O massacreaposta de esportecivis e crianças na guerra da Síria que foi ignorado pelo resto do mundo:aposta de esporte

Membros da defesa síria, conhecidos como capacetes brancos, retiram uma criança ferida debaixoaposta de esporteescombros depoisaposta de esporteum ataque russo na provínciaaposta de esporteIdlibaposta de esportejulhoaposta de esporte2019

Crédito, AFP

Legenda da foto, A Síria e a Russia miraramaposta de esporteáreas civis na regiãoaposta de esporteIdlib, deixando maisaposta de esportecem mortos

aposta de esporte Maisaposta de esportecem pessoas, incluindo 26 crianças, morreramaposta de esporteataques aéreos feitosaposta de esportehospitais, escolas, mercados eaposta de esporteuma padaria no nordeste da Síria nos últimos 10 dias, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

A chefeaposta de esporteDireitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, diz que os ataques foram feitos pelo governo sírio e seus aliados nas áreas controladas pela oposição.

Mas os ataques foram recebidos com "aparente indiferença internacional", afirmou Bachelet, que criticou a "falhaaposta de esporteliderança nas nações mais poderosas do mundo".

A Síria e a Rússia, que éaposta de esportealiada, negaram ter miradoaposta de esportecivis durante os ataques aéreos na regiãoaposta de esporteIdlib.

O númeroaposta de esportemortos crescenteaposta de esporteIdlib tem sido recebido com um "daraposta de esporteombros coletivos", e o conflito ficou fora do radar internacional, disse ela, enquanto o Conselhoaposta de esporteSegurança da ONU está paralisado.

Segundo ela, é muito improvável que os ataques a civis tenham sido acidentais, e os países responsáveis podem ser julgados por crimesaposta de esporteguerra.

"Ataques intencionais a civis são crimesaposta de esporteguerra, e aqueles que os ordenadram ou os executaram são criminalmente responsáveis por seus atos", disse Bachelet.

Membros da defesa síria, conhecidos como capacetes brancos, retiram feridosaposta de esporteescombros depoisaposta de esporteum ataque russo na provínciaaposta de esporteIdlibaposta de esportejulhoaposta de esporte2019

Crédito, AFP

Legenda da foto, Hospitais e escolas estão entre os locais onde civis foram mortos na guerra síria

O que está acontecendo na Síria?

A provínciaaposta de esporteIdlib, junto às provínciasaposta de esporteHama e Aleppo, é uma das últimas áreas controladas pela oposição na Síria depoisaposta de esporteoito anosaposta de esporteguerra civil.

A área está protegidaaposta de esportetese por uma trégua negociadaaposta de esportesetembro entre a Rússia, aliada do governo sírio, e a Turquia, que apoia a oposição. A trégua deveria proteger os maisaposta de esporte2,7 milhõesaposta de esportecivis que vivem na regiãoaposta de esporteuma grande ofensiva das forças do governo.

Na semana passada, a ONU disse que maisaposta de esporte350 civis foram mortos e 330 mil foram forçados a deixar suas casas desde que o conflito se acirrouaposta de esporte29aposta de esporteabril.

Mas o número agora foi revisado, com o acréscimoaposta de esporte103 mortes somente nos últimos 10 dias. O númeroaposta de esporterefugiados subiu para 400 mil.

O governo – com apoio da força aérea russa – disse que o aumento nos ataques se deve a repetidas violações da trégua por jihadistas ligados à al-Qaeda que estariam na área dominada pela oposição.

guerra síria

Crédito, AFP

Legenda da foto, Governo sírio diz que jihadistas ligados à al-Qaeda estão quebrando a trégua negociada com as forças oficiais

No entanto, as Forças Democráticas Sírias (FDS), que são apoiadas pelos Estados Unidos, disseramaposta de esportemarço ter derrotado os jihadistas e dado fim ao grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI).

No início desta semana, a Rússia negou que tenha feito ataques aéreosaposta de esportemercados e áreas residenciais que deixaram pelo menos 31 civis mortos.

Como a guerra da Síria começou?

