Por que o uso da palmatória ainda é legalbenfica sporting futsalescolas públicasbenfica sporting futsal19 Estados americanos:benfica sporting futsal

Criançasbenfica sporting futsalfrente a quadro negro segurando cartazes com caras tristes

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muitos americanos se surpreendem ao descobrir que estudantesbenfica sporting futsalvárias partes do país ainda são submetidos a castigos físicos
Ayanna Smith e seu filho, Jalijah

Crédito, Cortesia/Ayanna Smith

Legenda da foto, Ayanna Smith: 'Em vezbenfica sporting futsalinvestigar o que houve oubenfica sporting futsalme contatar, o professor levou meu filho para outra sala e o espancou'

Muitos americanos se surpreendem ao descobrirem que estudantesbenfica sporting futsalvárias partes do país ainda são submetidos à palmatória e outros tiposbenfica sporting futsalcastigos físicos. Afinal, esse tipobenfica sporting futsalpunição já foi banido há décadas na maioria dos países e, mesmo nos Estados Unidos, é proibidobenfica sporting futsalquase todas instituições públicas, como centrosbenfica sporting futsaltreinamento militar, prisões e até mesmo como sentença para criminosos.

Mas a prática é permitida por leibenfica sporting futsalescolas públicasbenfica sporting futsal19 dos 50 Estados americanos, compreendendo alunos desde a pré-escola até o 12º ano (equivalente ao último ano do ensino médio no Brasil). Nas escolas particulares, o alcance é ainda maior, com permissãobenfica sporting futsal48 Estados - somente Nova Jersey e Iowa proíbem.

Cada Estado dos EUA tem suas próprias regras

O tipo mais comumbenfica sporting futsalcastigo é a aplicaçãobenfica sporting futsalgolpesbenfica sporting futsalpalmatória nas nádegas, mas há também relatosbenfica sporting futsalespancamento com outros objetos, como cintos ou réguas. Cada Estado tem suas próprias regras, que incluem detalhes como o tipobenfica sporting futsalpalmatória usada, o número máximobenfica sporting futsalgolpes e o graubenfica sporting futsalforça permitidos.

A palmatória é feitabenfica sporting futsalmadeira e tem tamanho variado, geralmentebenfica sporting futsaltornobenfica sporting futsal40 cmbenfica sporting futsalcomprimento ebenfica sporting futsal5 cm a 10 cmbenfica sporting futsallargura. Algumas têm buracos para aumentar a velocidade do golpe e a dor. Os golpes são aplicados por um professor, diretor ou outro funcionário autorizado. Certas escolas exigem a presençabenfica sporting futsaluma testemunha adulta.

Apesarbenfica sporting futsalo departamento federalbenfica sporting futsalEducação recomendar que o castigo seja proporcional ao comportamento, não há controle sobrebenfica sporting futsalaplicação. Desde casos mais sérios, como brigas, até pequenas infrações, como mascar chiclete, conversarbenfica sporting futsalaula, ir ao banheiro sem permissão ou chegar atrasado, podem levar a essa punição.

Muitas vezes os estudantes podem escolher entre a palmatória ou outro tipobenfica sporting futsalpunição, como suspensão ou notas mais baixas. Dependendo do distrito escolar, os pais podem se recusar a permitir que seus filhos recebam castigos físicos.

Em alguns casos, como na escolabenfica sporting futsalJalijah, os pais precisam preencher um formulário indicando se permitem ou não. Em outros, os castigos são norma, e os pais que se opuserem precisam tomar a iniciativabenfica sporting futsalenviar uma carta à escola. Há ainda distritosbenfica sporting futsalque, caso o estudante cometa uma infração, os pais são consultados antes que o castigo seja administrado.

Mas, assim como ocorreu com Smith, não é incomum que a vontade dos pais seja ignorada. Nesses casos, como a lei garante proteção à escola e aos funcionários envolvidos, os pais têm poucos recursos para contestar, mesmo quando o aluno sofre ferimentos.

Quase 110 mil alunos punidos

É difícil encontrar números precisos, já que muitos incidentes não são relatados, mas segundo o Departamentobenfica sporting futsalEducação dos Estados Unidos, quase 110 mil alunosbenfica sporting futsalescolas públicas receberam castigos físicos no ano letivobenfica sporting futsal2013-2014. O número é bem menor do que os maisbenfica sporting futsal342 mil registradosbenfica sporting futsal2000-2001, e vem caindo gradualmente.

