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Crise na Venezuela: Qual é o tamanho real do poderio militar do país?:futebol europeu
Isso, entretanto, não aconteceu. Nesta manhã foi anunciado fechamentofutebol europeutrês pontes na fronteira com a Colômbia e houve enfrentamento entre manifestantes e forças policiais.
Para Maduro, apoiado por Rússia e China, seus opositores tentam "fabricar uma crise humanitária que não existe na Venezuela" para justificar uma intervenção estrangeira. Por isso, ele anunciou o fechamento da fronteira com o Brasil e estuda fazer o mesmo na região fronteiriça com a Colômbia.
O impasse na fronteira e os confrontos deixam o Exército venezuelano sob os holofotes.
Como as Forças Armadas do país vão reagir à pressão internacional? Qual é o poderfutebol europeufogo delas ante um eventual ataque dos EUA?
Qual é o tamanho do efetivo das Forças Armadas da Venezuela?
De acordo com dados do Ministério da Defesa do país, a Força Armada Nacional Bolivariana tem entre 95 mil e 150 mil integrantes, número que não inclui os membros da Milícia Nacional Bolivariana, um grupo paralelo descrito como paramilitar pelos críticos do governo e formado por voluntários que assumem várias funções a serviço do Estado.
Esses milicianos recebem treinamento no manejofutebol europeuarmas e usam rifles antigos que pertenciam anteriormente ao Exército.
A Milícia Nacional baseia-se na premissa da "união cívico-militar", cunhada pelo presidente Hugo Chávez, mortofutebol europeu2013, pela qual toda a sociedade deve complementar o esforço do Exército na "defesa da nação".
Maduro manteve seu compromisso com a milícia, apesar das acusaçõesfutebol europeumilitarização da vida civil e anunciou,futebol europeujaneiro deste ano, que o corpofutebol europeusegurança está próximofutebol europeuatingir 2 milhõesfutebol europeuintegrantes.
Não há informações precisas, no entanto, sobre o número realfutebol europeuintegrantes e a qualidadefutebol europeuseu armamento e treinamento militar.
Também formam as Forças Armadas os integrantes da Guarda Nacional, um corpo militar responsável pela ordem pública e pela proteção dos cidadãos. Conhecida por todos os venezuelanos, umafutebol europeusuas atribuições mais comuns é fazer o policiamento das ruas e das rodovias do país.
Nos últimos anos, a Guarda Nacional vem ganhando maior destaque pela repressão violenta contra os manifestantesfutebol europeuoposição, especialmente durante os protestosfutebol europeu2017, efutebol europeuconduta tem sido objetofutebol europeupolêmica. Também não há informações precisas sobre o tamanho do efetivo da Guarda Nacional.
Foi ela que, na manhã deste sábado, bloqueou a passagem na fronteira entre Venezuela e Colômbiafutebol europeuUreña, no Estadofutebol europeuTáchira.
Poderio renovado por Rússia e China
Após a chegadafutebol europeuChávez ao poder (1999), a Venezuela aproveitou o crescimento das receitas do petróleo na primeira década dos anos 2000 para dar início a uma renovação ambiciosa das Forças Armadas que teve a Rússia e a China como suas principais provedoras.
Desde então, os russos forneceram à Venezuela vários modelosfutebol europeuaviões, helicópteros, tanques e unidadesfutebol europeuartilharia.
O apoio da Rússia voltou a se fazer presentefutebol europeudezembro do ano passado, quando o governofutebol europeuVladimir Putin enviou à Venezuela dois modernos bombardeiros capazesfutebol europeutransportar armas nucleares, os Tu-160, para um exercíciofutebol europeuconjunto com a aviação venezuelana. O episódio gerou duras críticas do Departamentofutebol europeuEstado dos Estados Unidos.
Mas a grande contribuição russa para a ampliação da capacidade militar venezuelana foi a vendafutebol europeucaças Su-30Mk2 que, segundo especialistas, são capazesfutebol europeucompetir com os modelos americanos mais avançados graças a seu poderfutebol europeufogo, manobrabilidade e desempenho.
Além disso, os russos repassaram à Venezuelana sistemasfutebol europeumísseis antiaéreos e os chineses, radares que permitem estabelecer o que o portal especializado Infodefensa descreveu como "o melhor sistemafutebol europeudefesa aeroespacial da América Latina".
Nos anosfutebol europeuchavismo, uma frota naval sediada na cidadefutebol europeuPuerto Cabello também passou por uma completa renovação.
Considerando todos os seus recursos humanos e técnicos, o site Global Firepower colocou a Venezuela na 46ª posição do ranking mundialfutebol europeupaíses com maior força militar no ano passado. O Brasil está na 14ª posição e os Estados Unidos,futebol europeuprimeiro lugar.
