalidade registradas pelos países mais violentos da região, no ano passado houve um aumentomelhores cassinos confiáveis45,8% nos homicídiosmelhores cassinos confiáveisrelação a 2017, segundo dados oficiais.
A taxamelhores cassinos confiáveishomicídios no país, que há duas décadas era comparável à da Europa, subiu pela primeira vez para dois dígitos: 11,8 a cada 100 mil habitantes.
Trêsmelhores cassinos confiáveiscada cinco assassinatos cometidos no Uruguaimelhores cassinos confiáveis2018 foram casosmelhores cassinos confiáveis"conflito criminal", afirmou o governo. Muitos associam isso diretamente ao tráfico.
"O conflito entre os gruposmelhores cassinos confiáveistraficantes no nível doméstico piorou. Mas isso não se deve à regulamentação da maconha: eles continuam disputando territóriosmelhores cassinos confiáveisdrogas ilegais, como a cocaína e a pasta base", disse Baudean.
"Foi um exagero acreditar que, com a legalização da maconha, os problemas com o tráficomelhores cassinos confiáveisdrogas terminariam", afirmou.
Os dados do Monitor Cannabis indicam que a porcentagemmelhores cassinos confiáveisuruguaios que afirmam ter usado cocaína também cresceumelhores cassinos confiáveisum períodomelhores cassinos confiáveisboom econômico: passoumelhores cassinos confiáveis0,2%melhores cassinos confiáveis2001 para 2,9%melhores cassinos confiáveis2017.
Neste semestre, o Uruguai foi abalado pelas notíciasmelhores cassinos confiáveisapreensõesmelhores cassinos confiáveisgrandes carregamentosmelhores cassinos confiáveiscocaína na Europa que haviam partidomelhores cassinos confiáveisseu território, embora o país não seja produtor da droga.
Em julho, descobriu-se que um avião com 600 quilosmelhores cassinos confiáveiscocaína chegou à França a partir do Uruguai e, no mês seguinte, foi relatada a descobertamelhores cassinos confiáveisHamburgomelhores cassinos confiáveisum contêiner enviadomelhores cassinos confiáveisMontevidéu com 4.500 kgmelhores cassinos confiáveiscocaína.
Os especialistas avaliaram então que os traficantes escolheram o Uruguai para suas rotas internacionais porque eles têm controles menos rigorosos do que outros países da região.
E alguns até sugeriram que o país havia se tornado um novo centromelhores cassinos confiáveisinteresse para o tráfico internacionalmelhores cassinos confiáveisdrogas.
No entanto, Chloé Carpentier, chefe da seçãomelhores cassinos confiáveispesquisas sobre drogas do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (Unodc, na siglamelhores cassinos confiáveisinglês), disse que era "muito cedo" para estabelecer se o Uruguai é partemelhores cassinos confiáveisuma nova tendência.
Ele observou que, a nível global, existem mudanças nas organizações do tráfico, menos integradas do que antes, e um aumento considerável na produçãomelhores cassinos confiáveiscocaína a ser distribuída no mundo por rotas que "mudam o tempo todo".
"O mercado (global) estámelhores cassinos confiáveisexpansão", disse Carpentier à BBC Mundo.
No mês passado, outro grande carregamentomelhores cassinos confiáveiscocaína foi apreendido pelas autoridades no portomelhores cassinos confiáveisMontevidéu: maismelhores cassinos confiáveis3 toneladasmelhores cassinos confiáveisum contêiner vindo do Paraguai e com destino final no Benin.
Mujica disse que "a cocaína da mais alta pureza é fabricadamelhores cassinos confiáveistodos os lugares, consumida por europeus, americanos e por quem tem alto podermelhores cassinos confiáveiscompra" e um problema derivado disso é a pasta base que chega ao Uruguai como resíduo para consumo.
"Estamos inundados por essa porcaria, que não tem nada a ver com maconha. Mas a pasta base está nos causando uma bagunça que acho que temos que enfrentarmelhores cassinos confiáveisalguma forma", disse ele.
Embora ele tenha admitido que a lei da maconha ainda precisa alcançar seus objetivos, afirmou que ela deveria ser mantida como "uma alternativa a uma droga leve para evitar as outras".
"A política repressivamelhores cassinos confiáveisdrogas é um fracasso e isso tem que ser como definiam os vietnamitas: uma batalhamelhores cassinos confiáveistodo o povo. E se não nos mexermos, dormimos", disse ele, uma expressão que coloquialmentemelhores cassinos confiáveisseu país significa ter um final ruim.
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