Psicose pós-parto: 'Achei que tivesse assassinado minha bebê':casa de aposta renata fan
casa de aposta renata fan Tornar-se mãe não é uma experiência simples e fácil. O período que sucede o parto é o momentocasa de aposta renata fanque as mulheres estão mais propensas a doenças mentais, como depressão ou psicose. A psicose pós-parto, uma doença pouco compreendida, afeta umacasa de aposta renata fancada 500 mães e pode levar ao suicídio ou mesmo ao assassinatocasa de aposta renata fanbebês. A professora universitária britânica Sally Wilson passou por isso e contacasa de aposta renata fanexperiência:
"A foto acima écasa de aposta renata fanmim, meu marido, Jamie, e nossa filhacasa de aposta renata fandois anos, Ella, numa estaçãocasa de aposta renata fanesqui na França, há algumas semanas.
Olhando assim não parece que somos diferentescasa de aposta renata fannenhuma outra família felizcasa de aposta renata fanférias, não é?
Mas o que passamos antes, no início da nossa pequena família, é bem diferente do que outros paiscasa de aposta renata fanprimeira viagem vivem.
É uma históriacasa de aposta renata fandestruição, sobre viver o mais terrível e inevitável pesadelo dia após dia, sentir uma dor e um desespero tão grandes que eu sempre pensavacasa de aposta renata fansair andando mar adentro pertocasa de aposta renata fancasa, no norte do Paíscasa de aposta renata fanGales.
Antescasa de aposta renata fanElla nascer eu nunca tinha ouvido falar da psicose pós-parto.
Dois anos depois, já estou totalmente recuperada. Não foi fácil, tive que me submeter a um tratamento controverso.
Finalmente voltei a ser como era antes - algo que não achava ser possível.
Jamie e eu nos casamoscasa de aposta renata fan2013 e, como tínhamos planejado, aumentamos a família um ano e pouco depois.
Minha gravidez foi boa. Mas, no final, tive sintomascasa de aposta renata fanpré-eclâmpsia, um transtorno da gravidez caracterizado pelo aumento da pressão arterial, que é perigoso se não for tratado. Por isso, o parto foi induzido.
'Uma coisa assustadora'
Meu trabalhocasa de aposta renata fanparto foi doloroso - até aí, nada demais. Mas com o passar das horas, as coisas começaram a piorar. Fiquei incrivelmente confusa. Perdi a noção do tempo. Não dormi e me sentia febril.
Os médicos aumentaram a dose dos hormônios para induzir o parto, me deram gás anestésico, oxigênio e o analgésico Demerol. Os batimentos cardíacos da Ella continuavam caindo e ela estavacasa de aposta renata fansofrimento.
Ela nasceucasa de aposta renata fanmanhã cedo,casa de aposta renata fanmarçocasa de aposta renata fan2015,casa de aposta renata fancesariana.
À medida que fui voltando da anestesia, uma coisa muito assustadora começou a acontecer.
Minha confusão era enorme. Eu ficava dizendo que não sabia o que estava havendo e perguntava por que havia médicos no quarto.
Fizeram uma tomografia do meu cérebro e examescasa de aposta renata fansangue, porque havia a suspeitacasa de aposta renata fanum derrame cerebral, mas os resultados foram negativos.
Lembrocasa de aposta renata fanum momentocasa de aposta renata fanque senti meus olhos revirando e caí sobre a cama.
Durante a noite, eu implorava às enfermeiras para ficarem sentadas pertocasa de aposta renata fanmim, porque sentia muito medo. Também estava paranoica, achando que elas estavam falandocasa de aposta renata fanmim.
Eu ficavacasa de aposta renata fanpânico, convencidacasa de aposta renata fanque fazia algo errado.
'Achei que tinha morrido'
Dias depois, as coisas pioraram ainda mais. Levantei para ir ao banheiro e desabei. Eu chorava aos soluços e me recusava a levantar.
