Quais as consequências das sanções dos EUA para a economia da Venezuela?:bwin yellow cards

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Legenda da foto, Após sanções americanas, governo Maduro terá que escolher entre pagar a dívida externa e garantir abastecimentobwin yellow cardsalimentos e medicamentos

O presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que uma primeira análise mostra que as sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos causarão uma interrupção da exportaçãobwin yellow cardspetróleo ao país.

Esta situação se aprofundou nos últimos anos. A queda dos preços do barril nos mercados internacionais e da produtividade do setor petroleiro interno são algumas das razões que explicam a gravde crise econômicabwin yellow cardsum país que, apesarbwin yellow cardster as maiores reservasbwin yellow cardscombustível do mundo, sofre com uma alta inflação e com a escassezbwin yellow cardsprodutos básicos, já que o Estado tem menos recursos para importá-los.

No último mêsbwin yellow cardsjaneiro, Maduro admitiu que as importações do país caíram maisbwin yellow cards50%bwin yellow cardsrelação a 2015.

A dependência externa aumenta porque a Venezuela tem muitos termosbwin yellow cardsconfissãobwin yellow cardsdívida assinados por outros países, aos quais recorre para obter financiamento.

'Política pouco civilizada'

Ao receber a notícia sobre a nova rodadabwin yellow cardssanções, Maduro fez um pronunciamentobwin yellow cardsrede nacional para denunciar o que chamoubwin yellow cards"ato ilegalbwin yellow cardsagressão". "A Venezuela nunca se renderá a nenhum poder imperial", afirmou.

Horas antes, o ministrobwin yellow cardsRelações Exteriores da Venezuela Jorge Arreaza disse que os EUA estavam tentando promover uma crise humanitária.

Arreaza também diz que seu país era vítimabwin yellow cards"notícias falsas" que exageravam suas dificuldades econômicas.

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Legenda da foto, A inflação e a depreciação do bolívar, a moeda local, são dois dos gravez prolemas da economia venezuelana

Os EUA acusam o governo Madurobwin yellow cardsviolaçõesbwin yellow cardsdireitos humanos e subversão da democracia.

O ministro disse ainda que as sanções e "ameaças" dos EUA são "política pouco civilizada" e que Maduro não irá à Assembleia Geral da ONUbwin yellow cardsNova Yorkbwin yellow cardssetembro.

Impacto

No início do mês, o governo dos EUA já havia imposto sanções financeiras ao presidente Maduro e a alguns funcionários do governo que tinham contas e bens no país.

Segundo o comunicado da Casa Branca, a nova ordem executivabwin yellow cardsTrump também "proíbe as transações com certos bônus existentes que pertencem ao setor público venezuelano, assim como os pagamentosbwin yellow cardsdividendos ao governo da Venezuela".

Por isso, as sanções terão um grande impacto na economia do país. Segundo o presidente Maduro, elas "afetam gravemente e ferem a economiabwin yellow cardsplena fasebwin yellow cardsrecuperação". Mesmo assim, ele disse que não faltará nada para a população.

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Legenda da foto, Por causa do desabastecimento e dos preços regulados, os venezuelanos se acostumaram a esperar horasbwin yellow cardsfilas para comprar produtosbwin yellow cardsprimeira necessidade

"A maior parte do sistema financeiro mundial tem atividades nos Estados Unidos. Por isso o Estado venezuelano vai ter muita dificuldadebwin yellow cardsconseguir novos financiamentos ou vender novos ativos", disse à BBC Mundo, o serviçobwin yellow cardsespanhol da BBC Mundo, o economista venezuelano Alejandro Grisanti, especialistabwin yellow cardsdívida.

Grisanti explica que as sanções também colocam o governo Maduro diantebwin yellow cardsuma escolha difícil: "Pagar a dívida externa ou importar mais alimentos e medicamentos".

A própria esquerda venezuelana questionou a ideiabwin yellow cardsque um governo socialista privilegie o pagamento dos compromissos financeirosbwin yellow cardsvezbwin yellow cardssatisfazer demandas que poderiam acalmar a hostilidade da populaçãobwin yellow cardsrelação ao Executivo.

Esse clima foi aproveitado nos últimos meses pela oposição, que não só culpa Maduro pela crise econômica, mas também o acusabwin yellow cardsser uma ditadura. Protestos recentes contra o governo deixaram maisbwin yellow cards120 mortos.

Dívida externa

Maduro se gababwin yellow cardsque a Venezuela pagabwin yellow cardsdívida pontualmente. "Somos o país que mais pagoubwin yellow cardsdívida externa per capita", disse recentemente, ao contabilizar US$ 65 milhõesbwin yellow cardspagamentos nos dois últimos anos.

"Pagamos até o último centavobwin yellow cardsdólar", afirmou novamente na sexta-feira.

O presidente atribui a uma "guerra econômica" o fatobwin yellow cardsque, apesar dos pagamentos, a dívida venezuelana continua sendo vista comobwin yellow cardsalto risco, o que contribui para a situação econômica geral do país.

Esse risco faz com que os bônus venezuelanos sejam muito valorizados pelos investidores porque dão uma alta rentabilidade.

