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Por que os anos 1980 ficaram marcados como a década dos serial killers nos EUA:2bet poker
Ele estava no lobby do Travel Inn Motor Hotel esperando o elevador, parado no quarto andar. Quando o elevador finalmente chegou, o historiador olhou feio para o homem que esbarrou nele ao sair.
"Ele olhou como se não me visse", diz Vronsky. "Ele parecia estar2bet pokerum transe. Foi como se eu nem estivesse ali."
Na manhã seguinte, Vronsky leu sobre um duplo homicídio que havia acontecido no hotel no dia anterior. Duas mulheres foram mortas, decapitadas e o assassino havia tentado queimar os corpos.
Um ano depois, lendo a cobertura do jornal sobre a prisão e o julgamento2bet pokerRichard Cottingham, o historiador se deu conta2bet pokerque o "Açougueiro da Times Square" e o homem que esbarrou com ele no elevador eram a mesma pessoa.
Isso o fez se questionar: "Como surgem esses monstros? O que são essas coisas?"
Décadas2bet pokermortes
O encontro2bet pokerVronsky com Cottingham aconteceu durante um período2bet pokerque o número2bet pokerserial killers na América do Norte estava aumentando.
Dados compilados por diversos pesquisadores sugerem que houve um aumento2bet pokercrimes cometidos por assassinos2bet pokersérie a partir dos anos 1960, número que disparou nos anos 1980.
Nessa década, havia pelo menos 200 assassinos2bet pokersérie atuando só nos Estados Unidos – número que caiu nos anos subsequentes.
Foi um período2bet pokerque criminosos como Ted Bundy, Jeffrey Dahmer e John Wayne Gacy aterrorizavam os EUA.
O criminologista James Alan Fox, da Universidade Northeastern,2bet pokerBoston (EUA), diz que o aumento de serial killers na época provavelmente teve vários motivos.
O primeiro é que o período coincidiu com um aumento geral2bet pokercrimes violentos nos Estado Unidos e no Canadá.
A sociedade passava por transformações massivas: as pessoas se mudavam com mais frequência e havia uma probabilidade menor2bet pokerque conhecessem seus vizinhos. Pegar carona também era muito comum, o que tornava mais fácil para assassinos encontrar vítimas vulneráveis.
Estradas e registros2bet pokercrime
"Foi criado um ambiente ideal para certo tipo2bet pokerassassino conseguir vítimas", diz Fox.
Os registros e os métodos2bet pokerinvestigação2bet pokercrimes também eram um problema.
A polícia não tinha bases2bet pokerdados computadorizadas que ajudassem a relacionar casos semelhantes. Não se usava DNA2bet pokeranálise forense – isso só começou2bet pokermeados dos anos 1980 –, o que tornava difícil o rastreamento dos criminosos.
Recentemente, o uso2bet pokerDNA levou à prisão2bet pokerJoseph DeAngelo,2bet poker72 anos, suspeito2bet pokerser o chamado Assassino Golden State, que cometeu uma série2bet pokerhomicídios e estupros nos anos 1970 e 1980.
O criminologista canadense Michael Arntfield diz que a polícia na época não tinha condições2bet pokerlidar com o número crescente2bet pokerassassinos2bet pokersérie. A pesquisa sobre esse tipo2bet pokerhomicídio – cometido por assassinos calculistas – estava bem no começo. O termo "serial killer" só foi criado no início dos anos 1980.
"Os criminosos com certeza tinham a vantagem", diz Arntfield.
Outros fatores que podem ter contribuído são o fascínio do público e da mídia com esse tipo2bet pokercrime, o que criou um efeito bola2bet pokerneve; e o desenvolvimento2bet pokerum sistema2bet pokerestradas interestaduais na América do Norte, que deu a alguns dos assassinos uma área maior para rodar e matar.
Alguns pesquisadores teorizam que a exposição a chumbo também pode ter contribuído para o aumento do crime2bet pokergeral nessas décadas, já que há algumas pesquisas que indicam que a exposição ao metal quando criança pode gerar uma série2bet pokerproblemas2bet pokercomportamento, incluindo a dificuldade2bet pokerresistir a impulsos.
