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8 perguntas para entender motivocrb x grêmio palpiteataque à Síria e origem do conflito:crb x grêmio palpite
crb x grêmio palpite Um levante pacífico contra o presidente da Síria que teve início há sete anos transformou-secrb x grêmio palpiteuma guerra civil que já deixou maiscrb x grêmio palpite400 mil mortos, devastou cidades e envolveu outros países.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) calcula que maiscrb x grêmio palpite5 milhões já deixaram o país – o maior exôdo da história recente.
Em 13crb x grêmio palpiteabril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país havia iniciado na madrugada anterior uma sériecrb x grêmio palpiteataques aéreos na Síriacrb x grêmio palpitecoordenação com a França e o Reino Unido.
A operação é uma resposta às evidênciascrb x grêmio palpiteum ataque químico na cidade síriacrb x grêmio palpiteDouma, na semana passada. EUA e aliados denunciam que o ataque foi protagonizado pelo regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, que porcrb x grêmio palpitevez nega tal participação.
Segundo o Pentágono, foram atingidos um centrocrb x grêmio palpitepesquisas científicascrb x grêmio palpiteDamasco, que seria ligado à produção armas químicas e biológicas, um localcrb x grêmio palpitearmazenamentocrb x grêmio palpitearmas químicas a oestecrb x grêmio palpiteHoms e outro armazém que também funcionava como importante postocrb x grêmio palpitecomando, na mesma região.
Entenda, a seguir, os últimos acontecimentos, a origem do conflito e suas consequências até agora.
1. Como a guerra começou?
Mesmo antes do conflito começar, muitos sírios reclamavam dos altos índicescrb x grêmio palpitedesemprego, corrupção e faltacrb x grêmio palpiteliberdade política sob o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai, Hafez, apóscrb x grêmio palpitemorte,crb x grêmio palpite2000.
Em marçocrb x grêmio palpite2011, protestos pró-democracia eclodiram na cidadecrb x grêmio palpiteDeraa, ao sul do país, inspirados pelos levantes da Primavera Árabecrb x grêmio palpitepaíses vizinhos.
Quando as forçascrb x grêmio palpitesegurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saídacrb x grêmio palpiteAssad.
A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fimcrb x grêmio palpitejulhocrb x grêmio palpite2011, centenascrb x grêmio palpitemilhares saíram às ruascrb x grêmio palpitetodo o país exigindo a saídacrb x grêmio palpiteAssad.
Apoiadores da oposição pegaramcrb x grêmio palpitearmas, primeiro para defender a si mesmos e depois para expulsar forçascrb x grêmio palpitesegurança das áreas onde viviam. Assad prometeu acabar com o que chamoucrb x grêmio palpite"terrorismo apoiado por estrangeiros".
Seguiu-se uma rápida escaladacrb x grêmio palpiteviolência, e o país mergulhoucrb x grêmio palpiteuma guerra civil.
Grupos rebeldes se reuniramcrb x grêmio palpitecentenascrb x grêmio palpitebrigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.
Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.
O conflito já havia, então, se transformadocrb x grêmio palpitemais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornoscrb x grêmio palpiteguerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.
Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.
2. Quantas pessoas já morreram?
O Observatório Síriocrb x grêmio palpiteDireitos Humanos, uma ONG britânica que monitora o conflito com basecrb x grêmio palpiteuma redecrb x grêmio palpitefontes locais, registrou 353.900 mortes até marçocrb x grêmio palpite2018, incluindo 106 mil civis.
Os dados não incluem 56.900 pessoas que estão desaparecidas e consideradas mortas. O grupo também estima que 100 mil mortes não foram documentadas.
O enviado da ONU para a Síria, Steffancrb x grêmio palpiteMistura, estimou que a guerra já matou 400 mil pessoas.
Já o Centro Sírio para Pesquisacrb x grêmio palpitePolíticas, outro grupocrb x grêmio palpiteestudos, calcula que o conflito já tenha causado a mortecrb x grêmio palpitemaiscrb x grêmio palpite470 mil pessoas.
Enquanto isso, o Centrocrb x grêmio palpiteDocumentaçãocrb x grêmio palpiteViolações, que recorre a ativistas na Síria, registrou o que avalia ser violações às leiscrb x grêmio palpitedireitos humanos internacionais, inclusive ataques contra civis.
Foram documentadas 185.980 mortes relacionadas ao conflito, entre elas ascrb x grêmio palpite119.200 civis, até fevereirocrb x grêmio palpite2018.
3. Quem está lutando contra quem?
A rebelião armada evoluiu significativamente desde suas origens.
Há um númerocrb x grêmio palpitemembros da oposição moderada secular lutando contra as forçascrb x grêmio palpiteAssad. O Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria, faz parte da oposição.