"A má gestão econômicabwin yellow cardsMaduro e a dilapidação dos ativos do país fizeram com que a Venezuela fique, inclusive, mais próxima da suspensão dos pagamentos", disse a Casa Branca na sexta-feira.

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Legenda da foto, Oposição venezuelana acusa governobwin yellow cardsvender os ativos do país a preços muito baixos para conseguir manter o fluxobwin yellow cardscaixa

Um default, ou suspensãobwin yellow cardspagamentos, seria fatal para um país que exporta petróleo para todo o mundo.

Para evitar isso, a Casa Branca afirmou que os funcionários venezuelanos "estão apelando para mecanismosbwin yellow cardsfinanciamento muito pouco transparentes e vendendo os ativos do país a preçosbwin yellow cardsliquidação".

Esses "preçosbwin yellow cardsliquidação" são os que provocaram a fúria da oposição no mêsbwin yellow cardsmaio, quando o banco Goldman Sachs comprou US$ 2,8 bilhõesbwin yellow cardsbônus da petroleira estatal PDVSA do Banco Central da Venezuela. O banco investidor americano pagou apenas US$ 865 milhões por uma dívida que vencebwin yellow cards2022.

A oposição afirma que o governo está vendendo mal os ativos do país para conseguir fluxobwin yellow cardscaixa e diz que, se chegar ao poder, não reconhecerá uma dívida que não foi aprovada pelo Parlamento,bwin yellow cardsmaioria opositora.

Há três semanas, no entanto, a nova Assembleia Constituinte, controlada pelo governo e não reconhecida por um grande númerobwin yellow cardspaíses, tem poderes absolutos, inclusivebwin yellow cardsaprovar um novo financiamento.

Para protegerbwin yellow cardsimagem, o Goldman Sachs teve que responder à polêmica. Este mês, o Credit Suisse, outro grande banco investidor, anunciou que estava proibindo a compra e a vendabwin yellow cardscertos bônus venezuelanos por causa do riscobwin yellow cardsque este dinheiro ajude a financiar violaçõesbwin yellow cardsdireitos humanos, como argumenta a oposição.

Soluções

Mas o que o governo Maduro pode fazerbwin yellow cardsrelação a essa situação?

"Preparei um conjuntobwin yellow cardsdecisões e medidas para nos defender do bloqueio comercial,bwin yellow cardspetróleo e financeiro que Donald Trump vai decretar contra a Venezuela. Estamos preparados", disse Maduro na última semana, usando o termo "bloqueio", que Cuba também usou para se referir durante décadas ao embargo econômico e comercial dos EUA à ilha.

Entre as consequências das sanções pode estar a impossibilidadebwin yellow cardsa PDVSA repatriar os lucrosbwin yellow cardssua filial nos Estados Unidos, a Citgo. "Trump praticamente decretou o financiamento da Citgo", disse o presidente venezuelano.

Até o momento, Maduro não deu detalhes sobre as medidas que usará para proteger o país. Nas três semanas desde seu estabelecimento, a Assembleia Constituinte também não tomou nenhuma decisão econômica.

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Legenda da foto, A ajuda da China pode ser um fator chave para que a Venezuela consiga amortizar o impacto das sanções americanas

A solução passaria por recorrer aos poucos grandes sócios que a Venezuela ainda tem: China e Rússia. "A Venezuela não está sozinha", disse o presidente, sem mencionar seus aliados tradicionais.

Na última quinta-feira, o portalbwin yellow cardsnotícias venezuelano El Estímulo disse que o governo venezuelano propôs ao governo chinês "a criaçãobwin yellow cardsum fundo binacional que se encarreguebwin yellow cardscomprar bônus da dívida com desconto".

"A Venezuela pagaria a China com bônusbwin yellow cardsmaior duração e com vencimento mais longo. É uma maneirabwin yellow cardsdiferenciar os pagamentos", disse Grisanti, afirmando ainda que o país já fez a proposta outras vezes, mas que o gigante asiático hesitabwin yellow cardsaumentar seu risco na Venezuela.

A Rússia, porbwin yellow cardsvez, é um país com capacidade financeira muito menor do que a da China.

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Legenda da foto, O diretor da petroleira russa Rosneft, Igor Sechin (à esq.), tem uma relação próxima com Maduro, mas empresa anunciou que não adiantará mais dinheiro à Venezuela

No iníciobwin yellow cardsagosto, a petroleira russa Rosneft, grande aliada da PDVSA, disse que havia adiantado um pagamentobwin yellow cardsUS$ 6 bilhões abwin yellow cardssócia, mas que não tinha a intençãobwin yellow cardsfazer mais adiantamentosbwin yellow cardsdinheiro.

Apesarbwin yellow cardsadmitir que o país sentirá as sanções financeiras, Maduro diz que tentará evitar seu impacto na população.

Com menos acesso a dólares, o Executivo venezuelano deverá escolher com muito mais cuidado no que investi-los. Se não pagar a dívida, se aproximará o fantasma do default. Mas se aumentar o desabastecimentobwin yellow cardsprodutos básicos, aumenta também a tensão social.