Por que grupobet 22Mujica corre riscobet 22perder o poder no Uruguai, após 15 anos:bet 22
Tabaré,bet 2279 anos, Mujica,bet 2284 anos, e o ministro da Economia Danilo Astori,bet 2279 anos, são apontados, dentro e fora da Frente Ampla, como o "triunvirato" e os "pilares" da coalizão que chegou à Presidênciabet 222004.
A Frente Ampla marcou a chegada da esquerda na Presidência, como fato inédito na história uruguaia. Até 2004, quando Tabaré foi eleito para seu primeiro mandato presidencial, os partidos Nacional (conhecido como "Blanco") e Colorado, que surgiram no século 19, se alternavam na Presidência. Tabaré governou o país até 2010, quando passou a faixa para Mujica que depois,bet 222015, a passoubet 22volta para Tabaré.
Fatoresbet 22insatisfação
Segundo analistas e políticos entrevistados pela BBC News Brasil, pelo menos três fatores justificariam a insatisfação do eleitorado uruguaio: a desaceleração da economia (a estimativa do Fundo Monetário Internacional ébet 22que a economia do país cresça só 0,4% neste ano), afetada pelo mau desempenho das economias do Brasil e da Argentina, a preocupação com a segurança pública e o desgaste pelo longo período no poder.
"A economia não vai bem, e já são 15 anosbet 22gestão. É muito tempo. Precisamos dar uma guinada para que o Uruguai volte a crescer e a ampliar seu comércio internacional", disse o ex-chanceler e opositor Sergio Abreu, que apoia Lacalle Pou.
A economia uruguaia registrou crescimento econômico durante os últimos 15 anos seguidos. Mas neste ano registra "estancamento", resultado influenciado pela queda nos preços das commodities que também afeta os outros países da região, explicam especialistas. O aumento na taxabet 22desemprego, que agora estábet 22torno dos 10%, é outro motivobet 22insatisfação dos eleitores,bet 22acordo com analistas.
"A economia também afetou o voto, principalmente do interior do país. Neste ano, há reduçãobet 22investimentos, aumento no desemprego e desaceleração do mercado interno", disse Gerardo Caetano, professorbet 22Ciências Políticas da Universidade da República,bet 22Montevidéu.
"A oposição deverá ganhar forte no interior do país, onde a preocupação com a segurança, influenciada também pela questão econômica, tem muito peso para o eleitorado. Ficou a imagembet 22que a Frente Ampla não combateu a insegurança", agregou.
Os homicídios aumentaram 45% no Uruguai no ano passado, e cresceram também os roubos com violência (53%) e os sem violência (23%), segundo o Ministério do Interior. Apesarbet 22esses índices pemanecerembet 22patamares bem inferiores ao restante da América Latina, analistas e moradores ouvidos recentemente pela BBC News Mundo (serviçobet 22espanhol da BBC) apontam que os aumentos impactam a qualidadebet 22vida da população e elevam a sensaçãobet 22insegurança geral.
Em menor medida, outro tema que pode ter contribuído para influenciar o eleitorado foi a saída do ex-vice-presidentebet 22Tabaré, Raúl Sedic, acusadobet 22usar o cartão corporativo quando era presidente da petrolífera estatal Ancap. Ele foi substituído na vice-Presidência pela esposa do ex-presidente Mujica, a senadora Lucía Topolansky.
'Oposição unida contra a maior força política do país'
A disputa entre Lacalle Pou,bet 2246 anos, e Martínez,bet 2262 anos, mostra dois rostos do Uruguai. Ex-deputado e ex-senador, Lacalle Pou, que perdeu para Tabaré na disputa presidencialbet 222014, recebeu 28,6% dos votos no primeiro turno desta eleição,bet 22outubro. Martínez,bet 2262 anos, que foi prefeitobet 22Montevidéu, contou com 39,2% do apoio popular.
O opositor, que é advogado, é definido como "o rosto jovem da direita", e Martínez, engenheiro, é chamadobet 22"gestor" por seus aliados.
"Chegabet 22governantes que não assumem seus erros. Nós vamos encarar os problemas dos uruguaios, como a segurança pública. Somos cinco partidos e vamos cumprir o que estamos prometendo", disse Lacalle Pou, no discursobet 22encerramentobet 22campanha.
Martínez, porbet 22vez, disse que a coalizão opositora foi formada "apenas para combater uma coalizão estável" e quebet 22casobet 22vitória, os opositores buscarão reduzir o gasto público e o tamanho do Estado. "Sabem como isso pode terminar? Como na Argentina, como no Brasil, como o que está acontecendo na nossa sofrida América Latina", disse Martínez.
Para tentar vencer o candidatobet 22Mujica ebet 22Tabaré, Lacalle Pou conta com o respaldo dos partidosbet 22centro-direita ebet 22extrema direita do país. Entre esses partidos está o novato Cabildo Aberto,bet 22extrema direita, fundado neste ano e liderado pelo ex-comandante do Exército do governo Tabaré, general da reserva Guido Manini Ríos.
"É toda a oposição unida contra a maior força política do país: os partidos tradicionais, Blanco e Colorado, e o Cabildo Aberto, que recebeu 11% no primeiro turno e reuniu a extrema direita que antes estava dispersa", disse Caetano. Ele observou que, sem o respaldo da extrema direita, Lacalle Pou não teria chancesbet 22vitória.
"Agendabet 22direitos"
A dúvida entre os que integram a Frente Ampla é se,bet 22casobet 22derrota, a oposição buscará anular ou modificar as medidas implementadas por Tabaré e por Mujica chamadasbet 22"agendabet 22direitos": o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a legalização da maconha, a lei trans, as regras que fortaleceram os sindicatos e que multiplicaram,bet 22cercabet 22quatro vezes, o totalbet 22sindicalizados no país, além da leibet 22saúde, que é um sistema misto entre os setores público e privado, que estabelece o acesso à saúde a todos os uruguaios.
"Estando no governo ou na oposição, nós vamos lutar para que a agendabet 22direitos seja mantida", disse o parlamentar governista. O general Manini Ríos disse que "não concorda com a ideologiabet 22gênero que tentam impor no nosso país". Mas Lacalle Pou disse, porbet 22vez, que não derrubaria tais medidas.
Caso Lacalle Pou vença, disse Caetano, a dúvida é saber como o político, quebet 22campanha adotou um discursobet 22"mais ao centro", administrará a coalizão ao lado da extrema direita — a qual "claramente" não é simpática à "agendabet 22direitos".
No primeiro turno da eleição presidencial, a Frente Ampla perdeu a maioria que tinha no Congresso, o que tornaria mais difícilbet 22pauta no Legislativo. Caetano observou que além dos sindicatos, nestes 15 anos, os movimentos sociais, incluindo os feministas, passaram a ser "muito poderosos" no Uruguai.
Martínez tem defendido que, caso a oposição vença, o Uruguai "pode sofrer um retrocesso" tanto no âmbito econômico como social. Suas afirmações foram elogiadas por seus aliados e criticadas pela oposição, que chamou-asbet 22"discurso do medo".
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