Os "fantasmas" do racismo na Coreia do Sul, um dos países mais prósperos do mundo:bonus sporting bet

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Legenda da foto, O desenvolvimento industrial e econômico da Coreia do Sul é comparável aobonus sporting betmuitos países ocidentais

Economia e democracia

Se o critério é qualidade da democracia, o país asiático superou,bonus sporting bet2017, os Estados Unidos no ranking elaborado pela unidadebonus sporting betinteligência da revista britânica The Economist. Apesar da boa classificação, no entanto, especialistas consultados pela BBC News Mundo, o serviçobonus sporting betespanhol da BBC, afirmam que a realidade do país é bem mais complexa e nem sempre positiva.

Mas a Coreia do Sul também tem desafios a enfrentar. A corrupção é um problema grave no país, com reiterados escândalos envolvendo todos os principais líderes políticos. A ex-presidente Park Geun-hye, por exemplo, está presa por acusaçõesbonus sporting betsuborno, abusobonus sporting betautoridade, coerção e vazamentobonus sporting betsegredos governamentais após uma longa audiência.

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Legenda da foto, Park Geun-hye, presidente sul-coreana entre 2013 e 2017, cumpre uma penabonus sporting bet24 anosbonus sporting betprisão por corrupção

"Tenho a sensaçãobonus sporting betque se ressaltam muito a democracia sul-coreana, mas o que realmente não sem entende é que há problemas importantes como um forte estado policial com profundas restrições à democracia", assinala Owen Miller, doutorbonus sporting betEstudos do Leste Asiático da Universidade SOAS,bonus sporting betLondres.

Certamente a Coreia do Sul tem melhores índicesbonus sporting betcrescimento, prosperidade e democracia que a vizinha Coreia do Norte. Mas também teu seu lado obscuro, especialmente uma resistência aos imigrantes que tentam entrar no país, seja por razões humanitárias ou não.

Nacionalismo étnico

A Coreia do Sul tem sido uma nação tradicionalmente homogênea etnicamente, uma condição impulsionada pelo nacionalismo étnico muito arraigado que se estende também aos coreanos do norte da península.

O patriotismo exacerbado remonta milharesbonus sporting betanos atrás, durante o nascimento da nação e do que é chamadobonus sporting betminjok, ou a raça coreana.

Mas foi a ocupação japonesa na região, durante grande parte da primeira metade do século 20, que fez ressurgir o nacionalismo modernobonus sporting betuma forma mais contemporânea e também mais polêmica.

"É um nacionalismobonus sporting betsangue e terra, como o que pode ser encontradobonus sporting betoutros países", explica Steve Denney, especialistabonus sporting betestudos asiáticos da Universidadebonus sporting betToronto, no Canadá.

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Legenda da foto, A península coreana esteve sob o domínio do Japão entre 1910 e 1945 e foi considerada colônia japonesa até o início da 2ª Guerra Mundial

Influências do racismo

Owen Miller, porbonus sporting betvez, não vê nenhuma característica particular no caso do nacionalismo sul-coreano. Ele argumenta que certas características nasceram como uma resposta à colonização japonesa, mas também foram influenciadas pelas correntes do racismo, do socialismo darwinista e do nacionalismo étnico que vieram da Europa no final do século 19 e início do 20.

"O nacionalismo étnico coreano e japonês tem muitas similaridades e se cetrabonus sporting betideias como linhas sanguíneas e raças únicas, mas não é algo único da Coreia do Sul, pode ser vistobonus sporting betoutros lugares", diz Miller.

Mas é exatamente esse tipobonus sporting betnomenclatura, com alusões a sangue e raças, que faz muita gente a olhar com desconfiança esse tipobonus sporting betnacionalismo. Há até muito pouco tempo, a Coreia do Sul usavabonus sporting betforma institucionalizada o termo danil minjok para se referir à raça pura coreana.

"É a ideiabonus sporting betque a Coreia manteve seu "eu" característico e racialmente puro, rejeitando os invasores, impedindo assim a desintegraçãobonus sporting betsua linhagembonus sporting betsangue com estrangeiros, indicando que a Coreia é e deve permanecer um país etnicamente homogêneo", esclarece Denney.

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Legenda da foto, Depois do fim da ocupação japonesa, sul-coreanos e japoneses demoraram 20 anos para reestabelecer as relações

Quando se pergunta se essa ideiabonus sporting betraça pode ser equiparada com a da raça ariana, Denney reconhece que "em grande parte é comparável com outras concepçõesbonus sporting betpureza étnica e nacionalismos étnicosbonus sporting bettodo o mundo".

"Purismo" ensinado nas escolas

Durante décadas, o mitobonus sporting betuma "raça pura" foi ensinadobonus sporting betescolas, segundo um artigobonus sporting betopinião do sul-coreano Se-Woong Koo publicado no jornal americano New York Times. Koo é editorbonus sporting betum jornal no país e recebeu parte desse doutrinamento quando era uma criança como parte da justificativabonus sporting betse formar uma "unidade nacional".

Em 2007, uma convenção da ONU para eliminar o racismo instou Seul a proibir o uso dessa terminologia alegando que "a ênfase colocada na homogeneidade étnica da Corea pode representar um obstáculo para a promoção do entendimento da tolerância e amizade entre os diferentes grupos étnicos e nacionais que vivembonus sporting betseu território".

