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Os polêmicos testesos betvirgindade para jovens mulheres no Afeganistão:os bet
"Até hoje, às vezes me culpo por ter me colocado nessa situação, por ter entrado num carro com homens. Eu me culpo por ter levado humilhação à minha família. Mas eu também sei que era a única maneiraos betir para casa", diz.
Após receber uma denúncia, autoridadesos betBamiyan suspeitaramos betque Neda tivesse feito sexo antesos betse casar durante o trajeto para a casa. Ela e a amiga foram interrogadas.
"Eu fui acusadaos betdepravação e enviada a um centro médico para fazer um testeos betvirgindade", diz a jovem, enquanto envolve com as mãos uma xícaraos betchá.
Os médicos reportaram que o hímen da jovem ainda estava intacto. O caso dela, porém, continua a tramitar nas instâncias judiciais do Afeganistão.
Ela foi inocentada das acusações pela Promotoria local. Mas, surpreendentemente, o caso agora precisa ser julgado pela Suprema Corte do Estado.
Teste comum
Apesar da inexistênciaos betestatísticas oficiais no Afeganistão, indícios sugerem que os testesos betvirgindade são comuns.
Bobani Haidari, uma ginecologista da provínciaos betBamiyan, disse à BBC que já recebeu pedidos para realizar dez testesos betvirgindadeos betum único dia.
Algumas mulheres já teriam tidoos betpassar por vários testes. Os exames, frequentemente realizados sem consentimento, têm sido classificados por críticosos betdesumanos e ineficazes na proteção da dignidade da mulher.
Estudos também desacreditam a prática. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que "não há espaço para testesos betvirgindade, já que eles não têm validade científica".
"Examesos betvirgindade não têm qualquer base científica e devem ser banidos. O teste é uma violação da Constituição do país, da lei islâmica eos betregulamentos internacionais", disse à BBC Soraya Sobhrang, integrante da Comissão Independenteos betDireitos Humanos do Afeganistão.
A prática estimulou o surgimentoos betnegócios ilegais que prometem "restaurar a virgindade", mediante a reparação do hímen. Esse procedimento, alémos betilegal e invasivo, pode ser perigoso e caro.
Envergonhada e humilhada
Dois anos depoisos betpassar pelo testeos betvirgindade, Neda ainda sofre. Tem dificuldade para falar sobre o assunto.
"Mesmo você não tendo feito nada, é um exame difícil", ela conta, nervosa, enquanto mexe com as mãos.
"E foi ainda mais embaraçoso para mim, porque eu conhecia os médicos da clínica. Eu me senti muito envergonhada. Eu sabia que não tinha feito nadaos beterrado, mas mesmo assim me senti envergonhada."
É esperado que as mulheres no Afeganistão - um país religioso e conservador - permaneçam virgens ate o casamento. A virgindadeos betuma mulher é considerada um bem valioso, um símboloos betrecato e pureza.
Mulheres acusadasos betfazer sexo antes do casamento estão sujeitas a humilhações públicas e prisão. Algumas são alvos dos chamados assassinatos pela "honra".
Testes forçadosos betvirgindade continuam a ser legais no país, apesar do apelo do presidente Ashraf Ghani pelo fim desse exame invasivo.
O exame é frequentemente ordenado por promotores e autoridadesos betfiscalização da lei, nos casosos betque mulheres são acusadasos bet"crimes morais".
'Vidas destruídas'
Com medo do que as pessoas pensariam dela após o teste, Neda se tornou reclusa e começou a faltar às aulas.
"Eu era uma boa aluna e tinha um bom relacionamento com os professores. Mas depois do exame eu fiquei com a impressãoos betque todos eles estavam me julgando. Até os meus amigos mais próximos se distanciaram. Eu sentia que todos me odiavam", relata.
"Tudo mudou. Eu me afasteios bettodos os meus amigos."
Neda continua a se sentir culpada pela situação, e diz que a família a criticou por trazer humilhação e desonra à casa.
"Minha mãe me disse que, por causa do que aconteceu, eles tiveram que lidar com tribunais. Minha família teve que esconder o rostoos betvergonha. E tudo por minha culpa."
Apesaros bettudo, Neda se diz determinada a lutar para que outras mulheres não tenham que passar pela mesma experiência.
"Esse teste destrói a vida das meninas. Ele não tem qualquer impacto nos homens. Mas destrói as perspectivasos betfuturoos betuma mulher", diz.
"Eu vou fazer o possível para lutar contra isso. Eu vou continuar a cantar no teatro e vou atrásos betum futuro melhor para mim. Mas não tenho certeza do que me aguarda daqui para frente."
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