Por que a Coreia do Norte não está com pressabwin ukentregar o que os EUA querem?:bwin uk

Kim Jong un e Donald Trump in Singapore

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Legenda da foto, Depois do encontro dos líderes da Coreia do Norte e dos EUA, mensagens ambíguas sugerem que acordo pode não sair rápido do papel

Por que, afinal, as coisas não estão progredindo?

Por que a Coreia do Norte parece blefar?

A notória capacidade da Coreia do Norte para atrair manchetes pode ter feito com que seu poder fosse superestimado. Parece que Pyongyang tem procurado disfarçar uma posiçãobwin ukrelativa fraqueza ao se posicionar como uma força inabalável. O país classificou o encontro com os EUA como uma cúpula entre potências iguais.

Na verdade, segundo o ranking do Lowy Institute, a Coreia do Norte aparecebwin uk17º lugar entre os 25 países que fazem partebwin ukuma listabwin ukpotências asiáticas. O ranking faz uma avaliaçãobwin ukprofundidade das potências regionais, contemplando poder militar, econômico e influência cultural.

Exército da Coreia do Norte

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Legenda da foto, O Exército norte-coreano conta com 1,4 milhãobwin ukmilitares e paramilitares

A Coreia do Norte é um "poder fora do lugar". Apesar da vocação recém-descoberta para ser um país com armas nucleares, continua a ser um estado fraco preocupado com abwin ukprópria sobrevivência.

Essa influência, que é desproporcionalmente dependente da força militar do país, pode torná-lo menos disposto a fazer concessões sérias do que os EUA e outros esperavam.

Capacidade militar

A Coreia do Norte pode ser uma das principais potências militares na Ásia, mas a ênfase do país está na quantidade, não necessariamente na qualidade.

O 1,4 milhãobwin ukmilitares e paramilitares do país representa 8% da populaçãobwin ukidade ativa. Apenas a China, a Rússia e a Índia têm, proporcionalmente, mais efetivo que os norte-coreanos nas Forças Armadas.

A títulobwin ukcomparação, a Coreia do Sul, que tem uma população duas vezes maior que a da Coreia do Norte e serviço militar obrigatório, tem metade do efetivo nas Forças Armadas.

Pyongyang tem ainda uma grande quantidadebwin uknúmerosbwin uktanquesbwin ukguerra ebwin ukMarinha mantém uma frotabwin ukcercabwin uk70 submarinos - ainda que obsoletos.

Foguete norte-coreano sendo lançadobwin uk2016

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Legenda da foto, Apesarbwin uksinalizar que está desmontando a basebwin uktestes nucleares, há relatosbwin ukque, secretamente, dá continuidade ao seu programa nuclear

Mas é o desenvolvimentobwin ukmísseis balísticos intercontinentais ebwin ukarmas nucleares que permite ao governobwin ukKim fazer ameaças muito além da região.

No entanto, o uso real dessa capacidade provocaria retaliações que acabariam com o regime.

Guerra como modobwin ukvida

O permanente estadobwin ukguerrabwin ukPyongyang gera um custo enorme. O país gasta maisbwin uk24% do PIB (Produto Interno Bruto) com a força militar,bwin ukacordo com estimativa da Agênciabwin ukControlebwin ukArmas dos EUA.

Essa carga militar extrema caminha paralelamente ao empobrecimento crônico, que a propaganda oficial atribui, internamente, às açõesbwin ukagressores estrangeiros.

Usinabwin ukcarvão na Coreia do Norte

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Legenda da foto, O principal produto exportação da Coreia do Norte é o carvão

Recursos econômicos

A Coreia do Norte está ficando para trás diante do rápido e dinâmico crescimentobwin ukparte do mundo.

A economia norte-coreana, quando levadosbwin ukconta os preços locais, é aproximadamente do mesmo tamanho da do Laos, um dos países mais pobres do sudeste da Ásia e com população quatro vezes menor.

A produtividade dos trabalhadores norte-coreanos é a menor da Ásia e o país sofre com uma escassez gravebwin ukrecursos naturais.

