O que são os coletivos chavistas, 'defensores da revolução' que invadiram a Assembleia venezuelana:flashbet365

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Legenda da foto, Coletivos foram às ruasflashbet365abrilflashbet3652008 protestar contra ataque das forçasflashbet365segurança

Vários são pacíficos. E desempenham papel político associado a uma longa tradiçãoflashbet365esquerda, o que os vincula a Chávez e à revolução bolivariana, agora liderada pelo presidente Nicolás Maduro.

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Legenda da foto, Grafite dos coletivos é comum no centroflashbet365Caracas eflashbet365alguns bairros, como Catia, no oeste da capital

Outros, no entanto, controlam com armas algumas áreas há anos, segundo denúnciasflashbet365moradores e organizações não governamentais.

No atual climaflashbet365confronto e conflito político entre governo e oposição, que se reflete nas ruas, os coletivos assumem papelflashbet365protagonistas.

No dia 28flashbet365junho, por exemplo, manifestantes protestavamflashbet365frente a um hospitalflashbet365Caracas, quando,flashbet365repente, ouviu-se um grito: "Coletivos!". Um grupoflashbet365homens encapuzados surgiuflashbet365moto causando pânico comflashbet365presença.

Em fotos e vídeos postados nas redes sociais e publicados pela imprensa local nas últimas semanas, civis foram registrados com armasflashbet365fogo.

Embora seja difícil generalizar e muitos coletivos tenham se recusado a falar com a imprensa, a BBC Mundo (serviçoflashbet365espanhol da BBC) conversou com líderesflashbet365vários grupos para descobrir o que pensam e como se articulam com as forçasflashbet365segurança do Estado.

Cultivoflashbet365sementes e segurança

Acompanhado por um grupo da Fundação Domingo Rebolledo, a reportagem da BBC subiu numa manhãflashbet365maio uma das ruas mais íngremesflashbet365La Vega, bairro no oesteflashbet365Caracas.

Eles mostraram o trabalho realizado na paróquia da Baseflashbet365Missões Sinaí. As missões são os programas sociais criados por Chávez nas comunidades. E podem ser respaldadas na nova Constituição, que será redigida pela Assembleia Constituinte, a ser eleitaflashbet36530flashbet365julho.

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Legenda da foto, Em La Vega, há comunidades que buscam ser autossustentáveis

No local, há hortas urbanas. Projetosflashbet365cultivoflashbet365sementes e fertilizantes incentivam a produção local para reduzir a dependênciaflashbet365grandes produtores e redesflashbet365varejo.

A comunidade busca praticar a autogestão e seus líderes se declaram abertamente chavistas e simpatizantes da revolução.

A Fundação Domingo Rebolledo se define, com orgulho, como coletivo. É formada por 64 pessoas, incluindo 40 com motos, que também têm outras missões.

"Somos a garantiaflashbet365segurança das pessoas, da pátria", diz Juan, nome fictícioflashbet365um dos líderes, que prefere manter o anonimato por medoflashbet365represálias.

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Legenda da foto, Coletivos demonstram afinidade com governo chavista

"Somos organizações criadas como medidaflashbet365segurança para defender o modeloflashbet365governo, o povo e os quadros políticos", explica.

Nos últimos meses, esse trabalho tem sido reforçado diante dos protestos que tomaram as ruas contra o governo.

'Alerta'

Naquele sábadoflashbet365maio, a oposição tinha convocado uma nova manifestação. Juan estava atento. E recebeu uma mensagem no celularflashbet365um "patriota colaborador".

"ALERTA. Recebi informação que os terroristas esquálidos estão planejando tomar a Redomaflashbet365la India", dizia o texto, que faz referência à praça principal do bairroflashbet365La Vega. "Terroristas esquálidos" é a forma pejorativa que eles usam para se referir aos adversários.

A mensagem continua. "Pelo sim, pelo não, temos que estar atentos e prontos para agir diante dos primeiro indícios; me parece que todos estamos decididos a sair e combater a contrarrevolução".

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Legenda da foto, Chavismo sempre promoveu a união civil-militar

Nesse momento, Juan, que foi policial e faz parte do ODDI (Órgão da Defesa Integral do governo) é acionado. Ele responde ao ODDIflashbet365Caracas, dirigido pelo general Antonio Benavides Torres, ex-chefe da Guarda Nacional.

