O lugar paradisíaco que tenta acabar com uma das epidemiasaposta esportheroína mais graves do mundo:aposta esport

Palmeira nas Seychelles

Crédito, Getty Images

Per capita, as Seychelles sofrem com a maior taxaaposta esportabusoaposta esportheroína do mundo.

Jed Lesperance tinha 20 anos quando começou a usar drogas. Ele tem 34 anos agora.

"Comecei a fumar maconha com meus amigosaposta esportvezaposta esportquando. No começo, foi divertido", disse ele.

"Mas, com o tempo, passei a usar heroína e ela começou a tomar conta da minha vida. Eu estava fumando heroína duas a três vezes por dia, até roubando da minha avó para pagar pelo meu hábito. Dentroaposta esportalgumas semanas, eu me tornei viciado". disse.

A heroína faz uma longa jornada pela Ásia Central, especialmente saindo do Afeganistão, antesaposta esportser contrabandeada para as ilhas pelo leste da África.

Composto por 115 ilhas, o arquipélago das Seychelles tem muitos pontosaposta esportfronteira, algo difícilaposta esportmonitorar.

Clínicas matinaisaposta esportmetadona

Mas,aposta esportvezaposta esporttentar fazer uma "guerra às drogas", que criminalizaria a grande proporçãoaposta esportusuáriosaposta esportheroína nas Seychelles, o chefe da agência antidrogas introduziu uma políticaaposta esportdrogas no estilo português — considerando a dependênciaaposta esportdrogas como uma doença crônica tratável.

Usuáriaaposta esportheroína

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Legenda da foto, A dependência é considerada uma doença crônica nas Seychelles

"A Agência para a Prevenção do Abuso e Reabilitaçãoaposta esportDrogas foi criadaaposta esportagostoaposta esport2017 e introduzimos o Programaaposta esportManutenção com metadonaaposta esportmaioaposta esport2018", disse Patrick Herminie à BBC.

Os usuáriosaposta esportheroína têm duas opções: aderir ao programa mais intenso — que inclui um períodoaposta esporttratamento hospitalaraposta esportque eles devem se comprometer com a desintoxicação —, ou ao programa que se concentra na reduçãoaposta esportdanos.

Os indivíduos têm acesso a apoio médico e psicossocial nos dois programas.

"Atualmente, temos maisaposta esport2.000 pessoas registradasaposta esportumaposta esportnossos programas e 68% delas estão empregadas", disse Herminie.

Lesperance é uma daquelas pessoas que se beneficiaram com a adesão a um programaaposta esportreabilitação criado pela agência.

Todas as manhãs, ele visita uma das clínicasaposta esportmetadona móveis do país — vans brancas que são administradas por agentesaposta esportsaúde e enfermeiras qualificadas para dar a dose corretaaposta esportmetadona aos dependentesaposta esportrecuperação.

Jed Lesperance tomando remédio
Legenda da foto, Jed Lesperance toma metadona e está longe da heroína há três meses

Dezenasaposta esportpessoas fazem fila diante das janelas abertas da van branca, prontas para mostraraposta esportidentidade. Seu nome, a data e a hora são registradosaposta esportuma planilha e, após o recebimento das informações, a dose corretaaposta esportmetadona é distribuída a eles.

Lesperance, que está limpo há três meses, agora trabalha como confeiteiroaposta esportum hotel cinco estrelasaposta esportMahe, a maior ilha das Seychelles.

"Desde que encontrei trabalho, tenho muito mais estabilidade e isso me incentivou a continuar no programa. Eu também pude dar parte do dinheiro que ganhoaposta esportvolta à minha avó, o que tornou nosso relacionamento muito melhor", disse ele.

Michelle Sabury, que ajuda a recrutar viciadosaposta esportdrogas para programasaposta esportreabilitação, concorda que "ele virou uma pessoa completamente diferente".

"Quando ele chegou, ele estava abaixo do peso e tinha muito pouca esperança. Agora, ele parece muito mais saudável e pode ir trabalhar todos os dias. Estamos orgulhosos do que ele conseguiu", disse ela à BBC.

Após receber a metadona, muitos dos participantes do programa ficam para conversar com seus colegas ou com um assistente social antesaposta esportirem para o trabalho ou voltarem para casa.

Alguns até levam os familiares, ilustrando como o estigma associado ao tratamento nas Seychelles está se desintegrando lentamente.

'Meu namorado era traficante'

Uma das assistentes sociais, Levina Mosses, é uma dependenteaposta esportheroína recuperada que agora vem oferecer apoio a outros que desejam deixar a droga.

"Comecei a me aproximar da heroína aos 17 anos. Meu namorado era traficante na época, então nunca tiveaposta esportpagar por drogas. Mas depoisaposta esportanosaposta esportabusoaposta esportheroína, eu disse 'chega'. Minha única opção era ficar limpa."

Mosses deixou o namorado, também paiaposta esportseus filhos, há 11 anos — e está limpa desde então.

Barcos nas Seychelles

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A economia da ex-colônia britânica depende muito da indústria pesqueira e do turismoaposta esportluxo

"Eu acho que é importante obter apoioaposta esportpessoas que estiveramaposta esportsituações semelhantes, para que possam ver como é sair do outro lado. A epidemiaaposta esportheroína afetou tantas pessoas no meu país, é justo ser aberto e honesto sobre os problemas que estamos enfrentando", disse ela.

Após o lançamento dos programasaposta esportreabilitação, o preço da heroína nas Seychelles caiu.

"Uma doseaposta esportheroína —aposta esporttornoaposta esport0,1 g — costumava custar cercaaposta esport1.000 rúpias (cercaaposta esportR$ 300), mas agora pode ser comprada por cercaaposta esport30 rúpias", disse o chefe da agência antidrogas.

"O principal objetivo é minar todo o trabalho que realizamos na reabilitação da população e fazer com que as pessoas voltem a usar, mas estamos determinados a continuar a luta", afirmou.

No entanto, há outra ameaça crescente nas Seychelles, já que a popularidade das drogas sintéticas está aumentando.

"Ainda não temos números oficiais, mas ouvimos dizer que os traficantes estão começando a colocar as mãosaposta esportnovos medicamentos, medicamentos que não podemos tratar com a metadona", disse Herminie.

"Mas esperamos que a agência seja capazaposta esportse adaptar rapidamente e enfrentar novas ameaças que surjamaposta esportnosso caminho."

Línea

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