Como o 'Júpiter' Emmanuel Macron despencou do 'Olimpo' na França:pagbet telegram

Crédito, EPA

Legenda da foto, Em apenas 18 meses no poder, marcados por uma sériepagbet telegramreformas, Emmanuel Macron enfrenta crise social e política inédita

Macron, ao utilizar a expressão, quis restaurar a solenidade do poder presidencial. Nas últimas semanas, porém, "Macron cai fora" esteve entre as expressões mais repetidaspagbet telegramcoro pela multidão nos protestos dos "coletes amarelos" ("gilets jaunes",pagbet telegramfrancês)pagbet telegramdiversas cidades do país. As palavras "Macron demissão" chegaram a ser grafitadas até no Arco do Triunfo.

As manifestações deste sábado e domingo marcaram o quarto fimpagbet telegramsemana consecutivopagbet telegramtumultos no país.

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Manifestante veste colete amarelo com os dizeres 'Macron cai fora'

A situação do presidente hoje é bem diferente daquela quando foi eleito,pagbet telegrammaio do ano passado, correspondendo a um desejo dos francesespagbet telegramrenovação total da classe política.

O centrista causou sensação na época, inclusive internacionalmente, ao realizar a façanhapagbet telegramse tornar presidente sem nunca ter disputado eleições antes, e ainda por cima concorrendo por um partido que ele acabarapagbet telegramcriar.

Em apenas 18 mesespagbet telegramgoverno, contudo, marcados por uma avalanchepagbet telegramreformas - da redução da contribuição paga pelos mais ricos como imposto sobre fortunas a mudanças no sistemapagbet telegramingresso nas universidades -, ele se tornou o alvo principal da revolta dos "coletes amarelos".

Injustiça social

Nessa crise, Macron passou a cristalizar todo o rancor dos manifestantes, provocado por um profundo sentimentopagbet telegraminjustiça social.

As medidas adotadas por seu governo reacenderam essa percepçãopagbet telegramdesequilíbrio que já existe há tempos na sociedade francesa.

A gota d'água que provocou a exasperação - transformadapagbet telegramfúria -pagbet telegramparte da população foi a alta dos impostos sobre combustíveis. Daí o nome "coletes amarelos",pagbet telegramreferência à peçapagbet telegramsegurança obrigatória para os motoristas.

"Nunca vimos,pagbet telegramtão pouco tempopagbet telegramgoverno, apenas 18 meses, um presidente suscitar um tal sentimentopagbet telegramrevolta", disse à BBC News Brasil Bruno Cautrès, pesquisador do Centro da Vida Política Francesa (Cevipof) da Universidade Sciences Po.

Nos protestos dos "coletes amarelos" no último sábado, 264 pessoas ficaram feridas e maispagbet telegram1,7 mil foram presas na França, sendo quase 1,1 mil apenaspagbet telegramParis, um recordepagbet telegramuma manifestação.

Apesar do esquemapagbet telegramsegurança amplamente reforçado na capital, com 8 mil policiais e blindados da polícia militar, houve novamente destruições e pilhagenspagbet telegramlojaspagbet telegramdiferentes áreas da cidade.

A prefeiturapagbet telegramParis estima que os estragos foram ainda maiores do que os do violento protestopagbet telegram1°pagbet telegramdezembro. Também houve incidentespagbet telegramvárias outras cidades.

Para Cautrès, do Cevipof, Macron cometeu um "erropagbet telegraminterpretação" ao não levarpagbet telegramconta, apóspagbet telegramposse, o resultado do primeiro turno da eleição presidencial, onde dois candidatos que representavam mudanças econômicas radicais, Jean-Luc Mélenchon, da extrema-esquerda, e Marine Le Pen, da extrema-direita, totalizaram 41% dos votos dos franceses.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Este foi o quarto fimpagbet telegramsemana consecutivopagbet telegramprotestos na capital francesa

"Ele negligenciou o primeiro turno da eleição presidencial e reinterpretou seu mandato apenas sob o ângulo do segundo turno. É um erro fatal," afirma.

