De onde veio, como cresceu e qual o futuro do Estado Islâmico:bolão da quina
"Tudo isso aconteceubolão da quinareação à invasão militar americana e ocupação do Iraque", disse à BBC Brasil o professorbolão da quinaHistória e especialistabolão da quinaOriente Médio Juan Cole, da Universidadebolão da quinaMichigan.
O diretor do centrobolão da quinaSegurança Internacional e Defesa da organizaçãobolão da quinapesquisa e análise Rand Corporation, Seth Jones, discorda da avaliaçãobolão da quinaque o Estado Islâmico tenha suas origens na intervenção americana.
"As origens são muito mais antigas, remontam à décadabolão da quina1990 (quando Zarqawi criou seu grupo extremista)", disse Jones à BBC Brasil.
Jones observa, porém, que a retirada das tropas americanas,bolão da quina2011, foi um dos fatores que ajudaram a criar as condições para o ressurgimento do grupo com força,bolão da quina2014.
Prisão americana
Os substitutosbolão da quinaZarqawi também foram mortos pelas forças americanas e,bolão da quina2010, Abu Bakr al-Baghdadi, o atual líder do Estado Islâmico, assumiu o poder.
Seis anos antes,bolão da quina2004, Baghdadi havia passado alguns meses na prisão americanabolão da quinaCamp Bucca, no sul do Iraque.
Segundo analistas, a prisão, que chegou a abrigar maisbolão da quina25 mil detentos - muitos deles transferidosbolão da quinaAbu Ghraib após o escândalobolão da quinatorturas e abusobolão da quinaprisioneiros -, tranformou-sebolão da quinalocalbolão da quinaradicalização e colaboração entre extremistas.
Assim como Baghdadi, vários outros integrantes da cúpula do Estado Islâmico passaram por Camp Bucca. Dentro da prisão, ao contrário das ruas do Iraque, esses extremistas tinham liberdade para fazer contatos e trocar ideias.
"Há evidênciasbolão da quinaque os radicais aproveitaram o fatobolão da quinaestarem concentradosbolão da quinaum único lugar para se conectar uns com os outros", ressalta Cole.
Síria e Califado
A partirbolão da quina2011, no início da guerra na Síria, o Estado Islâmico expandiu suas operações para aquele país, sob o nomebolão da quinafrente Al-Nusra.
Ayman al-Zawahiri, que passou a comandar a Al-Qaeda central após a mortebolão da quinaBin Laden, declarou a Al-Nusra como braço sírio da Al-Qaeda, mas a decisão foi rejeitada por Baghdadi.
Ignorando a oposiçãobolão da quinaZawahiri, Baghdadi rompeubolão da quinavez com a Al-Qaeda e anunciou a uniãobolão da quinasuas forças no Iraque e na Síria, criando o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Em 2014, alegando ser descendentebolão da quinaMaomé, Baghdadi decretou a criaçãobolão da quinaum califado, um Estado governado conformebolão da quinainterpretação da lei islâmica, autoproclamou-se califa e conclamou muçulmanos ao redor do mundo a jurar fidelidade e migrar para o território controlado pelo grupo.
Expansão
Os métodos empregados pelo Estado Islâmico, que incluem decapitações e crucificações, são considerados extremos até por outras organizações extremistas, como a Al-Qaeda.
Mesmo muçulmanos que não aderem àbolão da quinaideologia são considerados infiéis e alvobolão da quinaataques.
O grupo conquistou território no Iraque e na Síria e atraiu combatentes do mundo inteiro, muitos deles jovens ocidentais que decidiram se unir organização ou promover atentadosbolão da quinaseu nomebolão da quinaseus paísesbolão da quinaorigem.
"O fatobolão da quinacontrolarem uma grande fatiabolão da quinaterritório ajudou muito (a atrair combatentes). Além disso, eles usam as redes sociaisbolão da quinamaneira muito eficaz para encorajar as pessoas a virem ao seu autoproclamado califado", ressalta Jones.
Perdabolão da quinaterritório
Ao longo do último ano, como resultadobolão da quinacampanha liderada pelos Estados Unidos, o Estado Islâmico vem perdendo vastas áreas sob seu controle no Iraque e na Síria, alémbolão da quinapartesbolão da quinaterritórios que controlavabolão da quinapaíses como Líbia, Egito, Nigéria e Afeganistão.
Segundo dados da Rand, no fimbolão da quina2014 cercabolão da quina11 milhõesbolão da quinapessoas viviambolão da quinaterritório controlado pelo Estado Islâmico. Até o início deste ano, o grupo já havia perdido 73% desse contingente populacional e 57% do território que controlava.
O último impacto veio neste mês, quando o grupo extremista perdeu o controlebolão da quinaMossul, a segunda maior cidade do Iraque, que dominou por maisbolão da quinatrês anos.
A cidade era o bastião do EI no Iraque, e foi retomada por forças iraquianas com apoiobolão da quinamilitantes curdos e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Com a redução do território, diminuíram também as fontesbolão da quinafinanciamento (entre elas impostos cobrados das populações que vivem nas áreas controladas) e o númerobolão da quinacombatentes, o que gera dúvidas sobre o futuro da organização.
"Há diversos fatores que podem determinar o futuro do grupo. Um deles é se conseguirão santuáriobolão da quinaoutros territórios", salienta Jones.
Segundo o analista, ao perder território o grupo deverá recorrer a estratégiasbolão da quinaguerrilhabolão da quinavezbolão da quinaconfrontar as forças iraquianas ou sírias diretamente no campobolão da quinabatalha.
Vingança
Mesmo com a perdabolão da quinaterritório, o Estado Islâmico continua inspirando indivíduos a cometer atentadosbolão da quinaseu nome.
"Atentados inspirados ou dirigidos pelo grupo são prováveis. Aqueles simplesmente inspirados tendem a ser menos sofisticados, usando facas ou mesmo veículos, como já ocorreu", observa Jones.
Cole acredita que a perdabolão da quinaterritório poderá levar o Estado Islâmico a buscar vingança contra os Estados Unidos e a Europa, por terem ajudado a derrotá-lo, e provocar mais ataques. No longo prazo, porém, prevê a decadência do grupo.
"Quando são derrotados, perdem muito do apoio e dos recursos. Pense na Al-Qaeda depois da mortebolão da quinaBin Laden, que não parece capazbolão da quinaou disposta a lançar nenhum grande ataque", observa.
"Sua capacidadebolão da quinainspirar vai diminuir. Ninguém quer se unir a um grupobolão da quinaperdedores. No curto prazo, poderão lançar ataques, mas no médio e longo prazo, provavelmente entrarãobolão da quinadecadência", prevê Cole.