Mesmo nos Estadosbenfica sporting futsalque é permitida por lei, a prática já deixoubenfica sporting futsalser usada por vários distritos escolares. Um exemplo é a Carolina do Norte, onde já foi banidabenfica sporting futsaltodos os 115 distritos, apesarbenfica sporting futsalainda ser oficialmente legal. Neste mês, foi apresentado um projeto para modificar a lei, o que consolidaria a proibição e tornaria o Estado o 32º a abolir esta formabenfica sporting futsalpunição.

Mas, nos locaisbenfica sporting futsalque o usobenfica sporting futsalpunição corporal nas escolas persiste, especialmente no sul do país ebenfica sporting futsalcomunidades rurais, tentativasbenfica sporting futsalalterar as leis costumam ser recebidas com resistência.

ilustração professor bate nas nádegasbenfica sporting futsalum aluno

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O tipo mais comumbenfica sporting futsalcastigo é a aplicaçãobenfica sporting futsalgolpesbenfica sporting futsalpalmatória nas nádegas

"É tradicional há muitos anos nessas comunidades, é difícil para os moradores abandonarem as tradições", diz à BBC News Brasil o deputado estadual republicano Steve Riley,benfica sporting futsalKentucky, autorbenfica sporting futsaluma proposta para proibir castigos físicos nas escolas públicas do Estado.

Riley destaca que somente 17 dos 173 distritos escolaresbenfica sporting futsalKentucky, predominantementebenfica sporting futsalzonas rurais, ainda permitem a prática. Mesmo assim,benfica sporting futsalproposta acabou nem indo à votação. Dois projetos semelhantes já haviam sido apresentadosbenfica sporting futsal2018 e 2017, também sem sucesso.

"A maior parte da resistência vem daqueles que acreditam que isso deve ser uma decisão local, sem interferência do governo estadual", afirma Riley, que atuou por maisbenfica sporting futsal30 anos como professor e diretorbenfica sporting futsalescola e pretende reapresentar a proposta no próximo ano.

"Castigo físico não muda comportamento, é simplesmente punição. Não acho que seja eficaz. Adultos não deveriam espancar estudantes na escola. Não é bom para ninguém", afirma.

Castigos físicos já foram amplamente aceitos nos EUA

Palmatória sobre uma mesa

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Legenda da foto, A palmatória é feitabenfica sporting futsalmadeira e tem tamanho variável, geralmentebenfica sporting futsaltornobenfica sporting futsal40 cmbenfica sporting futsalcomprimento ebenfica sporting futsal5 cm a 10 cmbenfica sporting futsallargura

Durante séculos, o usobenfica sporting futsalcastigos físicos para disciplinar estudantes foi amplamente aceito nos Estados Unidos. Em 1867, New Jersey foi o primeiro Estado a proibir a práticabenfica sporting futsalescolas públicas. Mas somentebenfica sporting futsal1971, maisbenfica sporting futsalcem anos depois, um segundo Estado, Massachusetts, seguiu o exemplo.

Em 1977, a discussão chegou à Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça americana, que decidiu que o usobenfica sporting futsalcastigos físicos nas escolas era constitucional. Nas décadas seguintes, muitos Estados baniram a práticabenfica sporting futsalsuas instituiçõesbenfica sporting futsalensino públicas.

Hoje, o usobenfica sporting futsalcastigos físicosbenfica sporting futsalescolas públicas é considerado ilegalbenfica sporting futsal31 Estados e no Distritobenfica sporting futsalColumbia, onde fica a capital americana, Washington. Mas, desde 2011, quando o Novo México adotou a proibição, nenhum outro Estado conseguiu mudarbenfica sporting futsallei. Várias tentativas recentesbenfica sporting futsalaprovar uma proibiçãobenfica sporting futsalnível federal também não foram adiante.

Com isso, os Estados Unidos estão atrás da maioria dos países desenvolvidos. Segundo a organização Global Initiative to End All Corporal Punishment of Children (Iniciativa Global para Acabar com Toda Punição Corporalbenfica sporting futsalCrianças,benfica sporting futsaltradução livre), 131 países proíbem completamente o usobenfica sporting futsalcastigo físico nas escolas.

