Após enfrentar terremoto, brasileiros se mobilizam para ajudar vítimas na Cidade do México:vale sports apostas

Legenda da foto, Elisabete Pagani mora há sete anos na Cidade do México e diz nunca ter vivido um terremoto tão forte | Foto: Arquivo pessoal

Três horas depois, a brasileira enfrentava o pior tremorvale sports apostassua vida.

Legenda da foto, Grupo se mobilizou para fazer sanduíches para alimentar voluntários | Foto: Arquivo Pessoal

"Tudo chacoalhava. Ouvia estouros. Você fica desorientado. Agora mesmo, contando sobre isso, sinto tudo tremer. Essa sensação ainda vai durar alguns dias", diz. Quando retornou para casa, encontrou paredes rachadas, placasvale sports apostasmassa corrida dependuradas e reboco pelo chão. "Parecia que havia acontecido um bombardeio."

Menosvale sports apostas24 horas depois do tremor, Pagani já se dedicava a ajudar nos esforçosvale sports apostasresgate e apoio às vítimas. Pela internet, ela e amigos haviam recebido pedidosvale sports apostasdoações evale sports apostasrefeições fáceisvale sports apostasserem consumidas pelos voluntários. Decidiram, então, fazer um mutirão para preparar sanduíches - os 300 primeiros foram entregues pela manhãvale sports apostasum centrovale sports apostasajuda.

"Aqui o auxílio é mobilizado muito rápido porque eles têm experiência com isso. Imediatamente surgem locais aonde levar doações. Universidades preparam voluntários para ajudar nos escombros. Os supermercados estão cheiosvale sports apostasgente comprandovale sports apostastudo para doar: comida, papel higiênico, materialvale sports apostaslimpeza, água."

'Desejovale sports apostascontribuir'

É uma experiência semelhante à vivida por Laura Bussato. Pela manhã, a brasileira foi a um dos centrosvale sports apostasajuda às vítimas para doar alimentos. Depois, foi para o escritório, onde cumpriu meio expediente e seguiu para o campus da universidade federal da Cidade do México para se oferecer como voluntária, mesmo ainda estando estremecida.

"Primeiro, vem o estadovale sports apostaschoque, depois, a tristeza pelas vítimas e estragos. Mas aí surge o desejovale sports apostascontribuir, porque muitas pessoas não tiveram a sortevale sports apostassair ilesas, então, podemos ajudar elas e a reconstruir a cidade", diz.

O tremor ocorreu às 13h14 do horário local (15h14vale sports apostasBrasília). O Serviço Geológico dos Estados Unidos localizou o epicentro do terremoto a 51 kmvale sports apostasprofundidade nos arredores da cidadevale sports apostasAxochiapan, a 120 km da Cidade do México.

Legenda da foto, Página criada após o terremoto reúne informações sobre como ajudar afetados pelo tremor | Foto: Reprodução

Ainda assim, o terremoto deixou um rastrovale sports apostasdestruição na capital do país, onde vivem 20 milhõesvale sports apostaspessoas. Em ao menos 44 locais, edifícios desmoronaram ou ficaram comprometidos. Outros desabamentos foram registrados nesta quarta-feira.

Bussato estava no trabalho no momento do terremoto. Diz que ela e seus colegas não acreditavam na sinistra coincidência com o dia do terremotovale sports apostas1985. E conta que, mesmo após participarvale sports apostasum treinamento horas antes, as pessoas entraramvale sports apostaspânico, porque o tremor foi muito forte.

Legenda da foto, Por meiovale sports apostasgrupos no Facebook, cidadãos pedem ajuda para vítimas do tremor | Foto: Reprodução

"Nós nos abraçamos e ficamos contra a parede até esperar passar. Nem sei quanto tempo permanecemos assim. Nessas horas, um minuto parece uma eternidade."

Ela diz ter ficado no centro da cidade atévale sports apostasnoite - o trânsito já caótico ficou ainda pior e havia alertasvale sports apostasque bandidos estavam se aproveitando da situação para assaltar.

