'Se morrerem, largue-os na floresta': a história dos 71 imigrantes asfixiadosempresa novibetcaminhão na Hungria:empresa novibet

Legenda da foto, Caminhão onde os imigrantes foram encontrados: morte foi, segundo autópsia, agonizante

empresa novibet "Continue a dirigir. E, se eles morrerem, largue-os na floresta."

Essa foi a ordem recebida pelo motorista do caminhão frigorífico onde 71 imigrantes morreram asfixiados enquanto eram transportados ilegalmente - e sem ventilação - por uma rodovia entre a Hungria e a Áustria.

O caso, prestes a completar dois anos, gerou indignação internacional foi um dos principais marcos da criseempresa novibetrefugiados na Europa.

Os mortos eram 59 homens, oito mulheres e quatro crianças vindosempresa novibetIraque, Síria e Afeganistão. Haviam embarcado no caminhão na fronteira entre Sérvia e Hungria.

Pouco depoisempresa novibetpartirem, rumo à Alemanha, começaram a gritar que estavam ficando sem ar.

O motorista então ligou para seu chefe, o traficante humano identificado como Samsoor L., que o orientou a seguir dirigindo, não abrir a porta do caminhão sob nenhuma circunstância e - o que causou mais comoção - a abandonar eventuais mortosempresa novibetuma área florestal alemã.

Transcrições dessas conversas telefônicas foram reveladas pela imprensa alemã no momentoempresa novibetque o afegão Samsoor L. e outras 11 pessoasempresa novibetnacionalidades búlgara e libanesa começaram a ser julgados, nesta quarta-feira, acusadosempresa novibethomicídio, tráfico humano e tortura.

Se condenados, podem pegar a prisão perpétua.

Crédito, EPA

Legenda da foto, Quadrilha costumava transportar migrantesempresa novibetcaminhões para evitar a atenção das autoridades

Os 71 imigrantes já estavam mortos quando o caminhão frigorífico foi encontrado abandonado à beira da estrada na Áustria,empresa novibet27empresa novibetagostoempresa novibet2015.

Autópsias determinaram que as pessoas lá dentro morreram "asfixiadasempresa novibetcondições horríveis".

Tráfico humano

A quadrilhaempresa novibettraficantes humanos é acusadaempresa novibetter transportado maisempresa novibet1,1 mil pessoas pelo Leste Europeu durante o pico da crise migratória, dois anos atrás.

Acredita-se que Samsoor L.,empresa novibet30 anos, cobrasse até 1,5 mil euros (R$ 5,5 mil)empresa novibetcada migrante desesperado para entrar na Europa, fugindoempresa novibetpaísesempresa novibetguerra.

Segundo os documentos apresentados pelos promotores do caso na Justiça húngara obtidos pela agênciaempresa novibetnotícias AFP,empresa novibetrede muitas vezes carregava os migrantesempresa novibetcaminhões "escuros, fechados e não ventilados" que, apesarempresa novibetsuas "condições torturantes", despertavam menos atenção das autoridades.

Crédito, EPA

Legenda da foto, Os acusados por tráfico humano estão sendo julgados na Hungria

A Promotoria também compilou 59 mil páginasempresa novibetevidênciasempresa novibetque detalha o descobrimento do caminhão abandonado na rodovia austríaca A4, perto da fronteira com a Hungria.

Policiais notaram que um líquido vazavaempresa novibetdentro do veículo - eram fluidos dos corpos, que já estavamempresa novibetdecomposição.

Lá dentro, as autoridades encontraram dezenasempresa novibetpessoas amontoadas - inclusive um bebêempresa novibetmenosempresa novibetum ano -empresa novibetum espaçoempresa novibet14 metros quadrados.

Acredita-se que já estavam mortas havia dois dias, quando o caminhão ainda estavaempresa novibetterritório húngaro (motivo pelo qual os acusados estão sendo julgados ali).

Com exceçãoempresa novibetuma pessoa, os 71 imigrantes asfixiados foram identificados. A maioria dos corpos foi repatriada a seus paísesempresa novibetorigem; uma dezena deles acabou sendo enterradaempresa novibetum cemitério muçulmanoempresa novibetViena.

Política europeia

A comoção gerada pelo caso repercutiu na política europeia:empresa novibetagostoempresa novibet2015, as fronteiras entre países do Leste Europeu foram abertas para permitir a passagem das dezenasempresa novibetmilharesempresa novibetimigrantes que tentavam ir da Hungria para a Alemanha, fugindo da guerra e da pobrezaempresa novibetpaíses do Oriente Médio e norte da África.

Mas essa rota acabou sendo fechada pelas autoridades europeias no ano seguinte, à medida que a causa perdeu apoioempresa novibetparte da opinião pública.

Atualmente, muitos migrantes continuam a correr riscos nas mãosempresa novibettraficantes na Europa Oriental ou nas perigosas travessias pelo mar Mediterrâneo.

No dia seguinte à descoberta dos 71 corpos no caminhão, acredita-se que a mesma quadrilhaempresa novibetSamsoor L. tivesse lotado outro veículo refrigerado com mais 67 imigrantes, tambémempresa novibetrodovias austríacas.

O desfecho só foi diferente porque os passageiros conseguiram abrir a porta do caminhão à força, evitando a morte por asfixia.