Sua popularidade já vinha caindo há meses e, agora,pagbet telegramplena crise dos "coletes amarelos", ficou pela primeira vez abaixo da faixapagbet telegram20%, com somente 18%pagbet telegramopiniões favoráveis.

Lançadopagbet telegrammeadospagbet telegramnovembro para protestar contra o aumento dos impostos sobre combustíveis, o movimento dos "coletes amarelos" se tornou uma mobilização geral contra a política fiscalpagbet telegramMacron, considerada como favorável aos mais ricos, daí seu outro apelido, "presidente dos ricos".

Rapidamente, os "coletes amarelos", que alegam enfrentar dificuldades para pagar as despesas do dia-a-dia, passaram a exigir medidas para melhorar seu poderpagbet telegramcompra, como o aumento do salário mínimo.

Uma reivindicação desse movimento heterogêneo e sem líder oficial é também a volta do Imposto sobre a Fortuna (ISF), extinto por Macron e visto por grande parte da população como um símbolopagbet telegramjustiça social.

Após uma reforma, somente patrimônios imobiliários acimapagbet telegram1,3 milhãopagbet telegrameuros (R$ 5,7 milhões) passaram a ser taxados, e os investimentos financeiros e outros bens foram excluídos do novo imposto. Com isso, o númeropagbet telegramcontribuintes do tributo (os 1% mais rico) foi reduzidopagbet telegrammais da metade.

"O Macron é visto por muitos franceses como alguém que agrava as injustiças sociais", disse à BBC News Brasil Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e Caribe (OPALC) da Sciences Po.

Ele acrescenta que o presidente flexibilizou o mercadopagbet telegramtrabalho com medidas que facilitam a vida do empregador, mas isso não surtiu resultados efetivos na redução do desemprego.

Estrada lembra que mais da metade dos votos obtidos por Macron foipagbet telegrameleitorespagbet telegramcentro-esquerda, que não se identificavam com as posições mais radicais do candidato do Partido Socialista,pagbet telegramesquerda, Benoît Hamon.

Crédito, EPA

Legenda da foto, Nesta segunda, Macron se reúne com representantes sindicais epagbet telegramorganizações patronais para discutir a crise

"Há um sentimentopagbet telegramdecepçãopagbet telegramrelação às promessas do Macron. Não só porque suas reformas beneficiarampagbet telegramparticular os mais ricos, mas também porque outras medidas criaram o sentimentopagbet telegramque ele não se interessa pelos mais pobres", diz Estrada.

Logo no início do mandato, Macron reduziu o valor da ajuda social do governo para pagar aluguéis. O corte foipagbet telegramapenas € 5 por mês (R$ 22), mas gerou forte polêmica.

Seu estilopagbet telegramcomunicação também é criticado. Entre as várias controvérsias, há a do vídeo divulgado pelo palácio presidencial no qual Macron,pagbet telegramreunião com colaboradores, diz que as ajudas sociais do governo custam "uma granapagbet telegramlouco".

Brice Teinturier, diretor-geral do institutopagbet telegrampesquisas Ipsos, dizpagbet telegramentrevista ao Le Monde que os "coletes amarelos se sentem não apenas ignorados, mas também visados" pelo governo.

Segundo ele, Macron também cristaliza a raiva dos franceses devido à maneira como toma decisões, considerada tecnocrática, racional e fria, que não dá margem a discussões.

"Há ainda uma formapagbet telegramintelectualismo nos conceitos e no vocabulário utilizados que acentuam a distância e alimentam essa visãopagbet telegramarrogância", diz Teinturier.

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Só no último sábado, 264 pessoas ficaram feridas e maispagbet telegram1,7 mil pessoas foram presas durante manifestações na França

Momento decisivo

Para especialistas, Macron se encontrapagbet telegramum momento decisivopagbet telegramseu mandato.

"Haverá um antes e um depois dos coletes amarelos. Macron precisa mudar seu estilopagbet telegramcomunicação e também provavelmente o conteúdopagbet telegramseu programa", diz Cautrès, do Cevipof. Para ele, a credibilidade do presidente foi abalada.

