'A pressão da sociedade é imensa': as tunisianas que precisam voltar a ser virgens:site de apostas esporte net

O casamentosite de apostas esporte netJasmine, 28 anos, está agendado para daqui a duas semanas, e ela quer evitar que seu futuro marido descubra que ela já perdeu a virgindade.

E ela teme que nem a himenoplastia seja suficiente para lhe dar pazsite de apostas esporte netespírito.

"Pode ser que algum dia eu inadvertidamente deixe escapar (a perda da virgindade) durante alguma conversa com meu marido", diz. "Ou pode ser que ele suspeitesite de apostas esporte netalgo."

Pressão

Correm pelo país relatossite de apostas esporte netjovens mulheres que se divorciaram pouco depoissite de apostas esporte netterem se casado, porque seus maridos suspeitaram que elas não eram mais virgens.

Jasmine nasceusite de apostas esporte netuma família liberal e passou muitos anossite de apostas esporte netsua vida no exterior.

"Tive um relacionamento com um homem", ela conta. "Na época, não tinha ideia do tamanho da pressão da minha sociedade e quais seriam as consequências (de ter relações sexuais). Então agora tenho medo. Se contar ao meu noivo, tenho certezasite de apostas esporte netque nosso casamento será cancelado."

Por isso, ela decidiu pagar US$ 400 (R$ 1.300) pela himenoplastia, que demora cercasite de apostas esporte net30 minutos. Ela passou meses economizando o dinheirosite de apostas esporte netsegredo.

O ginecologista dela, Rachid (nome também fictício), diz que realiza,site de apostas esporte netmédia, dois procedimentos do tipo por semana.

Rachid conta que 99%site de apostas esporte netsuas pacientes têm preocupações semelhantes àssite de apostas esporte netJasmine: elas têm medosite de apostas esporte netcausar vergonha à família pelo simples fatosite de apostas esporte netnão serem mais virgens.

Acontece que o hímen pode romper por outros motivos que não uma relação sexual - por exemplo, pelo usosite de apostas esporte netabsorventes internos -, o que leva algumas meninas a serem acusadas erroneamentesite de apostas esporte netterem tido relações sexuais antes do casamento.

"Ginecologistas fazem a reconstrução do hímen. Não tem nadasite de apostas esporte netexcepcional nisso", diz Rachid. "Mas alguns médicos se recusam a fazê-lo. Eu faço porque discordo daqueles que veem a virgindade como algo sagrado. Fico muito irritado. Princípios religiosos são usados como disfarce por uma sociedade patriarcal. Vou continuar a desafiar isso."

'Hipocrisia'

A Tunísia é apontada como referênciasite de apostas esporte nettermossite de apostas esporte netdireitos femininos no norte da África - sendo, inclusive, um dos primeiros países a legalizar o aborto até 12 semanassite de apostas esporte netgestação, ainda nos anos 1960.

Mas a religião e a tradição social tunisianas ditam que as mulheres devem manter a virgindade até se casarem.

As leis do país chegam a prever o divórcio como uma possibilidadesite de apostas esporte netcasossite de apostas esporte netmaridos que descobrem que suas mulheres não são virgens.

"Na sociedade tunisiana, que é aberta, estamos nos tornando hipócritas", critica a socióloga Samia Elloumi. "Há uma espéciesite de apostas esporte netconservadorismo predominante na sociedade que é difícilsite de apostas esporte netser justificado, porque alegamos viversite de apostas esporte netuma sociedade moderna. Mas não há muita modernidade no que diz respeito à sexualidade e à liberdade femininas."

Em uma universidade pública tunisiana, a reportagem da BBC conversou com o estudante Hichem, que vai se casar no ano que vem.

"Para mim, é muito importante", diz ele ao ser questionado se valoriza o fatosite de apostas esporte netsua noiva ser virgem.

"Se descobrir, depois do casamento, que ela não é, nunca mais vou confiar nela. Vou considerar uma traição. E não acreditosite de apostas esporte netoperaçõessite de apostas esporte nethimenoplastia. Não acho que funcionem."

Ao seu lado está Radhouam, também estudante. Ele admite que a tradição tunisiana é injustamente dura com as mulheres.

"Para mim, é pura hipocrisia", afirma. "Homens jovens podem fazer sexo livremente antes do casamento, então por que culpamos as mulheres quando elas fazem o mesmo?"