O país depende,bwin ukgrande medida, da importaçãobwin ukalimentos, metais refinados e combustível, enquanto seu principal produtobwin ukexportação são briquetesbwin ukcarvão.

Redes diplomáticas

Enquanto a situação econômicabwin ukPyongyang ébwin ukextrema carência, a extensão dos contatos diplomáticos é surpreendentemente grande.

O comércio na regiãobwin uk2015 movimentou cercabwin ukUS$ 6 bilhões, menosbwin uk1% do total do registrado na Coreia do Sul, indica pesquisa do Instituto Lowy.

Turistas na Coreia do Norte

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Legenda da foto, O turismo na Coreia do Norte é significativamente inferior ao da vizinha do Sul

Ainda assim, Pyongyang mantém uma redebwin uk46 embaixadas no mundo. É um numero maior quebwin ukmuitos países, incluindo Cingapura, e próximo da Nova Zelândia.

Cordão umbilical chinês

A Coreia do Norte tenta aproveitar ao máximo as relações com os poucos amigos que tem.

O laço mais forte e vantajoso é com a China. Um tratadobwin ukdefesa mútua faz com eles prestem assistência militar ao outro caso sejam atacados.

Economicamente, Pequim é a salvação norte-coreana. O comércio entre os dois países responde por 87% do comércio total da Coreia do Norte,bwin ukacordo com pesquisa do Instituto Lowy.

Isso dá aos chineses um poder enorme para impor certos limites a Pyongyang, se assim quiserem.

No entanto, a Coreia do Norte sabe que, embora a China tenha apoiado as sanções da ONU, é provável que não seja alvobwin ukmedidas punitivas por manter as relações comercias.

Suspender as relações elevaria o riscobwin ukcolapso do regime e causaria instabilidade na fronteira, algo pouco desejável para Pequim.

Influência internacional

A Coreia do Norte é uma "sobrevivente esperta", mas isso não é o mesmo que desfrutarbwin ukamplo poder internacional.

Na verdade, os norte-coreanos sofrem do que é chamadobwin ukdéficitbwin uklegitimidade, particularmente quando o país é comparado com o vizinho - a maior, mais democrática e próspera Coreia do Sul.

Assim como a Coreia do Sul, a do Norte afirma ser o governo legítimobwin uktoda a península. Mas tem muito menos poder que o vizinho.

A Coreia do Sul tem um formidável Exército e a aliança com os EUA incluiu a extensão da dissuasão nuclear. Também exerce ampla influência na Ásia, com laçosbwin ukcomércio e investimento bem desenvolvidos.

O que acontece agora?

Ao atrair o presidente dos EUA para as negociações - e parcialmente normalizar os laços -, Kim parece ter jogado bem suas cartas mais fracas.

Ele elogiou o sucesso econômicobwin ukCingapura e prometeu levar para casa lições para fazer com que a Coreia do Norte progrida. Mas ele não concordou com um prazo para a desnuclearização.

Os EUA querem que a Coréia do Norte desista antecipadamentebwin uksuas armas nucleares e receba,bwin uktroca, recompensas econômicas.

Ainda não está claro se Pyongyang vê o desenvolvimento econômico como algo incompatível com a manutençãobwin ukalgum tipobwin ukpoder nuclear. E a disposiçãobwin ukdesistirbwin uksuas armas provavelmente está atrelada à crençabwin ukque a reforma pode colocarbwin ukrisco o regime.

Mesmo se achar que é capazbwin uksobreviver, a Coreia do Norte poderia muito bem ter que atuar como uma espéciebwin uk"parceiro júnior" da Coreia do Sul.

Seriam décadas até que a renda da população alcançasse os níveis vistos na Coreia do Sul e, com apenas metade da população, seria provável que permanecesse à sombra.

Seria isso um preço muito alto para a dinastia Kim pagar?

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Sobre esse artigo

*Hervé Lemahieu é diretor do programabwin ukPotências Asiáticas e Diplomacia do Lowy Institut, organização com base na Austrália.

Texto editado por Duncan Walker