Maispixbet co60 anos depois, EUA reabrem investigação sobre assassinato que chocou o país:pixbet co

Emmett Till

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Emmett Till visitava a família no Mississippi quando foi brutalmente assassinado

Em relatório entregue ao Senadopixbet comarço, mas divulgado somente nesta semana, após reportagem da agênciapixbet conotícias AP, o Departamentopixbet coJustiça revelou as investigações devido ao surgimentopixbet co"novas informações".

O relatório não fornece detalhes sobre as novas pistas, e o Departamentopixbet coJustiça afirma que não vai comentar o caso por causa da investigaçãopixbet coandamento. Mas, segundo um livro publicado no ano passado, a mulher no centro do episódio que desencadeou o crime mudoupixbet coversão dos fatos e confessou ter mentido sobre o que ocorreu.

Linchamento

Nascido e criadopixbet coChicago, Till viajoupixbet co1955 para visitar familiarespixbet coMoney, pequena cidade na zona rural do Mississippi, Estado no sul do país que na época mantinha rígidas leispixbet cosegregação racial.

Roy Bryant e J.W. Milam celbram absolvição

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Legenda da foto, Roy e Carolyn Bryant (à esq.) e J. W. Milam epixbet comulher (à dir.) foram absolvidos por um júri composto, na íntegra, por homens brancos

Em 24pixbet coagosto daquele ano, três dias após chegar à cidade, ele foi a um mercado local comprar balas. A mulher do proprietário, Carolyn Bryant, que é branca e tinha 21 anos na época, acusou Tillpixbet coter assobiado, falado obscenidades e a agarrado pela cintura.

Quatro dias depois, o maridopixbet coCarolyn, Roy Bryant, e seu meio-irmão, J.W. Milam, entraram na casa onde Till estava hospedado e o arrancaram da cama no meio da madrugada.

O adolescente foi brutalmente espancado e torturado antespixbet colevar um tiro na cabeça. O corpo foi jogadopixbet coum rio e encontrado três dias mais tarde.

Linchamentospixbet conegros não eram incomuns no sul dos Estados Unidos na décadapixbet co1950 e raramente eram punidos.

Segundo dados da Associação Nacional para o Progressopixbet coPessoaspixbet coCor (NAACP), uma das mais influentes organizaçõespixbet codireitos civis do país, entre 1882 e 1968 foram registrados 4.743 linchamentos. Em 3.446 deles, as vítimas eram negras. Entre as vítimas brancas, muitas foram linchadas por ajudar negros.

Nova versão

Roy Bryant e Milam foram acusados do crime, mas rapidamente absolvidos por um júri composto apenaspixbet cohomens brancos.

Meses depois,pixbet coentrevista a uma revista, ambos confessaram o assassinato e disseram quepixbet cointenção era apenas assustar Till e colocá-lo "em seu lugar", mas que o jovem reagiu com insolência. "O que mais poderíamos fazer?", questionou Milam.

Milam morreupixbet co1980 e Bryantpixbet co1994, sem nunca terem sido condenados.

Em 2008, após décadaspixbet cosilêncio, Carolyn Bryant, agora usando o sobrenome Donham, deu uma entrevista ao historiador Timothy Tysonpixbet coque contradisse seu testemunho no caso e negou que Till tenha feito avanços verbais ou físicos contra ela.

"Essa parte não é verdade", disse ela, segundo Tyson. "Nada do que aquele menino fez jamais poderia justificar o que aconteceu com ele."

Corpopixbet coEmmett Till foi exumadopixbet co2005 no Cemitério Burr Oakpixbet coAlsip, Illinois, June 1, 2005

Crédito, REUTERS/Frank Polich/File Photo

Legenda da foto, Corpopixbet coEmmett Till foi exumadopixbet co2005 no Cemitério Burr Oakpixbet coAlsip, Illinois, June 1, 2005

A entrevista só foi revelada no ano passado, quando Tyson publicou o livro The Blood of Emmett Till ("O Sanguepixbet coEmmett Till",pixbet cotradução livre) e gerou especulaçõespixbet coque Carolyn deveria responder porpixbet coparticipação no crime.

Esta não é a primeira vez que o caso é reaberto. Em 2004, o Departamentopixbet coJustiça retomou as investigações para determinar se havia outros envolvidos. O corpopixbet coTill chegou a ser exumado, mas o caso não foi levado adiante.

Reações

Familiarespixbet coTill disseram que a notícia da nova decisão do Departamentopixbet coJustiça é "maravilhosa", mas não quiseram comentar para não prejudicar as investigações.

O ativistapixbet codireitos civis Jesse Jackson reagiu pelo Twitter: "Em memóriapixbet co#EmmettTill e milharespixbet cooutros homens, mulheres e crianças negras linchados, nós devemos finalmente aprovar uma lei antilinchamento", disse.

Três senadores negros apresentaram recentemente um projetopixbet colei para classificar linchamentos como crime federal. Segundo os parlamentares, maispixbet co200 propostas do tipo foram apresentadas na primeira metade do século passado, sem sucesso.

Um projeto semelhante foi introduzido na Câmara no último mês pelo deputado Bobby Rush, que representa o distrito onde Till está enterrado. No ano passado, após a publicação do livro, Rush pediu ao secretáriopixbet coJustiça, Jeff Sessions, que reabrisse o caso.

Emmett Till

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Till foi morto após ter, supostamente, flertado com uma mulher branca

"Estou felizpixbet cover o governo federal dar prosseguimento a este pedido. Este caso não é apenas criticamente importante pelo papel que tevepixbet codesencadear o movimentopixbet coDireitos Civis, mas para que Emmett epixbet cofamília recebam a justiça que lhes é devida. É vital que todos - tanto vítimas quanto autores - saibam que crimes hediondos dessa natureza nunca permanecerão impunes", disse Rushpixbet cocomunicado nesta quinta-feira.

Gesto simbólico

No entanto, alguns consideram a reabertura das investigações, tantas décadas depois, um gesto apenas simbólico e que ignora a violência racial ainda presente no país, especialmentepixbet cocasospixbet cobrutalidade policial contra negros.

"O secretário Sessions já deixou claro que não tem intençãopixbet colevar adiante as investigações sobre violência e discriminação policial contra negros que foram iniciadas durante o governopixbet coBarack Obama", disse à BBC Brasil o historiador Matthew Countryman, professor da Universidadepixbet coMichigan.

"Com isso, o Departamentopixbet coJustiça se posiciona como preocupado com violência racial no passado, enquanto não age para resolver a violência no presente."