Mas há também uma grande quantidadecrb x grêmio palpiteradicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico (EI) e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda. Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.
Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxocrb x grêmio palpitearmas por medocrb x grêmio palpiteque acabem indo parar nas mãoscrb x grêmio palpitegrupos jihadistas.
4. Qual é o envolvimento das potências internacionais?
Os principais apoiadores do governo são a Rússia e o Irã, enquanto os Estados Unidos, a Turquia e a Arábia Saudita apoiam os rebeldes.
Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigiam que ele deixasse o poder como pré-condição para a paz.
Trump, porcrb x grêmio palpitevez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após o aparente ataque químico ocorridocrb x grêmio palpiteabril, porém, seu discurso mudou.
Os Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países ocidentais forneceram variados grauscrb x grêmio palpiteapoio para o que consideram ser rebeldes "moderados".
Uma coalizão global liderada por eles também realiza ataques contra militantes do Estado Islâmico na Síria desde 2014 e ajudou uma aliança entre milícias árabes e curdas chamada Forças Democráticas Sírias (FDS) a assumir o controlecrb x grêmio palpiteterritórios antes dominados por jihadistas.
Já a Rússia apoia a permanênciacrb x grêmio palpiteAssad no poder, o que é crucial para defender os interessescrb x grêmio palpiteMoscou no país. O país já tinha bases militares na Síria e lançou uma campanha militar aéreacrb x grêmio palpiteapoio a Assadcrb x grêmio palpite2015 que foi crucial para virar o andamento da guerra a favor do governo.
Os militares russos dizem que os ataques têm como alvo "terroristas", mas ativistas afirmam que regularmente morrem rebeldes e civis.
A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forçascrb x grêmio palpiteAssad. A maior delas foi a retomada da cidadecrb x grêmio palpiteAleppo, um dos principais redutos dos gruposcrb x grêmio palpiteoposição,crb x grêmio palpitedezembrocrb x grêmio palpite2016.
O Irã,crb x grêmio palpitemaioria xiita, é o aliado mais próximocrb x grêmio palpiteBashar al-Assad. A Síria é o principal pontocrb x grêmio palpitetrânsitocrb x grêmio palpitearmamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milharescrb x grêmio palpitecombatentes para apoiar as forças sírias.
Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhõescrb x grêmio palpitedólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.
A Turquia apoia há tempos os rebeldes, mas concentrou esforçoscrb x grêmio palpiteusá-los para conter a milícia curda que domina a FDS, acusando-acrb x grêmio palpiteser uma extensãocrb x grêmio palpiteum grupo rebelde curdo banido do território turco.
A Arábia Saudita foi um elemento-chave para conter a influência iraniana e também armou e financiou os rebeldes.
Ao mesmo tempo, Israel tem se preocupado muito com o enviocrb x grêmio palpitearmas iranianas para o Hezbollah na Síria e tem realizado ataques aéreos para interromper isso.
5. Qual é o impacto da guerra?
Alémcrb x grêmio palpitecausar centenascrb x grêmio palpitemilharescrb x grêmio palpitemortes, a guerra incapacitou 1,5 milhõescrb x grêmio palpitepessoas, entre ela 86 mil que perderam membros do corpo.
Ao menos 6,1 milhõescrb x grêmio palpitesírios tiveramcrb x grêmio palpitedeixar suas casas para buscar abrigocrb x grêmio palpitealguma outra parte do país, enquanto outros 5,6 milhões se refugiaram no exterior.
Líbano, Jordânia e Turquia, onde 92% destes sírios refugiados vivem hoje, têm enfrentado dificuldades para lidar com um dos maiores êxodos da história recente.
A ONU estima que 13,1 milhõescrb x grêmio palpitepessoas necessitarãocrb x grêmio palpitealgum tipocrb x grêmio palpiteajuda humanitária na Síriacrb x grêmio palpite2018.
Os dois lados do conflito pioraram essa situação ao se recusar a permitir o acessocrb x grêmio palpiteagências com fins humanitários a quem precisacrb x grêmio palpiteauxílio. Quase 3 milhõescrb x grêmio palpitepessoas vivemcrb x grêmio palpiteáreas alvoscrb x grêmio palpitecerco ecrb x grêmio palpitedifícil acesso.
Os sírios também têm acesso limitado a serviçoscrb x grêmio palpitesaúde.
A organização Médicos por Direitos Humanos registrou 492 ataques a 330 instalações médicas até dezembrocrb x grêmio palpite2017, o que resultoucrb x grêmio palpite847 profissionaiscrb x grêmio palpitesaúde mortos.
Grande parte do patrimônio cultural da Síria também foi destruído. Todos os seis locais considerados pela Unesco como patrimônio da humanidade sofreram danos significativos.
Bairros inteiros foram arrasadoscrb x grêmio palpitetodo o país.