Qual é a capacidade operacionalfutebol europeufato desses armamentos?
Desde o início da última crise política, Maduro vem estreitando ainda mais os laços com os militares e elogia repetidamente a capacidade das Forças Armadas.
Coincidindo com a escalada da tensão diplomática com os Estados Unidos, o presidente venezuelano organizou exercícios militaresfutebol europeularga escala que descreveu como "os mais importantes da história" do país.
Trata-sefutebol europeuum esforço para dar destaque ao papel do Exércitofutebol europeuum momento crítico.
Um especialista militar estrangeiro que vivefutebol europeuCaracas e que pediu para não a ser identificado disse à BBC News Mundo, o serviçofutebol europeunotíciasfutebol europeuespanhol da BBC, que "há muitas dúvidas sobre a capacidade operacional real do arsenal (da Venezuela), devido à faltafutebol europeumanutenção", outra consequência da crise econômica grave que o país enfrenta.
A escassezfutebol europeupeçasfutebol europeureposição é visível mesmo na base aéreafutebol europeuLa Carlota, no coraçãofutebol europeuCaracas, onde os helicópteros ali estacionados sofrem o que no jargão militar é conhecido como "canibalização", ou seja, o usofutebol europeupartesfutebol europeuaeronavesfutebol europeubom estado para a reparaçãofutebol europeuoutras danificadas.
"Nos últimos anos, eles tentaram convencer os russos e os chineses a se responsabilizarem pela manutenção, mas o problema é que agora eles não podem pagar ninguém", diz o especialista. "Os russos investiram muito dinheiro na Venezuela, mas descobriram que nunca seriam pagos."
Entre os projetos inacabados com a Rússia está a fábricafutebol europeufuzis Kalashnikov, que estáfutebol europeuconstrução há anos na cidadefutebol europeuMaracay, no Norte do país. O governo planeja que dali saiam armas para militares e milicianos, mas nada disso foi concretizado até hoje.
A faltafutebol europeureparo efutebol europeupeças sobressalentes torna-se um problema particularmente sério para o arsenal mais antigo, como os helicópterosfutebol europeutransportefutebol europeufabricação francesa, os Super Puma, ou os caças americanos F-16, que foram adquiridos antes do triunfo da Revolução Bolivarianafutebol europeu1998.
Apoio dos militares a Maduro
Desde que Juan Guaidó desafiou Nicolás Maduro pelo comando do país, a oposição venezuelana vem fazendo repetidos apelos aos militares para retirarem seu apoio ao governante socialista e "se colocarem do lado da Constituição".
Embora a tropa sofra com a escassezfutebol europeualimentos e medicamentos e a hiperinflação, assim como o restante dos venezuelanos, as deserçõesfutebol europeucascata que parte dos oposicionistas e analistas previram não ocorreram.
Apesarfutebol europeurelatos não confirmadosfutebol europeualegadas prisõesfutebol europeumassafutebol europeumilitares descontentes com a administração Maduro, as declaraçõesfutebol europeulealdade ao "presidente constitucional" são repetidas nas contasfutebol europeuTwitter do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas e do Ministério da Defesa.
Embora muitos considerem, inclusive nos Estados Unidos, que o apoio do alto comando militar a Maduro está se rachando, tais rachaduras não são até agora perceptíveis.
Há razões que explicam o apoio militar ao governo. Observadores apontam que o chavismo é, desde o seu nascimento, um sistema político essencial e originalmente militar.
Seu próprio fundador, Hugo Chávez, era comandante do Exército.
Como escreveu a escritora venezuelana Cristina Marcanofutebol europeuum artigo recente no jornal espanhol El País, "o Exército não apenas apoia o regime; é um fator fundamental do regime".
Ela lembrou que os militares passaram, quando Hugo Chávez chegou à Presidência, a ocupar os mais altos cargos na administração e nas empresas públicas.
O almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul do Exército dos Estados Unidos, disse a um comitê do Senado americano que a Venezuela tem cercafutebol europeu2 mil generais, número superior aofutebol europeutodos os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) juntos.
Para Faller, "a maioria está a serviçofutebol europeuMaduro" e envolvidafutebol europeunegócios ilícitos, entre os quais tráficofutebol europeudrogas e contrabandofutebol europeugasolina, com os quais o líder bolivariano "comprafutebol europeulealdade".
A verdade é que, como acontecefutebol europeuoutros países onde a política tem um forte componente militar, como Cuba ou Egito, a instituição acaba controlando grande parte da economia venezuelana.
Quando se tornou presidente, Maduro criou o que chamoufutebol europeuum planofutebol europeudesenvolvimentofutebol europeunegócios exclusivamente militar, que parecia imitar o modelo do Grupofutebol europeuAdministraçãofutebol europeuEmpresas (Gaesa)futebol europeuCuba. Por meio desse sistema, as Forças Armadas cubanas se responsabilizam pela gestãofutebol europeuuma grande parte da arrecadação do Estado que o turismo e outras atividades geram na ilha.
