A freira que acompanha até à forca os presos condenados à morte:esporte365

A freira esteve ao ladoesporte365sua ex-aluna até o final,esporte36525esporte365novembroesporte3651988 — dia da execuçãoesporte365Tan. Emesporte365última manhã, Tan usava um vestido azul com uma faixa e sapatos combinando. "Ela estava muito calma", lembra Gerard.

As duas mulheres deram as mãos na caminhada até à forca. A irmã cantou a canção cristã How Great Thou Art, a favoritaesporte365Tan, quando estava entrava na câmara fechada. "Eu a ouvi subir a escadaesporte365espiral e a alavanca ser puxada. A porta do alçapão se abriu. Foi quando soube que Catherine se fora", diz Gerard.

Tan foi um dos 18 detentos condenados à morte que receberam o acompanhamentoesporte365Gerard Fernandez no complexoesporte365segurança máxima localizado no nordesteesporte365Cingapura, que abriga os presos da cidade-Estado que tenham cometido os atos mais graves.

"Uma sentençaesporte365morte não é algo que se aceita prontamente. Leva tempo, e naturalmente envolve muita dor. Os presos no corredor da morte precisamesporte365muito apoio mental, emocional e espiritual", diz a freira.

A irmã Gerard continuou seu trabalho com os prisioneiros pelos 40 anos seguintes, motivada por o que ela acredita seresporte365missão. "Queria ajudá-los a entender que, com o perdão, eles seriam capazesesporte365ir para um lugar melhor. Toda pessoa vale mais do que o pior que já fez. Independentemente dos pecados cometidos, todo mundo merece uma morte digna."

'Quando encontrar Deus, vou contar tudo sobre você'

Anos depois, outro condenado se aproximouesporte365Gerard depoisesporte365vê-la emesporte365cela. "Ele disse que minha presença lhe trouxe conforto", lembra ela. O detento pediu para vê-la um dia antesesporte365ser enforcado. A freira se lembraesporte365suas últimas palavras: "Vou encontrar Deusesporte365manhã e, quando o fizer, contarei a Ele tudo sobre você".

A irmã Gerard considera "o maior privilégio" andar com os presos no corredor da morte. "Alguém compartilhar suas mais profundas tristezas e me permitir entraresporte365seu coração durante seus momentos finais é amor e confiança no mais alto nível", diz ela.

O Serviço Penitenciárioesporte365Cingapura, que administra 14 prisões e centrosesporte365reabilitaçãoesporte365drogas, disse que o apoio oferecido pela irmã é "essencial para a reabilitação e reintegração dos reclusos".

"A irmã serviu como voluntária [conosco] por 40 anos. Sua dedicação, paixão e sacrifício continuam a inspirar todos nós, assim como muitos outros que dedicam seu tempo e esforço para apoiar os internos e suas famílias", disse um porta-voz do órgão à BBC

Para muitos, as perspectivas teriam sido muito diferentes sem a irmã Gerard. Falando sob condiçãoesporte365anonimato, a mãeesporte365um traficanteesporte365drogas afirma que a freira foi uma influência positiva na vidaesporte365seu filho, já falecido.

"A irmã Gerard nunca o julgou ou desistiu dele", diz ela, que viu uma grande mudança na atitude do filho. "Sua raiva e ressentimento se transformaramesporte365aceitação e resignação." A mãe acrescenta: "Ela era muito gentil e também estava lá quando eu não sabia o que fazer ou como me sentir".

A penaesporte365morte continua sendo um tópico polêmicoesporte365Cingapura. A rica cidade-Estado do Sudeste Asiático orgulha-seesporte365sua reputação como um lugar seguro e com baixa taxaesporte365criminalidade.

Em 2012, o governo aprovou mudançasesporte365suas leisesporte365penaesporte365morte, tornando-as ligeiramente menos severas. Mas estatísticas oficiais mostram que 13 pessoas foram executadasesporte3652018 — o número mais alto nos últimos anos.

"Existe um grande apoio público à penaesporte365morte por ser visto como algo que previne crimes", disse o cingapuriano Kirsten Han, cofundador do grupo We Believe in Second Chances (Nós acreditamosesporte365segundas chances,esporte365tradução livre), que faz campanhas por prisioneiros no corredor da morte.

"Mas há um condicionamento que leva os cingapurianos a apoiar leis tão rígidas, mas pouquíssimo debate, e poucas informações chegam ao públicoesporte365geral."

A organização sem fins lucrativos Human Rights Watch condena a penaesporte365morte. "É inerentemente cruel e flagrantemente viola as normas internacionaisesporte365direitos humanos", disse o vice-diretor da organização na Ásia, Phil Robertson. "Não há justificativa aceitável para um governo matar alguém."

A própria irmã Gerard Fernandez se opõe à penaesporte365morte. "Toda vida é preciosa. Respeito nossas leis, mas espero ver a penaesporte365morte abolida um dia."

BBC 100 Women

O BBC 100 Women divulga todos os anos uma listaesporte365cem mulheres inspiradoras e influentesesporte365todo o mundo.

Neste ano, o mote da nomeação foi: Como seria o futuro se ele fosse comandado por mulheres?

De uma arquiteta que está planejando reconstruir a Síria à gerenteesporte365um projeto da Nasa para explorar Marte, muitas das mulheres incluídas na lista estão testando os limitesesporte365seus camposesporte365atuação.

Outras, como uma política "fantasma" que desafia a máfia e jogadorasesporte365futebol combatendo a misoginia, estão usando suas experiênciasesporte365vida extraordinárias para abrir o caminho para outras e outros.

Duas brasileiras estão entre as eleitas deste ano: a filósofa Djamila Ribeiro e a deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP).

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