Crianças na salabenfica sporting futsalaula com as mãos erguidas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo o governo dos EUA, quase 110 mil alunosbenfica sporting futsalescolas públicas receberam castigos físicos no ano letivobenfica sporting futsal2013-2014

Em outros 68, a proibiçãobenfica sporting futsalescolas não existe ou não é total, como no caso americano. Em 54 países, entre eles o Brasil, a proibição se aplica a qualquer local, inclusivebenfica sporting futsalcasa.

"O conceitobenfica sporting futsaldisciplina física está profundamente arraigado na nossa cultura e História", diz à BBC News Brasil o especialista prevençãobenfica sporting futsalabusosbenfica sporting futsalcrianças Victor Vieth, fundador do National Child Protection Training Center (Centro Nacionalbenfica sporting futsalTreinamento para Proteçãobenfica sporting futsalCrianças,benfica sporting futsaltradução livre) e diretorbenfica sporting futsalEducação e Pesquisa do Zero Abuse Project (Projeto Abuso Zero,benfica sporting futsaltradução livre).

"Também acho que a religião tem um papel importante. Os Estadosbenfica sporting futsalque castigo físicobenfica sporting futsalescolas ainda é legal tendem a ser mais religiosos e mais conservadores", observa.

Especialistas dizem que castigo físico pode piorar comportamento do aluno

Muitos especialistas afirmam que a aplicaçãobenfica sporting futsalcastigos físicos nas escolas não ajuda a melhorar comportamento ou desempenho acadêmico e costuma ter impacto negativobenfica sporting futsalambas as áreas, alémbenfica sporting futsalreduzir a confiança entre professores e alunos e poder causar ferimentos. Nos Estados Unidos, várias organizações religiosas,benfica sporting futsalsaúde e educação se opõem à prática.

A Associação Americanabenfica sporting futsalPsicologia diz que castigos corporais podem levar a comportamento antissocial, agressividade e problemasbenfica sporting futsalsaúde mental nas crianças. A Academia Americanabenfica sporting futsalPediatria diz que a prática é ineficaz e prejudicial e pode gerar um círculo viciosobenfica sporting futsalcomportamento cada vez pior e punições cada vez mais severas.

A Associação Médica Americana, maior associaçãobenfica sporting futsalmédicos do país, a United Methodist Church (Igreja Metodista Unida, terceira maior denominação cristã do país, e a Associação Nacionalbenfica sporting futsalDiretoresbenfica sporting futsalEscolas Secundárias também estão entre as organizações oficialmente contrárias à prática.

Criança sentada no chãobenfica sporting futsalcastigo

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Castigos físicos são ineficazes e podem ter efeitos negativos sobre a saúde mental, dizem especialistas

Críticos afirmam ainda que castigos físicos violam os direitos humanos das crianças. Além disso, vários estudos indicam que, nas escolas americanas, afetam desproporcionalmente estudantes negros e portadoresbenfica sporting futsalalguma deficiência, dificuldadebenfica sporting futsalaprendizado, autismo oubenfica sporting futsalcadeirabenfica sporting futsalrodas.

Apesar das críticas, há pais e professores que ainda consideram os castigos físicos uma boa maneirabenfica sporting futsaldisciplinar os estudantes, acreditam que não faz malbenfica sporting futsalmoderação e consideram preferível a outras alternativas, como suspensão.

Mas a prática vem perdendo espaço. Em 2016, um estudo do professorbenfica sporting futsaleconomia Dick Startz, da Universidade da Califórniabenfica sporting futsalSanta Bárbara, revelou que apenas sete Estados (Mississippi, Texas, Alabama, Arkansas, Georgia, Tennessee e Oklahoma) respondem por 80% dos casosbenfica sporting futsalpunição corporalbenfica sporting futsalescolas públicas americanas.

"A maioria dos pais e mães mais jovens se opõe ao usobenfica sporting futsalcastigos físicos", diz Vieth. "Acredito que a maioria dos americanos são contra castigos físicos na escola, mesmo que apoiem dentrobenfica sporting futsalcasa. A prática estábenfica sporting futsaldeclínio."

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