Maduro também colocou um general no comando da principal estatal do país, a PDVSA, que responde por grande parte das receitas das exportações venezuelanas.
Seja sentimental, ideológico ou econômico, os laços do alto comando militar com o presidente foram, por enquanto, mais poderosos do que os chamadosfutebol europeuseus rivais para mudarfutebol europeulado.
Neste sábado, contudo, há notíciasfutebol europeuque soldados venezuelanos na fronteira estão abandonando seus postos. Pelo menos três membros da Guarda Nacional teriam cruzado para o lado colombiano.
Qual é a capacidadefutebol europeuresistência ante uma intervenção?
Ted Galen Carpenter, especialistafutebol europeudefesa e política exterior do centrofutebol europeuanálise Cato Institute, sediado nos Estados Unidos, diz à BBC News Mundo que, "embora existam relatos que sugerem divisão interna, pelo menos algumas unidades combateriam uma intervenção americana."
Mas qual seria o tamanho dessa resistência? "É isso é o que a inteligência americana certamente está tentando descobrir, mas não é tão fácil", afirma Carpenter.
Ele alerta que, apesar da esmagadora superioridade dos Estados Unidos, o uso da força para acabar com a crise venezuelana pode custar muito dinheiro e muitas vidas americanas.
"Ninguém pode enfrentar os Estados Unidosfutebol europeuum confronto aberto, mas Maduro ainda tem um núcleo durofutebol europeuapoiadores, e o que os venezuelanos podem fazer é uma guerrafutebol europeuguerrilha, o que pode ser muito eficaz", afirma o especialista.
Declarações como asfutebol europeuCarpenter refrescam a memória dos americanos sobre a guerra do Iraque ou do Vietnã, nas quais o Exército americano sofreu milharesfutebol europeuperdas emfutebol europeutentativafutebol europeuimpor uma mudança política.
O próprio Maduro vem fazendo alusão ao confronto no Vietnã emfutebol europeutentativafutebol europeudissuadir a Casa Brancafutebol europeupegarfutebol europeuarmas: "A Venezuela se tornaria um Vietnã se um dia Donald Trump enviar o Exército dos EUA para nos atacar", ameaçou.
Até o momento, o cercofutebol europeuWashington a Maduro vem sendo estritamente diplomático e Trump, apesarfutebol europeusuas declarações, continua relutantefutebol europeuenvolver as tropas americanasfutebol europeumissões no exterior.
Se para muitos o Vietnã foi a eterna guerra dos Estados Unidos, a Venezuela é, por ora, a que nunca começou.
Conexão cubana
Pascal Fletcher, analista da BBC Monitoring
Desde o fracasso do golpefutebol europeu2002 contra o falecido presidente Hugo Chávez, tanto ele quanto seu sucessor expurgaram dissidentes do Exército e implantaram um modelofutebol europeudoutrinação ideológica semelhante ao das Forças Armadas Revolucionáriasfutebol europeuCuba.
O alto comando militar, liderado pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, repetem, vez ou outra, alguns slogans que lembram a Cubafutebol europeuCastro.
"Independencia y Patria Socialista" ou "Viviremos y Venceremos" são apenas alguns deles.
Com Chávez e Maduro, a Venezuela adotou outros elementos típicos da doutrina militar cubana, como a chamada "guerra popular", pela qual gruposfutebol europeumilicianos se juntariam às forças regulares para responder no casofutebol europeuum hipotético "ataque imperialista".
Essa uniãofutebol europeu"exército e povo" foi experimentadafutebol europeumanobras militares que estão cada vez mais focadas nesse aspecto e nas táticasfutebol europeuguerrilha.
Comentados há anos, os laços militares entre Cuba e Venezuela permanecem envoltosfutebol europeugrande sigilo. Mas a imprensa estatal na ilha se referiu a um atual "acordo técnico militar", que incluiria a formaçãofutebol europeupessoal venezuelano por oficiais cubanos.
Vários analistas indicam que a colaboraçãofutebol europeuprofissionais cubanos no campo da saúde e da educação foi acompanhada por assessores militares efutebol europeuinteligência. Segundo informações publicadas na imprensa venezuelana, o ministro da Defesa venezuelano tem um assessor cubano.
Pouco depoisfutebol europeudeclarar-se "presidente interino" da Venezuela, Juan Guaidó afirmou que os cubanos deveriam deixar as Forças Armadas.
*Este artigo foi atualizadofutebol europeu19futebol europeufevereirofutebol europeu2019 após a trocafutebol europeufarpas entre Donald Trump e o ministro da Defesa venezuelano.
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