Crise na Venezuela: o custo do governo Maduro para a esquerda na América Latina:hm poker
É muito difícil estimar o resultado do imbróglio venezuelano, mas alguns analistas afirmam que a esquerda da região,hm pokeruma forma ouhm pokeroutra, está pagando o preço pelo que vem acontecendo no país comandado pelo chavismo.
Embora, por outro lado, defensores do governohm pokerNicolás Maduro neguem que o pêndulo político regional esteja rumando à direita por causa do estágio atual da Revolução Bolivariana iniciada por Hugo Chávezhm poker1999.
A fatura
Existem diferentes critérios para se avaliar os efeitos da crise venezuelanahm pokerprojetos políticos latino-americanos que se identificam como esquerdistas, populistas, com enfoque social etc.
O professor Edmundo Paz Soldán, professor da Universidade Cornell,hm pokerNova York, ressalta que o impacto "pode durar muitos anos" e que a principal causa disso é a faltahm pokerrenovação da esquerda atual.
O analista dá o exemplo do que aconteceu na Colômbia com Gustavo Petro, que nahm pokeropinião é um membrohm pokeruma esquerda diferente do clássico, mas foi derrotado nas urnashm poker2018 sob acusaçõeshm pokerser "castrochavista".
"Seu apoio anterior a Hugo Chávez foi estrategicamente usado por seus rivais, apesarhm pokerele ter tentado se distanciar da Venezuela na campanha", explica Paz Soldán à BBC News Mundo, serviçohm pokerespanhol da BBC.
Para ele, a experiência na América Latina mostra que "esses ciclos não são curtos" e é por isso que o custo pode ser muito grande.
"A contínua erosão na Venezuela e também na Nicarágua pode queimar toda uma geração se ela não for renovada", conclui.
Diferentes níveis
Para o escritor peruano Juan Manuel Robles, os níveishm pokerinfluência da crise venezuelana terão diferentes pontoshm pokervista e níveishm pokercada país.
O autor do livro Novos Brinquedos da Guerra Fria,hm poker2015, usa seu país como exemplo.
"Mais do que uma disputa clássica entre a esquerda e a direita, haverá uma polarização entre ladrões e pessoas mais ou menos honestas", disse ele à BBC News Mundo.
"Em todos os países haverá nuances, haverá um impacto, é claro, mas por outro lado, governos com problemas como ohm pokerMauricio Macri [na Argentina] podem nos mostrar que esse crédito pode acabar muito rapidamente", diz ele.
Para Robles, a maioria dos países não viverá uma visão totalizante "como a direita quer impor, 'Maduro nos mostrou que nenhuma esquerda é válida'".
'Não há provas'
A Bolívia é o país sul-americano que mais apoia o governohm pokerNicolás Maduro.
O embaixador do paíshm pokerCaracas, Sebastián Michel, afirma quehm pokernenhuma das recentes eleições foram encontradas provashm pokerque a Venezuela tenha alguma relação com o resultado das urnas.
"No Brasil, foram ações judiciais e parlamentares contra a candidatura do ex-presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] e antes com a então presidente Dilma Rousseff que levaram à derrota, e não o efeito venezuelano", disse Michel à BBC News Mundo.
O embaixador boliviano destaca também o caso do Equador, onde ganhou o projetohm pokerRafael Correa, "embora depois o presidente Lênin Moreno tenha decidido se opor" ao padrinho político.
"Vamos ver o que acontece neste ano, onde há quatro eleições. Em três delas, Argentina, Bolívia e Uruguai, não dá para falarhm pokeruma derrota certa da esquerda."
O embaixador nega que o apoio determinadohm pokerseu país à Revolução Bolivariana custe os votoshm pokerEvo Morales nas eleições presidenciaishm pokeroutubro deste ano.
"Nos afetaria mais reconhecer o Juan Guaidó [como presidente interino da Venezuela]", diz Michel.
O diplomata afirma que a Bolívia "não se sente mais só" antes da mudançahm pokersinalização políticahm pokeralguns governos. Pelo contrário.
"O país está mais consolidadohm pokerum mundo multipolarizado", diz Michel, que cita os acordos comerciais que Morales assinou.
Além disso, destaca o papel desempenhado por Bolívia, México e Uruguai como promotoreshm pokeruma solução pacífica e negociada para o conflito entre o partido no poder e a oposição na Venezuela.
A velha esquerda
Paradoxalmente, Chávez e a Venezuela influenciaram muito a mudança anteriorhm pokersinal político na região.
A Revolução Bolivariana começouhm poker1999 e significou o renascimento para a esquerda latino-americana.
Em temposhm pokervacas gordas, o líder venezuelano ajudou Cuba a superar pesadelos econômicos e promoveu a carreira políticahm pokerMoraleshm pokerseus difíceis primeiros anoshm pokergoverno.
Ele também fez uma tríade com Lula e o argentino Néstor Kirchner para derrubar a iniciativahm pokeruma áreahm pokerlivre comércio continental conhecida como Alca, promovida pelos Estados Unidos.
Depois, Chávez esteve ao ladohm pokerCristina Kirchner, Correa, Rousseff e José Mujica.
Todos eles deram origem a alianças regionais, como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
No entanto, para Paz Soldán, "o presente está enterrando a boa memória da esperança que muitos tiveram nos primeiros anos da Revolução Bolivariana".
"Será muito difícil levantar a bandeirahm pokerChávez nos próximos anos, da mesma forma que Che Guevara ou Fidel se levantaram por tanto tempo", diz o professor.
A nova esquerda deve ter novos símbolos e abraçar outras causas como o feminismo, a expansão do campo dos direitos, o combate à desigualdade e a agenda ambiental, afirma Paz o estudioso.
"Eles também devem erradicar o discurso desconectado da ação e recuperar a defesa dos valores democráticos, o que significa não ignorar os referendos, como fez Evo Morales na Bolívia", conclui.
O futuro da esquerda
A cientista política colombiana Marcela Prieto avalia que casos como o da Venezuela vão produzir julgamentos e distanciamentos da esquerda clássica.
"Para qualquer grupohm pokeresquerda, justificar o que acontece na Venezuela será suicídio. Os novos grupos políticos que vemos não querem ser como Chávez ou fazer outra Revolução Bolivariana", disse a especialista à BBC News Mundo.
Prieto indica que os novos movimentos buscam ser mais exigentes, "com agendas que não pertencem a essa esquerda", como a ambiental ou as questõeshm pokergênero.
A cientista política afirma que, mesmo que os grupos emergenteshm pokeresquerda estejam se distanciando dos antecessores, o chavismo permanecerá por muito tempo como uma força política.
"Chávez é visto como um mártir e figura mítica entre muitos setores da população [da Venezuela]."
Enquanto isso, o escritor peruano Juan Manuel Robles acrescenta que a Venezuela deixará outro efeito político para o futuro - talvez positivo para muitos.
"Desde a Revolução Bolivariana, a esquerda emergente acabou se separando da clássica esquerda latino-americana, aquela que foi marcada por tudo o que representava Cuba."
Uma mudança que, segundo o autor, acabará por divorciar essa corrente políticahm pokersua versão do século passado.
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