Vronsky tem uma outra hipótese para adicionar a essa lista: ele acredita que o crescimento no número2bet pokerassassinos2bet pokersérie na América do Norte no fim do século 20 pode ser relacionado aos danos gerados pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e aos filhos2bet pokerhomens que voltavam dos campos2bet pokerbatalha na Europa e na Ásia.
É uma ideia que o historiador coloca2bet pokerseu novo livro Sons of Cain: A History of Serial Killers (Filhos2bet pokerCaim: Uma História2bet pokerAssassinos2bet pokerSérie, sem publicação no Brasil).
Em busca dos motivos por trás do aumento dos crimes, Vronsky analisou os assassinos e suas infâncias.
"Eles surgem do meio2bet pokernós – são produtos da nossa sociedade", diz ele.
"Não são alienígenas que vêm2bet pokeroutro planeta. Já foram crianças que cresceram para virar esses criminosos2bet pokersérie."
Ele percebeu que muitos dos assassinos era crianças durante a Segunda Guerra Mundial e o pós-guerra – um período2bet pokerque o impacto psicológico do conflito global não estava sendo discutido.
Foi uma guerra "bem mais horrível e devastadora do que fomos capazes2bet pokeradmitir", diz Vronsky.
Muitos dos assassinos daquele período nunca falaram oficialmente sobre seus pais, diz ele, mas os que o fizeram frequentemente contavam que eles voltaram da guerra traumatizados.
O historiador também afirma que também houve um aumento – não tão forte, mas perceptível –2bet pokermortes2bet pokersérie entre 1935 e 1950, algumas décadas depois da Primeira Guerra Mundial.
Vronsky também afirma que a cultura pop do pós-guerra foi um fato2bet pokerinfluência, especialmente as chamadas pulp fiction, revistas baratas2bet pokerhistórias2bet pokerentretenimento rápido que muitas vezes continham imagens altamente sexualizadas e violentas. O mesmo acontecia com a revistas2bet pokertrue crime, que mostravam histórias reais2bet pokercrime.
"No centro disso estão o trauma, as famílias destruídas, e então um roteiro2bet pokeruma fantasia violenta que depois vira realidade para esses homens", afirma o historiador.
O criminologista Arntfield diz que é uma teoria plausível e que nas décadas pós-guerra aconteceu uma "grande desestabilização da sociedade".
"O crescimento dos subúrbios e a mudança demográfica do país fez que com que período fosse2bet pokertransição, mobilidade, com muitas famílias destruídas, que é2bet pokeronde essas pessoas vêm", diz ele.
'Mal bíblico'
Assim como Vronsky, Arntfield diz acreditar que tendências similares no início deste século – a crise financeira2bet poker2008, guerras e terrorismo – podem provocar um fenômeno similar nas próximas décadas.
"Estamos vivendo com as feridas2bet pokerum tempo igualmente tumultuado e polarizado – assim como que levou à 'era dos serial killers'", diz Arntfield.
É claro que é impossível generalizar: a maioria dos veteranos voltando da guerra se tornaram ótimos pais, e filhos2bet pokerhomens traumatizados por batalhas viraram adultos emocionalmente saudáveis, assim como muitas crianças2bet pokerfamílias com problemas graves.
No entanto, no caso dos assassinos, o trauma relacionado à guerra pode ter desencadeado uma tendência latente, mas que,2bet pokeruma situação diferente, talvez não tivesse se manifestado2bet pokerforma tão violenta.
"Não temos certeza2bet pokercomo ou por que esse gatilho é disparado", diz Arntfield.
Um relatório da unidade comportamental do FBI afirma que "não há nenhuma causa ou fato único identificável que leve ao desenvolvimento2bet pokerum assassino2bet pokersérie. Há um grande número2bet pokerfatores que contribuem para o seu desenvolvimento. O fator mais significante é a decisão pessoal do assassino2bet pokerescolher cometer os crimes."
O FBI estima que menos2bet poker1% dos homicídios2bet pokerum ano normal nos EUA sejam cometidos por assassinos2bet pokersérie.
"O que leva essas pessoas a agir, a2bet pokerfato cometer homicídios, é uma mistura2bet pokercoisas, nunca uma só", diz Vronsky.
"É difícil isolar um fator. Não dá para desconsiderar nada, nem mesmo a velha ideia2bet poker'mal' da Bíblia, o que quer que isso queira dizer."
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