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Tanques, aviões e rajadaszebet tabletbalas: terminada há cem anos, Primeira Guerra trouxe avanço inéditozebet tabletmáquinaszebet tabletdestruição:zebet tablet
"Na Primeira Guerra Mundial, a evolução tecnológica atingiu um patamar nunca antes visto", afirma o especialistazebet tabletassuntos militares Expedito Carlos Stephani Bastos, da Universidade Federalzebet tabletJuizzebet tabletFora (UFJF).
"De mera ferramentazebet tabletobservação, o avião passou a feroz caçador e, mais adiante, a temido bombardeador, capazzebet tabletcausar danos irreparáveis no coração do inimigo".
Um dos modelos mais famosos era o triplano Fokker DR-1, que levava duas metralhadoras e voava a até 185 km/h.
Ganhou o statuszebet tabletsímbolo da aviação alemã ao ser pilotado pelo intrépido Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho.
Entre setembrozebet tablet1916 e abrilzebet tablet1918, o Barão Vermelho abateu 80 aviões inimigos. Tinha por hábito recolher parte dos destroços. "Caçadores precisamzebet tablettroféus", gabava-se. Morreu no dia 21zebet tabletabrilzebet tablet1918, aos 25 anos.
"Invenções do diabo"
A tempestadezebet tabletaço - como alguns soldados se referiam aos bombardeios aéreos - não vinha apenas dos céus.
Os submarinos alemães, os famosos U-Boats, contavam com torpedos capazeszebet tabletpercorrer até 4,8 km até atingir o alvo.
"O submersível é uma espéciezebet tabletnavio que mergulha para atacar ou se proteger do inimigo", explica o professor da Escolazebet tabletGuerra Naval, Francisco Eduardo Alveszebet tabletAlmeida. "Eles recorriam a canhões para afundar navios mercantes, que transportavam comida e munição, e a torpedos para abater navioszebet tabletguerra".
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu 178 dos seus 400 U-Boats. Em compensação, afundou maiszebet tablet5,5 mil embarcações.
A vítima mais famosa foi o RMS Lusitânia, que iazebet tabletNova Iorque a Liverpool. Torpedeado na tardezebet tablet7zebet tabletmaiozebet tablet1915, o transatlântico britânico afundouzebet tablet18 minutos. Todas as 1.198 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, morreram.
Tão revolucionários quanto decisivos como os aviões e os submarinos, os carroszebet tabletcombate, popularmente conhecidos como tanqueszebet tabletguerra, também "estrearam" na Primeira Guerra Mundial e vieram para substituir a cavalaria.
Apesarzebet tabletter sido inventado pelos britânicos, um dos modelos mais famosos foi o francês Renault FT-17. Leve, rápido e fácilzebet tabletser produzido, pesava "apenas" 6,5 toneladas, comportava até dois tripulantes e vinha com torre giratória e canhão ou metralhadora.
Avanço tecnológico
"Nas guerras, a tecnologia avança muito mais rapidamente do que na paz", filosofa o historiador militar Carlos Daróz, da Universidade do Sulzebet tabletSanta Catarina (Unisul).
"Um dos exemplos disso é o tanque. Uma engenhosidade capazzebet tabletse deslocar pelos terrenos mais acidentados e transpor trincheiras e arame farpado".
Dotadozebet tabletblindagemzebet tabletaço, foi testado pelos britânicoszebet tablet1914 e usadozebet tabletcombate pela primeira vezzebet tablet15zebet tabletsetembrozebet tablet1916, na Batalhazebet tabletSomme.
Ao fim da guerra, 8,2 mil tanques tinham sido fabricados. Desses, 4,4 mil eram franceses e 2,3 mil britânicos.
Uma rajadazebet tabletbalas
Outra inovação bélica que entrouzebet tabletcena na Primeira Guerra foi a metralhadora. Ao contrário dos rifles, disparava até 600 tiros por minuto. Tinha o mesmo poderzebet tabletfogozebet tablet14 soldados com rifles.
"As metralhadoras foram responsáveis por um númerozebet tabletbaixas até então inimaginável. O homem começou a matar mais e com maior rapidez", garante o historiador Rodrigo Trespach, que acabazebet tabletlançar Histórias Não (Ou Mal) Contadas: Primeira Guerra Mundial.
"Na Guerra Civil Americana, na décadazebet tablet1860, morreram pouco maiszebet tablet200 mil soldadoszebet tabletquatro anoszebet tabletcombate. Já nos primeiros 12 meseszebet tabletPrimeira Guerra, o númerozebet tabletmortos chegou a 1 milhãozebet tabletsoldados".
