Entenda a crise que culminou com invasão e incêndio do Congresso do Paraguai:deposito pendente bet7k

Polícia do Paraguai

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Polícia dispersou manifestantes que protestavam do ladodeposito pendente bet7kfora do Congresso

deposito pendente bet7k Congressodeposito pendente bet7kchamas, dezenasdeposito pendente bet7kferidos, e danos materiais substanciais.

Esses foram os resultadosdeposito pendente bet7kum diadeposito pendente bet7kprotestos intensosdeposito pendente bet7kAssunção, capital do Paraguai.

As manifestações tiveram início na sexta-feira, logo depois que 25 senadores aprovaram uma emenda constitucional que permitiria ao atual presidente do país, Horacio Cartes, concorrer à reeleição no ano que vem, possibilidade vedada atualmente pela Constituição paraguaia.

O projeto foi aprovado pelos senadores ao fimdeposito pendente bet7kuma votação convocadadeposito pendente bet7ksurpresa e a portas fechadas.

Assim que ficaram sabendo da notícia, os paraguaios iniciaram protestos pacíficos, mas que rapidamente se tornaram violentos.

A polícia foi chamada e disparou balasdeposito pendente bet7kborracha contra os manifestantes. Também usou canhõesdeposito pendente bet7kágua e bombasdeposito pendente bet7kgás lacrimogênio.

A aprovação da emenda constitucional no Senado é o primeiro passo para que a reeleição seja permitida no Paraguai.

O projeto, porém, ainda terádeposito pendente bet7kser aprovado pela Câmara dos Deputados, na qual Cartes tem maioria. A votação estava programada para acontecer na manhã deste sábado, mas foi adiada devido aos protestos.

Mas por que a medida causou tanto descontentamento ─ e o que diz a lei?

Em agostodeposito pendente bet7k2016, o Parlamento Paraguaio já havia recusado uma proposta similar para permitir a reeleição.

Até alguns dias atrás, as normas do Congresso estabeleciam que seria necessário esperar um ano para tratar do assunto novamente.

No entanto, nesta semana, parlamentares aliados do governo conseguiram modificar o regulamento e encaminhar a iniciativa ao Senado, com vistas àdeposito pendente bet7kaprovação.

Congresso do Paraguaideposito pendente bet7kchamas

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Presidente do Paraguai, Horacio Cartes, afirmoudeposito pendente bet7kcomunicado que "democracia não se conquista nem se defende com violência".

Segundo a agênciadeposito pendente bet7knotícias EFE, o projetodeposito pendente bet7kemenda constitucional aprovado permitiria que os presidentes e vice-presidentes do país pudessem concorrer a um segundo mandato,deposito pendente bet7kforma contínua ou alternada.

Em outras palavras: tanto o atual presidente do país, Horacio Cartes, quanto o ex-mandatário Fernando Lugo, que foi destituídodeposito pendente bet7k2012, poderiam concorrer ao cargo novamentedeposito pendente bet7k2018, para um mandatodeposito pendente bet7kcinco anos.

Após a aprovação no Senado, o projeto deve ir à votação na Câmara, na qual Cartes tem maioria.

Se a Câmara aprová-lo, o Tribunal Superior Eleitoral do país convocará um referendo para que a população se manifesta e decida se aceita a reeleição presidencial.

Comunicadodeposito pendente bet7kHoracio Cartes

Crédito, Twitter

Legenda da foto, Presidente paraguaio criticou violência das manifestações

"Vamos dar à população a oportunidadedeposito pendente bet7kse manifestar no referendo; não estamos negando absolutamente nada, pelo contrário, estamos dando a todos a oportunidadedeposito pendente bet7kdecidir", disse à EFE o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Velázquez, aliado do presidente.

Horacio Cartes

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Legenda da foto, Horácio Cartes é presidente do Paraguai desde 2013

Polêmica

A aprovação do projeto pelo Senado desencadeou acusaçõesdeposito pendente bet7kruptura constitucional por parte dos parlamentares da oposição.

Diferentemente do Brasil, a Constituição paraguaia proíbe a reeleição presidencial. O veto estádeposito pendente bet7kvigor desde 1992, após o fim da ditadura militardeposito pendente bet7kAlfredo Stroessner, que duroudeposito pendente bet7k1954 a 1989.

O governodeposito pendente bet7kStroessner, do Partido Colorado, foi um dos mais duradouros e repressivos na história da América Latina.

