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Bolsonaro visita Chile, primeiro a romper com ondaemail sportingbetesquerda na América Latina:email sportingbet
Depois da vitóriaemail sportingbet2010, Piñera (pronuncia-se "pinhêra") permaneceu no poder até 2014, quando foi substituído por Michelle Bachelet. Ele voltou ao palácioemail sportingbetLa Moneda no ano passado.
Após o êxito inicialemail sportingbetPiñeraemail sportingbet2010, uma sérieemail sportingbetmandatáriosemail sportingbetdireita tingiu o mapa latino-americanoemail sportingbetazul: Mauricio Macri na Argentina (2015); Michel Temer no Brasil, após o impeachment da petista Dilma Rousseff (2016); Lenin Moreno no Equador (2017); Martin Vizcarra no Peru (2018); Ivan Duque na Colômbia (2018); e Mario Abdo Benítez no Paraguai (2018).
Eleito com o apoio do esquerdista Rafael Corrêa no Equador, Lenin Moreno rompeu com seu antecessor e passou a governar com o apoioemail sportingbetpartidos direitistas.
O pai do atual presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, foi secretário pessoal do ditador paraguaio Alfredo Stroessner (1954-1989). O ex-mandatário foi elogiado por Bolsonaro no fimemail sportingbetfevereiro deste ano,email sportingbetum evento com Benítez.
Assim como Michel Temer (MDB), Martin Vizcarra era o vice-presidente do Peru: ele assumiu depois do titular Pedro Pablo Kuczynski, o PPK, renunciar na esteiraemail sportingbetum escândaloemail sportingbetcorrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht. Todos os demais conquistaram seus mandatos nas urnas.
A "onda"email sportingbetdireita sucede uma outra na América Latina,email sportingbetgovernosemail sportingbetesquerda e centro-esquerda, iniciada no começo dos anos 2000. Fizeram parte do movimento os governos do PT no Brasil (2003-2016), os mandatos dos peronistas Eduardo Duhalde, Néstor e Cristina Kirchner na Argentina (2003-2015); Evo Morales na Bolívia (2006-presente); e os governosemail sportingbetcentro-esquerda do Peru que se sucederam após a quedaemail sportingbetAlberto Fujimori (2000email sportingbetdiante), entre outros exemplos.
Carlos Gustavo Poggio é professor do cursoemail sportingbetRelações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap)email sportingbetSão Paulo. Segundo ele, o conceitoemail sportingbet"ondas"email sportingbetesquerda eemail sportingbetdireita são usados na Ciência Política, mas nem por isso é correto igualar todos os chefesemail sportingbetEstado que chegam ao poder nesses movimentos. Por exemplo: ao contrárioemail sportingbetBolsonaro, Piñera é um político tradicional do Chile - e tem também posições mais moderadas que o presidente brasileiro.
"É um fenômeno complexo. Mas não deixaemail sportingbetser uma coisa relativamente comum. Se você pensar na história da América Latina, ela realmente parece seguir alguns padrões (de semelhança entre os países). Assim como estamos vivendo uma ondaemail sportingbetdireita neste momento, podemos ter outraemail sportingbetesquerda ali adiante", disse ele à BBC News Brasil.
"Me parece que esta onda atual (da direita) vem na esteiraemail sportingbetfracassos dos projetosemail sportingbetesquerda na região. No Brasil, por exemplo, tivemos governos que apostaram numa estratégiaemail sportingbetpopulismo macroeconômico (na época do PT), e que depois cobrouemail sportingbetfatura", avalia ele.
Em outubro, o cientista político americano Anthony Pereira falou à BBC News Brasil sobre a perdaemail sportingbetfôlego dos partidosemail sportingbetesquerda na América Latina.
Para ele, a tendência - reforçada pela eleiçãoemail sportingbetBolsonaro - é aemail sportingbetque a vogaemail sportingbetdireita e conservadora se mantenha na região. A ideologia no comando do Palácio do Planalto acaba ganhando força para influenciar o rumo da política nos demais países da região. Além disso, a afinidade ideológica com o Brasil pode favorecer ou atrapalhar os demais países que buscam acordos e parcerias com Brasília.
"Bolsonaro pode entraremail sportingbetcontato com presidente do Chile e da Colômbia para tentar fortalecer a direita e formar uma nova direita, mais ideológica", disse Anthonyemail sportingbetoutubro, pouco antes da vitóriaemail sportingbetBolsonaro ser confirmada nas urnas. Ele é diretor do Brazil Institute da universidade King's College,email sportingbetLondres, na Inglaterra.
O que Bolsonaro fará no Chile?
No fimemail sportingbetoutubroemail sportingbet2018, logo depois das eleições, o hoje ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM) disse que a primeira viagem internacionalemail sportingbetBolsonaro seria ao Chile - o que não acabou acontecendo.
"O Chile é uma grande referência latino-americana. Tem boa educação, gera tecnologia e hoje comercializa com todo mundo. Temos que ter a humildadeemail sportingbetolhar esse exemplo com atenção", disse Lorenzoni, que chamou o país andinoemail sportingbet"farol da América Latina". Piñera foi um dos primeiros líderes internacionais a parabenizar Bolsonaro pela vitória, e o convidou a visitar o país.
A saídaemail sportingbetBolsonaroemail sportingbetBrasília está marcada para meio-dia desta quinta-feira (21) - ele deve chegar a Santiago por volta das 16h10. O primeiro compromisso é um jantar na residência oficial do embaixador brasileiro no Chile, Carlos Sérgio Duarte. Bolsonaro está completando 64 anosemail sportingbetidade, deve comemorar a passagem na casa do embaixador. Antes da festa, o presidente deve fazer uma "live" no Facebook por volta das 19h.
Viajam com o presidente três ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores); Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), e Augusto Heleno (Gabineteemail sportingbetSegurança Institucional, o GSI). Também estarão na viagem o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e Hélio "Bolsonaro" Lopes (PSL-RJ). Hélio é amigo pessoal do mandatário brasileiro.
Na sexta, Bolsonaro e Piñera participarãoemail sportingbetuma reunião com os presidentes mais cinco países da América Latina - todosemail sportingbetdireita ou centro-direita: Mauricio Macri (Argentina); Ivan Duque (Colômbia); Mario Abdo Benítez (Paraguai) e Martin Vizcarra (Peru).
Na reunião, esses líderes discutirão a possível criaçãoemail sportingbetum novo organismo internacional na América Latina, para substituir a Unasul (Uniãoemail sportingbetNações Sul-Americanas) - entidade considerada "de esquerda".
O novo organismo está sendo chamado informalmenteemail sportingbet"Prosul" - mas não há mais detalhes até o momento.
Segundo o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, foi justamente Piñera quem trouxe a ideiaemail sportingbet"trocar" a Unasul. O ministro confirmou na quarta-feira (20) a saída do Brasil eemail sportingbetoutros países do organismo. "Gostamos muito da ideia que o Chile vem conduzindo que é aemail sportingbetsubstituir a Unasul, que é um organismo que não faz mais sentido, que foi criado e nasceu com vícioemail sportingbetorigem", disse Araújo.
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