Quais são os grandes benefíciosfernando torres 2024viajar, segundo Barack Obama:fernando torres 2024

Por isso, eu diria que as viagens mais marcantes que eu fiz foram com as meninas. Algumas delas foram espetaculares, como quando andamos pelo Kremlin quando eu era presidente e Sasha tinha uns 7 anos. Ela estava com um sobretudo e parecia uma espiã internacional.

Essa foi uma excelente viagem porque, além da Rússia, fomos para a Itália. Eu estava lá para o G20, mas elas foram para Roma e também puderam ir ao Vaticano e conhecer o papa. Depois fomos para Gana e fomos recebidos com dança na pistafernando torres 2024pouso.

Então, ver uma meninafernando torres 202410 anos e outrafernando torres 20247 anos experimentarem essa extensa viagem do mundo,fernando torres 2024certa medida pela primeira vez, é algo que eu sempre vou lembrar. Mas também é ótimo viajar com elas agora, que têm 20 e 17 anos. De certa forma, viajar com elas agora é mais valioso porque uma já saiu da nossa casa e a outra está prestes a sair, então se você puder atrai-las com uma viagem muito boa, elas passam mais tempo com você.

Também é especial ser um jovem viajando. A primeira dama do Quênia está aqui. É maravilhoso vê-la. Como algunsfernando torres 2024vocês sabem, meu pai era do Quênia, mas eu não o conhecia bem. Eu o encontrei uma vez, mas, basicamente, fui criado nos Estados Unidos.

Minha primeira viagem ao Quênia foi quando eu tinha meus 20 e poucos anos. Eu me formei na faculdade, já tinha trabalhado e meu pai havia falecido naquele momento e então eu queria entender a terra onde ele viveu. Então, eu passei um mês lá. Mas primeiro vim para a Europa - e nunca havia viajado pela Europa antes. Essa viagem foi memorável porque fazia parte da minha própria autodescoberta. Eu estava viajando sozinho, e na Europa eu estava nessas pensões e, basicamente, comprava uma baguete e um poucofernando torres 2024queijo e comia isso todos os dias. E algum vinho, às vezes.

Ainda me lembro quando peguei o ônibus noturnofernando torres 2024Madri para Barcelona. Meu espanhol não era muito bom, mas eu conseguia me comunicar um pouco, e fiz amizade com um colegafernando torres 2024viagem no ônibus que não sabia falar inglês. Eu dividi com ele um poucofernando torres 2024pão e ele compartilhou comigo um poucofernando torres 2024vinho. Chegamosfernando torres 2024Barcelona ao amanhecer, e eu lembrofernando torres 2024caminharfernando torres 2024direção à cidade, com o sol nascendo. Esse tipofernando torres 2024viagem é marcante porque faz partefernando torres 2024você, jovem, tentando descobrir o seu lugar no mundo.

Eu fui para o Quênia e passei um mês lá. Eu fuifernando torres 2024um safári, conheci membros da minha família que eu nunca havia encontrado antes, e isso foi muito especial.

Com tanta informação e um ciclofernando torres 2024notíciasfernando torres 202424 horas, você tem algum conselho sobre como filtrar o que é ruído e o que é realmente importante?

Bem, estamos passando por mudanças que, no passado, poderiam levar gerações para acontecer e agora acontecemfernando torres 2024grande velocidade. A era da informação, a globalização e os avanços tecnológicos uniram o mundofernando torres 2024uma forma que não ocorria quando eu era criança.

O fatofernando torres 2024eu poder voarfernando torres 2024Washington para a Europafernando torres 2024poucas horas e, ao desembarcar, ter acesso completo, por este pequeno dispositivo (celular), a todos e tudo ao redor do mundo. Isso é extraordinário, mas também está criando novos desafios.

Acho que agora o que mais estamos vendo é o graufernando torres 2024que essas mudanças estão ocorrendo na tecnologia, na globalização, nesse fluxo constantefernando torres 2024informações, que faz com que as pessoas se sintam insegurasfernando torres 2024relação ao mundo ao seu redor.

