'Usadas, abusadas e violadas': as mulheres exploradas na Síriajogo da bombinha blazetrocajogo da bombinha blazeajuda humanitária:jogo da bombinha blaze

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Legenda da foto, Milhõesjogo da bombinha blazesírios foram deslocadosjogo da bombinha blazesuas casas e precisamjogo da bombinha blazeajuda humanitária para sobreviver

Uma pessoa que trabalha na região afirma que algumas organizações estão simplesmente fechando os olhos para os casosjogo da bombinha blazeabusos e exploração sexual porque a única formajogo da bombinha blazelevar ajuda às áreas mais perigosas da Síria é por meiojogo da bombinha blazeautoridades locais ejogo da bombinha blazeterceiros.

Nas áreas onde o conflito é mais intenso, funcionários das organizações não governamentais internacionais dificilmente têm acesso.

O Fundojogo da bombinha blazePopulação das Nações Unidas (UNFPA), organismo da ONU responsável por questões populacionais, produziu um relatório para avaliar a violênciajogo da bombinha blazegênero na regiãojogo da bombinha blaze2017 e concluiu que a assistência humanitária está sendo ofertadajogo da bombinha blazetrocajogo da bombinha blazesexojogo da bombinha blazevárias regiões da Síria.

O relatório intitulado Voices from Syria 2018 (Vozes da Síria 2018,jogo da bombinha blazeportuguês) afirma que "há exemplosjogo da bombinha blazemulheres e adolescentes se casando oficialmente por um curto períodojogo da bombinha blazetempo para oferecer 'serviços sexuais'jogo da bombinha blazetrocajogo da bombinha blazerefeições,jogo da bombinha blazeagentes pedindo os númerosjogo da bombinha blazetelefonejogo da bombinha blazemulheres e garotas,jogo da bombinha blazeofertasjogo da bombinha blazecarona atéjogo da bombinha blazecasajogo da bombinha blazetrocajogo da bombinha blazepassar a noite com elas".

O documento diz ainda que as mulheres sem um protetor do sexo masculino, como as viúvas e divorciadas, ou as que foram forçadas a deixarem suas casas estão mais vulneráveis à exploração sexual.

Denúncias antigas

Os primeiros casos foram denunciados há três anos.

Danielle Spencer trabalhava como consultora para assuntos humanitários para uma instituiçãojogo da bombinha blazecaridade quando ouviu relatosjogo da bombinha blazeum grupojogo da bombinha blazemulheres síriasjogo da bombinha blazeum campojogo da bombinha blazerefugiados na Jordâniajogo da bombinha blazemarçojogo da bombinha blaze2015.

Elas contaram a Spencer que homens que trabalhavam para o governo localjogo da bombinha blazeáreas como Dara'a e Quneitra condicionaram ajuda humanitária a sexo.

"Eles estavam retendo ajuda que havia sido entregue a eles e usando essas mulheres para sexo", diz Spencer. "Algumas haviam vivenciado isso, outras estavam desesperadas", diz ela.

Legenda da foto, Danielle Spencer diz ter ouvido relatos que condicionavam ajuda humanitária a sexo aindajogo da bombinha blaze2015 e os reportou à agências da ONU

Spencer se lembrajogo da bombinha blazeuma mulher que não conseguiu conter as lágrimas durante a conversa. "Ela estava arrasada com o que aconteceu", conta.

Para a profissional, mulheres e crianças precisamjogo da bombinha blazeproteção quando estão tentando receber comida, sabão e itens básicos para viver.

"A última coisa que você precisa éjogo da bombinha blazeum homemjogo da bombinha blazequem você deveria confiar e que deveria lhe ajudar te pedindo para fazer sexo com ele e retendo todos os itens que deveriam ser entregues a você", afirma.

Spencer é enfática ao dizer que essa trocajogo da bombinha blazeajuda por sexo "era tão endêmica que as mulheres eram estigmatizadas". "Estava subentendido que, ao ir aos centrosjogo da bombinha blazedistribuição, você deveria se submeter a algum tipojogo da bombinha blazeato sexual para ganhar algo."

Em junhojogo da bombinha blaze2015, o Comitê Internacionaljogo da bombinha blazeResgate (IRC, na siglajogo da bombinha blazeinglês) fez uma pesquisa com 190 mulheresjogo da bombinha blazeDara'a e Quneitra. O relatório produzido pela entidade indicou que 40% das que foram vítimasjogo da bombinha blazeviolência sexual relataram que a experiência aconteceujogo da bombinha blazeum centrojogo da bombinha blazedistribuiçãojogo da bombinha blazeajuda humanitária, no momentojogo da bombinha blazeque elas foram buscar suprimentos.

A IRC, por meiojogo da bombinha blazeum porta-voz, informou que a avaliação concluiu que "a violência sexual era uma preocupação generalizada e incluía diferentes tiposjogo da bombinha blazeserviços ofertados no sul da Síria, entre eles a distribuiçãojogo da bombinha blazeajuda humanitária".

A BBC teve acesso a pelo menos dois relatórios com relatos e alertas sobre violência sexualjogo da bombinha blazecentrosjogo da bombinha blazedistribuiçãojogo da bombinha blazeajuda que foram apresentadosjogo da bombinha blazeum encontrojogo da bombinha blazeagências da ONU e instituiçõesjogo da bombinha blazecaridade realizado na Jordâniajogo da bombinha blaze15jogo da bombinha blazejulhojogo da bombinha blaze2015. O evento foi organizado pelo Fundojogo da bombinha blazePopulação das Nações Unidas.

