O 'clube da luta viking' que serve como terapia para homens violentos:1x 2x 12 betano

Quatro membros do "Jomsborg Vikings", que reúne cerca1x 2x 12 betano2 mil pessoas, explicam abaixo o que os levou a esse mundo e como isso mudou suas vidas.

'Liberar instintos violentos'

Max Bracey - ou Maximas von Bracey, pelo seu nome viking - lidera um grupo viking britânico chamado Uflag.

Ele tem uma loja que vende material viking1x 2x 12 betanoWalthamstow, no nordeste1x 2x 12 betanoLondres.

"Muitas dessas pessoas são viciadas1x 2x 12 betanoadrenalina", explica.

"Eles realmente querem participar1x 2x 12 betanoalguma coisa que os façam se sentir vivos, com um sentimento1x 2x 12 betanoirmandade. Isso permite a eles a liberação dos instintos violentos naturais que nós humanos temos."

Segundo ele, é também uma forma1x 2x 12 betanoexplorar como nossos ancestrais viviam.

Bracey conta que abraçou a cultura viking1x 2x 12 betanoum momento triste e difícil1x 2x 12 betanosua vida. O pai havia morrido1x 2x 12 betanocâncer e ele havia acabado1x 2x 12 betanoterminar um longo relacionamento com1x 2x 12 betanoentão namorada. Tentou as artes marciais, mas nada o satisfazia por completo.

'Tolerância à diversidade'

Qanun Bhatti é o chefe1x 2x 12 betanotreinamento da Uflag Vikings no Reino Unido. Ele sofreu abuso quando tinha seis anos1x 2x 12 betanoidade.

"Eu tinha muitas questões1x 2x 12 betanoraiva. A violência simplesmente se tornou um pouco um estilo1x 2x 12 betanovida. Uma criança raivosa não sabe como lidar com suas emoções - só sabe ser violenta."

E quando Qanun ainda estava lutando para superar o abuso, acabou tendo que lidar com mais violência na1x 2x 12 betanoadolescência.

Por ser asiático e muçulmano, ele conta que sofreu preconceito1x 2x 12 betanoLondres na escola nos anos 80 e 90 e era perseguido por skinheads.

Qanun acredita que o fato1x 2x 12 betanoter se juntado aos vikings serviu como uma espécie1x 2x 12 betanocura para ele.

"Conseguir liberar minhas frustrações e minha raiva1x 2x 12 betanouma maneira controlada é muito bom para mim", afirmou.

Isso também deu a ele um sentimento1x 2x 12 betanopertencimento. "Me senti aceito e, por falta1x 2x 12 betanouma palavra melhor, amado."

Qanun sentiu na pele o preconceito também no mundo viking. As pessoas passaram a comentar que ele devia estar fazendo o papel1x 2x 12 betano"escravo" por causa da cor1x 2x 12 betanosua pele.

Mas1x 2x 12 betanoacordo com ele, a verdadeira mensagem viking, que o Jomsborg Vikings tenta promover, é a da tolerância à diversidade.

"Os vikings ficavam muito curiosos sobre qualquer coisa que fugia um pouco à regra, fazia parte da cultura deles isso. Eles eram exploradores natos."

"Se alguém entrasse no grupo e fosse1x 2x 12 betanouma cor1x 2x 12 betanopele diferente,1x 2x 12 betanovez1x 2x 12 betanoeles dizerem: 'vocês são diferentes, nós temos medo', eles faziam o contrário: 'uau, quem são vocês? Queremos saber sobre vocês, por que são tão diferentes1x 2x 12 betanonós?'. Eles ficavam empolgados."

"É uma irmandade: uma vez que você entrava, você já fazia parte dela."

Preconceito

Mas não foi isso que aconteceu com Norman Hewitt, que sofreu para ser aceito como o primeiro negro entre os vikings Jomsborg.

Sua primeira missão foi convencer a si próprio.

"Não era um lugar para mim. Eu achava que não existia nenhum viking negro, porque nós não aprendíamos nada sobre isso na escola."

No início dos anos 1990, Norman se envolveu com o mundo hooligan do futebol1x 2x 12 betanoLondres. Pouco depois, foi convencido por um amigo a começar a frequentar o Jomsborg Vikings. Isso o ajudou a ter um novo foco - e uma válvula1x 2x 12 betanoescape para o seu lado violento.

Participando do grupo, ele decidiu adotar o nome árabe Bin Yusof, para mostrar que os vikings se misturavam com os norte-africanos.

Atualmente, Norman já não luta tanto, mas permanece como treinador internacional dos Jomsborg, onde é muito admirado.

"Qualquer um que seja1x 2x 12 betanooutra raça ou, vamos dizer, que seja feminino, tem que trabalhar o dobro para ganhar respeito."

Norman acredita que se fosse um lutador ruim, até teria sido gradualmente aceito, mas não teria conseguido ser tão respeitado.

Ele vivenciou racismo e olhares1x 2x 12 betanoestranhamento1x 2x 12 betanoalguns eventos vikings pela Inglaterra - alguns não compreendiam a existência1x 2x 12 betanoum viking negro.

Mas ficava ainda pior1x 2x 12 betanofestivais no norte da Europa. Norman acredita ter sido escolhido a dedo como alvo1x 2x 12 betanoalgumas batalhas.

'Fuga do passado'

Igor Gorewicz organiza as batalhas no Festival Wolin desde o fim dos anos 1990, e conta que já viu o evento transformar a vida1x 2x 12 betanocentenas1x 2x 12 betanohomens.

"Pessoas que tinham problemas1x 2x 12 betanosuas vidas se tornaram bons cidadãos vikings porque conseguiram liberar seus sentimentos agressivos1x 2x 12 betanouma maneira moderada", disse.

A mudança pode começar a ter efeito1x 2x 12 betanoapenas uma semana1x 2x 12 betanotreinamento, segundo ele.

O código viking fala sobre criar homens fortes que saibam ter bom comportamento, descreve Gorewicz.

Ele te permite ser um homem duro, mas que ainda respeite os outros. E também que uma pessoa fuja do seu passado, já que a reputação1x 2x 12 betanoum viking se baseia somente1x 2x 12 betanosuas ações no mundo viking.

O próprio Gorewicz fazia parte1x 2x 12 betanoum grupo violento na Polônia, conhecido como metal-heads - que ele descreve como um grupo hooligan, só que sem futebol.

Hoje, ele leva a mensagem viking para escolas e para grupos que trabalham com a recuperação1x 2x 12 betanojovens infratores.

Gorewicz acredita que pode se aproximar melhor desses jovens do que figuras1x 2x 12 betanoautoridade, como professores ou magistrados.

Ele afirma que o mundo1x 2x 12 betanoreconstituição da era viking atrai uma minoria1x 2x 12 betanopessoas com pontos1x 2x 12 betanovista racistas, atraída pela ideia1x 2x 12 betanorecriar uma cultura branca e guerreira.

"Em todos os casos que eu conheço, quando eles se juntaram à nossa sociedade, depois1x 2x 12 betanopouco tempo pararam1x 2x 12 betanofalar besteira."

Fotos: Dougal Shaw e Charlotte Pritchard