Por que o chavismo adiantou a eleição presidencial na Venezuela e que impacto isso tem sobre a oposição:bonus sem registo
Veja a seguir as respostas das principais perguntas sobre as eleições da Venezuela.
1- Por que o chavismo convoca essas eleições agora?
"O adiantamento das eleições presidenciais não é surpreendente. É o que mais convém ao governo nas atuais circunstâncias", diz à BBC Carmen Beatriz Fernández, consultora política da empresa Datastrategia e professorabonus sem registoComunicação Política da Universidadebonus sem registoNavarra, na Espanha.
A especialista diz que essa possibilidade apareceu depois das eleições regionaisbonus sem registooutubrobonus sem registo2017, quando o chavismo elegeu 18 dos 23 governadores do paísbonus sem registoum processo acusadobonus sem registofraudulento pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Em dezembro, a MUD se abstevebonus sem registoparticipar das eleições municipais, o que permitiu ao chavismo ficar com 308 das 335 prefeituras do país.
Fernández diz que interessa ao governo aproveitar o desânimo que cresce na oposição.
"As perspectivas econômicas são muito ruins. O país entroubonus sem registoum processobonus sem registodeterioração fortebonus sem registotodos os indicadores, que, além disso, vão piorar. Quanto mais tarde houver eleições, mais difícil será para o governo", diz a especialista, referindo-se à crisebonus sem registoabastecimento e à hiperinflação na Venezuela.
Fernández diz que a convocação das eleições tambiém é uma reação às sanções impostas pela União Europeia contra funcionários do governo venezuelano.
2- É normal que as eleições presidenciais sejam antecipadas na Venezuela?
Desde a instauração da democracia,bonus sem registo1958, as eleições presidenciais na Venezuela sempre foram realizadasbonus sem registodezembro.
Mas houve três exceções: o pleitobonus sem registojulhobonus sem registo2000 para legitimar novamente todos os poderes após a aprovação da nova Constituição; obonus sem registooutubrobonus sem registo2012, quando Hugo Chávez buscoubonus sem registoreeleição após ter tido um câncer; e obonus sem registoabrilbonus sem registo2013, para escolher o sucessorbonus sem registoChávez apósbonus sem registomorte.
Realizar as eleições até abril foge da tradição, mas não é algo ilegal, já que a lei não diz ser obrigatório que elas aconteçambonus sem registodezembro.
3- Como a oposição reagiu diante dessa mudança?
As primeiras reações foram divergentes. O ex-governador do Estadobonus sem registoLara, Henri Falcón, se postulou como pré-candidato e propôs que o candidato da oposição seja eleito por consenso.
Já o ex-prefeitobonus sem registoCaracas Antonio Ledezma, que se exilou no ano passado, disse que não foram oferecidas condições para que a oposição participe do pleito.
"Queremos eleições, mas transparentes, limpas, com monitoramento internacional, não eleições manipuladas", disse ele à Radio Caracol.
O ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski publicoubonus sem registoseu perfilbonus sem registoTwitter que o governo pode perder as eleições diantebonus sem registouma oposição unida.
"Se garantirem o direito que tem o nosso povobonus sem registodecidir, eles vão embora", disse.
Carmen Beatriz Fernández, da Universidadebonus sem registoNavarra, diz que agora a oposição precisará decidirbonus sem registoforma consensual se vai participar ou não da disputa. "O pior que pode acontecer é alguns decidirem concorrer e outros não, o mesmo que aconteceu nas eleições para governador."
Ela adverte, no entanto, que não há garantiasbonus sem registoque o processo eleitoral seja transparente.
"Para a oposição, a negociação na República Dominicana tinha como objetivo tentar equilibrar o sistema eleitoral venezuelano para que houvesse eleições minimamente competitivas. Com o adiantamento das eleições, sabemos que isso não acontecerá", diz.
4- Quem são os possíveis candidatos?
"O único candidato presidencial pelo SUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) será o atual chefebonus sem registoEstado, Nicolás Maduro."
Com essas palavras Diosdado Cabello, o segundo homem mais importante do governo, encerrou qualquer discussão sobre quem será o representante chavista nas eleições.
Maduro manifestoubonus sem registovontadebonus sem registotentar a reeleição, mas indicou que a decisão será tomada numa convenção do partido no dia 4bonus sem registofevereiro.
Até agora não há no PSUV nenhum aspirante com intenção e apoio político suficientes para disputar com o presidente a posiçãobonus sem registocandidato oficial.
Já na oposição há vários aspirantes a candidatos, incluindo o ex-presidente da Assembleia Nacional Henry Ramos Allup e o ex-governador do Estadobonus sem registoBolívar Andrés Velásquez.
E vários outros líderes que poderiam tentar se candidatar, como Leopoldo López, Henrique Capriles ou Antonio Ledezma, estão impedidos legalmente.
5- Como a comunidade internacional reagiu à notícia?
O adiantamento das eleições presidenciais da Venezuela foi questionado pelo chanceler do México, Luis Videgaray. Ele afirmou que a convocação é incompatível com a negociação na República Dominicana.
"A data da eleição era uma das coisas mais importantes que estavam sendo negociadas ali, e ainda não havia nenhum acordo a respeito", disse Videgaray no Twitter.
O chamado Grupobonus sem registoLima - formado por 14 governos da América Latina e do Caribe, incluindo o Brasil - também rechaçou a antecipação das eleições.
"Esta decisão impossibilita a realizaçãobonus sem registoeleições presidenciais democráticas, transparentes e com credibilidade conforme padrões internacionais e contradiz os princípios democráticos ebonus sem registoboa fé para o diálogo entre o governo e a oposição", disse o grupobonus sem registoum comunicado.
O grupo já havia dito, no ano passado, que não reconhecia a legitimidade da Assembleia Constituinte formada pelo governo.
O governo dos Estados Unidos fez críticas semelhantes, dizendo que respalda "um sistemabonus sem registoeleições real, completo e justo, e não a Assembleia Constituinte ilegítima que foi feita por Maduro".
Diante dos questionamentos internacionais, Diosdado Cabello disse, ironicamente, no Twitter, que depoisbonus sem registohaver solicitado eleições antecipadas, "os dirigentes da oposição e seus chefes imperiais" agora criticambonus sem registoconvocação.
O chavismo sempre negou as acusaçõesbonus sem registosupostas fraudes nas eleições venezuelanas e diz que o sistema eleitoral do país é o "mais seguro" do mundo.
Após a polêmica eleição da Assembleia Nacional Constituintebonus sem registojulhobonus sem registo2017 - que foi boicotada pela MUD por ser considerada fraudulenta -, a empresa Smartmatic, responsável pelo software das urnas venezuelanas, afirmou que foram contabilizados pelo menos um milhãobonus sem registovotos a mais do que seria esperado.