Algumas das mudanças são muito concretas, como as que ocorreram na economia, particularmente nas economias avançadas. Pessoas que antes se sentiam bastante confortáveis e tinham um empregofernando torres 2024que achavam que sempre estariam, com aposentadoria garantida e benefícios,fernando torres 2024repente se deram contafernando torres 2024que teriam que correr para se atualizar. E essas pessoas também estão preocupadas com o futurofernando torres 2024seus filhos.

Parte disso tem a ver com identidade e cultura. Então, seja o Brexit no Reino Unido ou as drásticas mudanças políticas que aconteceram nos Estados Unidos, ou algum ressurgimento do populismo na Europa continental, todos eles não são apenas reações às mudanças econômicas, mas também uma reação das pessoas que sentem que seu status está sendo reduzido, ou uma sensaçãofernando torres 2024que seu país está sendo prejudicado. E elas querem adotar leis genuínas ou leis metafóricas para preservar o que elas acreditam que tinham.

Nacionalismo, nativismo, xenofobia - essas são características perigosas. Reconheço que tenho certa tendência nesse aspecto porque,fernando torres 2024virtude do meu nascimento e da minha criação, sou alguém que acreditafernando torres 2024unir as pessoasfernando torres 2024vezfernando torres 2024as separarfernando torres 2024"nós" e "eles".

Mas, objetivamente, o que eu também posso dizer é que, dado à natureza da informação, viagens, tecnologia, cadeiasfernando torres 2024abastecimento global, se tentarmos reafirmar essas fronteiras muito fixasfernando torres 2024uma épocafernando torres 2024que tecnologia e informação são sem fronteiras, não apenas nós falhamos, mas acho que vamos ver um conflito cada vez maior e confrontos cada vez maiores entre os povos. Então, essa é a maior tendência com a qual estou preocupado, porque não está isoladafernando torres 2024um paísfernando torres 2024particular - é um fenômeno global.

Um dos benefícios da indústriafernando torres 2024viagens, obviamente, é lembrar as pessoas do incrível valor da nossa diversidade e das diferenças que temos, porque é isso que torna a comidafernando torres 2024Sevilha diferente da comidafernando torres 2024Bangkok - e ambas são muito boas.

Mas viajar também nos lembra o que temosfernando torres 2024comum: a capacidadefernando torres 2024nos reconhecermos nos outros,fernando torres 2024modo que ver uma mãe e uma criança brincando e rindofernando torres 2024uma pequena vila no Quênia será como uma mãe e uma criança na Virgínia ou no Havaí.

Agora, além desta questão geral sobre a desestabilização da política, também estou preocupado com a desestabilização do meio ambiente. A mudança climática não é algo do futuro. Está demonstrado que está acontecendo agora e que estamos vendo os impactos agora. E alguns dos lugares mais bonitos deste planeta, os lugares que mais queremos visitar por um tempo e compartilhar com nossos filhos e netos, estãofernando torres 2024risco por causa dessas mudanças.

Alguns dos lugares mais espetaculares da nossa civilização estão ao longo do litoral e não sobreviverão se o oceano subir um metro. Certas partes do mundo podem se tornar proibidas para viver ou visitar se continuarmos neste ritmo.

E é aí que as duas questões que mencionei convergem: a mudança climática vai contribuir para os padrõesfernando torres 2024migração e refugiados, que terão um impacto sobre a ondafernando torres 2024pessoas que estão procurando sobreviver. Você não pode contê-los com um muro. Ou não por muito tempo.

Então, temos que nos preocupar com a mudança climática - mesmo que sintamos como se vivêssemosfernando torres 2024países ricos que podemfernando torres 2024alguma forma se adaptar e administrar essas questões - porque há grandes parcelas do mundo com centenasfernando torres 2024milhões ou bilhõesfernando torres 2024pessoas que não vão ser capazesfernando torres 2024lidar com isso. Isso vai alterarfernando torres 2024forma fundamental a economia global.

