Pressionada nos EUA e América Latina, Odebrecht encontra 'refúgio'baixar pixbet atualizadoAngola:baixar pixbet atualizado

Nos Estados Unidos e na Suíça, a Odebrecht e a Braskem (petroquímica controlada pela construtora) se comprometeram a pagar multasbaixar pixbet atualizadoaté US$ 800 milhões para não serem denunciadas por corrupção.

Colômbia, Peru, Suíça e Estados Unidos estão entre os 32 países que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), dialogam com investigadores brasileiros sobre a Lava Jato.

O órgão diz que Ministérios Públicosbaixar pixbet atualizado16 nações já pediram informações sobre a operação. Em fevereiro, o MPF se reuniu com investigadoresbaixar pixbet atualizadooutro país africano citado nas delações da Odebrecht: Moçambique.

Já Angola - país onde a Odebrecht mantémbaixar pixbet atualizadooperação estrangeira mais diversificada - jamais fez qualquer contato sobre o tema, segundo o MPF.

Em nota à BBC Brasil, a Odebrecht diz que a Lava Jato não atrapalhou suas atividadesbaixar pixbet atualizadoAngola e que "segue atuando normalmente no país".

A empresa, no entanto, foi afetada pela suspensãobaixar pixbet atualizadoempréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) a companhias brasileiras que operambaixar pixbet atualizadoAngola.

Em maiobaixar pixbet atualizado2016, o banco deixoubaixar pixbet atualizadoliberar recursos para 25 obras tocadas pela Odebrecht e outras quatro empreiteiras implicadas na Lava Jato (OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez)baixar pixbet atualizadoAngola e Moçambique.

O bloqueio afetou três das principais obras da Odebrechtbaixar pixbet atualizadoAngola: o Polo Agroindustrialbaixar pixbet atualizadoCapanda e as hidrelétricasbaixar pixbet atualizadoLaúca e Cambambe, que receberiam US$ 808,8 milhões do banco no total.

A decisão gerou um mal-estar entre os dois governos. Em junho, o Executivo angolano enviou uma carta a Brasília pedindo explicações sobre a suspensão.

Na carta, o governo angolano disse que "tevebaixar pixbet atualizadomobilizar outros recursos e encontrar soluções financeiras alternativas para não interromper os trabalhos".

Mesmo com a suspensão, a Odebrecht pretende entregar neste ano Laúca, que será a maior hidrelétrica do país, com potênciabaixar pixbet atualizado2.067 MW (Jirau, uma das maiores usinas construídas no Brasil nos últimos anos, tem 3.750 MW).

A empresa diz que continua a construir a usinabaixar pixbet atualizadoCambambe, finaliza um condomíniobaixar pixbet atualizadocasas e promove reformas urbanas na capital, Luanda.

No ano passado, a Biocom, uma usina controlada pela Odebrecht, disse ter superado suas metas e alcançado um quinto da produçãobaixar pixbet atualizadoaçúcar do país.

Empréstimos e laços com autoridades

Abastecida por generosos financiamentosbaixar pixbet atualizadobancos públicos brasileiros desde que se instaloubaixar pixbet atualizadoAngola,baixar pixbet atualizado1984, a Odebrecht ergueu no país um império empresarial com negócios nos ramosbaixar pixbet atualizadoconstrução, diamantes, petróleo, biocombustíveis, energia, imóveis, aeroportos e supermercados.

Em alguns empreendimentos, a empresa tem ou já teve como sócios filhos do presidente angolano, o atual vice-presidente e generais.

Para o jornalista angolano e ativistabaixar pixbet atualizadodireitos humanos Rafael Marquesbaixar pixbet atualizadoMorais, os laços da Odebrecht com altas autoridades a protegembaixar pixbet atualizadoquestionamentos na Justiça local.

Segundo ele, a empresa não é investigadabaixar pixbet atualizadoAngola "porque nenhuma autoridade se autoinvestigaria".

No ranking sobre percepçãobaixar pixbet atualizadocorrupção da Transparência Internacionalbaixar pixbet atualizado2016, Angola ocupa o 164° lugar entre 176 países.

O último da lista é a Somália.

Anos Lula

A presença da companhiabaixar pixbet atualizadoAngola se expandiu no governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), quando o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) turbinou os empréstimos a construtoras brasileiras no país.

Numa das cinco açõesbaixar pixbet atualizadoque é réu, Lula é acusadobaixar pixbet atualizadoajudar a Odebrecht a obter um empréstimo fraudulento do BNDES para a obra na usinabaixar pixbet atualizadoCambambe.

Segundo a Polícia Federal, nesse empreendimento, a Odebrecht subcontratou uma empresa que tem como sócio Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinhobaixar pixbet atualizadoLula.

O ex-presidente diz que nunca interferiu na concessãobaixar pixbet atualizadoqualquer financiamento do banco.

Propinasbaixar pixbet atualizadotrocabaixar pixbet atualizadocontratos

Angola é um dos 12 países onde, segundo o Departamentobaixar pixbet atualizadoJustiça dos EUA, a Odebrecht confessou ter cometido crimesbaixar pixbet atualizadocorrupção investigados pela Lava Jato.

A empresa negociou um acordo com o órgão e o pagamentobaixar pixbet atualizadouma multa para evitar ser processada nos EUA.

No documento que detalha o acordo, fechadobaixar pixbet atualizadodezembro, o Departamentobaixar pixbet atualizadoJustiça afirma que, entre 2006 e 2013, a Odebrecht pagou ou negociou propinasbaixar pixbet atualizadoUS$ 50 milhões a autoridades angolanas para obter contratos públicos.

Esses pagamentos teriam rendido US$ 261,7 milhões (R$ 815,33 milhões, aproximadamente) à construtorabaixar pixbet atualizadoretorno.

Angola também foi citadabaixar pixbet atualizadodepoimento do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró à Procuradoria Geral da República.

No depoimento, divulgadobaixar pixbet atualizado2016, Cerveró disse que um contratobaixar pixbet atualizadoUS$ 300 milhões (R$ 934 milhões, aproximadamente) entre a Petrobras e a estatal angolana Sonangol para a exploraçãobaixar pixbet atualizadocamposbaixar pixbet atualizadopetróleobaixar pixbet atualizadoAngola teria rendido uma propinabaixar pixbet atualizadoR$ 50 milhões para a campanhabaixar pixbet atualizadoLula à Presidência,baixar pixbet atualizado2006.

O ex-diretor atribuiu a informação ao então presidente da Sonangol e atual vice-presidente angolano, Manuel Vicente.

A Sonangol não respondeu a um questionamento da BBC Brasil sobre o tema.

A embaixadabaixar pixbet atualizadoAngola no Brasil e o governo angolano tampouco responderam questões sobre a Lava Jato e as denúncias contra autoridades locais.

A Odebrecht disse que não se manifesta sobre as acusaçõesbaixar pixbet atualizadocorrupçãobaixar pixbet atualizadoAngola, "mas reafirma seu compromissobaixar pixbet atualizadocolaborar com a Justiça, tanto no Brasil quanto no exterior".

Para o ativista Rafael Marquesbaixar pixbet atualizadoMorais, a divulgaçãobaixar pixbet atualizadodetalhes sobre o pagamentobaixar pixbet atualizadosubornos a autoridades angolanas teria um grande impacto na próxima eleição presidencial,baixar pixbet atualizadoagosto.

"Angola é o paraíso da corrupção para empresas brasileiras e portuguesas, que continuam muito bem, mas é questãobaixar pixbet atualizadotempo até caírem com o regime", ele diz.