Na minha cabeça, acreditava que tinha morrido. Podia ver todo mundo à minha volta, as enfermeiras e Jamie atráscasa de aposta renata fanmim. Vi uma enfermeira levar Ella embora.
Achei que estavam levando minha filha para ser ressuscitada porque eu a tinha machucado.
Agora sei que estava sofrendo um surto psicótico. Minha realidade tinha mudado, eu acreditava que tinha morrido e que estavacasa de aposta renata fanum limbo pós-morte. Comecei a ter alucinações.
O som do choro dos bebês era ensurdecedor, o ruído do ar condicionado me assombrava e os carrinhoscasa de aposta renata fancomida faziam um barulhocasa de aposta renata fantrem nos corredores. Quando as luzes eram acesas, pareciam explosões e eu via sombras nas paredes.
Eu estava convencidacasa de aposta renata fanque tinha morrido por ter machucado minha bebê, e que agora vivia 'no além', numa espéciecasa de aposta renata faninferno.
O pior pesadelo imaginável era agora a minha realidade.
As enfermeiras me trouxeram Ella para mostrar que ela estava bem. Eu achava que elas tinham trocado o bebê.
Aquela não era a minha filha. Minha bebê estava morta. Eu a havia matado.
'Qual o problema do Jamie? Por que ele está chorando?'. Ele não está chorando Sally, veja, ele está bem.
'Quem são essas pessoas ali na porta usando jalecos brancos?' Não tem ninguém na porta, Sally. 'Tem, sim. Vieram me pegar e levar para a prisão. Ai meu Deus, como pude machucar minha bebê?'
Foi terrível.
Fui transferida para o setor psiquiátrico e Jamie foi informadocasa de aposta renata fanque eu estava sofrendocasa de aposta renata fanpsicose pós-parto. Me receitaram remédios antipsicóticos e contra ansiedade.
Só me lembrocasa de aposta renata fanentrarcasa de aposta renata fanum labirinto assustador onde via pessoas vagando como criaturas grotescas.
Não deixava que tirassem meu sangue, porque estava convencidacasa de aposta renata fanque conspiravam contra mim.
Jamie e meus pais me visitavam com a Ella. Eu a segurava, mas não conseguia entender que aquela era minha filha. Não sentia a menor ligação com ela.
Fomos até a lanchonete e ela precisava trocar a fralda. Os banheiros ficavam perto do berçário e eu fiquei muito estressada e descontrolada porque não queria passar perto dali. Eu achava que não podia me aproximar porque acreditava que tinha machucado o meu próprio bebê.
Uma semana depois, na consultacasa de aposta renata fanrevisão, disse ao médico que as coisas estavam melhores só para poder saircasa de aposta renata fanlá.
'Na minha cabeça, tinha cometido um crime'
Uma equipe médica me visitava diariamentecasa de aposta renata fancasa, mas a situação não melhorou muito. Com muito custo, eu conseguia atender às necessidades básicas da Ella: trocar fraldas e alimentá-la.
Mas ainda tinha certeza absolutacasa de aposta renata fanque eu havia assassinado a minha bebê.
Caí numa depressão profunda, com sintomascasa de aposta renata fanpsicose.
Li uma notícia sobre um assassinatocasa de aposta renata fanum camping, que tinha ocorrido no dia do meu surto psicótico no hospital. Na minha cabeça, eu tinha cometido o crime.
Fiquei obcecada com um determinado ônibus que parecia estar passando sempre que eu saíacasa de aposta renata fancasa. Aquilo fazia parte da conspiração e tinha um significado secreto.
Muitas imagens passavam constantemente pela minha cabeça, como eu entrando no mar pertocasa de aposta renata fancasa e acabando com tudo.
Dez meses depoiscasa de aposta renata fanvoltar para casa, eu disse a Jamie que não aguentava mais. Meu marido, que tinha feito tanto para me ajudar, ficou perturbado.
