Por que mulheres se tornam 'armas secretas'gols impar par bet365grupos extremistas:gols impar par bet365

Shamima Begum

Crédito, PA

Legenda da foto, Shamima Begum was 15 and living in Bethnal Green, London, when she left the UK in 2015

O Ministério do Interior, no entanto, retirou a cidadania britânicagols impar par bet365Begum como consequênciagols impar par bet365sua atuação no terrorismo. Ela tem direito a recorrer.

Mulheres e o extremismo

O casogols impar par bet365Begum levantou diversas questões sobre a participação voluntária e ativa das mulheresgols impar par bet365grupos extremistas, tanto no Estado Islâmico quantogols impar par bet365outros.

Um estudo do Royal United Services Institute (Rusi), centro especializadogols impar par bet365defesa e segurança, aponta que 17% dos recrutamentos por grupos extremistas na África sãogols impar par bet365mulheres. Ao mesmo tempo, outra pesquisa indica que as mulheres representam 13% dos estrangeiros recrutados pelo Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Os números exatos ainda não são claros e podem ser muito maiores.

Da esquerda para a direita: Amira Abase, Kadiza Sultana e Shamima Begum no aeroportogols impar par bet365Gatwick Airportgols impar par bet3652015

Crédito, Met Police

Legenda da foto, Shamima Begum, à direita, com as amigas Amira Abase and Kadiza Sultana, no aeroportogols impar par bet365Gatwick Airportgols impar par bet3652015

Vários estudos do Rusi egols impar par bet365outras instituições investigaram o papel que as mulheres assumemgols impar par bet365organizações extremistas como o Estado Islâmico e Al-Shabab, um dos grupos que mais matam na África.

Pesquisadores entrevistaram mulheres que estiveram direta ou indiretamente envolvidas com as atividades do Al-Shabab para descobrir como elas foram recrutadas e qual é o impacto que a participação nesses grupos tem sobre elas.

Esse trabalho foi conduzido por acadêmicos no Quênia, que usaram a longa experiência e as conexões com comunidades identificadas com riscogols impar par bet365radicalização.

Estado Islâmico e Al-Shabab

As funções atribuídas às mulheres variam entre os grupos.

No Al-Shabab, elas normalmente têm assumido papéis considerados mais tradicionais, como esposas e ajudantesgols impar par bet365serviços domésticos. Além disso, elas às vezes são escravas sexuais.

Elas também ajudam a atrair novos membros para o grupo. Um estudo no Quênia descobriu que mulheres eram aliciadas por outras com a promessagols impar par bet365que conseguiriam trabalho, suporte financeiro e aconselhamento.

A costureira Hidaya (nome fictício), por exemplo, foi recrutada por uma cliente que disse que iria investir e expandir os negócios dela. Ela foi convencida a viajar para uma regiãogols impar par bet365fronteira,gols impar par bet365onde foi contrabandeada para a Somália.

Mulheres olham para os combatentes da Al-Shabab

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mulheres são recrutadas para o Al-Shabab com promessasgols impar par bet365emprego e estabilidade

No Estado Islâmico, as mulheres geralmente recrutam, principalmente pela internet, e exercem um papel ativo na divulgação das crenças do grupo.

No casogols impar par bet365Shamima Begum, o recrutamento pode ser visto como um casogols impar par bet365sucesso para o grupo, embora ela tenha dito que não fez muito mais na Síria do que cuidar do marido e dos filhos.

As mulheres que integram o Estado Islâmico também podem atuar como médicas e profissionaisgols impar par bet365saúde, mas com algumas restrições, já que o grupo tem uma brigada policial composta exclusivamente por mulheres para cuidargols impar par bet365questões morais.

Recentemente, como o grupo perdeu praticamente todo o território que havia conquistado no Iraque e na Síria, passou a haver uma disposição para colocar as mulheres na linhagols impar par bet365frente, usando o jornal do grupo Al-Naba para convocá-las para a jihad (guerra santa) e divulgando um vídeo, no ano passado, para mostrar mulheresgols impar par bet365combate na Síria.

