Mulher espancada e contaminada com HIV pelo ex pede perdão judicial na Espanha por matá-lo:pixbet sinais
Richards tentou ainda tirar a proteção que havia sido instalada na janela. Chochi avisou ao líder comunitário, que morava no mesmo prédio da cidadepixbet sinaisFuenlabrada, próxima a Madri, e a polícia foi chamada. Mas quando os policiais chegaram, o agressor não estava mais. Os policiais orientaram a mulher a registrar uma ocorrência, o que ela não fez, e foram embora.
Uma hora depois, Richards voltou. Chochi pegou uma facapixbet sinais17 centímetros na cozinha, abriu a porta e o esfaqueou no lado esquerdo do peito. Não teve briga. Ferido no pulmão e no esôfago, alémpixbet sinaister uma costela fraturada, ele morreu quase imediatamente. Ela foi presa no local do crime.
Chochi é da Guiné Equatorial e conheceu Richards na Nigériapixbet sinais2012. A relação do casal, descrita por ela durante o julgamento como "extremamente agressiva", ficou ainda pior por causapixbet sinaisproblemaspixbet sinaisalcoolismo que os dois enfrentavam. Ele era agressivo e intimidador. Quando estava bêbado, atacava a mulher se ela se recusasse a fazer sexo com ele.
Claudio Lobo, advogadopixbet sinaisChochi, diz quepixbet sinaiscliente via Richards como "um deus". Afirma que o marido exercia um poder destrutivo sobre ela. Segundo o defensor, não importava o quanto ela apanhasse, sempre parecia que podia perdoá-lo.
A defesa afirma ainda que, no diapixbet sinaisque atacou Richards, ela estavapixbet sinaisum "estadopixbet sinaisdesordem mental" provocado "por medo e choque insuportáveis". O laudo da necropsia indicou que Chochi o atacou com "força extremapixbet sinaisuma agressão brutal", e continuou empurrando a faca depoispixbet sinaister perfurado o corpo do ex-marido.
Em dezembro do ano passado, um júri com nove pessoas decidiupixbet sinaisMadri que a mulher, então com 41 anos, era culpada pelo assassinato do ex-parceiro. Apesar dos relatospixbet sinaistestemunhas, ela negou ter matado Richards e disse que era vítimapixbet sinaisreiteradas agressões.
"Nunca me senti protegida", disse Chochi na cela onde está presa, por meio do advogado.
O júri que a considerou culpada também recomendou que o caso dela fosse perdoado, dada as circunstâncias do crime. Agora, a defesa recorre ao primeiro-ministro espanhol.
Cercapixbet sinais200 pessoas receberam o perdão real nos últimos quatro anos na Espanha, 26 delaspixbet sinais2017 – o menor númeropixbet sinaisquase duas décadas. Nenhuma delas recebeu o benefício por ser vítimapixbet sinaisviolência doméstica.
Os pedidospixbet sinaisperdão devem, primeiro, ser aprovados pelo conselhopixbet sinaisministros, comandado pelo premiê Mariano Rajoy, e,pixbet sinaisseguida, ser assinados pelo rei da Espanha.
O casopixbet sinaisChochi se assemelha aopixbet sinaisJacqueline Sauvage,pixbet sinais69 anos, que ficou famosa na França há dois anos quando foi perdoada pelo então presidente François Hollande. Um dia depois que o filho dela se suicidou, ela matou o marido. A mulher e os filhos foram vítimaspixbet sinaisviolência doméstica por maispixbet sinaiscinco décadas.
Para Irene Ramirez Carrillo, advogada na Comissão para Pesquisapixbet sinaisMaus-Tratos a Mulheres, uma ONG com sedepixbet sinaisMadri, Chochi deveria ter a chancepixbet sinaisconquistar um benefício semelhante.
"É para casos como esse (como opixbet sinaisChochi) que o perdão existe", disse Carrillo. "Houve uma falhapixbet sinaisprotegê-la. Ela era a vítima."
Na última década, 570 mulheres foram mortas na Espanha por parceiros violentos e agressivos. Somente no ano passado, foram contabilizados 49 casos. Essas estatísticas têm colocado políticos sob pressão para que tomem providências. Em 2017, depoispixbet sinaismuitas tentativas, o país aprovou medidas para tentar conter violênciapixbet sinaisgênero.
Carrilho diz que as medidas protetivas da Espanha estão entre "as melhores da Europa". Mas militantes da causa dizem que sexismo e chauvinismo são características que ainda permanecem arraigadaspixbet sinaissegmentos mais conservadores da sociedade espanhola. E o abuso doméstico ainda é visto como um problema menor diantepixbet sinaistantos outros.
Enquanto a Espanha, ao ladopixbet sinaisoutros países, tem empreendido esforços para lidar com agressores e apoiar as vítimas, uma pergunta surge: como mulheres que atacam quem as agride devem ser tratadas pelo sistema judiciário?
Quando Chochi chegou à Espanha,pixbet sinais2010, ela era "uma mulher livre, que queria estudar mais e trabalhar", disse a irmã dela, Eva, ao jornal El País. Ela fez um curso para cuidarpixbet sinaisidosos e trabalhou como doméstica.
Os primeiros registros oficiais dos problemas dela com Richards sãopixbet sinaisoutubropixbet sinais2012, quando Chochi procurou ajuda no Caid, um grupo que atende usuáriospixbet sinaisdrogas e álcool. Em um relatório médico, está assinalado que o companheiro "a forçou a beber para que pudesse controlá-la" - um representante da organização, contudo, diz que detalhes do caso são protegidos por sigilo e, portanto, não podem ser revelados.
Ela procurou por ajuda muitas outras vezes. Em 2014, relatou os abusos à polícia. Mas as acusações nunca foram investigadas a fundo, segundo seu advogado. Para Claudio Lobo, ela foi ignorada por ser uma imigrante africana.
Richards era HIV positivo, mas, segundo Chochi, escondeu essa informação. Ela ficou grávida, mas não sabia que também havia sido infectada. Ela não recebeu nenhum tratamento específico,pixbet sinaisacordo com o advogado.
Quando o filho nasceu,pixbet sinais2013, ele também era portadorpixbet sinaisHIV.
Nesse período, as brigas do casal começaram a ficar ainda mais violentas. Numa ocasião, Chochi e o filho foram forçados a passar a noite na rua porque Richards, segundo ela, não permitiu que eles ficassempixbet sinaiscasa. Logo depois, assistentes sociais tiraram o menino dali.
Meses antes ter matado Richards, Chochi acreditava quepixbet sinaisbreve iria recuperar a guarda do filho. Tinha paradopixbet sinaisbeber, estava trabalhando e vivendo às próprias custaspixbet sinaisum apartamento que alugou.
Da prisão, ela diz ainda ter esperançapixbet sinaisque vai conquistar o perdão do rei da Espanha e, quem sabe, poder ficar com o filho. A mãe tem a permissãopixbet sinaisvisitá-lo uma vez por mês. Quando se encontrarampixbet sinaisfevereiro, ganhou um desenho feito por ele.
O garoto desenhou uma casa pequenina para ele e uma grande para ela. Mas, como ainda não há data para que o perdão seja analisado, só resta a Chochi sonhar que um dia o desenho se transformepixbet sinaisrealidade.
pixbet sinais Ilustrações: Katie Horwich.