Para fugir da artilharia pesada, os soldados se viram obrigados a cavar buracos no chãozebet tabletpouco maiszebet tablet2 metroszebet tabletprofundidade por 1,80 mzebet tabletlargura.
Nas famosas trincheiras, encaravam uma rotina para lázebet tabletinsalubre: a terra se transformavazebet tabletlamaçalzebet tabletdiaszebet tabletchuva forte, infestaçõeszebet tabletpiolhos eram comuns porque raramente se tomava banho e ratazanas "do tamanhozebet tabletgatos" se alimentavam dos cadáveres insepultos.
Depoiszebet tabletpassar muito tempo imersoszebet tabletágua ou expostos a locais frios e úmidos, uma infecção apelidadazebet tablet"pézebet tablettrincheira", quando não tratada a tempo, podia causar gangrena e levar à amputação. Sózebet tablet1914, o exército britânico tratouzebet tablet200 mil casos.
"Em qualquer operação militar, você só tem duas opções: defender-se do inimigo ou atacá-lo", diz o general Márcio Tadeu Bettega Bergo, presidente do Institutozebet tabletGeografia e História Militar do Brasil (IGHMB).
"A atitude defensiva nunca ganhou guerra. Só a ofensiva leva à vitória. É igual ao futebol. Você só vence quando faz gol".
Tiros pela culatra
Muitos dos artefatos bélicos usados na Primeira Guerra tiveram que sofrer ajustes durante o conflito.
As metralhadoras são um bom exemplo. Os primeiros modelos eram tão pesados, algozebet tablettornozebet tablet60 quilos, que precisavam ser manejados por até cinco ou seis soldados.
De fabricação americana, a portátil Lewis pesava cinco vezes menos.
As granadas, idem. Muitas não explodiam quando caíamzebet tabletpoçaszebet tabletlama ou, pior, eram acionadas por acidente quando ainda estavam nas mãos do soldado. Com o transcorrer das batalhas, ganharam detonadores mais precisos e confiáveis.
Os exemplos são incontáveis e vão desde o uniforme das tropas até tanques e submarinos.
Os franceses logo trocaram suas berrantes calças vermelhas, que podiam ser vistas a quilômetroszebet tabletdistância, por trajes mais discretos. Seus elegantes quepes revestidoszebet tabletferro foram substituídos por resistentes capaceteszebet tabletaço.
Da mesma forma, os veículos blindados e também os submersíveis foram sendo aperfeiçoados no decorrer do conflito.
Os primeiros modeloszebet tabletsubmarinos apresentavam, respectivamente, baixa velocidade e mergulho a pequenas profundidades. Até as estratégiaszebet tabletcombate foram aperfeiçoadas.
"Nas guerras napoleônicas, os soldados,zebet tabletgrandes pelotões, marchavam lado a lado e disparavam suas baionetas todos ao mesmo tempo", explica o historiador e ex-professor da Escolazebet tabletComando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Cesar Campiani Maximiano.
"Na Primeira Guerra Mundial, isso mudou. Os combatentes,zebet tabletgrupos reduzidoszebet tabletaté dez homens, realizavam manobras militares, rastejando pelo chão, protegendo-sezebet tabletárvores e empunhando fuzis e metralhadoras".
É proibido respirar
Não bastasse o horror provocado por granadas, metralhadoras e lança-chamas, a Primeira Guerra testemunhou ainda a macabra estreia das armas químicaszebet tabletconflitoszebet tabletproporções mundiais.
O usozebet tabletgases tóxicos começou na Batalhazebet tabletYpres, na Bélgica,zebet tablet22zebet tabletabrilzebet tablet1915. Pouco depoiszebet tabletaspirar uma nuvemzebet tabletgás cloro, o tenente francês Jules-Henri Guntzberger viu seus homens caírem, um a um.
Enquanto uns gritavam por água, outros cuspiam sangue. Em menoszebet tablet10 minutos, perdeu 5 mil soldados. Quem não morreu por asfixia terminou cego ou sofreu queimaduras.
"Em termoszebet tabletletalidade, armas convencionais são muito mais danosas que as químicas", garante o especialistazebet tabletassuntos militares, Alexandre Galante.
"Na Primeira Guerra Mundial, as armas químicas responderam por cercazebet tablet100 mil dos 10 milhõeszebet tabletcombatentes mortos. Ou seja, 1% do total".
