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Crise na Venezuela: 5 cenários possíveis para o fim do conflito:cbet jetx
"O governo controla as armas e tem aliados internacionais importantes, mas não tem apoio popular. A oposição tem um respaldo internacional mais amplo e o apoiocbet jetxuma população cansada, mas não conseguiu persuadir grandes deserções nas Forças Armadas nem mobilizar protestos massivos que se sustentem", diz ela, que é especialistacbet jetxAmérica Latina.
Desde que Juan Guaidó foi reconhecido por meia centenacbet jetxpaíses como presidente da Venezuela,cbet jetx23cbet jetxjaneiro, as forças políticas do país, com o apoiocbet jetxdiferentes atores internacionais, entraramcbet jetxum braçocbet jetxferrocbet jetxpressões.
Um briga cheiacbet jetxsimbolismos – concertos na fronteira, disputas por ajuda humanitária e constantes protestoscbet jetxmassa – , que, na prática, não parecem tem mudado nada.
Nicolás Maduro segue no poder; a Assembleia Nacional (majoritariamente opositora) continua sem poder legislar e os atores políticos continuam sem reconhecer um ao outro.
Enquanto isso, a dramática crise econômica no país continua, a população sofre com escassezcbet jetxalimentos e produtos básicos, apagões deixam o país no escuro durante dias e a hemorragiacbet jetxmigrantes para países vizinhos está próxima a uma crisecbet jetxrefugiados.
Como o país pode sair desse entrave? Quais os cenários possíveis daqui para a frente? Veja abaixo cinco cenários possíveis.
1. Negociação
Para os especialistas, as forças na Venezuela terão que passar, mais cedo ou mais tarde, por uma negociação.
Eles preveem que, se isso funcionar, será um processo lento e complexocbet jetxdiálogo que deverá contar com um mediador imparcial e com a disposição genuínacbet jetxambas as partes para dialogar e fazer concessões.
As tentativascbet jetxdiálogo anteriores,cbet jetx2014 e 2017, não foram para a frente,cbet jetxgeral porque o chavismo tinha todo o poder do Estado e amplo reconhecimento internacional.
Mas nos últimos meses, sobretudo depois desta semana, o cenário mudou: ficou claro que há rachaduras consideráveis no chavismo, dezenascbet jetxfuncionários do governo sofreram sanções dos Estados Unidos e da União Europeia, e Maduro já não é reconhecido como presidente legítimo por grandes potências e parceiros comerciais cruciais para o país.
E as sanções econômicascbet jetxWashington agravam a crise econômica.
A oposição desconfia do chavismo,cbet jetxparte, porque se sentiu enganada nas tentativascbet jetxdiálogos anteriores e porque, segundo eles, o chavismo "destruiu a democracia".
Uma negociação pode tratarcbet jetxaspectos maiscbet jetxfundo, como eleições livres com supervisão internacional, a renovação dos poderes judiciais e eleitorais e a libertaçãocbet jetxpolíticos presos. Mas também pode tratarcbet jetxquestões mais pontuais e urgentes, como a resoluçãocbet jetxproblemas na produção e distribuiçãocbet jetxeletricidade.
Os especialistas concordam que ambas as partes precisam partircbet jetxuma premissa central:cbet jetxque o outro lado é um ator político legítimo com qual é preciso se relacionar para evitar a violência.
"Tem que haver uma divisãocbet jetxpoder negociada entre as partes", afirma Dimitris Pantoulas, cientista político grego baseadocbet jetxCaracas.
"Então deveriam buscar eleições gerais disputadas por todos, com várias garantias políticas e jurídicas."
2. Implosão do chavismo
A falha no corpocbet jetxinteligência que permitiu a "fuga"cbet jetxLópez confirmou que tanto no chavismo quanto nas Forças Armadas há dissidências importantes.
Nos últimos meses, vários chavistas proeminentes – ex-ministros, ex-promotores, ex-militares – desertaram ou manifestaramcbet jetxintençãocbet jetxcriar um chavismo sem Maduro.
"Uma solução negociada não inclui necessariamente Maduro", diz McCoy. "Atores importantescbet jetxseu entorno poderiam deixá-lo,cbet jetxfavorcbet jetxum governocbet jetxtransição que represente os interessescbet jetxtodos, reforma as instituições e promova eleições."
No entanto, uma implosão do chavismo também poderia ocorrercbet jetxum cenáriocbet jetxviolência e confrontos, sobretudo se o impasse político se mantiver.
Os chamados "coletivos", por exemplo, são grupos armadoscbet jetxcivis chavistas que também sofrem com a crise econômica e têm manifestado descontentamento com Maduro.