Alguns membros do órgão são acusados ​​de matar manifestantes da oposição. A Procuradoria acusou Benavides recentemente por violaçõesflashbet365direitos humanos.

As operações do ODDI, iniciadas após o alerta do "patriota colaborador", são articuladas com a ZODI (Zona Operacional da Defesa Integral) e a REDI (Regiãoflashbet365Defesa Integral), ambas com estrutura militar a cargo do Ministério da Defesa.

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Legenda da foto, Nicolás Maduro,flashbet365abril, com a chamada milícia nacional bolivariana - civis com formação militar

Assim, é acionada o que o governo socialista chamaflashbet365união civil-militar, estabelecidaflashbet365lei desde 2014 e à qual têm recorrido nos últimos meses por acreditar que a oposição está promovendo um golpeflashbet365Estado e uma intervenção estrangeira.

Em abril,flashbet365plena ondaflashbet365protestos, Maduro disse que ampliaria para meio milhão o númeroflashbet365integrantes da chamada Milícia Nacional Bolivariana, corpoflashbet365civis com treinamento militar. E afirmou que garantiria um fuzil para cada um.

As autoridades do governo citam os artigos 322 e 326 da Constituição, que falam sobre a responsabilidade do Estado e do povo venezuelanoflashbet365defender o país.

Mas como isso se reflete na atuação do coletivo Domingo Rebolledo?

Roupas pretas e rostos cobertos

Juan garante que a própria polícia e a Guarda Nacional chamam o grupo para intimidar, assustar, dissolver as manifestações e tirar as barricadas da rua.

Por isso, se vestemflashbet365preto e cobrem o rosto.

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Legenda da foto, Já não é tão comum os coletivo exibirem armasflashbet365fogo como nesta fotoflashbet365arquivoflashbet3652008

A reportagem da BBC os acompanhouflashbet365motoflashbet365uma ronda na paróquia vizinhaflashbet365El Paraiso, um dos principais centrosflashbet365revolta contra o governo.

"Não vamos chegar reprimindo, atropelando nem agredindo, vamos apenas dispersar, para que não danifiquem a propriedade da nação", afirma Juan, assegurando que seu grupo é pacífico e o máximo que faz é deter manifestantes e entregá-los às autoridades.

Juan alega que não está armado, mas diz que poderia pegar uma arma emprestada com o tio.

"Não podemos apontar armas, porque a oposição está fortemente armada. Você imagina o que pode acontecer (...) Há armas, mas não as usamos. Nós queremos manter a paz", afirma Juan, que é funcionário público.

Um companheiro dele, formadoflashbet365luta armada dos anos 70 e 80, vai além:

"Para este governo cair tem que haver uma guerra. Se houver, estamos prontos", diz, temerosoflashbet365que outro governo acabe com as "conquistas sociais" do chavismo.

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Legenda da foto, Coletivos ouvidos pela BBC afirmam rechaçar a violência, embora não sigam essa regra quando se sentem atacados

Juan reconhece, no entanto, que há coletivos que não operam como o seu. E que contam com a impunidade.

"Os coletivos não são punidos. Podem agir e o governo os respeita porque são pessoas que vêm da polícia ou são policiais ativos. Têm contatos na polícia. Eles prendem, matam. E não pagam por isso. Nós não funcionamos assim", compara.

As imagensflashbet365quarta-feira da sede do Parlamento venezuelano, por exemplo, mostram que a Guarda Nacional não impediu a entrada dos manifestantes. Também não os dispersou para permitir a libertação dos deputados, que ficaram sete horas presos no prédio.

'Pacífica, mas armada'

Chávez, que atribuía a suposta violência à burguesia venezuelana, sempre disse que a revolução era "pacífica, mas armada".

Essa declaração é lembrada por Lisandro López, conhecido como Mao, líder histórico da luta armada na Venezuela nos anos 70 e 80 e um dos pioneiros do Tupamaro, movimento revolucionário venezuelano que recebeu esse nomeflashbet365homenagem ao grupoflashbet365guerrilha originado no Uruguai.