Jamie fez uma pesquisa sobre os tratamentos para psicose pós-parto. A terapia eletroconvulsiva (ECT) aparecia com frequência.
'O tratamento salvou a minha vida'
Meu psiquiatra entroucasa de aposta renata fancontato com Ian Jones, professorcasa de aposta renata fanpsiquiatria da Universidadecasa de aposta renata fanCardiff, diretor do Centrocasa de aposta renata fanSaúde Mental e um dos maiores especialistas mundiaiscasa de aposta renata fanpsicose pós-parto. Ele concordou que a eletroconvulsoterapia poderia me ajudar.
Você logo acha que é um tratamento horrível, bárbaro,casa de aposta renata fanque a pessoa é amarrada numa cadeira e eletrocutada.
É um pouco dramático - você é anestesiada e seu cérebro recebe descargas elétricas para provocar uma convulsão.
Na metade das dez sessões, houve uma mudança. Algo horrível estava sendo retiradocasa de aposta renata fanmim. O tratamento salvou minha vida.
Aos poucos, fui construindo uma forte ligação com a Ella.
É triste lembrar do que perdi, mas agora olho para ela e fico maravilhada porque tudo está bem, estamos aqui, felizes e saudáveis.
Não posso dizer que sou a mesma pessoa. Mas voltei a trabalhar algumas vezes na semana e estou sempre ocupada com as tarefas diárias da maternidade.
Quando você já sofreucasa de aposta renata fanpsicose pós-parto, é maior a chancecasa de aposta renata fanvoltar a ter novas crisescasa de aposta renata fanoutras gestações. Trata-secasa de aposta renata fanuma escolha muito pessoal, mas, mesmo que o risco fosse muito pequeno, não queremos passar por tudo aquilo novamente.
Ao mesmo tempo, é muito importante para mim dar esperança a outras famílias que estejam passando pelos horrores da psicose pós-parto.
Você vai achar que isso nunca vai passar. Eu também achava isso. Acreditava que nunca mais sentiria o que sinto agora - que a vida é boa."
Quatro perguntas sobre psicose pós-parto
O professor Ian Jones, da Universidadecasa de aposta renata fanCardiff, respondeu às perguntas mais frequentes sobre a doença.
casa de aposta renata fan O que é?
Entre um amplo espectrocasa de aposta renata fanproblemas mentais pós-natais, a psicose pós-parto é o mais grave. A depressão pós-parto atinge umacasa de aposta renata fancada 20 mulheres e a psicose pós-parto, cercacasa de aposta renata fanumacasa de aposta renata fan500. O distúrbio inclui sintomas psicóticos, acreditarcasa de aposta renata fancoisas que não são verdadeiras e fortes oscilaçõescasa de aposta renata fanhumor - euforia e depressão.
casa de aposta renata fan Como se manifesta?
A psicose pós-parto pode surgir rapidamente, do nada. Em poucas horas, uma mulher que está bem pode ficar tão doente quanto um paciente psiquiátrico. Em outros casos, porém, a crise pode não ser tão rápida ou óbvia.
casa de aposta renata fan Quem é vulnerável?
Em cercacasa de aposta renata fan50% dos casos, a psicose pós-parto é o primeiro episódiocasa de aposta renata fandoença mental que as pacientes sofreram. Os outros 50% já tiveram doenças psiquiátricas. Quem sofrecasa de aposta renata fantranstorno bipolar é especialmente vulnerável à doença, um riscocasa de aposta renata fan20%. O maior risco é para pessoas que já tiveram crisescasa de aposta renata fanpsicose pós-parto. A chancecasa de aposta renata fanuma nova ocorrência écasa de aposta renata fan50% a 60%.
casa de aposta renata fan O que causa a doença?
Existem várias hipóteses, como grandes mudanças hormonais, distúrbios do sono ou mudanças imunológicas. Um aspecto importante, que atualmente venho pesquisando, é o fator genético.