Mas Koo lembra no artigo que os problemas persistem. Apesar do chamadobonus sporting betatenção das Nações Unidas,bonus sporting bet2009, ficou famoso no país o casobonus sporting betum estudioso indianobonus sporting betSeul que apresentou uma queixa criminal contra um sul-coreano por insultos racistas e sexistas contra ele ebonus sporting betcompanheira sul-coreana.

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Legenda da foto, O númerobonus sporting betcidadãos do Iêmen que chegaram nos últimos seis meses na Coreia do Su é maior que o dos últimos 20 anos

Em outro caso mais recente,bonus sporting betjunhobonus sporting bet2017, um bar no popular distritobonus sporting betItaewon,bonus sporting betSeul, recusou um cliente indiano. "Nenhum índio", dizia o segurança.

O país vive também uma crise envolvendo refugiados do Iêmen, há maisbonus sporting bettrês anosbonus sporting betguerra civil ebonus sporting betestadobonus sporting betfome. A cris ampliou o clima anti-imigração da Coreia do Sul que pode ser observado junto à parte da população e tambémbonus sporting betcertas medidas que o próprio governo adotou.

Barreiras a estrangeiros

Depois da chegadabonus sporting betmaisbonus sporting bet552 cidadãos do Iêmen entre janeiro e maio deste ano, a Coreia do Sul eliminou o paísbonus sporting betuma lista dos que não precisambonus sporting betvisto para pisar no território sul-coreano.

Em resposta, maisbonus sporting betmeio milhãobonus sporting betsul-coreanos solicitaram ao Presidente Moon Jae-in que afaste todos os refugiados.

Em junho, o Ministério da Justiça anunciou que estava enviando mais pessoal para acelerar o processamento dos requerentesbonus sporting betasilo iemenitas, supostamente para expulsá-los mais cedo. O ministério também vai pressionar por uma revisão da Lei dos Refugiados, para evitar que os estrangeiros "se aproveitem do sistemabonus sporting betrefugiados por razões econômicas oubonus sporting betresidência".

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Legenda da foto, O mundo tem 68,5 milhõesbonus sporting betpessoas deslocadas por motivos forçados, sendo que 24,5 milhões são refugiados

Quem conhece a relação histórica do país com imigrantes, no entanto, não se surpreende com a atitude dos sul-coreanosbonus sporting betrelação aos refugiados.

De acordo com um relatório da Human Rights Watch, a Coreia do Sul aceitou apenas 2,5%bonus sporting bettodos os requerentesbonus sporting betasilo desde 1994 (sem contar os desertores norte-coreanos),bonus sporting betacordo com a Human Rights Watch.

Multiculturalismo recente

Owen Miller diz que a ideiabonus sporting betraça pura, que se instalou nos anos 1920 e superada até certo ponto na cultura ocidental onde esse conceito foi criado, surpreendentemente sobreviveu até muito recentemente na Coreia do Sul, estimulada, inclusive, pelo sistema educacional do país.

Ele aponta duas explicações possíveis. "Em parte, se dá pelo legado do regime autoritário que a Coreia do Sul teve até o final dos anos 1980 e que usava esse discurso. Outra razão é que, até os anos 1990, não havia muitos estrangeiros. Foi a partir dai que o país teve que decidir se se define como uma sociedadebonus sporting betraça pura ou multicultural".

O país optou há dois anos pelo multiculturalismo, ou damunhwa,bonus sporting betacordo com os documentos oficiais que se referem, basicamente, ao casamentobonus sporting betcoreanos com estrangeiros.

Agora, com a crise dos refugiados, as novas medidas anunciadas pelo Ministério da Justiça e os protestos nas ruasbonus sporting betSeul com gente levando faixas e cartazes pedindo que os solicitantesbonus sporting betasilo fossem embora do país estão levantando dúvidas sobre a disposição dos sul-coreanosbonus sporting betse abrir para outras culturas.

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Legenda da foto, Protestosbonus sporting betSeulbonus sporting betjunho deixaram claro que parte da população é contra a chegadabonus sporting betimigrantes

Os níveisbonus sporting betrecepçãobonus sporting betestrangeiros não apenas afetam os que pedem refúgio, mas também cidadãosbonus sporting betoutros países que decidem morar na Coreia do Sul.

Os residentes não nascidos nas duas Coreias não são mais que dois milhões numa populaçãobonus sporting bet51 milhões,bonus sporting betacordo como censobonus sporting bet2014. Os estrangeiros equivalem a 4%, uma porcentagem muito baixa se comparada a outros países.

E apesarbonus sporting betcasais multirraciais (ou sangue misto como foi dito até 2007), segundo diz Denney, já não serem mais um tabu e estarem aumentando, eles podem atrair olhares desconfiados. As pessoasbonus sporting betpele escura chamam ainda mais atenção, segundo Jiye Choi, estudante sul-coreana que faz mestradobonus sporting betLondres.

"Mas a aceitação dos que têm outra raça, uma cor distintabonus sporting betpele, depende das pessoas, comobonus sporting betqualquer lugar", diz Jiye Choi.