O que exatamente significa o populismo, usado para descreversport mais apostasTrump a Chávez?:sport mais apostas

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Mas há uma diferença entre ser popular e ser populista.

'Povo puro'

Na ciência política, o populismo é a ideiasport mais apostasque a sociedade se dividesport mais apostasdois grupos antagônicos - o "povo puro" e a "elite corrupta",sport mais apostasacordo com o cientista político holandês Cas Mudde, autor do livro Populism: A Very Short Introduction (Populismo: Uma Introdução Muito Breve,sport mais apostastradução livre).

O termo foi popularizado como um insulto político comum. O líder trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, por exemplo, foi acusadosport mais apostaspopulismo por causa do slogan do seu partido: "para os muitos, não para os poucos". Mas isso não é exatamente a mesma coisa.

A palavra é "geralmente mal utilizada, especialmente no contexto europeu", segundo o especialistasport mais apostaspopulismo na política Benjamin Moffitt, da Universidadesport mais apostasUppsala, na Suécia, autor do livro The Global Rise of Populism (O Crescimento Global do Populismo,sport mais apostastradução livre).

Um verdadeiro líder populista, segundo ele, diz representar a "vontade unificada do povo". Ele geralmente se apresentasport mais apostasoposição a um tiposport mais apostasinimigo, que pode ser o sistema atual - e afirma que vai "drenar o pântano" ou enfrentar a "elite liberal".

"No contexto europeu, esse tiposport mais apostasdiscurso aparece mais à direita, mas essa não é uma regra imutável", afirma Moffitt.

Crescimento da direita

Partidos populistas podem estarsport mais apostasqualquer lugar no espectro político. Na América Latina, um dos mais notórios é o do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. Na Espanha, há o partido Podemos. E na Grécia o mesmo rótulo tem sido usado para o Syriza. Todos esses estão situados à esquerda.

No entanto, segundo Cas Mudde, os "populistas mais bem-sucedidos hoje estão na direita, especialmente na direita radical".

"(São políticos) Como Marine Le Pen na França, Viktor Orbán na Hungria e Donald Trump nos Estados Unidos, que combinam populismo com nacionalismo, anti-imigração e autoritarismo", diz.

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Legenda da foto, Movimentos populistas já vinham crescendo na Europa desde o início dos anos 2000, segundo especialistas, mas tiveram impulso com a crise

O crescimento do populismosport mais apostasdireita não é novo, esclarece Benjamin Moffitt. "Os cientistas políticos estão falando nisso há uns 25, 30 anos. Mas,sport mais apostasfato, houve uma aceleração."

Os especialistas dizem que tanto mudanças sociais como o multiculturalismo e a globalização quanto as crises econômicas e sociais mais complexas estão por trás do crescimento desses partidos populistas na Europa.

Martin Bull, diretor do Consórcio Europeusport mais apostasPesquisa Política (ECPR, na siglasport mais apostasinglês), diz que a ascensãosport mais apostaspartidos populistas na Europa já podia ser visto no início dos anos 2000 - mas eles permaneceram pequenos por muitos anos.

O aumento do apoio para essas plataformas pareceu acontecer "a partirsport mais apostas2008 - e especialmentesport mais apostas2011, quando a crise financeira se transformousport mais apostasuma crisesport mais apostasdívidas soberanas".

Segundo Bull, foi uma rara ocasiãosport mais apostasque uma parte da elite - os banqueiros ricos - conseguiu ser identificada como mais ou menos responsável por uma crise que afetou a maior parte da sociedade.

'Eu sou o povo'

Em seu livro The Global Rise of Populism, Moffitt argumenta que há outros traços também associados ao líder populista típico.

Um deles é "não ter bons modos" - ou não se comportar da maneira típica dos políticos -, uma tática empregada tanto por Donald Trump quanto por Rodrigo Duterte, nas Filipinas.

O outro, segundo ele, é "perpetuar um estadosport mais apostascrise", ou seja, estar sempre na ofensiva contra algo ou alguémsport mais apostasseus discursos.

"Um líder populista que sobe ao poder é 'forçado' a ficarsport mais apostascampanha permanente para convencer o povosport mais apostasque ele não é igual aos outros políticos - e nunca será", diz a professora Nadia Urbinati, da Universidadesport mais apostasColumbia (EUA).

Ela argumenta que o conteúdo populista é "feitosport mais apostasnegativos" - seja a antipolítica, o anti-intelectualismo ou o discurso anti-elite. E justamente nisto está uma das forças do populismo: ele é versátil.

"É (um discurso) muito poderoso porque se adapta a todas as situações", afirma.

Outro traço comum entre líderes populistas é que eles tendem a não gostar dos "sistemas democráticos complicados" do governo moderno - preferindo a democracia direta por meiosport mais apostasreferendos,sport mais apostasacordo com Martin Bull.

Isso também estabelece laços entre o populismo e o autoritarismo, na opinião do especialista - uma vez que a desconfiança no sistema estabelecido cria personagens vistos como "líderes fortes".

"No fim das contas, o líder toma decisõessport mais apostasuma maneira que simplesmente não é possível nas democracias tradicionais", diz. Esse sentimento é bem ilustrado por Hugo Chávez, que chegou a dizer: 'Eu não sou um indivíduo. Eu sou o povo'."

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Legenda da foto, O ex-líder venezuelano Hugo Chávez é visto como o principal arquétipo do populismo latino-americano

No entanto, Moffitt alerta para o fatosport mais apostasque "tal linhasport mais apostasraciocínio pode levar (líderes) a pensarem que são infalíveis". "Isso reestrutura o espaço políticosport mais apostasuma maneira nova e assustadora."

Afinal, se você não está "com o povo", deve estar contra ele.

É por isso que líderes populistas costumam ser vistos com desconfiança, e é também por isso que o termo costuma ser usado como insulto a um político que promete muitas coisas - o que Martin Bull chamasport mais apostas"oferta irresponsável".

"Para conseguir angariar apoio, eles fazem ofertas e prometem mudar as coisas mais rapidamente do que seu próprio partido. Examinandosport mais apostasperto, muitas dessas coisas podem acabar não sendo factíveis."

"A gente acaba se perguntando o quão bom isso realmente é para a democracia", pondera.