Mao também diz que promoveu a criaçãoflashbet365coletivos na primeira metade da década passada.

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Legenda da foto, Mao, líder histórico da esquerda e da luta armada na Venezuela, dirige atualmente uma escola pública

"Era uma maneiraflashbet365apoiar o governo nos bairros", diz Mao, que hoje tem 58 anos e dirige uma escola pública.

"Eles nascem como uma necessidade política", agrega, recordando-se dos anos imediatamente posteriores ao golpe fracassado contra Chávezflashbet3652002.

Como seu apelido sugere, Lisandro López é maoísta e stalinista e vê o conflito atual na Venezuela como uma lutaflashbet365classes, visão compartilhada por outros coletivos.

"Se eles (oposição) tomarem o poder, vamos ser eliminados. Sim, estamos armados e vamos enfrentá-los", admite.

Mas, segundo ele, não se encontram nessa fase no momento. A reportagem pergunta o que seria necessário para tal: "A ordem do presidente. Nosso único chefe é Maduro. Quem determina a ação é Maduro", responde Mao.

"Pegando leve"

Mao se dedica agora à formação política e ideológica.

Quem estava plenamente ativo na defesa da revolução era seu amigo Alberto "Chino" Carías, líder do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA) do Peru na Venezuela. Carías conversou com a BBCflashbet365um escritório do prédio administrativo da Assembleia Nacionalflashbet36518flashbet365maio, poucos dias antesflashbet365sua morte por causas naturais.

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Legenda da foto, Coletivos do bairro 23flashbet365Enero têm um claro perfil político e ideológicoflashbet365esquerda

"Estamos lutando até as 9:00", contou Carías, que não considerava o MRTA como um coletivo, apesarflashbet365compartilhar os mesmos objetivos.

"O governo tem pegado leve com essses terroristas. Chávez já teria esmagado esse movimento", afirmou sobre os atosflashbet365violência que vincula à oposição.

23flashbet365Enero

Tanto o Tupamaro,flashbet365Mao, como o MRTA,flashbet365Carías, nasceram no bairro 23flashbet365Enero, reduto tradicional da esquerda, que defendeu Chávez no golpeflashbet3652002, mas que,flashbet3652015, deu vitória à oposição nas eleições legislativas.

Foi ali que se formou também o coletivo revolucionário Montaraz. A BBC fez uma visita a elesflashbet365um sábadoflashbet365junho, para conversar com William Pacheco, umflashbet365seus líderes.

Ali, há uma horta onde os estudantes realizam seus projetos comunitários. O muro que cerca o local tem uma foto grandeflashbet365Che Guevara e um cartaz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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Legenda da foto, William Pacheco (direita) garante que seu coletivo é pacífico, mas que pode deixarflashbet365ser, caso a revolução estejaflashbet365perigo

"O coletivo é um grupoflashbet365pessoas com objetivo políticoflashbet365apoiar o governo revolucionário", diz Pacheco, agregando que seu grupo é pacífico e se dedica a educação, cultura e esporte. Mas faz uma ressalva:

"Há outros que fazem escolta militar. Isso não significa que, no casoflashbet365uma situaçãoflashbet365que queiram derrubar o governo, nós não vamos participar", explica.

Questionado como agiriam nesse caso e se usariam armas, ele responde: "Todos os cenários são possíveis. Se houver uma invasão ou um conflito com grupos paramilitares ou setores da direita, teremos que defender a revolução com armas". Ele se diz convencidoflashbet365que há uma "guerra não convencional para derrubar a revolução".

A BBC levanta a hipóteseflashbet365uma mudançaflashbet365governo na Venezuela,flashbet365um processo eleitoral democrático.

"Teríamos que assumir essa derrota. Mas teríamos que ver qual seria a atitudeflashbet365relação aos coletivos sociais. O império vai gerar outras situaçõesflashbet365pressão: perseguirá líderes, aumentará o assassinatoflashbet365dirigentes, e isso pode fazer com que a gente tenha que se defender por outros meios", diz, resgatando o discurso anti-imperialista reproduzido pelo governo.

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Legenda da foto, Vários grupos do bairro 23flashbet365Enero fazem associação com as Farc