Macron havia dito que não cederia à pressão das ruas, mas acabou recuando e cancelado o aumento do imposto sobre combustíveis devido à violência dos protestos, chamados por algunspagbet telegram"quase insurreição" nas ruaspagbet telegramParis.

Ele dizia que se reformas não haviam sido feitas por outros governos é porque os presidentes não sabiam construir consensos e mostrar a direção.

"Macron fracassou ainda mais do que os outros presidentes porque ninguém até então tinha provocado conflitos a um nível tão intenso. Essa retóricapagbet telegramque ninguém antespagbet telegrammim (Macron) sabia agir não foi um bom método", afirma Cautrès.

Seu recuopagbet telegramrelação aos impostos sobre combustíveis o coloca exatamente na mesma situaçãopagbet telegramseus predecessores, apagbet telegramum presidente que voltou atrás por causa da pressão popular.

Há riscospagbet telegramque o presidente não consiga levar adiante outras reformas.

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, 'Quando as boutiques da Champs Elysées se adaptam às manifestações todos os sábados': protestos são marcados por críticas às diferenças sociais crescentes no país

"Não acho que agora Macron poderá fazer exatamente as mesmas reformas e no ritmo que desejava. Ele precisa conseguir reinventar um novo personagem para os franceses."

"Se Macron parar as reformas, seu discurso cai totalmente. Ele tem que mudar o alvo e focar nas pessoas mais pobres", afirma Estrada.

Discurso aguardado

Após vários diaspagbet telegramsilêncio, quando era vaiadopagbet telegramcada aparição pública, o presidente fará um pronunciamento à nação na noite desta segunda-feira (no horário local), e deverá anunciar medidas para tentar acalmar a contestação.

Há grande expectativa no paíspagbet telegramrelação ao discurso, mas sabe-se que Macron não dispõepagbet telegrammargempagbet telegrammanobra financeira.

As medidas já anunciadas recentemente, como o fim do aumento dos impostos sobre combustíveis, deverão custar maispagbet telegram4 bilhõespagbet telegrameurospagbet telegram2019.

O governo já excluiu a possibilidadepagbet telegramaumento do salário mínimo, afirmando que isso dificulta a situação financeirapagbet telegrampequenas empresas e "destrói empregos".

Macron também adotou a estratégiapagbet telegramenfraquecer a atuação dos sindicatos e se beneficioupagbet telegramuma oposição dividida e fraca.

Mas isso se voltou contra ele na crise dos "coletes amarelos". Sem representantes oficiais do movimento, o governo não encontra interlocutores para negociar.

O presidente mudoupagbet telegramposiçãopagbet telegramrelação a isso: nesta segunda-feira, ele se reúne com representantes sindicais e também organizações patronais para discutir a crise.

Antes mesmo do discursopagbet telegramMacron, uma quinta jornadapagbet telegramprotestos, no próximo sábado, está sendo convocada nas redes sociais.

pagbet telegram Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube pagbet telegram ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospagbet telegramautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapagbet telegramusopagbet telegramcookies e os termospagbet telegramprivacidade do Google YouTube antespagbet telegramconcordar. Para acessar o conteúdo cliquepagbet telegram"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdopagbet telegramterceiros pode conter publicidade

Finalpagbet telegramYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospagbet telegramautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapagbet telegramusopagbet telegramcookies e os termospagbet telegramprivacidade do Google YouTube antespagbet telegramconcordar. Para acessar o conteúdo cliquepagbet telegram"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdopagbet telegramterceiros pode conter publicidade

Finalpagbet telegramYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospagbet telegramautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapagbet telegramusopagbet telegramcookies e os termospagbet telegramprivacidade do Google YouTube antespagbet telegramconcordar. Para acessar o conteúdo cliquepagbet telegram"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdopagbet telegramterceiros pode conter publicidade

Finalpagbet telegramYouTube post, 3