São grupos contrários à oposição, que veem como uma extrema direita apoiada pelos Estados Unidos. Mas também são atores herméticos e heterogêneos com poder militar e territorial que podem agravar a violênciacbet jetxvários sentidos, inclusivecbet jetxenfrentamentos com militares, como aconteceucbet jetxdiversos episódios nos últimos anos.
3. Implosão da oposição
Alguns acreditam que a oposição pode voltar a se dividir e perder impulso, como aconteceu nos protestoscbet jetx2014 e 2017.
"Podem prender Guaidó e, se não houver reação do público ou reação internacional, Maduro se reestabeleceria com um sistema totalmente autoritário e todos os problemas que conhecemos", diz Pantoulas.
Se a oposição política está cheiacbet jetxdivisões, a que está nas ruas é ainda mais fragmentada, motivada por interesses diversos, que vão desde a profunda insatisfação com a situação econômica até a delinquência e o crime.
Em um país onde conseguir uma arma é relativamente fácil, existe a possibilidadecbet jetxque frações da oposição se organizemcbet jetxuma espéciecbet jetxguerrilha urbana que, aos olhoscbet jetxMaduro – ecbet jetxCuba e Rússia – seriam focoscbet jetxluta financiados pelos Estados Unidos.
Ou seja, a implosão do chavismo ou da oposição pode se dar tanto com um governocbet jetxtransição pacífico quanto com um cenário anárquico parecido com oscbet jetxLíbia ou Síria.
cbet jetx 4 cbet jetx . Golpecbet jetxEstado
A Venezuela tem uma longa históriacbet jetxgolpescbet jetxEstado que mantém aberta essa possibilidade cada vez que há um desenvolvimento político no país.
O último golpe,cbet jetx2002, tirou Hugo Chávez do poder por 48 horas e não apenas dividiu o país, mas empoderou e radicalizou o chavismo, aproximando-ocbet jetxFidel Castro.
Os chamados da oposição às Forças Armadas para que elas se juntem àcbet jetxcausa têm crescido nos últimos anos, até que Guaidó, neste ano, os converteucbet jetxumacbet jetxsuas principais estratégias. Ele os repetiucbet jetxmarço, rodeadocbet jetxuma dezenacbet jetxmilitares.
É difícil saber quantos militares estariam dispostos a se rebelar contra Maduro, mas Guaidó diz que são "muitos". Vários especialistas nas Forças Armadas venezuelanas relatam um descontentamento generalizado.
No entanto, a disposição a se rebelar não significa necessariamente apoio à oposição.
O chefe das Forças Armadas, Vladimir Padrino, se mostrou até agora leal ao presidente. A Força Armada Nacional Bolivariana se declara "essencialmente anti-imperialista" há quase uma década, e muitoscbet jetxseus membros desconfiamcbet jetxuma oposição alinhada com Washington.
A este cenário se soma o poder dos "coletivos", originalmente criados para "defender a revolução".
Um golpecbet jetxEstado pode acabar com o impasse político, mas não garantirá a paz nem soluções para crise geral do país, dizem os observadores.
5. Intervenção internacional (real ou hipotética)
Não são poucos os observadores que acreditam que a única formacbet jetxdestravar o cenário político na Venezuela é acabar com o chavismo atravéscbet jetxuma intervenção militar internacional.
Citam, por exemplo, o caso da invasão do Panamá pelos EUAcbet jetx1989, quando a Operação Justa Causa, deflagrada pelo Pentágono, derrubou o governo militarcbet jetxManuel Noriega e se iniciou (embora sob tutela dos EUA) um momento democrático no país, que continua até hoje.
Os críticos dessa solução, no entanto, dizem que a Venezuela é um país mais complexo, onde há Forças Armadas maiores, coletivos armadoscbet jetxtodo o território e um apoio político ao governocbet jetxgrandes potências, como China e Rússia.
Com os acontecimentos dos últimos meses, a Venezuela se tornou um cenáriocbet jetxdisputa entre grandes potências que dificulta a situação, e, sobretudo, relativiza o sucessocbet jetxqualquer tipocbet jetxintervenção.
Já os EUA,cbet jetxDonald Trump, afirmam que "todas as opções estãocbet jetxjogo". Mas qualquer intervençãocbet jetxteoria deveria ser aprovada pela ONU, onde a China e a Rússia têm podercbet jetxveto.
Uma intervenção também poderia ser aprovadacbet jetxoutros cenários, como na Organização dos Estados Americanos (OEA), onde o debate sobrecbet jetxconveniência pode se prolongar por meses sem que haja soluções.
Enquanto nenhum desses cinco possíveis cenários se concretiza, a Venezuela continua no que muitos chamamcbet jetx"impasse catastrófico".
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