Para fugir dos gases tóxicos, soldados passaram a usar máscaras especiais ou, na falta delas, cobriam os rostos com panos molhadoszebet tabletágua ou urina.
Um dado curioso é que nem Adolf Hitler conseguiu escapar. O futuro líder da Alemanha nazista, então mensageirozebet tabletum regimento bávaro, chegou a ficar temporariamente cego após um ataquezebet tabletgás mostarda.
Terceira Guerra
Um século depois, as chanceszebet tabletuma Terceira Guerra Mundial são remotas, quase nulas, dizem os especialistas.
Em um cenário, apenas Rússia e China teriam condições bélicaszebet tabletdeclarar guerra aos EUA. Em outro, um conflitozebet tabletproporções mundiais pode ser deflagrado entre dois ou mais países, como a União Europeia, e um inimigozebet tabletcomum, como uma rede terrorista, como a Al-Qaeda, ou uma organização criminosa, como o Cartelzebet tabletMedellín.
Se a Grande Guerra durou quatro anos e quatro meses, quanto tempo duraria a Terceira Guerra Mundial? Quatro dias, talvez? Em um mundo nuclearizado como o que vivemos, poderia ser muito menos.
"O custo seria altíssimo e o resultado, inimaginável", afirma o cientista político Lucas Pereira Rezende, da Universidade Federalzebet tabletSanta Catarina (UFSC).
"Por essa razão, o riscozebet tabletum confronto entre superpotências com arsenal nuclear é cada vez mais improvável."
Programados para matar
Mas, e se houvesse uma Terceira Guerra Mundial, como seria? Caças seriam substituídos por drones? Soldados cederiam lugar para robôs? É provável que sim.
Alguns modeloszebet tabletdrones, como o MQ-9 Reaper, o mais letal deles, têm autonomiazebet tablet24 horas, atingem uma velocidadezebet tablet440 km/h e são capazeszebet tabletdisparar mísseis teleguiados.
Outros, como o MQ-4C Triton, têm um conjuntozebet tabletsensores que permite uma visãozebet tablet360 grauszebet tabletum raiozebet tabletmaiszebet tablet2 mil milhas náuticas. Com 39 metroszebet tabletenvergadura, é do tamanhozebet tabletum Boeing 757. "Os conflitos militares tomaram um rumo totalmente diferente", admite Expedito Carlos Stephani Bastos.
Quanto aos robôs, alguns modelos já são conhecidos como "Kalashnikovs do amanhã", numa alusão ao fuzil AK-47,zebet tabletfabricação russa.
Na fronteira que divide as duas Coreia, um robô-sentinela, equipado com metralhadora giratória, lançadorzebet tabletgranadas e duas potentes câmeras com zoom e visão infravermelha, é programado para identificar alvos humanos atravészebet tabletum sofisticado programazebet tabletreconhecimentozebet tabletvoz, calor e movimento.
O temorzebet tabletentidades, como a ONU e a Anistia Internacional, é que tais máquinaszebet tabletguerra autônomas, daquelas que eliminam alvos sem intervenção humana, se confundam durante uma operação e matem civiszebet tabletvezzebet tabletmilitares. Ou, então, que fujam do controle e ataquem a própria tropa. Paranoia? Nem tanto.
Um caso real, registrado numa base militar da África do Sul, indica que o temor não é injustificado.
No dia 19zebet tabletoutubrozebet tablet2007, um robô entrouzebet tabletpane e fuzilou nove soldados e feriu 14 no Centrozebet tabletTreinamentozebet tabletCombate do Exército,zebet tabletLohathla.
A máquina foi desenvolvida para identificar alvos, efetuar disparos e recarregar a munição. Tudo automaticamente e sob comandozebet tabletvoz.
"Gostaria que não tivéssemos desenvolvido tanta tecnologia bélica", diz Rodrigo Trespach.
O que já é motivozebet tabletpreocupação pode se tornar razão para pânico se uma geringonça dessas, como o Legged Squad Support System, cair nas mãoszebet tabletterroristas ou ditadores.
Desenvolvido pela Agênciazebet tabletProjetoszebet tabletPesquisa Avançadazebet tabletDefesa (DARPA), das Forças Armadas dos EUA, o LS3, como é mais conhecido, é capazzebet tabletse locomover pelos terrenos mais irregulares, percorrer distâncias superiores a 30 km e suportar cargaszebet tabletaté 180 kg.
E o melhor: sem precisar reabastecer.
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