Sally-Anne Jones, recrutadora do Estado Islâmico
Legenda da foto, Sally-Anne Jones se tornou uma recrutadora do Estado Islâmico e viajou para a Síria, onde teria sido morta após um ataquegols impar par bet365drone

As diferenças entre os grupos, contudo, ficaram cada vez menos claras à medida que essas organizações passaram a inspirar umas às outras.

Na Somália, onde o Al-Shabab tenta estabelecer um Estado governado pela sharia (lei islâmica), casosgols impar par bet365mulheres combatentes suicidas também foram registrados. Segundo análise dos ataques suicidas ocorridos entre 2007 e 2016, 5% foram feitos por mulheres.

Esse também é o cenáriogols impar par bet365outras partes da África, como a Nigéria, onde o grupo islâmico Boko Haram usou mulheres-bombagols impar par bet365ataques.

Por que mulheres decidem participar desses grupos?

Há diversos fatores que levam esses grupos a conseguirem recrutar mulheres.

Em parte, parece que o que motiva os homens também funciona para elas, como a forte ideologia e os benefícios financeiros.

No entanto, táticas focadas especificamente nas mulheres também surgiram, como o apelogols impar par bet365retomar papéis tradicionaisgols impar par bet365gênero.

Um dos nossos estudos indicou, por exemplo, que recrutadores do Al-Shabab se aproveitaram das insegurançasgols impar par bet365algumas jovens muçulmanas que temiam que o ensino superior pudesse atrasar planosgols impar par bet365casamento.

"Se eu posso ter um homem que vai se casar comigo e me proteger, por que eu deveria me estressar com estudos ou educação?", disse aos pesquisadores uma estudante da Universidadegols impar par bet365Nairóbi.

Outras parecem ter sido inicialmente atraídas por promessasgols impar par bet365trabalho, dinheiro e outras oportunidades.

Detectar as diferentes motivações, contudo, é difícil. Muitas das mulheres entrevistadas alegam que foram recrutadas contra a vontade.

Como Shamima Begum, algumas dizem que não se envolveramgols impar par bet365forma ativa nas atividades do grupo e argumentam que foram vítimas.

Embora algumas possam ter sido coagidasgols impar par bet365alguma forma, negar a responsabilidade é um modo eficazgols impar par bet365tentar se reintegrar à sociedade.

O caminho para a reabilitação

Há muitos métodosgols impar par bet365reabilitação para ex-combatentes, mas poucos voltados especificamente para mulheres.

Ao construir estratégiasgols impar par bet365prevenção, reabilitação e reintegração, os formuladoresgols impar par bet365políticas públicas e os serviçosgols impar par bet365segurança precisam levargols impar par bet365conta as características específicas das mulheres nessas organizações extremistas.

Muitas terão, por exemplo, filhos mortos, enquanto outras vão precisargols impar par bet365acompanhamento psicológico por traumas após estupro e abuso sexual.

É fundamental que os governos levemgols impar par bet365conta essas questões ao lidar com o papel da mulher nos grupos extremistas. Esse processo começa com um entendimento melhor sobre como as diferenças baseadasgols impar par bet365gênero estimulam o envolvimento das mulheres nesses grupos e o impacto específico que isso tem na vida delas.

Isso seria benéfico para a sociedade, ao gerenciar esse risco e ajudar a prevenir que mais mulheres se envolvam com organizações extremistas.

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Sobre este artigo

Este texto analítico foi encomendado pela BBC a especialistasgols impar par bet365uma organização externa.

Martine Zeuthen é uma antropóloga e lidera o programa Strive, que trabalha para reduzir o recrutamento e a radicalização extremistas no nordeste da África.

Gayatri Sahgal é gerentegols impar par bet365pesquisa do Rusi.

*Rusi (Royal United Services Institute) é um centrogols impar par bet365estudos especializadogols impar par bet365defesa e segurança, no Reino Unido.

Editado por Eleanor Lawrie.

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