O climavale sports apostasinsegurança deu lugar, nesta quarta, aos esforços coletivos para auxiliar quem foi afetado. "O mexicano é um povo muito solidário. É impressionante. As pessoas estão pedindo para não trabalhar para poder ajudar. Muita gente está se mobilizando nas ruas e pelas redes."

'Salvando vidas'

"A internet está salvando vidas", diz Ana Cristina Torres,vale sports apostas34 anos, que está viajando pelo México com o marido e os dois filhos. Ela evale sports apostasfamília estão hospedadas na casavale sports apostasamigosvale sports apostasCuautitlán Izcalli, nos arredores da capital. Almoçavam quando houve o terremoto.

Legenda da foto, Ana Cristina Torres estava viajando com a família no México quando houve o tremor | Foto: Arquivo pessoal

"Nessa hora, você não pensavale sports apostasnada. Sai correndo para escaparvale sports apostasalgo que possa cairvale sports apostasvocê. Minha amiga não acreditava, porque aqui nunca treme. Então, foi bem forte mesmo", diz Torres. "É uma sensação muito estranha. A natureza está no controle. Você reza e torce para sair vivo."

Agora, está acompanhando diferentes grupos no Facebook pelos quais cidadãos estão se mobilizando para ajudar as vítimas do terremoto. Essas comunidades digitais se dividem por bairros, zonas e locais específicos. Informam os suprimentos necessáriosvale sports apostascada lugar.

Também foram criados mapas digitais que apontam centrosvale sports apostasajuda, abrigos e as áreas mais afetadas pelo tremor. O site "Como Ayudar" ("como ajudar") também reúne informações assim.

"É lindo o que está acontecendo", conta Torres, que está reunindo alimentos e medicamentos para levar a um dos centrosvale sports apostasapoio na noite desta quarta-feira. "Como tenho duas crianças pequenas e o acesso à Cidade do México está muito complicado, não tenho como ir até lá. Essa é minha formavale sports apostasajudar."

Legenda da foto, Mapas digitais apontam locaisvale sports apostasabrigo e centrosvale sports apostasajuda na Cidade do México | Foto: Reprodução

Corrente humana

Para a consultoravale sports apostasinovação Carolinavale sports apostasOliveira,vale sports apostas36 anos, a experiência significou participarvale sports apostasuma corrente humana com outras 300 pessoas para retirar escombros. Ela estava voltando do trabalho nesta terça-feira quando se uniu aos esforços para resgatar vítimasvale sports apostasum edifício que desmoronou.

Pouco antes, ela estava no 18º andarvale sports apostasum prédio com fachadavale sports apostasvidro assistindo à Cidade do México tremer. "Como não há paredes, temos uma vista panorâmica da cidade. Lávale sports apostascima, a gente via prédios caindo, incêndios começando, várias nuvensvale sports apostasfumaça subindo, sem saber se são os locais onde moram amigos, familiares", diz Oliveira, que mora há sete anos na cidade.

Legenda da foto, Carolinavale sports apostasOliveira diz que a solidariedade após o tremor no México é 'emocionante' | Foto: Arquivo Pessoal

"Foi o pior tremor que já vivi. Nunca tinha sentido algo assim. O alarme não tocou, fomos pegosvale sports apostassurpresa. Foi um susto muito grande."

Hoje, ela não trabalhou. Enquanto conversava com a BBC Brasil, contava que estava chegando a Xochimilco, uma das zonas mais pobres da cidade, com ferramentas para ajudar no auxílio às vítimas. O grupo inicialmente formado por dez pessoas dobrouvale sports apostastamanho após passar por alguns centrosvale sports apostasajuda, nos quais pessoas decidiram somar esforços.

"Nas partes mais ricas da cidade, já tem muitas pessoas ajudando, tantas que até atrapalha. Aqui foi muito afetado e não teve tanta ajuda", diz Oliveira.

"Por um lado, é muito triste, mas, ao mesmo tempo, é emocionante ver tanta gente se unindovale sports apostasuma situação assim."