Foram ao todo maisdeposito pendente bet7k400 desaparecidos, 18 mil torturados e 20 mil exilados, segundo dados publicadosdeposito pendente bet7k2008 pela Comissãodeposito pendente bet7kVerdade e Justiça do Paraguai.

No entanto, após a saídadeposito pendente bet7kStroessner, o Partido Colorado continuou na presidência, completando seis décadas consecutivas no poder.

Até que,deposito pendente bet7k2008, Fernando Lugo, da centro-esquerda Frente Guasú, ganhou as eleições presidenciais.

Horacio Cartes

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Legenda da foto, Horacio Cartes assumiu presidência após Fernando Lugo ter sido destituído

Mas, quatro anos depois, antesdeposito pendente bet7kcompletar seu mandato, Lugo foi destituído após um julgamento político no Congresso.

Em 2013, o Partido Colorado voltou ao poder, com o empresário Horacio Cartes, atual mandatário do país.

Segundo os manifestantes, a reeleição fragilizaria as instituições democráticas paraguaias.

Muitos deles gritavam "ditadura nunca mais" durante os protestosdeposito pendente bet7ksexta-feira.

Protestos ao redor do Congresso do Paraguai

Crédito, EPA

Legenda da foto, Dezenasdeposito pendente bet7kpessoas ficaram feridasdeposito pendente bet7kmeio a protestos contra aprovaçãodeposito pendente bet7kreeleição

Balanço

Segundo a BBC Mundo, o serviçodeposito pendente bet7kespanhol da BBC, há dezenasdeposito pendente bet7kferidos, entre parlamentares, manifestantes e policiais.

A cifra exata não é conhecida, mas o sitedeposito pendente bet7knotícias Ultimahora.com informou que 16 civis ficaram feridos e o mesmo númerodeposito pendente bet7kpoliciais foram hospitalizados.

Durante os protestos, manifestantes invadiram o Congresso e colocaram fogodeposito pendente bet7kobjetos. Parlamentares e jornalistas presentes no local tiveramdeposito pendente bet7kser retirados às pressas.

Na noitedeposito pendente bet7ksexta-feira, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, divulgou um comunicado no qual descreveu o episódiodeposito pendente bet7k"vandalismo".

Além disso, Cartes pediu à população que "mantivesse a calma" e "não se deixasse levar" por quem "busca destruir a democracia e a estabilidade política e econômica do país".

Protestos no Congresso

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Legenda da foto, Polícia usou canhõesdeposito pendente bet7kágua para dispersar manifestantes

A polícia dispersou os manifestantes que estavam nos arredores do Congresso. Segundo a EFE, os protestos migraram, então, para o centro da capital, onde os manifestantes instalaram dezenasdeposito pendente bet7kbarricadas.

Entre os feridos, está o deputado da oposição Edgar Acosta, quem teria sido alvodeposito pendente bet7k"vários disparosdeposito pendente bet7kbaladeposito pendente bet7kborracha no rosto", informou o jornal paraguaio ABC Color.

Segundo o diário, também houve confrontos violentosdeposito pendente bet7kCiudad del Este, na região da tríplice fronteira.

O local havia sido o pontodeposito pendente bet7kencontrodeposito pendente bet7kum grupodeposito pendente bet7kopositores à emenda. Eles foram dispersados por policiais com balasdeposito pendente bet7kborracha. Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas.

Fogo cruzado

"Isso é um assalto", disse o presidente do Senado, o opositor Robert Acevedo, que também ficou ferido no confronto dos manifestantes com a polícia.

Na noitedeposito pendente bet7ksexta-feira, Acevedo pediu publicamente a Cartes que suspendesse a tramitação do projeto para evitar novos protestos.

Manifestante ferido

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Aprovaçãodeposito pendente bet7kemenda constitucional por Senado se deudeposito pendente bet7kvotação não agendada e a portas fechadas

Em seu comunicado, Cartes, por outro lado, afirmou que "a democracia não se conquista nem se defende com violência".

"Continuamos a viverdeposito pendente bet7kum Estadodeposito pendente bet7kdireito e não devemos permitir que bárbaros destruam a paz, a tranquilidade e o bem-estar geral do povo paraguaio", acrescentou.

Na América Latina, Peru e Chile são alguns dos países que impedem a reeleição presidencial.

Já Colômbia e Venezuela, por exemplo, modificaram a Constituição para permiti-la.