A floresta submersa que pode ajudar a reconstruir catedralcodigo do betanoNotre-Dame:codigo do betano
A Kete Krachi submeteucodigo do betanoproposta ao governo francês, argumentando que a madeira do lago Volta ajudará a restaurar a Notre-Dame para suas condições originais.
Enquanto alguns especialistas consideram a ideia uma "solução genial", outros advertem que a remoção da madeira pode ter consequências desastrosas para o ecossistema.
Estima-se que 1,3 mil árvores, a maioria delas carvalhos, tenham sido abatidas ainda no século 12 para construir as simbólicas estruturas e torres da catedral. Isso equivale a um desmatamentocodigo do betano52 acres, ou 26 camposcodigo do betanofutebol.
Segundo Bertrandcodigo do betanoFeydeau, vice-presidente do grupocodigo do betanopreservação Fondation du Patrimoine, a França não tem mais gigantes carvalhos disponíveis, com o mesmo tamanho e maturidade das árvores usadas para erguer a Notre-Dame.
Francis Kalitsi, presidente e cofundador da Kete Krachi, concorda. "Não achamos que eles consigam carvalho naquele volume para construir catedrais", disse.
"Ao mesmo tempo, embaixo do lago, temos madeirascodigo do betanolei tipicamente africanas, que são similares a carvalhos -codigo do betanodensidade pode variar entre 650kg e 900kg por metro cúbico. São madeiras estruturais que podem ser úteis na construção."
A Kete Krachi já explora a madeira submersa, usando maquinário operado à distância, guiado por vídeo, sonar e GPS. A maioria da madeira é exportada à Europa; outra parte vai para África do Sul, Ásia e Oriente Médio.
A empresa afirma que, se for contratada, pode vender o equivalente a US$ 50 milhões ao governo francês. Sua proposta já foi recebida pelo Ministério da Cultura.
Jérémie Patrier-Leitus, do ministério, disse à BBC que o governo francês ainda não sabe se a estrutura da Notre-Dame será reconstruídacodigo do betanomadeira. "Estamoscodigo do betanoprocessocodigo do betanodar segurança ao monumento e daí vamos reconstruir a abóbada e a torre. A reconstrução começará só quando a estrutura estiver estabilizada e preservada. Vamos analisar diferentes generosas ofertas quando tivermos conformado o material a ser usado na reconstrução."
Carvalho pantanoso: madeira mais durável
Cathy Oakes, especialistacodigo do betanoarquitetura medieval inglesa e francesa pela Universidadecodigo do betanoOxford, afirmou que a a madeira do lago Volta pode ser similar a "carvalho pantanoso", amplamente usadocodigo do betanoconstruções e móveis medievais, embora não especificamente na Notre-Dame original.
"Carvalho pantanoso foi, da mesma forma, exposto à água por longos períodos, então é mais forte e durável", disse ela, pouco antescodigo do betanofalecer, no meio deste ano.
A ausênciacodigo do betanooxigênio e as condições ácidascodigo do betanopântanos e leitoscodigo do betanorios preservam os troncos das árvores da decomposição. A madeira, então, começa a virar fóssil, o que a torna bastante mais forte.
Andrew Waugh, diretor da Waugh Thistleton Architects, empresacodigo do betanopráticas sustentáveis na arquitetura, considerou "genial" a ideiacodigo do betanousar os troncos no lago Volta.
"Parece uma ótima formacodigo do betanosolucionar um problema e ajudar uma economia mais pobre (em referência àcodigo do betanoGana)", disse.
A iroko, madeira submersa, é, nas palavras dele, "incrivelmente durável, dura e estável. A não ser que haja questões relacionadas acodigo do betanodecomposição quando for tirada da água, imagina-se que seja uma ótima madeira para se trabalhar".
Mas e o meio ambiente?
No entanto, crescem as preocupações quanto a um possível impacto negativocodigo do betanoecossistemas locais da exploração do material do Volta.
Um estudo do Environmental Health Perspectives afirma que a retirada das árvores do leito do lago pode poluir a água com sedimentos, bloqueando assim a luz que os organismos do lago usam para sobreviver.
As árvores também servemcodigo do betanohabitat para peixes e outros animais marinhos. Sua remoção pode desestabilizar a ecologia do lago, afetando a indústria pesqueiracodigo do betanoGana - da qual dependem 300 mil famílias.
Stephen Anani, gerentecodigo do betanoprojetos na ONG local Friends of the Nation, disse à BBC que a retiradacodigo do betanoárvores já levou a um "drástico declínio" no númerocodigo do betanopeixes do Volta, porque esses animais costumam se reproduzir ao redorcodigo do betanopedaços da madeira.
"Isso está destruindo o habitat onde os peixes depositam seus ovos", afirmou. "Parte dos peixes está sob risco. Se você conversar com os pescadores do lago, vai ver que eles reclamam com amargura."
Também há questionamentos quanto à pegadacodigo do betanocarbono associada à extração da madeira e ao seu transportecodigo do betanoGana à França.
Segundo um estudo da Organização Marítima Internacional, o transporte marítimo emite 940 milhõescodigo do betanotoneladascodigo do betanodióxidocodigo do betanocarbono a cada ano e responde por 2,5% das emissões globaiscodigo do betanogases do efeito estufa.
Para John Recha, cientista climático do Consultative Group on International Agricultural Research, na Nigéria, a remoção da madeira e seu transporte deixariam uma pegada "significativa".
"Um navio tipicamente usa muito combustível", afirmou à BBC. "O maquinário usado nos mares, oceanos e lagos também costuma ser mais complexo e requer mais combustíveis fósseis, que emitem carbono na atmosfera."
A Kete Krachi afirmou, porcodigo do betanovez, que as emissões relacionadas à remoção das árvores do lago são "muito menores" do que as emissões da extraçãocodigo do betanoárvorescodigo do betanoterra.
"O grosso do consumocodigo do betanocombustível da derrubadacodigo do betanoárvores está no transporte dos troncos - e o transporte aquático é muito mais eficiente do que o terrestre", argumentou Kalitsi.
Tristan Smith, especialistacodigo do betanoenergia e transporte do Institutocodigo do betanoEnergia da Universidade College London, concorda que o transporte aquático é normalmente considerado o modelo mais eficientecodigo do betanotransporte no que diz respeito a emissões.
Mas ele adverte que a poluição desse transporte não tem sido tão fortemente regulamentada quanto àcodigo do betanooutras indústrias, então o planocodigo do betanomandar a madeira por navios pode não ser tão ambientalmente correto quanto parece à primeira vista.
"Dependendo das especificidades das rotas e dos navios, as emissõescodigo do betanogases do efeito estufa da viagem marítima pode sercodigo do betanomagnitude similar à do transportecodigo do betanocaminhões usado nas duas pontas da viagem", explica Smith.
Kete Krachi afirma que planeja despacharcodigo do betanomadeiracodigo do betanonavios com rotas pré-estabelecidas à França, então a emissão agregada disso seria "insignificante".
A empresa argumenta ainda que seu potencial envolvimento na reconstrução da Notre-Dame pode não apenas beneficiar a economiacodigo do betanoGana, como ter um impacto simbólico maior.
"Significaria que nós poderíamos ter um papelcodigo do betanouma façanha arquitetônica o que é um presente não apenas à França, mas ao mundo", diz Kalitsi.
Uma frase dita por Cathy Oakes vai na mesma direção. "É ótimo pensar que o mundo está sendo convidado a contribuir para a reconstrução dessa edificação", afirmou ela.
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