5 desafios para Miguel Díaz-Canel, o sucessorbonus boas vindas blazeRaúl Castro na Presidênciabonus boas vindas blazeCuba:bonus boas vindas blaze

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Legenda da foto, Díaz-Canel (ao centro) comandará o país sob a sombrabonus boas vindas blazeBirô Político do Partido Comunista, que ainda é dominado por políticos da 'velha guarda'

Estes são os cinco maiores:

1. Busca por legitimidade à sombrabonus boas vindas blaze"geração histórica"

O país está acostumado a ser liderado por pessoas que participaram ativamente da lutabonus boas vindas blazeguerrilha contra o regimebonus boas vindas blazeFulgencio Batista, o que vinha sendo visto até agora como uma espéciebonus boas vindas blazeatestadobonus boas vindas blazelegitimidade da política internabonus boas vindas blazeCuba.

Fidel Castro foi o líder daquele movimento armado e, desdebonus boas vindas blazevitóriabonus boas vindas blaze1959, foi oficialmente aclamado como o líder histórico da revolução socialista.

Quando, devido a seus problemasbonus boas vindas blazesaúde, ele passou o poder a seu irmão Raúl, temporariamentebonus boas vindas blaze2006 e definitivamentebonus boas vindas blaze2008, o sucessor contou com o avalbonus boas vindas blazeter participado da revolução armada ebonus boas vindas blazeseu parentesco com Fidel.

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Legenda da foto, Fidel e Raúl Castro lideraram a luta armadabonus boas vindas blazeSierra Maestra

Mas, como afirma Rafael Hernández, diretor da revista cubana Temas, "a autoridadebonus boas vindas blazeRaúl ou Fidel não será herdada por ninguém".

Trata-sebonus boas vindas blazeuma mudança geracional profunda; Díaz-Canel era um bebê quando Fidel conduziu as nacionalizaçõesbonus boas vindas blazeempresas estrangeiras, a reforma agrária e se aproximou da União Soviética, após tentativas dos EUAbonus boas vindas blazeboicotar e derrubar o novo regime.

Por décadas, o poder ficou concentrado nas mãosbonus boas vindas blazeuma pessoa, primeiro Fidel, depois Raúl. Hernández, entretanto, acredita que agora haverá um "processobonus boas vindas blazedescentralização".

Segundo ele, com Raúl Castro foi imposto um estilo mais colegiadobonus boas vindas blazegovernar e Díaz-Canel "caracteriza-se porbonus boas vindas blazecapacidadebonus boas vindas blazetrabalharbonus boas vindas blazeequipe".

Para Hernández, Díaz-Canel se verá obrigado a explicar mais suas decisões a outros dirigentes. O novo presidente poderá ter menos autonomia e espaço limitadobonus boas vindas blazemanobra para avançar com reformas.

Além disso, terá sobre si a sombrabonus boas vindas blazeRaúl Castro, que continuará sendo o primeiro secretário do Partido Comunistabonus boas vindas blazeCuba (PCC), reconhecido na Constituição como "a principal força da sociedade e do Estado".

Ao lado dele, permanecem no Birô Político do partido – seu principal órgãobonus boas vindas blazedecisão, atualmente com 17 integrantes – nomes como Ramiro Valdés e José Ramón Machado Ventura, companheirosbonus boas vindas blazeRaúl e Fidel na chamada "geração histórica", que Díaz-Canel elogia e à qual promete lealdade.

Rafael Rojas, acadêmico cubano do Centrobonus boas vindas blazePesquisas Econômicas e Ensino (CIDE) da Cidade do México, acredita que o Birô Político manterá o "poder real" e que nele se decidiu "acompanhar a transferência do comando do Conselhobonus boas vindas blazeEstado (principal órgão do Executivo, seu presidente é o presidente do país) entre uma geração e outra, com uma imobilidade institucional e ideológica que respeite o novo ímpetobonus boas vindas blazerenovação da nova liderança."

Ele prevê que Díaz-Canel formará "um governo muito, muito continuista, especialmentebonus boas vindas blazeseus primeiros anos, porque a continuidade é uma garantiabonus boas vindas blazesua legitimidade".

Para aqueles que, como a oposição, esperam que a saídabonus boas vindas blazeRaúl Castro traga uma rápida transformação na ilha, seu sucessor enviou uma mensagem clara anunciando a "continuidadebonus boas vindas blazetudo".

2. Incrementar as reformas econômicas

Durante a Presidênciabonus boas vindas blazeRaúl Castro, a implementaçãobonus boas vindas blazemedidas liberais estimulou a atividade econômica, permitiu que grande parte da dívida externa negociada com os países do chamado Clubebonus boas vindas blazeParis fosse perdoada, aliviou as contas do Estado e fez o setor privado florescer, mesmo que lentamente.

As medidasbonus boas vindas blazeabertura abriram as portas para ações até então vetadas a habitantes da ilha, como abrir pequenas empresas privadas, comprar e vender casas e carros, viajar para o exterior e se hospedarbonus boas vindas blazehotéis.

