Pouca arma e muita vigilância: como a pobre e populosa Indonésia se tornou um dos países mais seguros do mundo:telefone labet

Crédito, Willy Kurniawan/Reuters

Legenda da foto, Os desafios da realidade indonésia - que abriga 260 milhõestelefone labetpessoas - são similares aos brasileiros

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Na caótica e populosa capital indonésia, Jacarta, caminhar nas ruas à noite não é uma atividadetelefone labetrisco outelefone labetousadia

De acordo com o Sistema Nacionaltelefone labetMonitoramento da Violência (NVMS nas siglastelefone labetinglês), entre 2008 e 2013 apenas 6% dos homicídios cometidos por civis na Indonésia envolveram armastelefone labetfogo. Este índice inclui armas legalizadas ou não.

"O baixo índicetelefone labetpossetelefone labetarmastelefone labetfogo faz absoluta diferença para inibir assassinatos. Sem dúvida", afirma à BBC News Brasil Sana Jeffrey, pesquisadora da Universidadetelefone labetChicago, que liderou a organização do sistematelefone labetmonitoramento da violência na Indonésia, desenvolvido pelo Banco Mundial.

Para cada arma na Indonésia, circulam 214 no Brasil. Em 2018, o número totaltelefone labetarmastelefone labetfogotelefone labetmãostelefone labetcivis indonésios eratelefone labet82 mil, uma médiatelefone labet0,3 arma por cada 100 habitantes,telefone labetacordo com a ONG Small Arms Survey. No Brasil, o número estimado ételefone labet17,5 milhõestelefone labetarmas, uma médiatelefone labet8,29 armas para cada 100 pessoas.

"A porcentagem (de crimes) é realmente baixa e a maioria é concentradatelefone labetáreas onde há um histórico da guerra civil", acrescentou Jeffrey.

Controletelefone labetarmas

O controle da circulaçãotelefone labetarmas é um dos elementos prioritários para a polícia local que desde a redemocratização do país,telefone labet1998, luta para se projetar como uma instituição confiável. Para as autoridades, a arma é um sinaltelefone labetalerta etelefone labetassociação com organizações criminosas. "É uma questãotelefone labetmanter ou perder o controle e eles são muito sérios nesse aspectotelefone labetcomparação com outros tipostelefone labetcrimes", afirma Jeffey, da Universidadetelefone labetChicago.

Legenda da foto, O Estado exerce um forte controle sobre como as pessoas interagem e vivem suas vidas no país

A possetelefone labetarmas na Indonésia é estrita, porém, permitida. Não há ali um culto às armas como acontecetelefone labetoutros países. Para obter a licença é preciso ter maistelefone labet21 anos e apresentar às autoridades uma "genuína razão", como caça ou autodefesa para portar uma arma. Avaliação psicológica e ficha criminal limpa são requisitos obrigatórios. O candidato deve se submeter a um treinamento teórico e prático sobre o uso da arma. Não há lojastelefone labetarmamentos. A polícia é quem se responsabiliza pela venda direta tanto da armatelefone labetfogo como das munições. A licença deve ser renovada a cada dois anos.

Apesar do controle estatal, o mercado ilegaltelefone labetarmas também é uma realidade no país e corresponde à metade das armas que circulam entre os civis. O armamento irregular é contrabandeado dos países vizinhos ou elaborado artesanalmente.

Polícia comunitária e vigilantismo

Outra peça para entender o quebra-cabeça da segurança indonésia são as associaçõestelefone labetbairros chamadastelefone labetRukun Tetangga,telefone labetbahasa, ou comunidades harmoniosas na tradução literal. Essas associações organizam um sistematelefone labetpatrulhamento na vizinhança durante a noite. Além dos moradores, há postos policiais que vigiam os bairros e atuamtelefone labetforma coordenada com os civis.

As Rukun Tetangga foram impostas durante a ocupação japonesa (1942-1945). Esse sistematelefone labetorganização, que pode chegar a funcionar como uma espécietelefone labetserviçotelefone labetinteligência comunitário - se manteve como um instrumento do Estado indonésio para vigilância e controle.

"Todos estãotelefone labetolhotelefone labettodos. E apesartelefone labetassumirem características autônomas etelefone labetautodeterminação, na prática são estruturas extremadamente controladas (pelo Estado)", afirma à BBC News Brasil a pesquisadora Jacqui Backer, professoratelefone labetPolítica do Sudeste Asiático na Universidadetelefone labetMurdoch, na Austrália.