Como resultado da reunião, algumas organizações reforçaram os procedimentos.

A IRC disse que, para deixar as próprias operações mais seguras, lançou programas e sistemas ara proteger mulheres no sul da Síria. "Esses programas continuam sendo financiados por uma sériejogo da bombinha blazedoadores, entre eles o Departamentojogo da bombinha blazeDesenvolvimento Internacional do Reino Unido."

Abusos ignorados por anos

A organização Care, com sede nos EUA e atuaçãojogo da bombinha blaze94 países, diz que ampliou a fiscalização da equipe na Síria, criando mecanismos para apresentar reclamações. Também deixoujogo da bombinha blazeusar governos locais para distribuir ajuda humanitária.

Essa organização também diz ter pedido às agências da ONU para que pudesse fazer uma pesquisa mais detalhada e desenvolver novos mecanismos para coletar denúncias. Mas, segundo a própria entidade, a Care não conseguiu autorização para conduzir estudos nos camposjogo da bombinha blazerefugiados da Jordânia.

Spencer argumenta que as autoridades fecharam os olhos para as denúnciasjogo da bombinha blazeforma que a ajuda humanitária continuasse sendo distribuída na Síria.

"Exploração sexual e abusojogo da bombinha blazemulheres e garotas têm sido ignorados. Sabe-se (de casos), mas eles têm sido ignorados por sete anos", diz Spencer.

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Legenda da foto, Agências ligadas à ONU e instituiçõesjogo da bombinha blazecaridade afirmam que não toleram nenhum tipojogo da bombinha blazeviolência

Para ela, o Sistema ONU "decidiu sacrificar o corpojogo da bombinha blazemulheres". "Em algum lugar, foi tomada uma decisãojogo da bombinha blazeque é 'ok' continuar usando, abusando e violando mulheres para que a ajuda humanitária chegue a um grupo maiorjogo da bombinha blazepessoas".

Outra fonte ouvida pela BBC participou do encontrojogo da bombinha blazejulhojogo da bombinha blaze2015 como representantejogo da bombinha blazeuma das agências da ONU. Essa pessoa afirmou que há relatos críveisjogo da bombinha blazeexploração sexual e abuso na distribuiçãojogo da bombinha blazeajuda humanitária nas fronteiras. "E a ONU não fez nenhum movimento sério para resolver ou acabar com o problema."

O que dizem as organizações

O Fundojogo da bombinha blazePopulação das Nações Unidas disse, por meiojogo da bombinha blazeum porta-voz, que ouviu relatosjogo da bombinha blazepossíveis abusos e exploraçãojogo da bombinha blazemulheres sírias no sul do país por meio da Care. Informou, porém, que não recebeu nenhuma denúncia das duas organizações com quem trabalha na região, e que não faz parcerias com governos locais para adotar seus projetos.

A Unicef, porjogo da bombinha blazevez, confirmou que estava presente no encontrojogo da bombinha blaze2015 e informou que avaliou todos os parceiros e contratados na Síria. Mas esclareceu que não sabejogo da bombinha blazenenhuma acusação contra os parceiros da Unicef até o momento. O órgão admitiu que a exploração sexual é um sério risco na Síria, e disse que criou um mecanismo para coletar reclamações da comunidade local e está dando mais treinamento aos parceiros locais.

O Departamentojogo da bombinha blazeDesenvolvimento Internacional do Reino Unido, porjogo da bombinha blazevez, disse que não foi informadojogo da bombinha blazenenhum caso envolvendo organizações britânicas.

"Já existem formasjogo da bombinha blazeidentificar o problemajogo da bombinha blazeabuso e exploração. Nossos parceiros na Síria usam terceiros para monitorar e averiguar a distribuiçãojogo da bombinha blazeajuda britânica na Síria", informou. Segundo o órgão, qualquer situação que ocorrajogo da bombinha blazeforma sistemática deveria ser identificada por esses monitores e informada ao órgão.

A Oxfam, uma das maiores instituiçõesjogo da bombinha blazecaridade do mundo - e que está sendo acusadajogo da bombinha blazeacobertar denúnciasjogo da bombinha blazeabuso sexualjogo da bombinha blazediferentes países -, informou que não trabalhava com governos locais na Síriajogo da bombinha blaze2015 e que continua não os tendo como parceiro hoje.

"Nosso trabalho na Síria é principalmente distribuir equipamentosjogo da bombinha blazelarga escala para abastecer com água as comunidades,jogo da bombinha blazevezjogo da bombinha blazefocarjogo da bombinha blazedar ajuda humanitária a indivíduos", informou a entidade, que diz ainda não ter recebido nenhum tipojogo da bombinha blazedenúncia relacionada a abuso sexual no país asiáticojogo da bombinha blaze2015. "Temos políticajogo da bombinha blazetolerância zero."

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, porjogo da bombinha blazevez, informou que está ciente dos relatos feitos no passado, mas que não havia informação suficiente para identificar e agir contra qualquer pessoa ou organização.

No entanto, informou que encomendou uma nova pesquisa para investigar a situação. E também que adotou esforços adicionais para fortalecer as medidas preventivas, com mais treinamento dos parceiros locais e processos para informar qualquer irregularidade.