6. Como o país está dividido?
O governo reassumiu o controle das maiores cidades sírias, mas grandes partes do país ainda estão sob o comandocrb x grêmio palpitegrupos rebeldes e da FDS.
O principal redutocrb x grêmio palpiteoposição é a provínciacrb x grêmio palpiteIdlib, no nordeste do país, onde vivem maiscrb x grêmio palpite2,6 milhõescrb x grêmio palpitepessoas.
Apesarcrb x grêmio palpitedesignada como uma zona onde não deveria haver hostilidades, Idlib é alvocrb x grêmio palpiteuma ofensiva do governo, que diz estar combatendo jihadistas ligados à Al-Qaeda.
Ataques por terra também estãocrb x grêmio palpitecursocrb x grêmio palpiteGhouta Oriental. Seus 393 mil residentes estão sob o cerco do governo desde 2013 e enfrentam intensos bombardeios, assim como uma grave faltacrb x grêmio palpitecomida ecrb x grêmio palpitesuprimentos médicos.
Enquanto isso, a FDS controla a maioria do território a leste do rio Eufrates, incluindo a cidadecrb x grêmio palpiteRaqqa. Até 2017, esta era a capital do "califado" que o Estado Islâmico disse ter instaurado, mas, agora, o grupo controla apenas alguns bolsões na Síria.
7. Por que a guerra está durando tanto?
Um fator chave é a intervençãocrb x grêmio palpitepotências regionais e internacionais.
Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síriacrb x grêmio palpitecampo para uma guerra indireta.
A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcialcrb x grêmio palpiterelação às questões religiosas).
As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidadescrb x grêmio palpiteambas as partes, não apenas causando a perdacrb x grêmio palpitevidas, mas a destruiçãocrb x grêmio palpitecomunidades, afastando a esperançacrb x grêmio palpiteuma solução pacífica.
A escaladacrb x grêmio palpiteterror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país para tomar o controlecrb x grêmio palpitevastas partescrb x grêmio palpiteterritório no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.
Não há qualquer sinalcrb x grêmio palpiteque o conflito chegará ao fimcrb x grêmio palpitebreve, mas todos os lados envolvidos concordam que uma solução política é necessária.
O Conselhocrb x grêmio palpiteSegurança da ONU pediu a implementaçãocrb x grêmio palpiteum governocrb x grêmio palpitetransição "formado com basecrb x grêmio palpiteconsentimento mútuo". Mas nove rodadascrb x grêmio palpiteconversascrb x grêmio palpitepaz mediadas pela ONU desde 2014 obtiveram poucos progressos.
Assad parece cada vez menos disposto a negociar com a oposição. Rebeldes ainda insistem que ele renuncie como partecrb x grêmio palpitequalquer acordo.
8. Por que EUA, França e Reino Unido se uniramcrb x grêmio palpitenovo ataque a alvoscrb x grêmio palpiteAssad?
Os ataques realizados por Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria foram uma resposta às evidênciascrb x grêmio palpiteusocrb x grêmio palpitearmas químicas pelo governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Os sintomas observados nas vítimas na cidadecrb x grêmio palpiteDouma, um reduto rebelde na periferia da capital da Síria, Damasco, indicam possível usocrb x grêmio palpiteagentes neurotóxicos como o cloro e o gás sarin, que teriam provocado a morte de, pelo menos, 40 pessoas.
No último sábado, imagens chocantescrb x grêmio palpiteadultos e crianças sofrendo sintomas do que parecia ser um ataque químico correram o mundo.
"Ordenei as forças armadas dos Estados Unidos a lançar ataques precisoscrb x grêmio palpitealvos associados com instalaçõescrb x grêmio palpitearmas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad", disse Trump,crb x grêmio palpitepronunciamento na Casa Branca.
Armas químicas são proibidas por acordos internacionais. Seu uso motivou o ataquecrb x grêmio palpiteamericanos e aliados contra três alvos - instalações químicas, segundo o Pentágono -crb x grêmio palpiteDamasco ecrb x grêmio palpiteHoms.
A Síria e a Rússia dizem que a acusação é uma farsa e negam o usocrb x grêmio palpitetais agentes.
Não é a primeira vez que Assad é acusadocrb x grêmio palpiteusar armas químicas. Em 2017, 86 pessoas – 27 delas crianças – foram mortascrb x grêmio palpiteum incidente com usocrb x grêmio palpitearmas químicascrb x grêmio palpiteKhan Sheikhoun, na provínciacrb x grêmio palpiteIdlib,crb x grêmio palpiteacordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Tanto a Organização Mundial da Saúde quanto a instituiçãocrb x grêmio palpitecaridade médica Médicos Sem Fronteiras disseram na época que as vítimas apresentavam sintomas consistentescrb x grêmio palpiteexposição a agentes que afetam o sistema nervoso.
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