Trump e a atriz pornô: a questão-chave do escândalo que precisa ser respondida:quina sena
E a questão é: se Daniels está mentindo, por que pagar US$ 130 mil para silenciá-la?
Há três respostas possíveis.
Resposta 1: Ela não está mentindo. O episódio do quarto do hotel, ou algo parecido, aconteceu.
Stormy Daniels, como é conhecida a atriz pornô Stephanie Clifford, afirmou ter tido um caso com o republicanoquina sena2006, ter assinado um acordo garantindo que ficariaquina senasilêncio sobre isso e que recebeu, para esse fim, US$ 130 mil nos últimos dias da campanha presidencialquina sena2016, da qual Trump saiu vitorioso.
Daniels também afirmou ter aceitado esse acerto porque temia porquina senasegurança e aquina senasua filha, já que teria recebido uma ameaçaquina sena2011, quando uma reportagem sobre o caso dos dois estava para ser publicada.
A hipótesequina senaela estar falando a verdade sobre o que aconteceu no hotel, ou algo próximo disso, é provavelmente a mais palpável.
O presidente e a secretáriaquina senaimprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, recuaramquina senaafirmaçõesquina senaque Trump não tinha conhecimento do pagamento, por isso, muito questionam a credibilidadequina senaseus desmentidos sobre o encontroquina senasi.
É claro que novas admissões teriam um custo político, mas muitos americanos já tinham ouvido falar no assuntoquina sena2011 e mesmo assim votaram para elegê-lo presidente.
Em 1998, Bill Clinton admitiu ter mentido sobre seu caso com a estagiária da Casa Branca Mônica Lewinsky, mas isso teve pouco impacto sobre seus índicesquina senaaprovação geral, que na época eram muito mais altos do que os números atuaisquina senaTrump.
Além do que, o advogadoquina senaDaniels insinuou que há provas do encontro, ou seja, existe a chancequina senaque Trump seja obrigado a seguir o caminhoquina senaClinton.
Resposta 2: Ela está mentindo, mas a acusação teria sido tão prejudicial para a campanha presidencialquina senaTrump que teve que ser silenciada.
O ex-prefeito da cidadequina senaNova York, Rudy Giuliani, contratado recentemente para ser advogado pessoalquina senaTrump, tentou variações dessa explicação nas horas que se seguiram à revelaçãoquina senaque o presidente reembolsou Cohen pelo pagamentoquina senaseis dígitos a Daniels.
"Imagine se isso tivesse vindo a públicoquina sena15quina senaoutubroquina sena2016, no meio do último debate com Hillary Clinton", disse ele no programaquina senaTV a cabo Fox & Friends na manhãquina senaquinta-feira. "Cohen nem mesmo perguntou (se deveria fazer). Ele simplesmente fez (a história) desaparecer".
O problema é que isso equivale à admissãoquina senaque as açõesquina senaCohen foram tomadas para proteger a campanha presidencialquina senaTrump. Mesmo se Cohen fosse posteriormente reembolsado pelo presidente, o pagamento feito por ele constitui um empréstimo para a campanha - que a lei exige que seja declarado nos registros da Comissão Eleitoral Federal.
Em 2011, o ex-candidato democrata à vice-presidência John Edwards foi alvoquina senamúltiplas acusaçõesquina senafraude por usar recursos provenientesquina senadoações políticas para ajudar a esconder um caso extraconjugal que teve com uma videomakerquina senasua campanha.
Embora os procedimentos legais relacionados ao episódio tenham terminado com um júri suspenso, o caso é exemploquina senacomo supostas violações da leiquina senacampanha podem se tornar um sério problema legal.
Resposta 3: Ela está mentindo, mas "celebridades e pessoas ricas" fazem esse tipoquina senapagamento o tempo todo para evitar situações desagradáveis.
No segundoquina senatrês tuítes que postou relacionados a Daniels na manhãquina senaquinta-feira, o presidente insinuou que pagamentos não divulgados - mesmo para mentirosos e chantagistas - fazem parte do fardoquina senaser rico e/ou famoso.
Se Trump, atravésquina senaCohen, tivesse feito vários pagamentos desse tipo, e não apenas a Daniels, para evitar revelações prejudiciais na véspera da eleição presidencial, talvez esse argumento pudesse evitar potenciais violações da leiquina senafinanciamentoquina senacampanha.
Parte do desafioquina senadecifrar a estratégia legal do presidente nos últimos dias é que Giuliani ofereceu explicações diversas, e às vezes contraditórias, sobre por que o pagamento foi feito.
Na mesma entrevista à Fox & Friends,quina senaque o ex-prefeito falou sobre como a históriaquina senaDaniels poderia ter sido prejudicial à campanhaquina senaTrump, ele disse que o pagamento foi feito para "salvar" o casamentoquina senaTrump com Melania.
"O presidente foi ferido pessoalmente, não politicamente. Foi pessoalmente, bastante, assim como a primeira-dama, por algumas das falsas acusações", disse Giuliani.
Ele acrescentou que o pagamentoquina senaUS$ 130 mil, para um homem como Trump, "não era lá grande coisa".
"Parece muito dinheiro", disse ele. "Mas não é quando você está colocando US$ 100 milhões emquina senacampanha. Não é uma mixaria, mas está bem perto disso no final."
Este tipoquina senadefesa pode ter, no entanto, o seu próprio preço político. Simpatizantes do presidente podem não gostarquina senaouvir seus advogados descreverem como "mixaria" o que corresponderia a vários anosquina senaseus salários.
Muitos aliados do presidente fizeram duras críticas à líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, quando ela chamou os benefícios que a populaçãoquina senabaixa renda obteria do cortequina senaimpostos republicanoquina sena"migalhas". E Giuliani pode ter acabadoquina senadar aos democratas um poderoso contra-argumento.
Ao considerar as outras opções, no entanto, o impacto do "não é lá grande coisa" pode ser o menos prejudicial.