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Legenda da foto, A economia vive tempos difíceis, mas não tanto quanto no Período Especial, quando caiu a União Soviética

Mas ultimamente as coisas mudarambonus boas vindas blazerumo.

Em 2016, houve uma acentuada desaceleração do crescimento econômico. O dado mais recentebonus boas vindas blazecrescimento do Produto Interno Bruto (PIB) confirmado pelo Escritório Nacionalbonus boas vindas blazeEstatística (ONE, na siglabonus boas vindas blazeespanhol) mostrou um aumentobonus boas vindas blaze0,5%, muito abaixo dos 4,4%bonus boas vindas blaze2015.

O ministro da Fazenda e Planejamento, Ricardo Cabrisas, fez um balançobonus boas vindas blaze2017 perante a Assembleia Nacional dizendo que foi um ano "tenso e complexo", e que o PIB teria crescido 1,6%.

Em março passado, Raúl Castro incentivou os cubanos a olhar para o futuro "com total confiança" e reconheceu "erros e insuficiências" na implementação das reformas.

Carmelo Mesa-Lago, professorbonus boas vindas blazeeconomia na Universidadebonus boas vindas blazePittsburgh (EUA), não acredita que os dados oficiais cubanos sejam confiáveis e argumenta que "Cuba está enfrentandobonus boas vindas blazepior crise desde o chamado Período Especial da décadabonus boas vindas blaze1990, quando houve a queda do socialismo real na Europa".

A situação atual, que ainda não atingiu a gravidade da crise daquela época, deve-se,bonus boas vindas blazegrande parte, aos problemasbonus boas vindas blazeoutro parceiro e aliado: a Venezuela.

Os intercâmbios com o país, até recentemente o principal parceiro comercialbonus boas vindas blazeCuba, caíram drasticamente.

O governo admite a necessidadebonus boas vindas blazemelhorias. E ressalta o impacto negativo do embargo comercial que os Estados Unidos mantêm contra Cuba ebonus boas vindas blazefenômenos meteorológicos adversos, como o furacão Irma, que atingiu a ilha no verão passado.

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Legenda da foto, O Partido Comunista aprovoubonus boas vindas blaze2016 reformas econômicas que não se desenvolveram completamente

Para muitos especialistasbonus boas vindas blazefora da ilha, a única saída possível é liberalizar a economia nacional e favorecer a chegada do investimento estrangeiro.

O desafio, segundo Rafael Hernández, "é construir um novo modelo socialista e eficiente que restaure o nívelbonus boas vindas blazevida que os cubanos tiveram nos anos 1990".

A pergunta é se isso é possível. Para Mesa-Lago, no plano econômico, o novo presidente enfrenta "um período muito difícilbonus boas vindas blazetransição".

Em março, Díaz-Canel afirmou que "a atualização do modelo econômico e social é um processo mais complexo do que pensávamos inicialmente".

3. Duas moedas, muitos problemas

Cuba é especial por muitas razões. Uma delas é ser um dos poucos países do mundo com duas moedasbonus boas vindas blazecirculação.

Uma delas é o peso cubano ou CUP, com a qual o Estado paga o salário dos trabalhadores. A outra é o CUC ou peso convertível cubano, equivalente a 25 CUPs.

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Legenda da foto, O governo quer unificar as moedas, mas os especialistas advertem que isso não será tarefa fácil

Economistas dentro e fora do país alertam há anos sobre a necessidadebonus boas vindas blazeacabar com essa anomalia que atrapalha o desempenho das reformas econômicas.

Emborabonus boas vindas blazeCuba serviços como educação e saúde sejam gratuitos, os cubanos que trabalham para o Estado (aproximadamente 75% da população) recebem seu saláriobonus boas vindas blazepesos cubanos, enquanto os produtos que comprambonus boas vindas blazelojas e supermercados são vendidosbonus boas vindas blazeCUC, com o qual seu poderbonus boas vindas blazecompra sofre enormemente (1 CUC - peso cubano - equivale a cercabonus boas vindas blaze25 CUPs - pesos cubanos).

O governo estabeleceu como objetivo a unificação monetária, mas essa missão não será fácil.

"A moeda dupla representa problemas tremendos e a unificação não é algo que pode ser feitobonus boas vindas blazeuma só vez", diz Mesa-Lago.

Muitas empresas estatais mantêm suas contas partindo do pressupostobonus boas vindas blazeque um CUC vale quase o mesmo que um dólar americano. Mas, na realidade, esse é seu valor apenas nas casasbonus boas vindas blazecâmbio oficiaisbonus boas vindas blazeCuba. No exterior, o CUC não está sujeito a intercâmbio.

Isso gera "enormes distorções" que impedem conhecer a situação real dessas empresas e o valorbonus boas vindas blazemuitas exportações que são canalizadas através delas.