Antes do conflito começar, muitos sírios estavam insatisfeitos com os altos índicesaposta de esportedesemprego, a corrupção e a faltaaposta de esporteliberdade política sob o presidente Bashar al-Assad.

Em marçoaposta de esporte2011, protestos pró-democracia começaram ao sul da cidadeaposta de esporteDeraa, inspirados por revoltas populares pró-democraciaaposta de esportepaíses vizinhos – o que ficou conhecido como "Primavera Árabe".

Quando as forçasaposta de esportesegurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Protestos pedindo a renúncia do presidente começaram no país todo.

Cidade síria destruída pela guerra

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A guerra civil na Síria se estende há 8 anos

A revolta se intensificou, assim como a resposta do governo. Apoiadores da oposição se armaram – primeiro para se defender, depois para expulsar as forçasaposta de esportesegurança das áreas onde viviam. Assad então disse que iria acabar com o que chamouaposta de esporte"terrorismo apoiado por estrangeiros".

A violência aumentou rapidamente, dando início a uma guerra civil.

Grupos rebeldes se reuniramaposta de esportecentenasaposta de esportebrigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.

Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.

O conflito já havia, então, se transformadoaposta de esportemais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornosaposta de esporteguerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.

Isso arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.

Quem está lutando contra quem?

A rebelião armada evoluiu significativamente desde suas origens.

Há membros da oposição moderada secular lutando contra as forçasaposta de esporteAssad. O Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria, faz parte da oposição.

Mulheraposta de esporteconflito na Síria

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os EUA dizem que derrota definitiva do EIaposta de esportetoda a região não está garantida e que grupo exige 'vigilância constante'

Mas há também uma grande quantidadeaposta de esporteradicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico (EI) e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda. Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.

Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxoaposta de esportearmas por medoaposta de esporteque acabem indo parar nas mãosaposta de esportegrupos jihadistas.

Em março, as Forças Democráticas Sírias (FDS), que são apoiadas pelos Estados Unidos, disseram ter derrotado o EI.

"As Forças Democráticas Sírias declaram a total eliminação do chamado califado e a total derrota territorial do EI", disse Mustafa Bali, porta-voz da FDS, pelo Twitter. "Neste dia único, celebramos os milharesaposta de esportemártires que tornaram essa vitória possível."

Em seu auge, o EI controlou uma áreaaposta de esporte88 mil km² no norte da Síria e do Iraque, governou quase 8 milhõesaposta de esportepessoas, ganhou bilhõesaposta de esportedólares com a exploraçãoaposta de esportepetróleo, extorsões, roubos e sequestros, e usou seu território como base para ataquesaposta de esporteoutros países.

A aliançaaposta de esporteforças representada pela FDS, lideradas pelos curdos, começouaposta de esporteofensiva final contra o EI no inícioaposta de esportemarço, contra militantes que estavam encurralados no vilarejoaposta de esporteBaghuz, no leste sírio.

Qual é o impacto da guerra?

Alémaposta de esportecausar centenasaposta de esportemilharesaposta de esportemortes, a guerra incapacitou 1,5 milhõesaposta de esportepessoas, entre ela 86 mil que perderam membros do corpo.

Ao menos 6,1 milhõesaposta de esportesírios tiveramaposta de esportedeixar suas casas para buscar abrigoaposta de esportealguma outra parte do país, enquanto outros 5,6 milhões se refugiaram no exterior.

Líbano, Jordânia e Turquia, onde 92% desses sírios refugiados vivem hoje, têm enfrentado dificuldades para lidar com um dos maiores êxodos da história recente.

A ONU estima que 13,1 milhõesaposta de esportepessoas necessitaramaposta de esportealgum tipoaposta de esporteajuda humanitária na Síriaaposta de esporte2018.

Por que a guerra está durando tanto?

Um fator chave é a intervençãoaposta de esportepotências regionais e internacionais.

Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síriaaposta de esportecampo para uma guerra indireta.

A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcialaposta de esporterelação às questões religiosas).

As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentaram atrocidadesaposta de esporteambas as partes, não apenas causando a perdaaposta de esportevidas, mas a destruiçãoaposta de esportecomunidades, afastando a esperançaaposta de esporteuma solução pacífica.

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