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A mulher que não sente dor:roleta 1
Como ela dispensou os analgésicos, o anestesista Devij Srivastava decidiu levar o caso a geneticistas especializadosroleta 1dor das universidades britânicas UCL (University College London) e Oxford.
"Quando ficou sabendo que eu não estava tomando (anestésicos), o médico checou meu prontuário e descobriu que eu nunca havia pedido analgésicos", conta Jo Cameron. Foi quando ela foi encaminhada para se consultar com especialistas na Inglaterra.
Ao ser diagnosticada com a mutação, Jo percebeu que ela, na verdade, não estava "incrivelmente saudável" como achava.
Perigos no dia a dia
Jo sempre soube que não precisavaroleta 1remédios para dor, mas nunca se perguntou o porquê disso.
"Eu era apenas uma pessoa feliz, não percebi que havia algo diferenteroleta 1mim", diz.
Ela não percebia, mas sempre tolerou a dor numa escala muito maior que as outras pessoas. Até mesmo no parto. "Foi estranho, não doeu. Foi bem prazeroso, na verdade", conta.
Na cozinha, com frequência, Jo queima o braço no fogão. Só percebe quando a pele começa a cheirar a carne chamuscada. Nem assim notou que era insensível à dor.
Ela garante que não tem vontaderoleta 1mudar, mas reconhece que a dor temroleta 1importância. "A dor existe por uma razão, para te avisar. É um alerta", avalia.
"Seria bom ter um aviso quando algo está errado", afirma, dizendo que não "sabia que o quadril tinha ido embora até que ele foi embora". "Não poderia andar com o tiporoleta 1artrite que tenho".
Médicos acreditam que ela também consegue se curar mais rápido que o normal. Os especialistas dizem que Jo tem uma combinação muito específicaroleta 1genes que a torna mais esquecida e a faz se sentir menos ansiosa.
"É chamado o gene feliz ou do esquecimento. Eu venho incomodando as pessoas por ser feliz e esquecida o tempo todo. Agora, tenho uma desculpa", observa.
Jo também não tem medo. Recentemente, ela bateu o carro. Nem ligou para o episódio, que deixaria muita gente chateada.
"Não tenho adrenalina. Todo mundo deveria ter aquele aviso, faz parteroleta 1ser humano".
Depois da batida, conta Cameron, a outra motorista estava tremendo. Já ela, estava calma. "Não tenho esse tiporoleta 1reação. Não é ser corajoso, é que o medo simplemente não vem".
Rastreando a condição
Pesquisadores acreditam que haja mais pessoas como Jo Cameron no mundo.
"Umroleta 1cada dois pacientes após cirurgias ainda experimentam dorroleta 1moderada a grave, apesarroleta 1todos os avanços no desenvolvimentoroleta 1analgésicos. Resta saber se novos tratamentos poderiam ser desenvolvidos com baseroleta 1nossos resultados", disse o anestesista Devij Srivastava.
Há pesquisasroleta 1novos medicamentos que poderiam oferecer alívio da dor pós-cirúrgica e também acelerar a cicatrizaçãoroleta 1feridas. "Esperamos que isso ajude os 330 milhõesroleta 1pacientes que se submetem a cirurgias no mundo a cada ano", disse o médico.
O casoroleta 1Jo vai virar artigo acadêmico na publicação British Journal of Anaesthesia, assinado pelo médico Srivastava and James Cox, da UCL.
Cox diz que pessoas com insensibilidade rara à dor podem ser valiosas para pesquisas médicas.
O casoroleta 1Jo pode ajudar outros pacientes a lidar melhor com a dor. "Aprendemos como suas mutações genéticas afetam a forma como as pessoas experimentam a dor, por isso encorajamos qualquer um que não sinta dor a se manifestar. Esperamos que, com o tempo, nossos achados possam contribuir para a pesquisa clínica para dor e ansiedade no pós-operatório, e potencialmente dor crônica, e cicatrizaçãoroleta 1feridas", explica Cox.
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