Os fatores que mantêm Cristina Kirchner como protagonista política na Argentina:penalty shoot bet

Muitos deles esperavam que ela finalmente confirmassepenalty shoot betcandidatura para as eleições presidenciaispenalty shoot bet27penalty shoot betoutubro, o que não aconteceu. Hoje senadora, Kirchner tem até 22penalty shoot betjunho para confirmarpenalty shoot betpresença no pleito.

Seu livro chegou ao mercado há algumas semanas, vendeu 200 mil cópiaspenalty shoot betpoucos dias e foi objetopenalty shoot betanálise, memes e reportagens na televisão. Mais do que reunir suas memórias, Sinceramente é um compêndiopenalty shoot betopiniões e reflexões políticas sobre seus governos, a Argentina e a situação atual. É um livropenalty shoot betcampanha.

Nunca deixoupenalty shoot betser protagonista

Kirchner nunca deixoupenalty shoot betser protagonista da política argentina, mesmo depoispenalty shoot betdeixar a Presidênciapenalty shoot betmeio a controvérsias por se recusar a comparecer à posse do novo presidente, Maurício Macri.

Em parte porquepenalty shoot bet2017 ela foi eleita senadora e teve várias aparições na mídia durante debates no Congresso.

Mas também porque as acusações e os escândalospenalty shoot betcorrupção, que começarampenalty shoot betjunhopenalty shoot bet2016, dominaram a imprensa durante esses anos.

Váriospenalty shoot betseus aliados passaram pela prisão ou ainda estão presos, e ela deve prestar depoimento nos próximos meses.

Kirchner nega as acusações e diz que tudo faz partepenalty shoot betuma perseguição política do governopenalty shoot betMacripenalty shoot betconsonância com o que, para ela, acontece no Brasil com o ex-presidente Lula.

Mas, além dos escândalos, especialistas consultados pela BBC afirmam que é justamente Macri um dos principais responsáveis por manter viva a figurapenalty shoot betKirchner.

Isso, segundo analistas, acontece por dois motivos.

Por um lado, é conveniente para Macri antagonizar uma figura quepenalty shoot betnúmeros gerais causa mais rejeição do que apoio. Por outro, porque o atual presidente culpa Kirchner pelos problemas econômicos que pioraram nos últimos quatro anos – Macri os atribuiu primeiro à "herança recebida", depois a casospenalty shoot betcorrupção, e agora diz que "o mundo (os mercados) acreditam que os argentinos querem voltar atrás".

Tudo indica que Kirchner será mesmo candidata nas eleições,penalty shoot betoutubro. Seu rival será provavelmente o atual presidente, que buscará reeleição.

O que a mantém atual

"Nas análises sobre os líderes peronistas feitas no exterior, sinto quepenalty shoot betmorte política é cantada prematuramente", diz a cientista política María Esperanza Casullo. "Aconteceu o mesmo com (Juan Domingo) Perón e com (Carlos Saúl) Menem."

Segundo a analista, Kirchner mantém a fidelidadepenalty shoot betum setor minoritário, mas importante, do eleitorado (30%) por dois motivos.

"Um deles épenalty shoot betcaráter programático: há uma parte da sociedade que espera certas coisas do governo – limites para o mercado, distribuiçãopenalty shoot betrenda, investimento públicopenalty shoot beteducação e saúde, respeito aos direitos humanos – que ninguém oferece tão claramente quanto ela", diz.

Por outro lado, "há uma identificação afetivapenalty shoot betrelação ao que ela representa como um símbolopenalty shoot betum momento na Argentina e na América Latina".

A analista conclui que nenhuma outra figura da oposição "apostou que o governo Macri iria mal economicamente e apostou desde o iníciopenalty shoot betfazer uma franca oposição".

A situação do país, que entroupenalty shoot betrecessão e viu seus indicadores econômicos piorarem dramaticamente, terminou favorecendo a oposiçãopenalty shoot betKirchner.

Andrés Malamud, cientista político argentino da Universidadepenalty shoot betLisboa, explica a longa vigência do "fenômeno Kirchner"penalty shoot bettrês pontos.

"Primeiro há um voto identitário: seu governo pode ir mal, mas sigo te apoiando até à morte", diz ele. "Depois, há o efeito da memória, que "é muito curta" na Argentina e cada vez favorece menos ao Macri. Quanto mais acostumado você está à algo, mais valor aquilo perde."

E por último está o efeitopenalty shoot betcomparação, diz o especialista. "A frustração gerada pelo governopenalty shoot betMacri é muito grande e isso revaloriza o anterior, ele fica parecendo melhor."

Macri é hoje presidente, diz ele,penalty shoot betparte graças ao fatopenalty shoot betrepresentar exatamente o contráriopenalty shoot betKirchner: discurso político discreto, defesapenalty shoot betcontas fiscais ordenadas, boas relações internacionais. E Cristina Kirchner é potencial presidenciável justamente por representar o contráriopenalty shoot betMacri: antagonismo com o mercado, carisma e paternalismo econômico e político.

Ou seja, as melhores cartadas tantopenalty shoot betMacri quantopenalty shoot betKirchner são um ao outro. E isso os mantêm protagonistas, apesar dos problemas e ineficiênciaspenalty shoot betambos os governos.

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