A boa notícia é que há coisas que podemos fazer para fazer a diferença. A má notícia é que agora a nossa política não é projetada para lidar com essas questões tão rapidamente quanto deveríamos.

E para onde vamos?

Bem, a boa notícia é que as gerações que vêm depoisfernando torres 2024nós são mais sofisticadas, mais cosmopolitas, conhecem mais o mundo e apreciam mais as outras culturas do que os mais velhos.

Quando eu olho para Malia e Sasha,fernando torres 2024parte porque elas puderam consumir o mundo inteiro neste pequeno dispositivo (celular), elas não têm medo da diferença, elas não têm medo da mudança, elas não têm medo das coisas que são incomuns ou desconhecidas. Esse é o mundofernando torres 2024que elas cresceram.

Como consequência, penso que a políticafernando torres 2024erguer muros é uma política que não vai ter apelo para os jovens. Isso é algo que eles rejeitam.

Existe uma correlação bastante forte nos Estados Unidos entre idade e atitudes progressistas (sobre diferentes culturas, etnias, orientações sexuais). Assim, a boa notícia é que nas gerações que estão vindo depoisfernando torres 2024nós - e nós ajudamos a solidificar uma crença nos Estados Unidos a favor dos direitos civis e dos direitos das mulheres -, os jovens sentem essas coisas ainda mais fortemente. Eles cresceram com esses valores.

No entanto, a má notícia é que os mais velhos não gostamfernando torres 2024entregar o poder. E as instituições que construímos não estão preparadas para responder às demandas que os jovens têm para enfrentar questões como mudança climática ou para ter uma atitude mais abertafernando torres 2024relação às pessoas que vêmfernando torres 2024diferentes regiões.

As pessoas mais velhas tendem a votar mais que os jovens. Por isso, é crucial fazer com que os jovens se envolvam mais na reconstruçãofernando torres 2024instituições que atendam às suas necessidades e para garantir que suas preocupações sejam representadas.

No entanto, uma última coisa que me preocupa é a maneira como os nossos meiosfernando torres 2024comunicação estão operando, que faz com que seja difícil criar democracias que funcionem bem. Eu já disse isso antes. Quando eu estava crescendo, tinha três canaisfernando torres 2024televisão. E todos eles, mais ou menos, diziam a mesma coisa. E havia grandes jornais, mas todos tinham um certo padrão editorial e jornalístico.

Como consequência, se você era um conservador ou um liberal, independente do seu ideal político, basicamente você tinha um conjunto similarfernando torres 2024fatos e informações. Você tinha uma visãofernando torres 2024mundo básica e comum,fernando torres 2024modo que quando você tinha um desentendimento sobre política, estava discutindo sobre o que fazer com a situação, não estava discutindo sobre os fatos.

Hoje a mídia está tão fragmentada e a internet, por definição, alimenta informações para se adequarem aos preconceitos pré-existentesfernando torres 2024tal maneira que, muitas vezes agora, se você fala com alguém nos Estados Unidos que assiste à Fox News e conversa com alguém que lê The New York Times, eles têm uma visão completamente diferente do mundo. E isso torna mais difícil chegar a um terreno comum e ter coesão para resolver grandes problemas. Isso é verdadefernando torres 2024algum graufernando torres 2024todos os paísesfernando torres 2024que falamos, e certamente é verdade na internet.

E quando você inclui mídias sociais e o fatofernando torres 2024que, basicamente, você pode gastar todo seu tempo apenas tendo informaçõesfernando torres 2024pessoas que já concordam com você - e essas informações reforçam seus preconceitos e uma visão muito estreita do mundo - isso pode ser uma coisa muito perigosa.

Então, acho que uma das coisas com as quais teremos que lutar é: como vamos não apenas encorajar as viagens e a mente aberta entre as elites, mas como as pessoas comuns podem ter a oportunidadefernando torres 2024experimentar diferentes culturas e interagir com pessoas que não concordam com elas exatamentefernando torres 2024tudo e não têm as mesmas inclinações políticas?

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