"Com a unificação, muitos iriam quebrar", diz o economista cubano baseado nos Estados Unidos.

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Legenda da foto, Os trabalhadores recebembonus boas vindas blazeuma moeda que vale bem menos da que se estabelece no mercado

Outro efeito indesejado seria a inflação. Unir duas moedasbonus boas vindas blazevalores tão diferentes causaria um aumento nos preços.

É outro desafio que Diaz-Canel terá que resolver.

4. Ampliar a internet

Acessar a internet ainda não é tarefa fácil para os cubanos.

Em primeiro lugar, pela baixa acessibilidadebonus boas vindas blazeCuba. Na maior parte do país, a rede está disponível apenasbonus boas vindas blazealguns locais públicos que oferecem wi-fi.

E também pelo preço exorbitante. Cada horabonus boas vindas blazeconexão custa um dólar e meio. Em um paísbonus boas vindas blazeque o salário mensal na maioria dos casos não passabonus boas vindas blazeUS$ 20 ou US$ 30 por mês, é um luxo para poucos.

De acordo com um relatório sobre liberdade na internet da organização Freedom House, dos EUA, Cuba ainda é um dos países com a menor penetraçãobonus boas vindas blazeinternet no mundo – e o governo bloqueia sites que considera inadequados, muitos deles promovidos pela oposição.

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Legenda da foto, Usuários reclamam que a conexão está lenta e é muito cara para os cubanos

Estima-se que apenas 5% dos cubanos tenham internetbonus boas vindas blazecasa.

Nos últimos meses, a empresa estatalbonus boas vindas blazecomunicação Etecsa lançou um plano para ampliar a internet nos lares do país.

Críticos apontam para o alto custo e a baixa velocidade da conexão.

O novo presidente da ilha falou sobre o problemabonus boas vindas blazefevereiro deste ano. "Muito foi feito, mas nem tudo que necessitamos, nem da maneira mais coerente."

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Legenda da foto, Muitos cubanos se reúnem nas praças, que são pontosbonus boas vindas blazeacesso à internet

5. A relação com Trump e os Estados Unidos

A chegadabonus boas vindas blazeDonald Trump à Casa Branca marcou o fim da reaproximação iniciada por Barack Obama.

Trump anulou algumas das medidas mais importantesbonus boas vindas blazeseu antecessor. Ele restaurou restrições a viagensbonus boas vindas blazecidadãos americanos ao país, prejudicando uma das suas principais fontesbonus boas vindas blazereceita do turismo, setor vital para a economia cubana.

Trump também endureceu o embargo que estábonus boas vindas blazevigor há décadas, erguendo obstáculos a todos os negócios dos Estados Unidos com as empresas administradas pela Gaesa, a grande rede empresarial cubana controlada pelas Forças Armadas.

As novas regras dificultam o acessobonus boas vindas blazecidadãos dos EUA a hotéis ou restaurantes da Gaesa.

Essas medidas, consideradas hostis por Havana, vieram após um conturbado e inesperado incidente diplomático.

Após informar que funcionários da embaixada dos EUAbonus boas vindas blazeCuba tiveram problemasbonus boas vindas blazesaúde causados por supostos ataques sônicos, Washington reduziu ao mínimo a atividade consular no país e disse que as autoridades cubanas não cumpriram seu deverbonus boas vindas blazeproteger diplomatas estrangeiros.

Os Estados Unidos, porém, não apresentaram provas do suposto ataque.

A expulsão,bonus boas vindas blazeoutubro passado,bonus boas vindas blaze15 funcionários da embaixada cubanabonus boas vindas blazeWashington deteriorou ainda mais as relações entre os dois países.

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Legenda da foto, Donald Trump retificou o boicote econômico a Cuba, que começaria a ser quebrado após decisãobonus boas vindas blazeBarack Obama

O governo cubano negou qualquer envolvimento com os supostos ataques sonoros.

As relações com os Estados Unidos têm sido difíceis desde que a ilha implantou o regime comunista. Com a visitabonus boas vindas blazeObama a Cubabonus boas vindas blaze2016, foi aberto um canal cordial entre os dois países – que foibonus boas vindas blazeencontro à recusa do Congresso dos EUA,bonus boas vindas blazemaioria republicana,bonus boas vindas blazesuspender o embargo à ilha.

Carlos Malamud, pesquisador do Instituto Real Elcanobonus boas vindas blazeMadrid, acredita que Havana "errou ao não tomar medidas para impulsionar" as reformas que permitiriam Obama provarbonus boas vindas blazeseu país quebonus boas vindas blazepolíticabonus boas vindas blazerelação à ilha estava dando um resultado que não foi obtidobonus boas vindas blazemeio séculobonus boas vindas blazebloqueio.

Díaz-Canel protestou recentemente contra a hostilidade do "império" americano,bonus boas vindas blazeuma retóricabonus boas vindas blazeconfronto que mostra o tamanho do fosso que terábonus boas vindas blazeser superado nesse desafio.