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Trump mantém relação distante com Temer após 100 diasvbet fora do argoverno:vbet fora do ar
Dilma Rousseff, porvbet fora do arvez, recebeu telefonemas pessoaisvbet fora do arObama nos dias seguintes às suas duas vitóriasvbet fora do areleições.
Fernando Collorvbet fora do arMello teve atenção semelhante do então presidente americano, George Bush. Apenas 25 dias após tomar possevbet fora do arBrasília,vbet fora do arjaneirovbet fora do ar1990, Collor foi elogiado como alguém que "modernizaria" a política brasileiravbet fora do arencontro na Casa Branca.
À BBC Brasil, o palácio do Planalto disse,vbet fora do arnota, que "o presidente Michel Temer mantém diálogo construtivo com o presidente Donald Trump".
A reportagem também conversou com analistas e fontes ligadas à Casa Branca sobre a discreta relação entre Temer e Trump.
Os entrevistados sugerem algumas possíveis causas que explicariam o distanciamento atual nas relações entre os dois países - ou mesmo a faltavbet fora do arinteressevbet fora do aruma aproximação maior: as acusaçõesvbet fora do arcorrupçãovbet fora do arpolíticos ligados ao governo Temer; a lenta recuperação da economia brasileira; a curta duração do mandatovbet fora do arMichel Temer; seus baixos índicesvbet fora do arpopularidade; o foco do governo Trump sobre problemas internos, como cortesvbet fora do arimpostos e programavbet fora do arsaúde, e sobre questões geopolíticas que envolvem os EUA, como o bombardeio à Síria e a ameaçavbet fora do arum ataque nuclear pela Coreia do Norte; e, finalmente, a própria imprevisibilidade que marca a gestão Donald Trump.
Histórico
O governo brasileiro não quis comentar a diferençavbet fora do artratamento do país aos vizinhos sul-americanos e aos presidentes que antecederam Michel Temer.
"Os dois (Temer e Trump) compartilham o objetivovbet fora do arfazer crescer as respectivas economias e gerar empregos", diz a nota enviada pela presidência da República.
"As relações encontram-sevbet fora do arum momento muito bom tanto no que respeita ao relacionamento entre os dois governos quanto no que respeita ao relacionamento entre suas sociedades, empresários e acadêmicos", afirma o governo brasileiro.
Apesarvbet fora do aro Brasil não ser historicamente um país prioritário na agenda internacional dos Estados Unidos, presidentes anteriores a Temer receberam mais atenção nos primeiros cem diasvbet fora do arlíderes americanos.
Segundo registros do Arquivo Nacional dos EUA, Fernando Henrique Cardoso veio aos Estados Unidos a convitevbet fora do arGeorge W. Bushvbet fora do ar30vbet fora do armarçovbet fora do ar2001 - 69 dias após a posse do republicano.
Na ocasião, o presidente americano disse que era uma "honra" receber FHC, que classificou como "um bom homem".
Já Barack Obama se reuniu pessoalmente com Lula 53 dias depoisvbet fora do arter sido eleito presidente dos Estados Unidos,vbet fora do ar14vbet fora do armarçovbet fora do ar2009. Dias depois,vbet fora do arum encontro com o petistavbet fora do aruma reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), Obama disse a interlocutores que "adora" Lula ("I love this guy") e classificou o petista como "o político mais popular da Terra".
Com Dilma, que assumiu quando Obama estava na segunda metadevbet fora do arseu primeiro mandato, o relacionamento foi cordial, mas azedou,vbet fora do arsetembrovbet fora do ar2013, por causa das revelaçõesvbet fora do arque serviçosvbet fora do arinteligência dos EUA teriam realizado escutasvbet fora do arconversas telefônicas da presidente.
Desde a posse,vbet fora do ar20vbet fora do arjaneiro, Temer conversou com Trump apenas uma vez, e por telefone. Na ocasião, segundo o departamentovbet fora do arcomunicação da Casa Branca, o presidente americano "enfatizou a importância da relação bilateral com o Brasil, umvbet fora do arnossos parceiros-chave no hemisfério sul".
Trump não tocou no assunto emvbet fora do arfamosa conta no Twitter, que acabou se tornando seu principal canal pessoalvbet fora do arcomunicação. Em inusitada inversãovbet fora do arpapeis, Temer é que foi ao Twitter para divulgar a conversa com o americano: "Recebi hoje telefonemavbet fora do ar@realDonaldTrump. Ele está acompanhando o nosso trabalho e me congratulou com os resultados que já alcançamos".
Temer prosseguiu: "Fortalecemos com @realDonald Trump a manutençãovbet fora do arcanais diretosvbet fora do ardiálogo. Ele disse do seu interessevbet fora do aruma visita nossa a Washington".
Nem Trump, nem a Casa Branca fizeram comentários sobre o possível encontro.
Instabilidade
Para analistas e fontes no governo ouvidas pela reportagem, o aparente desinteresse do presidente americano também pode ser avaliado positivamente.