Backer afirma que o Estado exerce um forte controle sobre como as pessoas interagem e vivem suas vidas. "É um Estado vigilante e incrivelmente policiado. Isso pode trazer benefíciostelefone labettermostelefone labetcontroletelefone labettaxastelefone labetcriminalidade, mas também tem efeitos negativos", afirma.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A Indonésia lida com problemas como terrorismo e separatismo

Na visãotelefone labetBacker, um dos aspectos perigosos dessa lógicatelefone labetvigilância comunitária é o podertelefone labetinstrumentalização que o Estado - religioso e conservador - possui para determinar comportamentos e punir as minorias. "Se você moratelefone labetum bairro que tem esse sistematelefone labetorganização e você tem políticos que estão falando mal sobre gays ou sobre o cristianismo, haverá um efeito negativo direto nesses moradores que representam as minorias", afirma.

Esse controle social é uma das bases do crescente vigilantismo - um dos fenômenos sociais que têm preocupado cada vez mais a acadêmicos e organizaçõestelefone labetdireitos humanos.

Vigilantismo ocorre quando um indivíduo ou um grupotelefone labetpessoas atuam extrajudicialmente, argumentando fazer "justiça" por conta própria. A mira desses grupos varia entre ajustetelefone labetcontas contra assaltantes à perseguição contra homossexuais, minorias religiosas e suspeitostelefone labetpraticar feitiçaria. " O crime (comum) não é um problema na Indonésia, mas o vigilantismo sim é", afirma Jeffrey.

As vítimas podem sofrer agressões verbais e linchamentos - quetelefone labetalguns casos terminamtelefone labetassassinatos. De acordo com o Banco Mundial, entre 2005 e 2014, foram registrados 34 mil casostelefone labetagressõestelefone labetvigilantes, das quais 1.600 resultaramtelefone labetassassinatos,telefone labetacordo com a mídia local. "A maior parte das agressões é feita por residentes que não são afiliados politicamente a nenhum partido ou organização", afirma Sana Jeffrey, que desenvolve uma tese sobre o crescimento do vigilantismo.

Esse tipotelefone labetviolência é contraditoriamente mais alto nas ilhastelefone labetJava e Sumatra - onde há uma forte presença do Estado e níveis muito mais baixostelefone labetdistúrbios, confrontos e crimes violentos do que o restante do país. Para a pesquisadora Sana Jeffrey, essas ações também demonstram uma faltatelefone labetcredibilidade do podertelefone labetação da polícia como mediadoratelefone labetconflitos.

A maioria dos crimes cometidos pelos vigilantes permanece impune.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O país é conhecido por suas atrações turísticas, como o templo flutuante Pura Ulun Danu Beratan,telefone labetBali

Nas ilhas dedicadas ao turismo, como Bali, as lideranças comunitárias atuam como informantes para monitorar a movimentaçãotelefone labetturistas, cujas irregularidades podem variar entre, por exemplo, vistostelefone labetpermanência expirados e possetelefone labetdrogas - que pode ser punida com a pena capital.

História traumática

Esse paístelefone labetvigiados e vigilantes tem uma raiz histórica traumática.

Em 1965, Hadji Mohamed Suharto liderou um golpetelefone labetEstado dando início a uma ditadura sangrenta por maistelefone labet30 anos. Entre 1 milhão e 3 milhõestelefone labetpessoas foram perseguidas e executadas. As vítimas eram democratas, comunistas e outros cidadãos não alinhados ao regime. O massacre na Indonésia ocorreutelefone labetmeio à Guerra Fria e eratelefone labetconhecimento dos Estados Unidos, que à época disputavam a influência ideológica na região.

O massacre ainda é uma ferida aberta. Uma das maneirastelefone labetsobreviver à violência era demonstrar lealdade à Suharto, denunciando supostos comunistas. "A violência ocorreu na base da sociedade, foi uma violência muito particular que fez com que todos fossem cúmplices", afirma Jacqui Backer. A seu ver, a manutenção da ordem por parte da população também é reflexo do medo.

"Há um temortelefone labetque as vítimas se levantem e procurem Justiça da maneira mais sangrenta. A ordem é tão importante porque existe um medotelefone labetvingança."

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