"Acho que, neste momento, qualquer país, inclusive o Brasil, deve esperar que esse governo mostre o que vai fazervbet fora do artermosvbet fora do arpolítica internacional", diz Julia Sweig, pesquisadora da universidade do Texas e especialistavbet fora do arBrasil e América Latina.
"Eu sugeriria a Brasília que fique fora do radar até que isto seja definido", afirma.
Sweig ressalta que a atençãovbet fora do arTrump está voltada para questões internas, como propostasvbet fora do arcortesvbet fora do arimpostos e mudançasvbet fora do arprogramasvbet fora do arsaúde, e na tensão geopolítica com países como a Coreia do Norte (sobre a qual Trump afirmou que paira "uma chancevbet fora do arconflitosvbet fora do argrandes proporções) e o México (alvo do polêmico projetovbet fora do arconstruçãovbet fora do arum muro para conter imigrantes ilegais).
O distanciamento do Brasil se agravaria com o que a pesquisadora classifica como "uma Brasília muito mais enfraquecida, por conta da contração econômica e seus escândalosvbet fora do arcorrupção".
"A atenção internacional está focada no colapso econômico do Brasil e na extensão e profundidade da corrupção. Não acho que uma atenção positiva do exterior virá até que haja uma recuperação não só politica, mas econômica para o país", afirma.
Para uma fonte ligada à diplomacia americana, entretanto, a corrupção no Brasil não estaria entre as principais preocupaçõesvbet fora do arDonald Trump.
"Neste momento, Temer é presidente e não está sob investigações diretas. Não acho que o governo americano seria reticentevbet fora do arse relacionar com o Brasil por contavbet fora do arinsinuações ou rumores - até porque o nosso próprio presidente tem rumores e insinuações na mesma medida contra ele", disse.
Ele se refere a acusações como asvbet fora do arnepotismovbet fora do arrelação a nomeaçãovbet fora do arparentes para cargos públicos, suspeitasvbet fora do arsonegaçãovbet fora do arimpostos por suas empresas e supostas relações escusas com espiões russos durante a campanha eleitoral - todas negadas pelo presidente dos EUA.
"Você nunca vai eliminar a corrupção. Há corrupçãovbet fora do arNova York, o ex-presidente da assembleia do Estado está preso por corrupção e não é o primeiro. Ha corrupçãovbet fora do arvários Estados americanos. Mas o nívelvbet fora do arcorrupção não é tão grande a pontovbet fora do arafetar a integridade do país. E é nisso que o Brasil precisa ter atenção, o nível a que se chegou com a Odebrecht é insustentável."
Para o entrevistado, os Estados Unidos veem com bons olhos as principais reformas propostas por Temer (trabalhista e da Previdência), mas um obstáculo no caminho do presidente brasileiro seria a "questão davbet fora do arlegitimidade".
"Ele tem uma questãovbet fora do arlegitimidade porque não foi eleito e porque é citadovbet fora do arinvestigações. Não se sabe se Temer tem autoridade moral para implantar estas reformas", diz.
Pouco tempo
Na avaliaçãovbet fora do arOliver Stuenkel, professorvbet fora do arrelações internacionais da FGV, "este governo certamente não será lembrado porvbet fora do arpolítica externa".
Um dos problemas seria a curta duração da gestão Temer que, se não for interrompida pelo julgamento da chapa com Dilma Rousseff pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), durará pouco maisvbet fora do ardois anos.
"É muito difícil articular uma relação bilateral", diz. "É muito pouco tempo."
Para Stuenkel, o governo brasileiro falhouvbet fora do arnão se mobilizar para um encontro pessoal com Trump - aposta feita por Mauricio Macri, presidente da Argentina, e Pedro Pablo Kuczynski, presidente do Peru.
"O encontro é fruto muito mais da iniciativa deles do que davbet fora do arTrump", afirma o professor. "É difícil dizer quais são os ganhos específicos para um país após estas reuniões, mas acho importante se encontrar pessoalmente e criar um canal direto. Não concordo com a ideiavbet fora do arque 'se não tem pauta específica, não precisa se reunir'", diz.
"O governo brasileiro deveria ter se esforçado mais para encontrar Trump logo e avançarvbet fora do artemas como cooperação econômica, espacial, anticorrupção e outros vários. Mas não houve mobilização suficiente para fazer esse encontro acontecer."
Para Stuenkel, a curta duração do mandatovbet fora do arTemer dificultavbet fora do arpolítica internacional.
"É difícil sentar com o governo brasileiro e dizer, olha, nos próximos anos, fazer tal cooperação. É difícil articular uma relação bilateral porque não há tempo suficiente para isso", diz.
A dificuldadevbet fora do arTemer, segundo o professor, não existiria apenas com Trump.
"Desde os meses antes do impeachment, o mundo percebe que o Brasil estávbet fora do arum momentovbet fora do artransformação,vbet fora do armuita incerteza, então todos estão muito cautelosos", diz.
"Poucos governos ainda investem pesado nessa relação com o Brasil e preferem esperar o que vai acontecervbet fora do ar2018".
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